Notícias
Brasil e FAO impulsionam soluções inovadoras para fortalecer a agricultura familiar no Corredor Seco da América Central

- FAO/Eduardo Calix
Por meio do projeto “Inovação para a Redução de Riscos Agroambientais nos Países do Corredor Seco da América Central – Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e Gestão de Recursos Hídricos”, coordenado pela ABC/MRE em parceria com a FAO, a ferramenta ZARC — desenvolvida pela EMBRAPA — foi adaptada à realidade de Guatemala, Honduras e El Salvador. Essa adaptação tem promovido decisões agroclimáticas inteligentes, apoiado a formulação de políticas públicas para os produtores, enfrentado riscos climáticos, reduzido a pobreza rural e mitigado vulnerabilidades socioeconômicas na região. A iniciativa atua em territórios onde longos períodos de estiagem, elevação das temperaturas e chuvas intensas ameaçam os meios de vida nas zonas rurais. Nesses cenários, o apoio do governo brasileiro, em parceria com a FAO e os governos locais, tem sido decisivo para ampliar o acesso à inovação, à informação e ao fortalecimento institucional das comunidades beneficiadas.
Zarc
A principal ferramenta aplicada no projeto é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), metodologia desenvolvida no Brasil, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), e adaptada para o contexto de Honduras, Guatemala e El Salvador. Agricultores como Pablo Osorto, da comunidade El Castaño, em Honduras, passaram a utilizar o ZARC para planejar suas plantações com base em dados climáticos e de solo, reduzindo perdas e aumentando a eficiência da produção. “O ZARC nos permite saber quando plantar, o quanto de água teremos no solo e qual o risco de perda. Isso muda a forma como lidamos com a agricultura”, explica Dom Pablo, como é conhecido em sua comunidade.
As inovações, no entanto, vão além da adaptação climática. Em El Salvador, jovens como Nubia Fuentes se destacam na liderança de práticas sustentáveis. Com apenas 22 anos, ela aprendeu a operar sistemas de irrigação por gotejamento nas Escolas de Campo e agora lidera ações de conservação do solo e promoção da agroecologia. Nubia inspira outras mulheres a adotarem soluções que garantem produtividade e preservação ambiental.
Na Guatemala, o destaque vai para a gestão sustentável da água. A jovem Ingrid Ramírez, agricultora e liderança comunitária, ajudou sua família a implementar tanques de captação de chuva, irrigação por gotejamento e piscicultura. A diversificação da produção levou à criação da Cooperativa Maya Chortí, que também participa de programas de alimentação escolar e fortalece a economia local.
Essas experiências demonstram que, mesmo diante de desafios climáticos extremos, o conhecimento tradicional, quando aliado à tecnologia e à cooperação internacional, pode transformar realidades. A atuação conjunta da ABC e da FAO tem se mostrado estratégica para garantir segurança alimentar, gerar renda, proteger o meio ambiente e construir comunidades mais resilientes.

- FAO/Víctor Farfán

- FAO/Rebeca León

- FAO/Mario Araujo

- FAO/Mario Araujo