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Beninenses conhecem de perto políticas públicas brasileiras que integram alimentação e agricultura

- Projeto aproxima Brasil e Benim em busca de merendas mais nutritivas e agricultura mais forte
A agenda envolveu visitas técnicas a escola, unidade de saúde, assentamentos de agricultores familiares e reuniões com autoridades dos ministérios da Educação, Agricultura, Saúde e Desenvolvimento Social. O objetivo foi trocar experiências sobre as políticas públicas brasileiras relacionadas à alimentação escolar, à agricultura familiar e à segurança alimentar e nutricional.
O modelo do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi apresentado por Daniel Baldoni, coordenador de segurança alimentar e nutricional do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). Para Baldoni, o Programa é estratégico por integrar educação alimentar e nutricional com a agricultura familiar. “É um modelo em que os estudantes têm acesso à alimentação adequada; as escolas recebem produtos locais e frescos; e os agricultores passam a ter uma renda mais estável, contribuindo para a economia nas comunidades onde vivem."
Dominique Dedegbe, representante do Ministério da Agricultura de Benim, afirmou que o Projeto Além do Algodão trouxe mudanças estruturais para muito setores. "Tivemos muitos avanços na nossa forma de plantar algodão com culturas consorciadas de alimentos, fornecidos para a alimentação escolar. Queremos avançar ainda mais nesse sentido."
Fousséni Yaro, presidente da cooperativa de agricultores da vila de Copargo, celebrou a experiência. "O Projeto nos abriu os olhos para uma nova forma de plantar. Passamos a produzir mais e melhor, levando em conta as propriedades do solo e a utilização de controle biológico de pragas."
A analista de projetos da ABC, Riffat Iqbal, destacou os impactos da visita para o projeto. "Essa missão é um passo importante para que a cooperação técnica continue gerando resultados concretos no Benim."
Já o diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, Daniel Balaban, destacou o papel da parceria internacional. "Cooperar é uma via de mão dupla para promover soluções sustentáveis e adaptadas à realidade local, fortalecendo a produção de alimentos e o direito à alimentação", afirmou.
O projeto é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). Em sua representação, a nutricionista e Professora Débora Porcino pontuou: "Observamos como temos elementos em comum entre o Brasil e o Benim. Em especial na Bahia, que tem a influência africana nos ingredientes e nos pratos que preparamos, inclusive para a alimentação escolar. O que ressaltamos é a importância de oferecer variedades no cardápio, contribuindo para o enriquecimento nutricional da alimentação escolar."
O agrônomo e também Professor da UFOB, Mario Santos, falou do ponto de vista da sua área. "A visita ao Sítio Sementes foi uma oportunidade de apresentar no Brasil o que trabalhamos lá no Benim sobre agricultura sintrópica, como uma alternativa sustentável de produção para climas tropicais, unindo agrofloresta e agroecologia."
Representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil participaram das atividades durante toda a semana. O projeto é financiado com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).