Notícias
Erivaldo Oliveira recebe representantes da comunidade Mata Cavalo (MT)
Representantes da comunidade quilombola Mata Cavalo, de Mato Grosso, visitaram a sede da Fundação Cultural Palmares (FCP) , em Brasília, nesta quarta-feira (11). Eles foram recebidos pelo presidente da instituição, Erivaldo Oliveira.
Na conversa, Erivaldo prometeu ir em breve ao território, localizado a cerca de 50 quilômetros de Cuiabá. O presidente da FCP também visitará Itambé, outra comunidade próxima à capital mato-grossense. A ideia é conhecer de perto as principais demandas dessas populações.
Instalada em uma área de solo fértil e rica em recursos naturais, a Mata Cavalo luta pela preservação de sua história e de sua identidade. Seus moradores se dedicam ao plantio de mandioca, milho, arroz, batata doce, cana de açúcar, feijão, abóbora e cará, mas enfrentam problemas com fazendeiros e grileiros.
No ano passado, 17 famílias seriam obrigadas a deixar a localidade por conta de uma ação movida por herdeiros de um fazendeiro. Porém, a Justiça Federal atendeu a um recurso da Fundação Palmares e manteve os quilombolas na Mata Cavalo. O argumento da FCP era de que a desocupação traria graves prejuízos sociais.
Clássico de Abdias Nascimento sobre extermínio do povo negro completa 40 anos
Em boa parte do século 20, predominou no Brasil a visão da democracia racial, de que os afrodescedentes de nosso país viviam em condições mais favoráveis do que a dos que habitavam os Estados Unidos, onde a segregação racial vigorou legalmente até os anos 60, e na África do Sul, na qual o regime do Apartheid reprimia violentamente a maioria negra. Também por esse ponto de vista, o maior problema nacional seria a situação da pobreza, sem relação com a cor da pele.
Ainda na Ditadura Militar, o escritor, ator, artista plástico, dramaturgo, professor e ativista Abdias Nascimento contestou fortemente esta versão. Em 1978, ele publicou um manifesto que se tornou clássico: O Genocídio do Negro Brasileiro, lançado pela editora Paz e Terra. O trabalho já havia sido apresentado no ano anterior no Segundo Festival de Artes e Culturas Negras, em Lagoas, na Nigéria e ganhou uma versão em mimeógrafo.
Na obra, Abdia desconstrói o mito de que no Brasil todas as raças e etnias coexistem pacificamente, sem grandes conflitos, a exemplo do que ocorre nas outras regiões do mundo. O autor expõe o processo de opressão e matança do povo negro por meio do racismo disfarçado e da exclusão social, vividos em sintomas como a falta de acesso a políticas públicas básicas, desemprego e alta exposição à violência.
Nascido na cidade paulista de Franca, em 1914, Abdias Nascimento é considerado um dos maiores nomes da cultura negra no país. Ele fundou instituições como o Teatro Experimental do Negro (TEM), o Museu de Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro). Também participou da criação do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU).
A reputação deste pensador atingiu nível internacional. Abdias atuou no Pan-Africanismo, corrente filosófica, política e social que promove a defesa do povo africano em um único Estado, incluindo tanto os que vivem na África quanto na Diáspora. Entre as várias instituições que integrou no exterior, foi professor emérito e titular da Universidade do Estado de Nova York, nos Estados Unidos. Abdias morreu no Rio de Janeiro, no dia 24 de maio de 2011 aos 97 anos.
Quarenta anos após sua primeira edição, O Genocídio do Negro Brasileiro permanece atual por conta do extermínio ainda existente desta população. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a cada 23 minutos um jovem negro brasileiro é assassinado. A obra continua como alerta e uma exigência ao poder público e à sociedade para que esta trágica questão se reverta.
Uberaba vai sediar encontro de Ministérios da Agricultura do Oeste Africano
O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Erivaldo Oliveira, recebeu nesta quarta-feira (11), na sede da instituição, em Brasília, a visita do presidente da Câmara Brasil África de Agricultura, Pecuária e Tecnologia, Sinfrônio Silva.
Os dois conversaram sobre a realização de dois importantes eventos em 2018 na cidade de Uberaba (MG). No mês que vem, acontece o Congado do Triângulo Mineiro – Festa de 13 de maio, que celebra o Dia da Abolição da Escravatura. O congado ou congada é uma manifestação cultural e religiosa de raiz afro-brasileira que reconstitui por meio do canto e da dança a coroação do rei do Congo. Já no dia 24 de agosto, Uberaba recebe o Encontro de Ministérios da Agricultura da União Econômica e Monetária do Oeste Africano (Uemoa).
Fundação Palmares leva educação afro a Aparecida de Goiânia
Representantes da Fundação Cultural Palmares (FCP) se reuniram nesta terça-feira (10) com representantes das secretarias de Promoção da Igualdade Racial, de Educação e dos Direitos Humanos do município de Aparecida de Goiânia (GO) para discutir a implementação em breve do projeto Conhecendo Nossa História: da África do Brasil.
Em 2018, Goiás será um dos estados prioritários da iniciativa. A FCP foi representada por Carolina Petitinga e Conceição Barbosa, do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra.
O Conhecendo Nossa História capacita professores das escolas para o ensino e a discussão sobre temas relacionados à população negra, como racismo e intolerância religiosa.
TV Brasil entrevista Erivaldo Oliveira sobre Constituição e racismo
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira, deu entrevista nesta terça-feira (10) ao programa Constituição Cidadã – 30 Anos, da TV Brasil. A série faz uma retrospectiva sobre a elaboração da Constituição de 1988, com aspectos políticos, culturais, econômicos e sociais do período. O Constituição Cidadã – 30 anos vai ao ar de segunda-feira a sexta-feira, às 9h e às 20h30.
Na conversa com a equipe do programa, Erivaldo falou sobre como a Carta Magna de 1988 passou a tratar o racismo. O então deputado Carlos Alberto Caó foi o responsável pela inclusão do Artigo 5º, que transformou racismo em crime inafiançável. O presidente da Fundação Palmares destacou os avanços na luta pela igualdade racial nas últimas três décadas, como a política de cotas para universidades e concursos públicos, porém afirmou que ainda há muito a se conquistar. “Somos 54% da população, mas não vemos essa representatividade refletidas na política e nos postos de comando do país. Precisamos capacitar o nosso povo para ocupar estas frentes”, ressaltou Erivaldo.
MinC realiza seminário #CulturaGeraFuturo em Brasília
Artistas, produtores culturais e gestores públicos participaram nesta segunda-feira (9) do seminário #CulturaGeraFuturo, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília. A abertura foi feita pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que destacou as principais políticas de fomento do órgão. O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Erivaldo Oliveira, também esteve no evento.
O ministro da Cultura ressaltou que em 2018 sua pasta tem orçamento previsto de R$ 4,3 bilhões, com R$ 1,35 bilhão para projetos via Lei Rouanet e cerca de R$ 1,5 bilhão para o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e a Lei do Audiovisual. “Nosso objetivo é fazer com que esses recursos cheguem a um número cada vez maior de projetos, de diferentes regiões do país”, destacou Sá Leitão.
O ministro também falou da importância de se preservar a Lei Rouanet como instrumento promotor da cultura e da economia e criticou os ataques feitos a este mecanismo. “Alguns grupos, com a intenção de atingir adversários políticos, pregam o fim da Lei Rouanet, que é fundamental para o exercício da cultura em nosso país, independentemente da ideologia dos beneficiários”, afirmou.
Em sua apresentação, Sérgio Sá Leitão mostrou projetos realizados pelo MinC em parceria com a Fundação Palmares neste ano. Ele destacou o Mapeamento dos Terreiros do Distrito Federal, que será divulgado no dia 3 de maio, com investimento de R$ 500 mil; a abertura ao público da Biblioteca da FCP, com seus 26 mil títulos, prevista para julho e com investimento de R$ 800 mil; e a Virada Afro Cultural, que deve acontecer até o fim de 2018 nas cidades de Santo Amaro da Purificação (BA), Santana (AP), Porto Alegre (RS), São Luís (MA) e Brasília (DF).
Intensa programação envolve quilombolas de São Mateus (ES)
Deste sábado (7) a terça-feira (10), acontece intensa programação para os quilombolas no município de São Mateus, no Espírito Santo. A diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares (FCP), Carolina Nascimento, participa dos eventos.
Na agenda está uma reunião na prefeitura de São Mateus envolvendo a FCP e a Secretaria de Cultura para discutir a requalificação do sítio histórico municipal Porto São Mateus. Ainda ocorrerão visitas às comunidades quilombolas de São Jorge e São Mateus, onde haverá entrega da certidão de autodefinição concedida pela Fundação Palmares. O documento representa o primeiro passo para titulação das terras e contribui no acesso às políticas públicas.
Mestre Pastinha deu à capoeira status de arte
Nesta quinta-feira (5), comemoram-se os 129 anos do nascimento de Vicente Ferreira Pastinha, conhecido como Mestre Pastinha, um dos nomes mais importantes da história da capoeira. Nascido em Salvador, ele dizia ter se tornado capoeirista não em escola, mas pelo aprendizado com um velho africano que o via constantemente apanhar de um outro menino na rua.
Pastinha se destacou como professor de capoeira, com uma doutrina que equilibrava o físico e o mental, dando ao jogo status de arte. Seus conceitos influenciaram capoeiristas no Brasil inteiro. O baiano foi o maior divulgador da Capoeira Angola, uma das modalidades do esporte que alia o espírito lúdico à busca pela ancestralidade, com movimentos mais lentos.
Em 1941, fundou a segunda escola dedicada à expressão legalizada pelo governo da Bahia: o Centro Esportivo de Capoeira Angola (Ceca), no Largo do Pelourinho. Mestre Pastinha morreu no dia 13 de novembro de 1981. Naquele momento, já era considerado uma lenda da capoeira.
Altay Veloso quer produzir musical sobre o Quilombo dos Palmares
Com mais de 50 anos de carreira, o cantor, guitarrista e compositor Altay Veloso já teve canções gravadas por um mundo de gente na música popular brasileira. Entre seus intérpretes estão Roberto Carlos, Fafá de Belém, Nana Caymmi, Elba Ramalho, Vanusa, Zizi Possi, Jorge Aragão, Alcione, Alexandre Pires, Fagner e Emílio Santiago.
Nos planos do artista tem destaque a ideia de encenar um musical sobre a vida de Zumbi e a história do Quilombo dos Palmares. Ele visitou a sede da Fundação Cultural Palmares (FCP), em Brasília, e contou um pouco sobre o projeto ao presidente da instituição, Erivaldo Oliveira. “Já tenho essa peça pronta, mas preciso planejar a montagem. Estamos em um ano curto, com Copa e Eleições, com as atenções da mídia voltada para esses eventos. Não sei se consigo fazer ainda em 2018”, revela.
Sempre com trabalhos na área musical, Altay Veloso ainda se dedica à literatura. Publicou dois livros e guarda um terceiro para edição. Conversando, lembra de momentos de sua trajetória, como um grupo em que tocou guitarra com os futuros membros da famosa Banda Black Rio, como o saxofonista Oberdan Magalhães e o trompetista Barrosinho, no começo dos anos 70. Também não deixa de falar do Rio de Janeiro, cidade vizinha à sua e onde trabalha com frequência. “Precisamos cuidar do Rio. Tudo que acontece no Rio se reflete no resto do Brasil. É uma cidade diferente, onde todos que ali vivem, mesmo os que são de fora, se sentem como cariocas”, afirma.
Para Erivaldo Oliveira legado de Martin Luther King tem de ser reverenciado
Para o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Erivaldo Oliveira, lembrar de Martin Luther King significa manter viva a chama da luta contra o racismo, a discriminação, a intolerância e o preconceito. Na opinião de Erivaldo, o pastor ativista desempenhou papel fundamental em dar visibilidade para o combate ao racismo na esfera internacional.
“Martin Luther King foi quem despertou o mundo para a importância de se enfrentar a discriminação contra os negros. O Movimento Negro brasileiro nas décadas de 70 e 80 não teria a mesma força sem a inspiração pioneira desse mártir”, constata o presidente da FCP. “Por toda essa expressão que ele teve na busca de uma realidade mais justa e com igualdade racial lhe devemos muito. Temos de reverenciar o legado de Martin Luther King”, conclui.
Mundo lembra 50 anos da morte de Martin Luther King
Há exatos 50 anos, no dia 4 de abril de 1968, um dos maiores defensores da liberdade e da luta contra o racismo, Martin Luther King, era assassinado na cidade de Memphis, nos Estados Unidos. Como diz um verso da canção Pride (In the Name of Love), da banda irlandesa U2, composta em homenagem a King, “Eles tiraram sua vida. Não puderam tirar seu orgulho”. Passado meio século, a ideologia pacifista do líder religioso permanece viva e como constante referência aos que lutam pela paz e por um mundo mais justo, com menos preconceito, discriminação, ódio e violência.
Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta, em 1929. Pastor protestante batista e advogado, trabalhou fortemente como militante político. Em 1955, liderou o boicote aos ônibus de Montgomery, no estado do Alabama. O protesto aconteceu após a prisão da secretária Rosa Parks, que se recusou a ceder seu assento no ônibus a um branco, segregação prevista legalmente. O boicote durou quase um ano e causou enormes prejuízos às empresas de transporte coletivo da cidade.
Em 1957, Martin Luther King ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã do Sul (SCLC), instituição da qual foi o primeiro presidente. O reverendo também esteve á frente da Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade. A manifestação reuniu mais de 250 mil pessoas na capital dos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963. O protesto reivindicava o fim da segregação racial e justiça social para os negros. Na ocasião, Martin realizou o seu histórico discurso I Have a Dream (Eu Tenho um Sonho).
Toda essa intensa atividade em favor da paz, da igualdade racial e da justiça social renderam a Martin Luther King reconhecimento mundial. No dia 14 de outubro de 1964, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, pelo combate à desigualdade racial por meio da não violência. A partir daí, King ampliou seu território de ação, realizando discursos contra a Guerra do Vietnã e pelo combate à pobreza.
Martin Luther King teve uma vida intensa, porém curta. Morreu antes de completar 40 anos, assassinado por James Earl Ray, um presidiário fugitivo. O crime ocorreu na cidade de Memphis, no Tenessee. Como Gandhi, um mártir do pacifismo, o pastor ganhou outros reconhecimentos em memória. No ano de 1977, lhe foi concedida a Medalha Presidencial da Liberdade, concedida pelo governo de seu país. Em 2004, veio outra homenagem póstuma, com o recebimento da Medalha de Ouro do Congresso americano.
Nos Estados Unidos, toda terceira segunda-feira do mês de janeiro, celebra-se o Dia de Martin Luther King. Em 2018, o feriado, previsto para ocorrer próximo à data de nascimento do ativista, de fato coincidiu com o dia do aniversário. Trata-se de um dos três feriados nacionais norte-americanos dedicados a uma pessoa.
No mundo inteiro, estão sendo lembrados os 50 anos da morte de Martin Luther King. Afinal, a exemplo de grandes líderes que defenderam a igualdade e a democracia, seus ensinamentos ultrapassam quaisquer fronteiras. E seus ideais certamente continuarão vivos por muito tempo.
Fundação Palmares torna público Relatório de Gestão 2017
Cumprindo seu papel de prestar contas de seu trabalho aos órgãos de controle e à sociedade, a Fundação Cultural Palmares (FCP), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), disponibiliza em seu site o Relatório de Gestão 2017. A medida atende a disposições do Tribunal de Contas da União (TCU). Entre as informações apresentadas estão avaliação do sistema de controles internos, qualificação e capacitação da força de trabalho, demonstrativos de despesas e sistemas de tecnologia usados.
Acesse o Relatório aqui
Um dos símbolos da luta contra o Apartheid, Winnie Mandela morre aos 81 anos
A ex-esposa do líder sul-africano Nelson Mandela, Winnie Mandela, morreu nessa segunda-feira (2) aos 81 anos, em um hospital de Joanesburgo. Ela se tornou um dos símbolos da luta de seu povo contra a segregação racial do regime Apartheid. Segundo o porta-voz da família, Victor Dlamini, a ativista sofria há muito tempo de uma doença que a obrigou a passar por várias internações.
Durante os 27 anos em que seu marido ficou na prisão, Winnie militou em defesa da igualdade racial. Também chegou a ser presa, a enfrentar prisões domiciliares e confinamentos. Winnie Mandela dizia que sem sua luta, o esposo teria sido esquecido e morrido na prisão. Em 1990, Nelson finalmente conquistou a liberdade e virou o primeiro presidente negro da África do Sul. Em 1996, o casal se separou.
Durante sua trajetória, Winnie também enfrentou polêmicas. Em 1991, foi condenada à prisão por cumplicidade no sequestro de um jovem. A pena foi convertida em multa. Em 2003, recebeu outra condenação, desta vez por envolvimento com fraudes bancárias.
Presidente da FCP participa de festival em São Paulo que homenageia a entidade
O presidente da Fundação Cultural Palmares e demais integrantes da entidade, participaram neste domingo (8), do Festival 35 Anos da Fundação Cultural Palmares. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O chefe de gabinete, Nelson Mendes e a diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro, Flavia Costa também estiveram presentes.
Com apresentações culturais que emergem no encontro de gerações, houve uma grande manifestação da cultura afro-brasileira. A parceria se deu com o desafio de retomada das ações afirmativas para valorização da cultura negra, uma das missões da FCP.
“É um momento de retomada para a cultura afro-brasileira. A FCP já realizou inúmeras ações em benefício da população negra. Com o apoio do Ministério da Cultura e o Governo Federal estamos voltando a sonhar. A Palmares está de volta”, disse João Jorge.
Comunicado sobre o Prêmio Conceição Evaristo
Tendo em vista o alto índice de inabilitações do Prêmio Conceição Evaristo, o Presidente da Comissão de Habilitação, em consulta aos demais membros e em decisão dividida, resolveu HABILITAR os candidatos cujo único motivo de inabilitação foi a ausência de comprovante de residência, conforme a listagem abaixo:
Para além do índice de cerca de 60% de inabilitados por ausência do comprovante de residência, está o fato de que o formulário de inscrições não especificou a exigência documental da mesma forma que consta no item 12.2 "f" do Edital n.º 04/2023, o que parece ter causado confusão na maioria dos candidatos.
Concebemos e compreendemos o "Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista" como uma política pública de incentivo à produção cultural e de estabelecimento de ações afirmativas, inclusivas e de acesso facilitado.
Com essa concepção, não nos pareceu oportuno e adequado manter a inabilitação de boa parte da concorrência em razão de um detalhe técnico que não estava suficientemente explicado na plataforma de inscrições.
Assim, informamos que será publicado ato retificador do Edital n.º 04/2023, visando mitigar os problemas percebidos na plataforma de inscrições, de modo que os novos habilitados sejam julgados por outras turmas de Comissões Julgadoras, sem prejuízo aos primeiros habilitados.
Com isso, esperamos demonstrar que a Fundação Cultural Palmares está atenta aos anseios da sociedade civil e que vem adquirindo cada vez mais maturidade institucional para assumir os problemas que surgem em suas ações, buscando soluções viáveis, seguras e justas para todos os envolvidos."
Clima de festa marca posse do Comitê Gestor da Serra da Barriga
Otimismo e vontade de trabalhar muito. Com essa perspectiva, os membros do Comitê Gestor da Serra da Barriga tomaram posse, em cerimônia na noite de terça (27), na sede alagoana do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Maceió. Poder público, sociedade e imprensa prestigiaram a solenidade.
O Comitê Gestor tem como função promover o turismo na região. Porém, isto tem sempre de se feito pela perspectiva de um desenvolvimento econômico sustentável, pelo respeito às tradições e peculiaridades locais e com o cuidado com o meio ambiente. O órgão é composto por representantes de governo e da comunidade.
O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Erivaldo Oliveira, destacou a importância do trabalho que será realizado. “Demos passos muito importantes, como a conquista para a Serra da Barriga de Patrimônio Cultural do Mercosul, que trouxe mais visibilidade ao território. Agora precisamos avançar mais. Não queremos qualquer tipo de turismo naquele lugar que é um solo sagrado. Temos que promover atividades de conscientização, de caráter educativo, de preservação e respeito ao patrimônio e à luta dos afro-brasileiros, com a possibilidade de fazer a mobilidade social do nosso povo”, afirmou Erivaldo.
Após a posse, o público assistiu a apresentações musicais das cantoras Naná Martins e Grazzi Brasil, ex-participante do programa The Voice, da Rede Globo.
Ator Érico Brás escreve sobre morte de Marielle e pede justiça
Em artigo enviado à Fundação Cultural Palmares (FCP), o ator Érico Brás fala do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. Além de pedir rigor nas investigações, ele também usa o texto para falar da importância da justiça social e do combate à desigualdade racial no Brasil.
A MORTE DE MARIELLE ECOA POR MUDANÇA
Duas semanas passaram-se da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Enquanto a polícia mantém sigilo completo na investigação, a notícia vai perdendo espaço nas manchetes dos jornais. Outros crimes covardes contra jovens pretos da periferia são notícia passageira e pouco a pouco a rotina naturaliza a barbárie.
O Brasil é o país das Américas que mais mata defensores de direitos humanos. Mas, até agora, estávamos acostumados a ver isso acontecer em rincões remotos, em conflitos na zona rural, com lideranças indígenas e trabalhadores rurais. O assassinato de uma deputada estadual, negra, no Centro da segunda maior cidade do país, da Cidade Maravilhosa, ocupada pelas forças armadas, ganha outra dimensão. Se a luz antes era amarela, agora é vermelha.
Por que escolheram Marielle? Quem são os mandantes? A quem interessava a morte dela? São muitas as perguntas, mas de uma coisa não temos dúvida: foi a certeza da impunidade que fez o assassino apertar o gatilho. No Brasil, ser mulher, pobre negra e favelada é praticamente sentença de morte. Quase 80% dos jovens mortos nas periferias são negros, em idade produtiva, de 14 a 29 anos. Entre as mulheres, a mortalidade de negras subiu 22%, enquanto a de não-negras caiu 7,4%,entre 2005 e 2015.Na maioria das vezes, esses crimes são arquivados, sem responsabilizar os culpados. O negro quando não morre é preso. Quando não é preso, é sentenciado ao descaso.
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão na América. E isso só foi feito em 1888 por conta da exigência dos países estrangeiros. Desde então, os negros se mantêm à margem da sociedade, desamparados pela Justiça, fora da liderança das empresas, das universidades, da comunidade científica, das tribunas políticas…Até hoje não concluímos o processo de abolição, que apenas começou com uma assinatura no papel. Não por acaso, as periferias estão cheias de descendentes de escravos. Não por acaso são os negros e mulatos que ocupam os sinais de trânsito vendendo balas e pano de chão. O Brasil tem uma dívida com seus afrodescendentes e a morte de Marielle também grita por isso.
Movimentos pedem o esclarecimento do assassinato e a punição dos culpados,ocupando as ruas e as redes sociais, não só aqui como em vários países do mundo. Hoje, a comunidade internacional de novo pede providências ao Brasil para a repreensão de um crime covarde. Toda essa comoção mostra ao governo que violações assim não serão mais toleradas. A morte de Marielle grita por justiça, por direitos, por mudança. A morte de Marielle grita acima de tudo por inclusão!
________________________________________________________________________________
Érico Brás é ator e conselheiro do Fundo de População das Nações Unidas, agência da ONU líder em temas de demografia, juventude e saúde sexual e reprodutiva. Nascido em Salvador, iniciou aos 8 anos de idade sua relação com o teatro. Engajado em temas de juventude e raça, participa no canal no Youtube da web série “Tá Bom pra você?” (criado pela mulher, Kênia Maria, e a filha, Gabriela Dias), que trata da questão racial com humor inteligente, graça e leveza. Com participação em séries e programas de TV, Érico Brás busca estimular o debate e a reflexão sobre diversidade.
Comitê Gestor da Serra da Barriga se reúne pela primeira vez
Após tomar posse na terça-feira (27), o Comitê Gestor da Serra da Barriga se reúne pela primeira vez nesta quarta-feira (28), na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Alagoas. Após este encontro inicial, haverá definição da agenda de atividades para os próximos meses de 2018.
O órgão é composto pelo próprio Iphan, pela Fundação Cultural Palmares (FCP), pelo governo de Alagoas, pela prefeitura de União dos Palmares, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e pela sociedade civil. O presidente da FCP, Erivaldo Oliveira, participa da reunião.
O Comitê Gestor tem como finalidade discutir ações para implementar atividades culturais, turísticas e econômicas na região de forma sustentável, com respeito ao meio ambiente e às tradições das comunidades que vivem no local. Reconhecida como Patrimônio Cultural do Mercosul em 2017, a Serra da Barriga abriga o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, palco da luta histórica dos afro-brasileiros contra a escravidão.
O Comitê estabelecerá suas diretrizes tendo como uma das referências o dossiê Serra da Barriga, Parte Mais Alcantilada – Quilombo dos Palmares. O documento agrega uma série de dados sobre a área e serviu de sustentação para a candidatura da Serra da Barriga ao título do Mercosul. Com edição em português e espanhol, o material foi produzido por meio de parceria entre a Fundação Palmares, o Iphan e o Ministério da Cultura.
Ícone da luta pela igualdade racial, Linda Brown morre aos 76 anos
Um dos símbolos contra a discriminação racial nos Estados Unidos, Linda Brown morreu no último domingo (25), aos 76 anos. em Topeka, em Arkansas. Linda ficou famosa por fazer parte de um processo judicial que proibiu a segregação racial nas escolas americanas.
Linda nasceu em Topeka. Tinha nove anos quando seu pai, o reverendo Oliver Brown, tentou matricular a garota em uma escola pública, a Summer School (Escola de Verão, em português). O estabelecimento se negou a aceitar a inscrição da menina por ela ser negra. Oliver Brown entrou com uma ação que quatro anos depois culminou em uma decisão da Suprema Corte pondo fim à segregação no ensino. A norma regia a educação norte-americana desde o fim do século 19.
A Corte concluiu que separar crianças negras de outras pelo critério da raça gerava um sentimento de inferioridade capaz de causar sérios danos às suas personalidades. O tribunal também observou que a segregação racial violava a Constituição do país.
Fundação Palmares distribui publicações na Plenária Quilombola
A Fundação Cultural Palmares (FCP) distribuiu suas publicações na Plenária Nacional das Comunidades Quilombolas, que vai até esta sexta-feira (23), no Edifício Parque Cidade, no centro de Brasília. O evento é preparatório para a 4ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), que acontece de 27 a 30 de maio, também na capital do país. A Plenária foi realizada Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do Ministério dos Direitos Humanos, e pelo Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR).
A equipe da FCP entregou aos quilombolas os cinco livros do Prêmio Oliveira Silveira e o material didático do projeto Conhecendo Nossa História: da África ao Brasil. Resultado de edital, o Prêmio Oliveira Silveira permitiu a publicação de cinco obras com temáticas afro, com a edição de 6 mil exemplares para cada título.
Já o Conhecendo a Nossa História dissemina a história e a cultura dos afro-brasileiros nas escolas, contribuindo para a educação etno-racial e o respeito à diversidade. Tem como material de estudo o livro O que Você Sabe sobre a África? e a revista temática customizada de palavras cruzadas Coquetel. No ano passado, a iniciativa ocorreu em 19 municípios.