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Brasil participa do I Seminário de Cooperação Técnica da ZOPACAS em Cabo Verde
A capital cabo-verdiana, Praia, sediou nesta quinta-feira (4) o I Seminário de Cooperação Técnica da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), reunindo representantes de 17 países para discutir iniciativas de integração, governança oceânica, segurança marítima e fortalecimento institucional no Atlântico Sul. O evento dá continuidade aos compromissos assumidos no Plano de Ação de Mindelo e contribui diretamente para a preparação da Presidência Pro Tempore do Brasil, que terá início em abril de 2026. 
A abertura contou com a presença do Embaixador Carlos Márcio Cozendey, Secretário de Assuntos Político-Multilaterais do Ministério das Relações Exteriores, representando o Brasil, e da Ministra de Estado e da Defesa Nacional de Cabo Verde, Janine Lélis.
Em sua intervenção, a Ministra afirmou que Cabo Verde está “comprometido com a paz e a estabilidade no espaço marítimo”, destacando que a cooperação regional é essencial para o reforço do Estado de Direito no mar e para uma governança marítima sustentável.
Segundo Janine Lélis, a segurança das águas cabo-verdianas é condição fundamental para o desenvolvimento do país, influenciando diretamente o crescimento econômico, a segurança alimentar, a geração de empregos e o bem-estar das populações. Ela também ressaltou que a ZOPACAS permanece como “uma plataforma indispensável para reforçar a segurança cooperativa, a confiança mútua e a estabilidade estratégica no Atlântico Sul”.
Participação brasileira e compromisso com a cooperação Sul-Sul
Em sua fala na abertura, o Embaixador Carlos Márcio Cozendey destacou a importância do encontro para orientar os próximos passos da cooperação no Atlântico Sul, afirmando que “este Seminário deve servir como uma bússola para definirmos o rumo da nossa cooperação nos próximos anos, ajudando-nos a identificar como fortalecer a ZOPACAS em benefício das nossas sociedades”. 
A delegação brasileira é composta por representantes do Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Defesa, Ministério do Meio Ambiente, Marinha do Brasil e Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE).
A participação brasileira no seminário também integra os preparativos para a Presidência Pro Tempore do Brasil na ZOPACAS, que será assumida em abril de 2026. As discussões e propostas levantadas em Praia servirão como subsídios diretos para a elaboração do próximo Plano de Ação e para o fortalecimento das iniciativas de cooperação técnica no Atlântico Sul.
Debates técnicos e prioridades da cooperação
Ao longo do primeiro dia, o seminário promoveu debates sobre temas estratégicos para a região. O Painel I tratou dos fundamentos científicos e técnicos para a extensão da Plataforma Continental além das 200 milhas náuticas, com apresentações sobre mapeamento marinho, aquisição de dados oceanográficos e experiências de submissões conjuntas à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC).
O Painel II concentrou-se em defesa, segurança marítima e combate a crimes no mar. Foram discutidos sistemas integrados de vigilância, interoperabilidade entre centros de operações, patrulhas conjuntas, cibersegurança e os desafios crescentes associados ao crime organizado transnacional, pesca ilegal, terrorismo, poluição marinha e impactos das mudanças climáticas.
Próximos debates
O seminário segue nesta sexta-feira (5) com painéis dedicados ao Planejamento Espacial Marinho, biodiversidade, mudanças climáticas, estudos oceanográficos e à apresentação das experiências da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em iniciativas de desenvolvimento com países africanos.




