G20 social chega a Teresina e discute o enfrentamento à fome e o combate à pobreza

As contribuições da sociedade civil para o G20 no enfrentamento à fome e combate à pobreza foram tema do Seminário Nacional realizado em Teresina, no Piauí, nesta segunda-feira, 20 de maio. Com participação dos ministros Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República e Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, do governador do Piauí, Rafael Fonteles e da presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Elisabetta Recine, o debate faz parte das atividades do G20 Social no estado. Uma delas foi a reunião aberta da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN).

Estes eventos do G20 Social, no Piauí, são encontros com a sociedade civil que antecedem a 3ª reunião presencial de nível técnico da Força-Tarefa da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que começa na próxima quarta-feira.  As atividades realizadas em Teresina integram uma das iniciativas inéditas determinadas pelo presidente Lula, na presidência do G20. A intenção é que a participação popular, concretizada no G20 Social, seja um dos legados da presidência brasileira no G20. O encontro desta segunda-feira vai também contribuir para a definição das bases técnicas para a construção desta Aliança.

Macêdo destacou a importância da reunião em Teresina e lembrou os três grandes temas propostos pela presidência do Brasil no G20: o combate à desigualdade e à fome, o enfrentamento das mudanças climáticas e a sustentabilidade, e a governança global. “O mundo hoje é muito mais diverso do que era no pós-guerra quando foi estabelecida essa governança global e é importante que haja uma discussão sobre a nova governança mundial que possa ouvir mais a África, que possa ouvir a China, os Brics e o sul global” afirmou o ministro-chefe da Secretaria-Geral ressaltando que é fundamental , como indicou o presidente Lula ao assumir a presidência do bloco das economias mais importantes do planeta, que o combate à fome e à desigualdade seja discutido por todos os países.

Durante seu discurso, o Ministro ainda destacou a reconstrução das estruturas de combate à fome feita pelo governo federal em 2023. E lembrou que as ações tiveram um resultado muito importante: mais de 24 milhões de brasileiras e brasileiras deixaram de passar fome. Macêdo reafirmou que o compromisso do governo federal é a retirada do Brasil do Mapa da Fome até o fim do mandato do presidente Lula.

À tarde, Márcio Macêdo encontrou-se com movimentos sociais e organizações da sociedade civil e tratou do tema da fome e da participação social. Ele falou da reativação e renovação de programas e estruturas de participação e também de programas sociais. “Nós estamos reconstruindo o país e eu sei que tem muita coisa das demandas que ainda está por vir. O que a gente tem que fazer é uma relação transparente e respeitosa. Nós vamos sempre dizer com clareza: isso a gente pode fazer e isso a gente não pode fazer agora. É assim a nossa relação com os companheiros dos movimentos”, disse Macêdo.

G20 Social

Uma das marcas do governo federal nesta gestão do presidente Lula é que a sociedade civil seja ouvida no processo de construção das políticas públicas. A determinação é a mesma para a agenda internacional. O G20 Social foi anunciado pelo presidente Lula na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, na Índia, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do bloco.

O objetivo do G20 Social é ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e nos processos decisórios do G20, que durante a presidência brasileira tem por lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.

Como um país plural, diverso e com autoridade para tratar de questões fundamentais, como a mudança climática e combate à fome e à pobreza, o G20 Social garantirá espaço para as diferentes vozes, lutas e reivindicações das populações e dos agentes não-governamentais dos países que compõem as maiores economias do mundo.

Os 13 grupos de engajamento que fazem parte do G20 Social são: C20 (sociedade civil); T20 (think tanks); Y20 (juventude); W20 (mulheres); L20 (trabalho); U20 (cidades); B20 (business); S20 (ciências); Startup20 (startups); P20 (parlamentos); SAI20 (tribunais de contas); e os mais novos J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos).

O ponto alto do G20 Social será a Cúpula Social, entre os dias 15 e 17 de novembro de 2024, às vésperas da Cúpula de Líderes do G20, as duas no Rio de Janeiro. A Cúpula Social será o palco que mostrará os trabalhos desenvolvidos ao longo de quase um ano pelas sociedades, um panorama rico da troca de experiências entre agentes não–governamentais que, certamente, mostrarão novos caminhos para a construção de políticas que reflitam valores como justiça social, econômica e ambiental e a luta pela redução de todo tipo de desigualdade.