Da floresta para a sala de aula: Amazônia mostra ao mundo a força da alimentação escolar

Manaus-AM 19 de agosto de 2025Visita a Creche Municipal Profª Libânea Theodora Rodrigues Ferreira.Foto: Michael Dantas/FAO

De 18 a 21 de agosto, Manaus recebeu delegações de 15 países da América Latina e do Caribe para o encontro internacional “Programas de alimentação escolar implementados na Amazônia: desafios e oportunidades”. A missão foi organizada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), com apoio da Prefeitura de Manaus, do Governo do Amazonas e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Durante quatro dias, os participantes conheceram de perto a realidade da execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na Amazônia, por meio de visitas a escolas, creches, agricultores, cooperativas e comunidades indígenas em Manaus, Presidente Figueiredo e Tonantins. A experiência mostrou como a política de alimentação escolar pode conciliar segurança alimentar, respeito cultural e fortalecimento da economia local, ao incluir comunidades tradicionais e indígenas na cadeia produtiva por meio das compras públicas.

Participaram do evento representantes dos governos de Belize, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Paraguai, República Dominicana, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, Suriname e Uruguai, países membros da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), criada pelo governo do Brasil em 2018, com apoio da FAO, para fortalecer e consolidar os programas de alimentação escolar na América Latina e no Caribe.

Na abertura, o economista-chefe da FAO, Máximo Torero, ressaltou que a alimentação escolar tem sido essencial para reduzir a fome na região e hoje beneficia cerca de 85 milhões de estudantes. Para a presidenta do FNDE, Fernanda Pacobahyba, a imersão na Amazônia demonstra que é possível aliar qualidade nutricional, inclusão social e geração de renda. Já a secretária de Educação do Amazonas, Arlete Mendonça, destacou o desafio de atender 380 mil alunos espalhados em 62 municípios, enquanto o secretário municipal de Educação de Manaus, Júnior Mar, lembrou que “alimentar bem é educar com excelência”.

Manaus-AM 19 de agosto de 2025Visita a Escola de Tempo Integral Bilíngue Djalma Batista.Foto: Michael Dantas/FAO

A cooperação internacional também foi enfatizada. Cecilia Malaguti, da ABC, destacou que a troca de experiências fortalece a agenda regional da alimentação escolar sustentável. Para a reitora da UFAM, Tanara Lauschner, o trabalho dos CECANEs - Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição Escolar, tem sido decisivo para apoiar o PNAE na região e servir de referência para outros países. Já Najla Veloso, secretária executiva da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), lembrou que atividades de campo como essa permitem debates mais profundos e melhoram a tomada de decisão dos gestores em seus países.

O encontro integrou a agenda da RAES, criada pelo Brasil em 2018 em cooperação com a FAO, e que hoje reúne 18 países. Ao final, os representantes reafirmaram o compromisso de ampliar o acesso a refeições escolares saudáveis, valorizar a agricultura familiar e consolidar políticas públicas de alimentação escolar inclusivas e sustentáveis em toda a região.

Cooperação internacional

Desde 2009, o governo do Brasil, por meio da ABC e do FNDE, e a FAO trabalham juntos na região para potencializar a implementação de boas práticas e experiências em programas de alimentação escolar, tomando como referência a experiência acumulada de 70  anos do PNAE, que atende diretamente a quase 40 milhões de estudantes por dia, em parceria com os 27 estados e 5.570 municípios brasileiros.

Manaus-AM 19 de agosto de 2025Visita a Escola de Tempo Integral Bilíngue Djalma Batista.Foto: Michael Dantas/FAO

Manaus-AM 19 de agosto de 2025Visita a Escola de Tempo Integral Bilíngue Djalma Batista.Foto: Michael Dantas/FAO