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ARBOVIROSES
IEC colabora para o desenvolvimento de ilustração fiel do inseto transmissor do vírus Oropouche
Técnicos e Entomologistas do Instituto Evandro Chagas (IEC), Instituição de Ciência e Tecnologia ligada à Secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVSA/MS), participaram da elaboração de uma nova ilustração do inseto transmissor do vírus Oropouche, o Culicoides paraensis, conhecido em algumas regiões do país como maruim ou mosquito-pólvora. A medida foi adotada depois do inseto ser frequentemente confundido com outras espécies em apresentações na mídia, nas redes sociais e até em publicações científicas com o Aedes aegypti, transmissor de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya.
Também havia o problema de algumas das imagens, mesmo que usadas corretamente, não serem efetivamente representativas, pois foram obtidas com fotos de baixa resolução, dado o tamanho minúsculo do inseto. A título de comparação, o Culicoides paraensis mede até 3 milímetros, sendo cerca de 12 vezes menor do que o mosquito transmissor da dengue e 20 vezes menor do que o Culex quinquefasciatus, que é o pernilongo mais comum no país.
A nova ilustração foi elaborada a partir de estudos e análises da equipe de comunicação científica da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS) em parceria com técnicos e entomologistas do IEC, no Pará.
Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a criação da ilustração fiel permitirá a propagação de informações mais corretas sobre o controle das arboviroses no Brasil. "A medida colabora com pesquisadores e gestores em saúde para melhorar a compreensão e a identificação do vetor, minimizando confusões e aprimorando ações de prevenção" declarou a secretária.
Colaboração
O IEC é Centro Colaborador da OPAS/OMS para Arboviroses Emergentes e Reemergentes e outros Vírus Zoonóticos Emergentes e possui histórico de trabalho para minimizar dúvidas sobre as arboviroses, incluindo os seus vetores.
Em setembro de 2024, quando a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu Atualização Epidemiológica sobre Oropouche, pedindo aos países que reforcem a vigilância, notifiquem quaisquer eventos incomuns e fortaleçam as medidas de prevenção e controle de vetores, o Laboratório de Entomologia da Seção de Arbovirologia do IEC produziu uma fotografia que compara o inseto transmissor do vírus Oropouche e o Aedes aegypti. A imagem tem sido utilizada nas comunicações da OPAS.
No Início dos anos 2000, o Laboratório Multiusuário de Biologia Celular e Ultraestrutura realizou a captura de Culicoides paraensis em matas do município de Marituba, na região metropolitana de Belém, e fez imagens com microscópio eletrônico que tem sido utilizada em diversas comunicações da instituição.
Oropouche
A Febre do Oropouche é causada pelo vírus Oropouche, um arbovírus transmitido pelo Culicoides paraensis. Ela foi identificada nos anos de 1950 em Trinidad e Tobago, na América Central. Desde 1960, o IEC desenvolve estudos pioneiros sobre a doença.
A partir de 2023, a detecção de casos aumentou em decorrência da descentralização do diagnóstico molecular para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) de todo o país. As mudanças climáticas também colaboraram para que mais casos surgissem em outras regiões.
A transmissão do Oropouche ocorre por meio do inseto, que, após picar uma pessoa ou animal infectado, transmite o vírus a uma pessoa saudável. Há dois ciclos principais de transmissão da doença: o Ciclo Silvestre, no qual bichos-preguiça, primatas não-humanos e possivelmente aves silvestres são hospedeiros; e o Ciclo Urbano, no qual os humanos são os principais hospedeiros, sendo o Culicoides paraensis o vetor predominante nos dois casos.
A ilustração e mais informações podem ser acessadas no Saúde de A a Z - Oropouche.
Por Francisco Souza – SECMI/COMUNICAÇÃO-IEC
Com informações de João Moraes - Ministério da Saúde

