Mesa Contra a Fome e a Sede reúne governo e sociedade civil organizada

“Quem tem fome tem pressa”. Orientados pela famosa fala do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a Frente Nacional Contra a Fome e a Sede, que reúne cerca de 300 movimentos e coletivos de todo o País, realizou na quarta-feira (10), em Brasília, a Mesa de Diálogos Contra a Fome e a Sede. Realizado no Centro Cultural de Brasília, o evento teve como objetivo apresentar ao Governo Federal a estratégia “Pontos Populares de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – PPSSAN” e relatos de iniciativas populares como contribuição para um Brasil sem fome e sede.

O encontro reuniu representações de movimentos populares, organizações sociais e do Executivo Federal, como os ministérios da Secretaria-Geral; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; da Pesca e Aquicultura; e dos Povos Indígenas. Também participaram parlamentares federais e integrantes de outros entes federativos.

QUEM TEM FOME TEM DIREITOS

A secretária nacional de Diálogos e Articulação de Políticas Públicas, Kelli Mafort, concorda com a frase emblemática do sociólogo Betinho, mas alerta que o debate atual precisa ir além. “É verdade que quem tem fome tem pressa. Mas precisamos avançar ainda mais, e compreender que quem tem fome tem direitos. Mais do que beneficiários de políticas públicas ou objetos de caridade, precisamos avançar mais, e reconhecer a população em insegurança alimentar como sujeitos de direitos”, afirmou.

A Mesa de Diálogos Contra a Fome e a Sede foi instituída como espaço de diálogo com o governo e compartilhamento de experiências a partir das práticas cotidianas dos movimentos populares. Ao longo do encontro, foi identificada a necessidade de buscar maior entrosamento entre as ações do governo e da sociedade civil organizada nos programas e ações de combate à fome.

Algumas das inúmeras iniciativas de combate à fome que surgiram na sociedade civil durante a pandemia de Covid 19 se destacaram entre as experiências compartilhadas no encontro, especialmente diante da gravidade da situação e da inação das autoridades federais à época. A proposta dos participantes da mesa é de que tais iniciativas sejam reconhecidas, ampliadas e incorporadas na construção de políticas públicas.

No encontro, os representantes do governo assumiram o compromisso de manter o diálogo e buscar ampliar as formas nas quais a sociedade e os movimentos populares possam ser mais protagonistas na formulação das Políticas Públicas e nas ações governamentais.