Brasil e África do Sul trocam experiências sobre as políticas brasileiras integradas de alimentação escolar com compras da agricultura familiar

Brasil e África do Sul trocam experiências sobre as políticas brasileiras integradas de alimentação escolar

Entre os dias 17 e 21 de março, uma delegação sul-africana esteve no Brasil para conhecer de perto o modelo de compras locais para alimentação escolar adotado no país. A visita técnica foi organizada no âmbito da parceria de cooperação Sul-Sul entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP), além de ter recebido apoio de diversas instituições parceiras.

Composta por 12 especialistas e representantes do governo sul-africano, a delegação teve a oportunidade de conhecer a estrutura do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e sua integração com a agricultura familiar. Atualmente, a África do Sul busca fortalecer o fornecimento de produtos frescos de pequenos agricultores para seu Programa Nacional de Nutrição Escolar (NSNP), que atende cerca de 9,6 milhões de estudantes. O objetivo do país é garantir que pelo menos 30% dos vegetais utilizados na merenda sejam adquiridos diretamente de pequenos produtores locais.

A programação incluiu reuniões temáticas sobre políticas públicas, controle de qualidade e segurança alimentar, além de visitas a cooperativas e escolas. No primeiro dia, os visitantes conheceram o funcionamento do FNDE e as diretrizes do PNAE. Durante a abertura do encontro, o diretor do Centro de Excelência contra a Fome, Daniel Balaban, ressaltou a importância da cooperação entre Brasil e África do Sul:

“Acredito fortemente que, se cooperamos, vamos nos desenvolver muito mais e promover melhorias nos dois países.”

Conforme destacou o representante da ABC, Conselheiro Paulo Joppert, “A história de aproximadamente 20 anos da nossa cooperação em alimentação escolar demonstra que as visitas presenciais ao Brasil são essenciais para o intercâmbio de conhecimentos e para fortalecer programas sustentáveis nessa área. Tenho certeza de que esta visita da delegação sul-africana será mais uma oportunidade de aprendizado mútuo e de fortalecimento da parceria entre nossos países.”

Outro destaque da agenda foi a visita à Cooperativa Taquara, em Planaltina, onde os participantes puderam observar a logística de produção e distribuição de alimentos frescos para a alimentação escolar. Na Escola Classe Monjolo, a delegação interagiu com alunos e conheceu o cardápio servido nas refeições escolares, reforçando a importância da alimentação nutritiva para o aprendizado.

Além disso, a delegação visitou a Laticínios Araguaia, que fornece queijo mussarela e manteiga para 700 escolas do Distrito Federal. O intercâmbio de experiências também abordou os desafios enfrentados pelos agricultores familiares sul-africanos, como a necessidade de capacitação e organização em cooperativas para garantir um fornecimento regular de alimentos às escolas.

No dia 20 de março, a delegação fez uma visita de cortesia à ABC para falar sobre os mecanismos da cooperação e trocar ideias sobre a cooperação em segurança alimentar e nutricional.

A troca de conhecimentos entre Brasil e África do Sul reforça o potencial da cooperação Sul-Sul na busca por construção de caminhos para desafios comuns. A experiência brasileira na integração entre agricultura familiar e alimentação escolar serve de referência para aprimorar políticas públicas que garantam segurança alimentar e incentivem o desenvolvimento rural sustentável.

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