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Brasil realiza no Paraná reuniões da ONU e apresenta pedido oficial de classificação internacional de equipe nacional de busca e resgate urbano

- Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil da SEDEC/MIDR, Wolnei Wolff, e o Coordenador-Geral de Cooperação Humanitária da ABC/MRE, Ministro José Solla
O encontro, que vai até sexta-feira (28/11), reúne representantes dos países americanos para debater estratégias de ação do INSARAG para 2026.
O evento do INSARAG foi precedido da XII Reunião Regional Consultiva do mecanismo de Coordenação de Coordenação e Avaliação de Desastres das Nações Unidas, realizado no mesmo local, em 26/11. Na semana passada, entre 21 e 25/11, representantes de equipes de países das Américas, inclusive do Brasil, participaram de um curso técnico sobre o sistema de coordenação e gestão do INSARAG e de reunião conjunta dos grupos de trabalho global e regional sobre busca e resgate na resposta a inundações foram realizados na Escola Superior de Bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), em São José dos Pinhais.
Os eventos são coordenados pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e contam com a parceria do CBMPR na organização. Esses eventos das Nações Unidas organizados pelo governo brasileiro culminam a presidência brasileira da região Américas no INSARAG no ano de 2025 e integram uma programação de ações que colocam o Paraná no centro de discussões internacionais sobre preparação e resposta a grandes desastres.
INSARAG
Além de reuniões e da capacitação técnica de países das Américas facilitada pelas autoridades brasileiras, a semana marca também a apresentação da solicitação brasileira para a classificação de uma equipe INSARAG, de nível pesado (o mais alto), a ser coordenada pela ABC/MRE, chefiada pela SEDEC/MIDR e integrada conjuntamente pelo corpos de bombeiros militares dos Estados do Paraná e de Minas Gerais e pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Conforme consta do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil 2025-2035, lançado pelo Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em 11/11, durante a COP-30, em Belém, essa equipe integrará a Força Humanitária Multidisciplinar Brasileira em resposta a apelos recebidos de países atingidos por desastres — um marco inédito para o Brasil, que se junta a outros países das Américas com equipes similares (Estados Unidos, Chile e Colômbia e, a partir de 2026, Equador) e de vários países das demais regiões do INSARAG (Ásia-Pacífico e África/Europa/Oriente Médio).
“A reunião tem a participação de representantes dos escritórios da ONU em Genebra e no Panamá, aos quais faremos pedido oficial de classificação da equipe pesada brasileira no INSARAG. Esta equipe, com bombeiros militares do Paraná, de São Paulo e de Minas Gerais, vai integrar a Força Humanitária Brasileira dentro do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, apresentado na COP-30”, explica o ministro José Solla, Coordenador-Geral de Cooperação Humanitária da ABC.
“Trazer essa reunião das lideranças do INSARAG nas Américas para Curitiba, tendo o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná como anfitrião, é uma grande honra, sobretudo neste momento importantíssimo para o país, em que junto com os colegas de São Paulo e Minas Gerais lançamos a candidatura da primeira equipe brasileira de salvamento classificada pela ONU”, ressalta o comandante-geral do CBMPR, coronel Antonio Geraldo Hiller Lino.
Histórico
Criado em 1991 e vinculado ao Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o INSARAG estabelece metodologia e padrões internacionais para Equipes de Busca e Resgate Urbano (IUSAR. na sigla em inglês) e para a coordenação de respostas a grandes desastres, a exemplo de terremotos e estruturas colapsadas. No momento, discute-se a integração dessas três décadas de experiência no salvamento de vidas para desastres decorrentes de inundações.
A presença do grupo consultivo da ONU no Paraná reforça o protagonismo nacional do CBMPR em temas de planejamento, de resposta e de coordenação internacional, junto com Minas Gerais e São Paulo. Segundo o major BM Ícaro Gabriel Greinert, do CBMPR, membro do Grupo Técnico de Apoio e Reconhecimento do INSARAG, toda a preparação necessária para conquistar a classificação da ONU traz uma bagagem de conhecimento especializado e treinamento que refletem diretamente na melhoria da qualidade do trabalho da corporação como um todo, beneficiando a população brasileira.
“Ao cumprir a extensa lista de requisitos do INSARAG para receber a classificação, melhoramos muito a capacidade de resposta dentro do nosso país e dentro do Paraná. Já tivemos provas disso com as ocorrências que atendemos das enchentes no Rio Grande do Sul e, recentemente, com o tornado em Rio Bonito do Iguaçu, que aconteceram após o início deste treinamento, em 2023”, explica o major.
América Latina e Caribe
As equipes classificadas para atuação pelo INSARAG são divididas nas categorias leve, média e pesada, de acordo com o número de profissionais e a capacidade operacional.
Durante a reunião em Curitiba, os pontos focais políticos brasileiros para o INSARAG, o Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil da SEDEC/MIDR, Wolnei Wolff, e o Coordenador-Geral de Cooperação Humanitária da ABC/MRE, Ministro José Solla, entregaram à ONU o pedido formal para a classificação da inédita equipe pesada “BRA-01”, que reunirá bombeiros especializados do Paraná, de São Paulo e de Minas Gerais. A previsão é de que a avaliação para a classificação seja feita em 2027, após o período de dois anos de preparação exigido pela metodologia do INSARAG. Caso seja aprovado, será a primeira equipe pesada classificada pela ONU no Brasil e em toda a América Latina e Caribe, fortalecendo a capacidade de resposta da região.
Capacitação Internacional
A programação do grupo consultivo da ONU teve início em 21/11 com o curso do Sistema de Coordenação e Gestão do INSARAG (ICMS). Ministrado na Escola Superior de Bombeiro Militar do Paraná (ESBM), o treinamento foi finalizado no dia 25/11, com a formatura dos 29 participantes. Entre eles, além de bombeiros militares paranaenses, paulistas e mineiros, participaram representantes da Defesa Civil Nacional e do Estado de Minas Gerais e profissionais da Argentina, da Colômbia, de Cuba, de El Salvador e do Equador.
Esta foi a segunda edição do curso, realizado anteriormente na Escola Superior de Bombeiros do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em Franco da Rocha (SP), de 13 a 17 de outubro passado, quando foram diplomados outros 29 participantes. Entre eles, bombeiros paranaenses, paulistas e mineiros, representantes da Defesa Civil Nacional e profissionais da Argentina, do Chile, de Costa Rica, de El Salvador, do Equador e da Guatemala.
O ICMS capacita os participantes no uso do sistema de georreferenciamento empregado pela ONU para padronizar o comando e controle em operações internacionais, garantindo que todas as informações de campo sejam compartilhadas de forma integrada.
Desafios do continente
Apesar do INSARAG ter se originado com foco em terremotos, a ONU estima que, atualmente, mais de 80% das demandas internacionais de assistência em desastres estão relacionadas a inundações, o que torna o tema prioritário, merecendo um grupo global com foco nesse tipo de ocorrência.
Nesse sentido, paralelamente ao ICMS, a ESBM sediou também a reunião conjunta dos grupos de trabalho global e regional das Américas sobre Busca e Resgate na Resposta a Inundações. Criado em 2025, o grupo regional é copresidido pelo major Gabriel e pelo bombeiro chileno Carlos Tornquist. A proposta é alinhar uma metodologia comum para a resposta a inundações, com capacitações e treinamentos conjuntos. “Foi a primeira reunião presencial deste grupo das Américas e isso fortalece nossos intercâmbios e a construção de protocolos comuns para a região”, pontuou o major Gabriel. “Como o Brasil enfrenta eventos extremos cada vez mais frequentes, especialmente inundações, é fundamental que o CBMPR esteja alinhado ao que há de mais atualizado em padrões internacionais”, conclui o bombeiro militar.
Com informações do Governo do Paraná

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- (Curso ICMS e GTs), em SJPinhais