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Brasil reafirma compromisso com a segurança pública no Haiti e inicia nova etapa de cooperação com a Polícia Nacional Haitiana
- Reunião entre autoridades brasileiras e haitianas marca lançamento de programa de formação de policiais haitianos no Brasil
O objetivo central da reunião foi reafirmar o apoio brasileiro ao fortalecimento institucional da Polícia Nacional do Haiti (PNH), com foco na formação técnica e operacional de seus agentes. A partir de agosto, será iniciada no Brasil a capacitação da primeira turma de 30 policiais haitianos, no âmbito de um novo programa de formação coordenado pela ABC e pela Academia Nacional de Polícia da Polícia Federal. A iniciativa inclui cursos em técnicas de intervenção urbana, inteligência policial para o combate ao crime organizado e liderança de alta performance.
Durante o encontro, o Diretor-Geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou que a iniciativa está alinhada com a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de contribuir ativamente com a reconstrução do Haiti. “Temos as competências e estamos à disposição para apoiar o fortalecimento da Polícia Nacional Haitiana nas áreas de inteligência e gestão da segurança pública. Esta também é a casa de vocês”, afirmou. E completou: “Essa nossa cooperação é um processo vivo e contínuo, mas seguimos dispostos a atender às necessidades e demandas do Haiti, avaliando o período atual da nossa cooperação e considerando eventuais novas fases.”
O Diretor da ABC, Embaixador Ruy Pereira, ressaltou que a cooperação brasileira com o Haiti abrange diversas áreas — da saúde à segurança pública — e é guiada pelas prioridades definidas pelo país parceiro. “A cooperação brasileira é feita com base na demanda do país parceiro. Nunca saímos do Haiti, nunca deixamos o Haiti. E seguiremos com o Haiti, enquanto houver interesse em cooperar com o Brasil”, afirmou. Ele também frisou que a troca de conhecimentos e tecnologias é o cerne da cooperação internacional brasileira.
O Presidente Fritz Alphonse Jean enfatizou a urgência de capacitar a juventude haitiana como estratégia para conter o avanço das gangues e garantir a reconstrução do país. “Precisamos transformar o potencial dos jovens em capacidade. Sem formação, eles não terão as ferramentas para fazer o Haiti crescer. É preciso investir na formação de formadores e incorporar competências tecnológicas, como o uso de drones e habilidades cibernéticas”, ressaltou.
O Embaixador do Brasil em Porto Príncipe, Luis Fernando de Carvalho, contextualizou a parceria à luz da história e dos desafios atuais do Haiti. “Somos unidos por laços históricos e culturais, e a crise de segurança hoje impede qualquer ação em grande parte de Porto Príncipe. A segurança pública é fundamental para que projetos de cooperação técnica possam ser retomados e para que o Haiti possa realizar eleições”, declarou. Carvalho também afirmou que o Presidente Lula está atento e sensível à situação, e que a parceria com a Polícia Federal representa um primeiro passo essencial neste novo ciclo.
A Diretoria de Ensino da Polícia Federal, responsável pela implementação do programa, informou que esta nova fase dá continuidade a esforços anteriores — entre 2009 e 2011, a PF já havia capacitado agentes haitianos em diversas áreas. Agora, os cursos serão realizados nas instalações da Academia Nacional de Polícia, em Brasília, e contarão com suporte técnico e financeiro da ABC. A primeira turma inicia as atividades em 7 de agosto.
A cooperação Brasil-Haiti em segurança pública é parte de um esforço mais amplo de apoio ao desenvolvimento haitiano, que também inclui áreas como saúde, educação, segurança alimentar e formação profissional. Um dos exemplos mais recentes é o Centro de Formação Técnica Paulo Freire de les Cayes, inaugurado em outubro de 2024 naquela cidade haitiana, com capacidade para formar até 3 mil jovens por ano.
A reunião encerrou-se com uma declaração de compromisso mútuo e solidariedade. Como afirmou o Embaixador Ruy Pereira: “A cooperação entre Brasil e Haiti representa mais do que a execução de projetos: é a construção de pontes entre povos irmãos, guiados pela solidariedade, pelo respeito e pelo compromisso com a dignidade humana.”
A iniciativa é desenvolvida com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
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