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Projeto Sementes para o Amanhã divulga relatório de avaliação
O relatório final de avaliação do Projeto Sementes para o Amanhã revelou que as atividades desenvolvidas ao longo do projeto contribuíram para a República do Congo dar início ao processo de revisão da Política de Alimentação Escolar por meio do desenvolvimento de uma estratégia prevista para ter início em janeiro de 2026. 
Esse relatório, fruto de uma avaliação externa, analisa o desempenho do projeto até o momento, documentando lições aprendidas, melhores práticas e o impacto da cooperação Sul-Sul na mudança de paradigmas, da dependência da ajuda alimentar internacional para soluções sustentáveis e impulsionadas localmente.
As principais conclusões destacam a relevância e o alinhamento dessa iniciativa de cooperação, incluindo os ODS e as estratégias nacionais de educação e agricultura. Além disso, o projeto foi avaliado como tendo 100% das metas planejadas cumpridas, com fortes ganhos de capacidade para instituições governamentais e atores locais.
O projeto também impactou nas políticas e práticas, influenciando o compromisso da República do Congo de expandir a alimentação escolar com produtos locais e inspirando o interesse de outros países africanos.
O projeto
O projeto “Fortalecimento do acesso aos mercados locais para pequenos produtores na República do Congo por meio da cooperação Sul-Sul”, conhecido como Sementes para o Futuro, é uma iniciativa do Fundo Índia, Brasil e África do Sul (IBSA), implementada de junho de 2023 a novembro de 2025, em parceria com os governos do Congo e do Brasil e o Programa Mundial de Alimentos (WFP).
Sua missão principal foi melhorar e aumentar a segurança alimentar e a nutrição dos pequenos produtores, especialmente mulheres e crianças em idade escolar, promovendo a agricultura familiar e integrando a produção local aos programas de alimentação escolar.
Essas atividades, que incluíram visitas de estudo, elaboração de manuais, treinamento direcionado e fornecimento de equipamentos, além de assistência técnica prática, foram baseadas na experiência brasileira com agricultura familiar e alimentação escolar feita com produtos cultivados localmente. Todas essas práticas foram adaptadas ao contexto congolês.
O projeto promoveu ainda o desenvolvimento de capacidades institucionais e técnicas, treinando 65 formuladores de políticas nos níveis central e local dos Ministérios da Agricultura e da Educação do Congo.
Além disso, fortaleceu os sistemas locais, apoiando 10 cooperativas agrícolas e aprimorando as capacidades de 10 escolas nos departamentos de Bouenza, Plateaux e Pool.
Com base nas boas práticas e lições aprendidas nessas escolas, o projeto piloto introduziu a aquisição de alimentos locais e testou um modelo que gerou recomendações passíveis de execução.
Essas recomendações serão utilizadas na expansão do modelo de Alimentação Escolar vinculada à Agricultura Local (HGSF) para outros departamentos, reforçando a sustentabilidade e a apropriação nacional.
Impactos
O impacto do projeto não é apenas técnico, mas também representa uma mudança de paradigma: o governo reconheceu que o abastecimento local para a alimentação escolar é viável e benéfico, com efeitos positivos na agricultura, no emprego, na nutrição e na adequação cultural das refeições escolares.
O projeto ajudou a promover essa abordagem e adaptá-la ao contexto local, ao mesmo tempo em que contribuiu para preencher essa lacuna de aprendizagem, testando modelos de aquisição local e apoiando o desenvolvimento de capacidades.
Por fim, essa iniciativa conseguiu trazer a alimentação escolar de volta à agenda de alto nível do governo e às discussões políticas.