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IEC reforça combate ao tracoma com participação em capacitação internacional
O Instituto Evandro Chagas (IEC), instituição de ciência e tecnologia vinculada à Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), participou do evento Iniciativa para a Eliminação do Tracoma nas Américas: Capacitação de Treinadores de Tracoma, realizado entre os dias 3 e 7 de fevereiro, em Panajachel, Guatemala. A pesquisadora Joana Favacho, do Laboratório de Infecção Sexualmente Transmissível - IST/Tracoma, da Seção de Bacteriologia e Micologia (SEBAC/IEC), foi uma das convidadas para representar o Brasil na capacitação, que reuniu especialistas de diversos países.
O treinamento, realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) com a colaboração da Tropical Data, Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Tracoma, teve entre os principais objetivos certificar novos instrutores, bem como atualizar e certificar os instrutores existentes em novos métodos de coleta de dados e amostras biológicas (swab) para infecção ocular por Chlamydia trachomatis, bactéria que causa o tracoma. Além disso, buscou fortalecer a capacidade dos treinadores para multiplicar o conhecimento em seus países e promover a colaboração internacional.

- O conhecimento compartilhado no treinamento também poderá ser repassado a outros laboratórios no Brasil e nas Américas
“Este treinamento envolveu examinadores de tracoma da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique e Venezuela. Foi uma oportunidade ímpar de compartilhar a experiência do IEC e de alinhar métodos padronizados que apoiarão novas sondagens de tracoma nas Américas. O Laboratório de IST/Tracoma do IEC, que é laboratório de Referência Nacional para tracoma da SVSA-MS, tem sido fundamental para garantir resultados laboratoriais de qualidade nos inquéritos realizados no Brasil, e o evento reforçou a importância do nosso trabalho”, destacou Joana Favacho.
O conhecimento compartilhado no treinamento também será repassado à equipe do Laboratório de IST/Tracoma do IEC e, de acordo com a necessidade e demanda, a outros laboratórios no Brasil e nas Américas, contribuindo para a implementação de métodos padronizados e para o fortalecimento das ações de eliminação do tracoma.
Além da pesquisadora do IEC, o evento teve a participação de mais dois brasileiros. Os treinadores capacitados atuarão em seus países e poderão apoiar ações internacionais, promovendo o combate ao tracoma, ainda considerado um desafio de saúde pública em várias regiões.
Sobre o tracoma
O tracoma é uma doença inflamatória ocular, uma conjuntivite, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis que ocorre em áreas de maior concentração de pobreza, deficientes condições de saneamento básico e acesso à água. O tracoma é a principal causa de cegueira infecciosa e é responsável por prejuízos oculares em 1,9 milhões de pessoas, das quais, 450 mil apresentam cegueira irreversível. Estima-se que 190,2 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas com risco de cegueira por tracoma.
Iniciativa de Eliminação
A eliminação do tracoma como problema de saúde pública é um evento prioritário nas Américas e um dos objetivos da Iniciativa de Eliminação, uma política da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a eliminação de mais de 30 doenças até 2030, com uma abordagem comum, integrada e sustentável. Neste sentido, o treinamento se caracteriza como mais uma das ações para formar novos recursos humanos, a fim de apoiar as atividades de formação das equipes de campo participantes da iniciativa, que exigem a implementação de pesquisas de prevalência de tracoma.
O Ministério da Saúde está em fase de validação da eliminação do tracoma em território nacional. O objetivo é coletar evidências para solicitar a certificação de país livre da doença à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Seguindo as diretrizes do Global Trachoma Mapping Project (GTMP) da OMS, o Brasil tem realizado o “Inquérito nacional de prevalência para a validação da eliminação do tracoma”. A pesquisa começou em 2018, com análise em 10 unidades não indígenas, as quais alcançaram as metas para certificação. Atualmente, a pasta realiza o inquérito em cinco áreas indígenas, localizadas no Maranhão, Roraima e Amazonas.
Com informações do site do Ministério da Saúde.