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Cooperação em saúde avança com capacitação de angolanos em hospitais brasileiros
- Cooperação em saúde avança com capacitação de angolanos em hospitais brasileiros
Durante o evento, foram apresentados os objetivos, a estrutura do programa e o plano de trabalho para o ano. Os participantes também acompanharam aula magna sobre os sistemas públicos de saúde do Brasil e de Angola, refletindo sobre desafios e oportunidades para a cooperação entre os dois países.
A embaixadora Luiza Lopes da Silva, diretora substituta da ABC, representou a agência durante o encontro, reforçando o compromisso do Brasil com uma cooperação estruturante e voltada ao fortalecimento de capacidades nacionais.
O representante do Ministério da Saúde de Angola, Djamel Kitumba, enfatizou o esforço do país em ampliar a formação de profissionais, com foco na qualidade do ensino. “Hoje, cerca de 300 angolanos se formam em território brasileiro, e somos muito gratos por essa parceria”, afirmou.
Já o presidente da EBSERH, Arthur Chioro, destacou o papel transformador do intercâmbio: “Essa possibilidade de compartilhar conhecimento vai além da técnica. É um processo que forma e também nos forma”, afirmou.
Representando os estudantes, o angolano Fernando Mateus Sito compartilhou sua experiência como residente em cardiologia clínica no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), onde integra a primeira turma do programa, iniciada em 2024. “Percebo um imenso ganho de conhecimento e experiência, a partir de preceptores inclusivos que transmitem os ensinamentos de forma concisa e objetiva. Queremos retribuir essa oportunidade contribuindo para o desenvolvimento da saúde de Angola”, afirmou.
Só em 2024 e 2025, por exemplo, o HU-UFMA já recebeu 43 estudantes angolanos. Outros 25 hospitais da Rede EBSERH e 15 instituições de ensino conveniadas ao Ministério da Saúde participam do programa, em áreas como cardiologia, ginecologia, pediatria, infectologia e outras especialidades.
A gerente de ensino e pesquisa do HU-UFMA, Rita da Graça Corrêa, ressaltou o impacto da presença dos estudantes na instituição. “Essa convivência tem estimulado uma escuta mais atenta, valorizado a diversidade cultural e ressignificado os processos de ensino-aprendizagem, fortalecendo os sistemas públicos de saúde por meio da cooperação internacional”, afirmou.
Destaca-se, ainda, a adesão de renomadas instituições de ensino ao Programa, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), consolidando o compromisso do Brasil com a formação de excelência dos profissionais angolanos e ampliando significativamente a oferta de cursos presenciais em 2025.
Cooperação estruturante para fortalecer os sistemas de saúde
O Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil–Angola foi lançado oficialmente em abril de 2024 e tem como objetivo apoiar o fortalecimento do sistema público de saúde angolano por meio da formação de profissionais em instituições brasileiras. A iniciativa prevê capacitações nas modalidades de residência (fellowship), mestrado, doutorado, especializações, cursos de aperfeiçoamento e ensino à distância.
A iniciativa é desenvolvida com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
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