Brasil lidera debate global sobre bancos de leite humano e mudanças climáticas em evento pré-COP30

Reunidos BLH pre-Cop

A Diretora Substituta da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Embaixadora Luiza Lopes da Silva, representou o Ministério das Relações Exteriores (MRE) no evento. Ressaltou a importância da presença de representantes estrangeiros da América Latina (Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Panamá, El Salvador e México), Europa (Associação Europeia de Bancos de Leite EMBA) e África Lusófona (Angola, Moçambique e Cabo Verde, na modalidade virtual, membros da Rede de Bancos de Leite Humano da CPLP).

Recordou a gênese simultânea, nos anos 1980, das pesquisas e desenvolvimento tecnológico sobre Bancos de Leite Humano realizados pela FIOCRUZ e da cooperação Sul-Sul brasileira, com a criação da Agência Brasileira de Cooperação em 1987. Com o reconhecimento internacional da experiência brasileira nos bancos de leite, os dois órgãos estabeleceram um trabalho conjunto sólido que prossegue até os dias de hoje, concretizado na rede crescente de parcerias internacionais. Essa construção se deu bilateralmente, país a país, e também no âmbito regional, com a criação de redes no hemisfério e na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Como resultado da cooperação brasileira, foram criadas até o momento 91 unidades no exterior, distribuídas em 23 países. Recordou serem sólidas as credenciais do Brasil que, em quatro décadas, construiu a maior e mais complexa Rede de bancos de leite humano do mundo, reconhecida pela ONU como modelo internacional.

Ressaltou a elevada procura, por outros países, pela expertise brasileira em projetos de viés social, de baixo custo de implantação\manutenção e amplos resultados. Recordou que um dos diferenciais da cooperação técnica brasileira é a possibilidade de compartilhamento de políticas e programas criados, aperfeiçoados e aplicados no Brasil que, pelo seu custo financeiro relativamente baixo, podem ser replicados em grande escala em outros países. Indicou ser exatamente esse o perfil do programa de bancos de leite humano, a exemplo do programa nacional de alimentação escolar (PNAE), do programa de construção de cisternas em regiões semi-áridas, do modelo de ensino técnico profissionalizante e de tantos outros.

O evento resultou ainda na criação de um grupo de trabalho, com o propósito de ampliar os BLHs na Pan-Amazônia, região estratégica para a COP30. As conclusões serão levadas à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, ocasião em que o Brasil apresentará os bancos de leite como política pública integrada para saúde e sustentabilidade.

A iniciativa é desenvolvida com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Embaixadora Luiza Lopes da Silva, diretora-substituta da Agência Brasileira de Cooperação (ABC)

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