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Delegação de Comores conhece programas de gestão de resíduos sólidos em Brasília

- Delegação de Comores conhece programas de gestão de resíduos sólidos em Brasília
“Os comorianos estão conhecendo todo o ciclo de gestão de resíduos sólidos — desde a coleta e triagem até o tratamento final — incluindo visitas a usinas de compostagem, cooperativas de catadores e unidades de reciclagem, além de conhecerem o papel do SLU, responsável pela gestão de todo o resíduo do Governo do Distrito Federal (GDF)”, informou Andrea Tillmann, analista de projetos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, responsável pela missão.
A visita é parte do projeto de cooperação técnica "Melhoramento da Gestão de Resíduos Sólidos em Comores”, que visa contribuir para o enfrentamento de desafios como a falta de infraestrutura adequada, a desorganização na gestão urbana e rural de resíduos e a ausência de políticas de inclusão social no setor.
Durante a missão, quatro representantes comorianos, incluindo especialistas da Agência Nacional de Gestão de Resíduos (ANGD) e o ponto focal da Agência Comoriana de Cooperação Internacional (ACCI), tiveram a oportunidade de conhecer centros de triagem e reciclagem, como a CENTCOOP e o projeto Recicle a Vida; unidades de processamento de resíduos e produção de adubo; e aterros sanitários em Brasília e Águas Lindas de Goiás.
“Nós já reciclamos o nosso lixo, mas não temos mercado para escoar a reciclagem”, afirmou Nassur Said Anoir Cheick, ao conhecer o modelo da cooperativa Recicle a Vida e se dizer impressionado com a organização de todo o processo de gestão de lixo e escoamento dos recicláveis.
A cooperativa Recicle a Vida, uma das visitadas, afirma que tirar o atravessador foi essencial no processo e que, apesar de ter contratos com a indústria para escoar seus produtos, a empresa não consegue atender toda a demanda. Hoje, produz 310 toneladas de reciclados ao mês.
“O processo é caro e temos o desafio da alta tributação”, afirma Mônica Mendes Liccassali, superintendente da cooperativa, que apresentou a história da empresa, bem como os desafios encontrados desde que a Recicle a Vida foi criada, em 2005.
Humanizada
Apesar de haver muitos desafios, a missão da Recicle a Vida tem um DNA humanizado já que investe na saúde e bem-estar de seus cooperados. Com 72 associados, no espaço, que fica na cidade de Ceilândia, zona satélite de Brasília, os catadores trabalham com o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), têm um refeitório que serve as três refeições diárias e plano de saúde.
As catadoras e catadores têm, ainda, a chance de se profissionalizarem em outras áreas: corte e costura, cabeleireiro e panificação são alguns dos cursos desenvolvidas na cooperativa em parceria com o SENAC/DF para incentivar os catadores a melhorar sua renda e autoestima.
Os cursos que não tiverem as vagas preenchidas prioritariamente com os catadores, são disponibilizados para a comunidade.
Mônica Liccassali se emociou ao receber o feedback dos comorianos, com relação à sua paixão pelo trabalho. Apaixonada pelo que faz, a superintendente tem um grande respeito pelo lixo e pelo valor inserido nele.
A catadora Maria Antônia dos Santos compartilha esse respeito pelo lixo. Ela trabalha na Recicle a Vida há cinco anos, mas é catadora há 17. “Eu amo o que eu faço”, afirma sorridente. “Eu me sustento, comprei uma casinha, levei minha filha para a faculdade e sei que o que eu faço ainda ajuda o meio ambiente, que é o principal para mim.”
Intercâmbio
O ponto focal da Agência Comoriana de Cooperação Internacional (ACCI), Ben Yamine Mohammed Soule, permanecerá em Brasília por mais dois dias para aprofundar conhecimentos sobre o modelo de cooperação da ABC, dialogando com as diferentes coordenações para compreender o funcionamento da Agência, bem como para descobrir oportunidades em outras modalidades de cooperação internacional.
Parcerias Estratégicas
Além da ABC e do governo comoriano, participaram da missão representantes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB), além de empresas e cooperativas locais, como a SUSTENTARE Ambiental.
Comores
Localizado no canal de Moçambique, no Oceano Índico, Comores é um país africano formado por quatro ilhas, sendo que as três principais são: Nzwani, Mwali e Ngazidja, que abriga a capital, Moroni. O território nacional não possui fronteiras terrestres, estando entre Moçambique e Madagascar.
A iniciativa é desenvolvida com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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