Governo Federal promove encontro da Trilha de Finanças do G20 com representantes da sociedade civil brasileira

O primeiro encontro da Trilha de Finanças do G20 e a sociedade civil, por meio do G20 Social, aconteceu, nesta quinta-feira (8), em São Paulo, com a participação presencial de diversos representantes da sociedade civil. A iniciativa é inédita e está alinhada à intenção da presidência brasileira de valorizar a sociedade civil no G20, a partir da atuação do G20 Social. 

Outros tantos puderam acompanhar o evento de forma online pelos canais do YouTube do Ministério da Fazenda e da Secretaria-Geral da Presidência da República. Esse é o primeiro de uma série de cinco encontros da trilha financeira com as sociedades civis do G20. O encontro inicial foi voltado especificamente para à sociedade civil brasileira. 

Os encontros têm como objetivo abrir espaços para compartilhar o andamento dos debates da Trilha de Finanças e para ouvir as considerações de grupos de engajamento e da sociedade sobre os temas prioritários. O momento é uma forma de conexão entre o público e as pessoas que são representantes dos países no G20, em especial, do Brasil.

A responsável pela relação da sociedade civil com a Trilha de Finanças, Tatiana Berringer, fez a fala de abertura e participou dos debates da primeira mesa, que apresentou o G20 e a presidência brasileira ao público. “A ideia é que vocês possam ouvir da nossa equipe os principais temas que estão sendo debatidos nas atividades preparatórias da Cúpula dos Chefes de Estado em novembro”. 

Apresentações

O evento “G20 Brasil: prioridades e desafios”, foi composto por três mesas de debate, com a ideia de esclarecer as principais dúvidas de representantes da sociedade civil sobre o funcionamento e a estrutura do G20 e do G20 Social.

Durante a manhã, Tatiana Berringer (Ministério da Fazenda), Flávio Pazeto (Ministério das Relações Exteriores) e Gustavo Westmann (Secretaria–Geral da Presidência da República) apresentaram as características da presidência brasileira para o G20. “Abriremos um canal de diálogo e interação entre a sociedade civil e os representantes da Trilha de Finanças”, afirmou Berringer. 

“É preciso ampliar a participação social nesse processo e alavancar as possibilidades de interface com o G20. Essa é uma grande marca da presidência brasileira”, afirmou Gustavo Westmann. Ele explicou que as contribuições da sociedade civil vão subsidiar a Cúpula Social, em novembro: “A Cúpula será um momento de construção, de amarrar tudo que vai acontecer ao longo do ano, nesse contexto de G20 Social”, finalizou.

No período da tarde, a primeira mesa detalhou as propostas da Trilha de Finanças do G20 e contou com a participação do coordenador dos Grupos de Trabalhos (GTs) de Tributação e Arquitetura Financeira Internacional (IFA), Felipe Antunes; a representante do Banco Central do Brasil para a Trilha de Finanças, Cyntia Azevedo; a representante do GT de Economia Global, Laís Souza; e o representante do GT de Finanças Sustentáveis, Lucas Tasquetto.

Já a segunda mesa foi uma plenária com reflexões e proposições sobre formas de enriquecer a participação social. Pelo Ministério da Fazenda falaram o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica, Antonio Cottas; a assessora da Secretaria de Políticas Econômicas, Lígia Toneto; além de Tatiana Berringer e Felipe Antunes. Também participaram o chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério das Relações Exteriores, Fabrício Prado; e o assessor especial da Presidência da República, Alexandre Pupo.

VOZ DA SOCIEDADE CIVIL

Confira o que os representantes da sociedade civil falaram sobre o evento.

“Sem dúvida o governo brasileiro fez um gol, né? Impulsionar a participação social da forma como está impulsionando. E como foi explicado no evento hoje, o G20 Social é um processo que culmina em uma reunião de três dias no Rio de Janeiro na véspera da Cúpula de Chefes de Estado e que vai de diversas maneiras envolver a sociedade civil nos diversos espaços do G20. Isso é muito louvável sem dúvida, Um processo que abre espaço pro contraditório porque algumas organizações e movimentos sociais tem críticas ao G20, isso também precisa vir à tona até para enriquecer o debate”. 

Nathalie Beghin - Coordenadora da Assessoria do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC)

"Acredito que a maior importância da inclusão da sociedade civil no G20, e de todos que fazem parte do movimento negro, é o conhecimento em si, de estar abordando todos esses assuntos e estar repassando pra gente também, pedindo a opinião para certas demandas, para que seja um plano mais efetivo, para que possam ter as metas traçadas com mais exatidão do que realmente acontece na sociedade".

Raquel Santos Vieira - União Afro Brasil

"Para gente da Revolusolar e da sociedade civil que representa a questão da energia, da transição energética, é fundamental, porque historicamente esse é um tema que vem muito de cima para baixo e a presidência brasileira no G20 esse ano está trazendo essa inovação da participação social. Esse evento aqui do G20 Social é importantíssimo nesse sentido e especialmente no tema de transição energética, que é uma das prioridades. Ter a participação da sociedade civil, que representa, na maioria das vezes, as populações impactadas por esse processo, mas que também podem trazer as soluções, é fundamental para que a gente se mova não só no processo, mas nos resultados".

Eduardo Varela - Organização Revolusolar

“A mobilização da sociedade civil nesse espaço, nesse fórum, é crucial para que a gente consiga promover uma mudança de paradigma econômico sem deixar ninguém para trás, para que a gente consiga promover uma mudança que reconheça e harmonize o bem-estar social como os limites planetários”.

Marcel Fukuiama -  Empreendedor de impacto e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS). 

Não conseguiu acompanhar o evento ao vivo?
Assista a gravação pelo canal do Youtube da Secretaria-Geral: https://www.youtube.com/playlist?list=PLlBrrHyBkR2Ac1cf0FhCtmLTqcDNEOuHO