Cooperação Brasil–FAO apoia participação internacional em capacitação sobre o bicudo-do-algodoeiro

Cooperação Brasil–FAO

O projeto de cooperação Sul-Sul +Algodão, uma iniciativa conjunta da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), uniu-se à Embrapa Algodão para apoiar a participação de países parceiros na 6ª edição da Capacitação sobre o bicudo-do-algodoeiro, realizada nos dias 11 e 12 de junho.

A capacitação, promovida regularmente pela Embrapa Algodão, tem como objetivo compartilhar informações técnicas relacionadas à criação do Anthonomus grandis, conhecido como bicudo-do-algodoeiro, em condições de laboratório e casa de vegetação, com aplicações em pesquisas científicas e programas de manejo integrado de pragas.

Embora o curso seja tradicionalmente voltado a pesquisadores, técnicos e extensionistas brasileiros, nesta edição foram abertas vagas para profissionais dos países parceiros do projeto +Algodão. Por meio do projeto, a ABC e a FAO viabilizaram a inscrição dos participantes internacionais e disponibilizaram serviço de tradução simultânea, de modo a garantir a efetiva troca de conhecimentos entre os países da região.

Ao todo, participaram do curso cerca de 60 pessoas, sendo aproximadamente 20 representantes da Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru, além de técnicos e pesquisadores do Brasil.

Na abertura do curso, Daniel Ferreira, chefe-geral da Embrapa Algodão, destacou o compromisso da instituição no enfrentamento aos danos causados pelo bicudo-do-algodoeiro. “Este curso vem somar na possibilidade de utilizar novas técnicas para a convivência e o controle dessa praga”, afirmou.

Adriana Gregolin, coordenadora regional do projeto +Algodão, parabenizou os participantes da região e agradeceu à Embrapa pela abertura à cooperação internacional.

Já Mariana Falcão, analista de projetos da ABC, destacou que a cooperação Sul-Sul, por meio do projeto +Algodão, tem possibilitado espaços de diálogo para a troca de experiências, o estabelecimento e o desenvolvimento de práticas exitosas, tanto do Brasil quanto dos países parceiros. “Para a cooperação brasileira, espaços como este — proporcionados por instituições tão valiosas como a Embrapa —, que desde o início dessa cooperação têm apoiado o desenvolvimento agrícola de países da África, América Latina e de todo o Sul Global, são fundamentais”, afirmou.

Contexto

O algodão é uma das culturas agrícolas mais relevantes mundialmente, gerando renda para milhões de famílias, tanto em zonas rurais quanto no setor industrial. No entanto, a presença do bicudo-do-algodoeiro, uma das pragas mais devastadoras dessa cultura, tem provocado perdas significativas de produtividade e aumento dos custos de produção, afetando gravemente tanto pequenos quanto grandes produtores.

Nesse contexto, a pesquisa científica e o manejo integrado de pragas têm papel fundamental para garantir a sustentabilidade da cultura. O Brasil conta com mais de 30 anos de experiência no controle e erradicação do bicudo, com protagonismo de instituições como a Embrapa Algodão e por meio da cooperação técnica com países vizinhos, promovendo práticas sustentáveis e tecnologias inovadoras.