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Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 09/12/2025 17h19

Aparecida de Goiânia recebeu formação do projeto “Conhecendo Nossa história: da África ao Brasil”

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Publicado em 12/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 17h43

Ontem terça feira (11) iniciou a formação referente ao projeto “Conhecendo nossa História: da África ao Brasil” da Fundação Cultural Palmares em Aparecida de Goiânia – GO. O evento se estende até quinta feira (13).

Esta formação tem como finalidade auxiliar setores educacionais no ensino da história e cultura afro-brasileira e africana das escolas do ensino fundamental até o ensino médio, em cumprimento ao art. 26-A da Lei nº 9.394/1996 – Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional.

Além da disponibilização de material pedagógico, o projeto abre uma discussão sobre os temas da história do continente africano, bem como do legado deste continente na constituição da sociedade brasileira. As formações estão sendo ministradas  por Lorena Marques, mestre em Estudos  Étnicos e Africanos e Coordenadora do Gabinete da Presidência e Kátia Martins, professora e supervisora pedagógica e colaboradora da Fundação Cultural Palmares.

saiba mais : http://www.aparecida.go.gov.br/professores-da-rede-municipal-recebem-qualificacao-para-o-ensino-aprendizagem-de-historia-e-cultura-afro-brasileira/

41 anos da morte do idealizador do ”Movimento Consciência Negra” Steve Biko

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Publicado em 12/09/2018 15h00 Atualizado em 02/10/2023 17h45

Hoje dia 12, completa 41 anos da morte do idealizador do ”Movimento Consciência Negra” Steve Biko, figura importante anti-apartheid na década de 1960 e 1970, jovem líder e mais influente da África do Sul.

Foi estudante de medicina, e dentro da universidade formou a Organização dos Estudantes Sul- Africanos (Saso, na sigla inglês) que tinha como principal objetivo enaltecer a comunidade negra a lutar contra a segregação e que mais tarde evoluiu para Movimento Consciência Negra, que mobilizou e defendeu negros na luta contra o apartheid.

O slogan “Black is beautiful” (O negro é lindo) foi falado por ele e até nos dias atuais é   usado nos movimentos negros brasileiros e americanos. A frase foi usada em forma de musica interpretada por Elis Regina e composta por Marcos Valle.

Fundou a Convenção do Povo Negro e trabalhou em programas criados para beneficiar a população negra com a construção de creches e hospitais.
Seu legado de luta veio na forma da obra ‘‘Eu escrevo o que gosto’’ um compilado de artigos escritos durante sua trajetória política e  pessoal. A sua filosofia quanto a Consciência negra era baseada em duas fases, a libertação psicologia e física para alcançar a verdadeira identidade.

O assassinato de Steve Biko é um símbolo da brutalidade do apartheid, porém, até os dias de hoje o jovem ativista é lembrado por sua resistência em lutar a favor do povo negro e sua trajetória de vida até a precoce morte ficou conhecida mundialmente.

Visita ao Quilombo São José da Serra: O mais antigo do RJ

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Publicado em 12/09/2018 14h00 Atualizado em 02/10/2023 17h47

Na última terça (11) o presidente da Fundação Palmares (FCP) Erivaldo Oliveira da Silva, juntamente com as diretoras Carolina Nascimento e Márcia Uchôa e a servidora Naiara Jaime, visitaram o Quilombo São José da Serra no interior do estado Rio Janeiro.

O quilombo São José existe a cerca de 150 anos e está localizado na cidade de Valença (RJ) é uma comunidade de descendentes de escravos que vieram da Angola e do Congo, atualmente cerca de 200 quilombolas moram no local e suas casas são feitas de adobe, pau-a-pique e teclado de palha.

Atividades como: agricultura e artesanato são meios de subsistência da comunidade e suas crenças incluem catolicismo e umbanda.  A Festa do Jongo é um evento tradicional que acontece no terreiro do quilombo São José e que reúne capoeira, roda de samba e o jongo, é servida uma feijoada e a grande atração do evento é a benção na fogueira em homenagem aos orixás.

Em sua visita para conhecer e dialogar com a comunidade local o presidente Erivaldo, destacou a importância de preservar a identidade cultural e a necessidade de discutir e aplicar politicas públicas a fim de garantir o bem estar social do Quilombo São José da Serra.

Reunião do Comitê Gestor da Serra da Barriga

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Publicado em 06/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 17h55

Na última quarta feira (05)  ocorreu mais um encontro do Comitê Gestor da Serra da Barriga, no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) de Alagoas.

A reunião contou com a participação do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas ( IMA), que tratou do processo de licenciamento ambiental da construção de rodovia na Serra da Barriga, onde prevê o reflorestamento com 1500 mudas devido a supressão  vegetal causada pela obra. Em seguida, abordou  uma ferramenta importante a ser utilizada na Serra, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que consiste no levantamento de informações georreferenciadas  do imóvel e serve para auxiliar na recuperação  de áreas degradadas, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental.

Contou também com a presença do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que apresentou a unidade de conservação “Monumento Natural”, que dentre suas atribuições, tem como objetivo básico a preservação de sítios naturais raros singulares e/ou de grande beleza cênica.

Dentre as atividades desenvolvidas no decorrer deste dia, houve a apreciação da minuta do regimento interno por parte do comitê gestor, onde se acordou que os conselheiros tem prazo de cinco (5) dias úteis para apresentar qualquer tipo de manifestação. Caso não ocorra nenhum tipo de solicitação de correção por parte dos conselheiros, será feita a publicação do regimento para que no próximo encontro, marcado para a primeira semana de novembro, na Serra da Barriga, o regimento esteja publicado.

Aconteceu cerimônia de posse do Comitê Gestor do Sítio Arqueológico Cais do Valongo

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Publicado em 06/09/2018 15h00 Atualizado em 02/10/2023 17h57

Na ultima sexta feira (31) ocorreu à cerimônia de posse do Comitê Gestor do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, no Auditório da Superintendência do IPHAN no Rio de Janeiro.   Esse sítio está protegido pelas três esferas de governo do país, pelo Governo Federal por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Fundação Cultural Palmares (FCP), pelo Estado e Município do Rio de Janeiro.

Fazem parte do Comitê 17 instituições, oito são públicas: IPHAN, Fundação Cultural Palmares, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur). Integram, ainda, outras nove organizações da sociedade civil, como o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro e instituições voltadas para a valorização da cultura afro-brasileira.

Representando a Fundação Cultural Palmares tomaram posse o Presidente Erivaldo Oliveira (titular) e Carolina Petitinga (suplente).

Confira a matéria completa acessando o link

Carta Pública em homenagem aos 30 anos da FCP, encaminhada pela Coordenação Nacional dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil - APNs

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Publicado em 03/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 18h00

Fundação Cultural Palmares, 30 anos apostando na cultura como forma de integração social do negro brasileiro. Os Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), enquanto entidade do movimento negro brasileira, manifesta nesta data histórica o seu compromisso social com a Fundação Cultural Palmares na celebração dos seus 30 anos, reafirmando o seu papel e sua importância histórica para a salvaguarda da nossa história negra e africana no Brasil.

Legitimar e valorizar as expressões culturais e artísticas negras, garantindo o status de patrimônio nacional, desde 22 de agosto de 1988, é o objetivo da Fundação Cultural Palmares (FCP). Sendo a primeira instituição pública, voltada para a promoção e preservação da arte e cultura afro-brasileira, a Fundação garantiu o reconhecimento da influência da cultura negra na formação social do país.

Várias expressões culturais afro-brasileira ainda são desconhecidas por parte da população. A sub-representação dessas manifestações nos meios de comunicação, espaços públicos e mercado cultural, é uma realidade.

Essa invisibilidade, desconecta a população negra brasileira, de sua real historicidade e importância, reproduzindo preconceitos e discriminações e a consequente falta de autoestima. Garantir a valorização e respeito à diversidade da cultura, é um compromisso da Fundação Cultural Palmares, como lembra seu primeiro presidente, Carlos Moura. “A Fundação é luta de reinvindicação do movimento negro, em busca de que dentro do estado brasileiro tivesse algum órgão destinado ao diálogo, à divulgação da cultura negra na formação da nacionalidade. Um aparelho deste dentro do estado, ajuda a garantir a superação do racismo”, afirma.

Carlos lembra ainda, que a Fundação Palmares foi a base de instrumentos como a SEPPIR (Secretaria de Promoção à Igualdade Racial) e que a luta por reconhecimento dos territórios quilombolas, também, é uma bandeira da Fundação. Ouvir lideranças, buscar soluções para suas reinvindicações, estabelecendo um horizonte fundamental para atingir os objetivos traçados junto ao movimento negro, é um dos pontos norteadores que garantirão a promoção, a integração social, cultural, econômica e política dos afro-brasileiros.

Em 30 anos, a Fundação Cultural Palmares busca caminhos para legitimar o protagonismo da população afro-brasileira, encontrando espaços e alternativas para que o negro no Brasil, seja integrado à cultura, economia e política da vida social do país. Vida longa à Fundação Cultural Palmares! Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs

Conceição Evaristo: Uma escritora popular brasileira

A escritora concorre à cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras em eleição a ser realizada nesta quinta-feira, 30
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Publicado em 30/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h15

por Vagner Amaro no Biblioo

Na próxima quinta-feira, dia 30 de agosto, a Academia Brasileira de Letras vai eleger o novo ou a nova ocupante da Cadeira número 7 do quadro dos seus membros efetivos, na sucessão do cineasta e acadêmico Nelson Pereira dos Santos, falecido no dia 21 de abril deste ano.  Entre os concorrentes para ocupar esta vaga está Conceição Evaristo, escritora mineira, cuja obra vem despertando um crescente interesse tanto no Brasil como no exterior.

A escritora vem recebendo um apoio popular inédito, que já a coloca na história da Academia Brasileira de Letras.  Até então, nenhum outro(a) candidato(a) à ABL teve uma campanha espontânea com tantas adesões, como também é inédito o uso dos aplicativos sociais (facebook, instagram e twitter) e de petições virtuais em favor da sua candidatura.

Desde eventos como o Prêmio Jabuti, recebido em 2015, pelo livro de contos, Olhos d’água (Pallas); o lançamento do livro Histórias de leves enganos e parecenças (Malê), em 2016; a exposição no Itaú Cultural; a reedição da sua obra completa e a arrebatadora participação na programação principal da Flip (Festa Literária Internacional), em 2017, Conceição Evaristo tem recebido atenção midiática pela literatura que produz, marcada pela afro-brasilidade,  por ser voz essencial e qualificada para denunciar as distorções do sistema literário brasileiro, por questionar as desigualdades sociais no Brasil e por ser uma  porta-voz respeitada ao denunciar a situação de vulnerabilidade  das mulheres negras no que se refere aos direitos humanos.

Como escritora que lida com a formulação de sentido e de imagens, a escritora nos convoca a refletir sobre o imaginário da sociedade brasileira, impregnado de preconceitos em relação à população negra.

Embora sua trajetória atenda aos discursos mais simplistas e ingênuos sobre meritocracia, já que, sendo de origem pobre, conseguiu ser reconhecida como escritora, além de ter se doutorado em Literatura Comparada, pela UFF, em 2011, seu discurso, ao contrário, alerta para que a situação de exceção que pontua sua trajetória se reverta e para que o seu protagonismo se estenda a outras negras escritoras e a outros negros escritores, de modo que os espaços sejam abertos a todos.

A despeito das exceções, o que Evaristo preconiza é que a sua vivência sirva a consolidar uma regra para todos aqueles que, como ela, também estão produzindo e lutando para conquistar o espaço que lhes é de direito.   Desse modo, a escritora nos leva a refletir sobre os mecanismos discursivos existentes cujas propostas insistem em manter as diversas formas de opressão social, o que está representado de modo bastante contundente em tipos e situações variadas na literatura que produz.

Uma literatura que já se insinuava quando, ainda menina, venceu um concurso de redação no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Belo Horizonte. A escritora seguiu seus estudos no Curso Normal no Instituto de Educação de Minas Gerais, vindo, posteriormente, a   exercer o magistério por muitos anos, no Rio de Janeiro. Graduou-se em Letras pela UFRJ e, na PUC-RIO, fez o mestrado em Literatura brasileira, que concluiu em 1996, com a dissertação “Literatura Negra: uma poética de nossa afro-brasilidade”.

A estreia na Literatura se deu em 1990 com texto publicado nos Cadernos Negros, publicação periódica, que nas últimas quatro décadas lançou diversos escritores negros e escritoras negras.  Seu primeiro romance, Becos da Memória, ficou vinte anos aguardando para ser publicado; o segundo, Ponciá Vicêncio, oito anos.  Insubmissas lágrimas de mulheres esteve fora de catálogo por alguns anos.

Atualmente todos os seus livros estão disponíveis, alguns traduzidos, outros em processo de tradução, e seus textos começam a figurar nos livros didáticos.  Outro destaque é a produção acadêmica sobre a sua obra: teses, dissertações e artigos, além do livro Escrevivências: identidade, gênero e violência na obra de Conceição Evaristo (Editora IDEA, 2016), do Grupo de Pesquisa Letras de Minas.

No momento, Conceição Evaristo prepara dois romances e um livro de contos. Considerando sua trajetória, voltada para a literatura e para a educação, entendemos que, no próximo dia trinta, os acadêmicos da ABL terão uma grande oportunidade de valorizar a literatura que cultuam.

Encontrei-me com Conceição Evaristo no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, para a gravação de uma longa entrevista, da qual reproduzo aqui alguns trechos.

COMO COMEÇOU O SEU ENVOLVIMENTO COM A LEITURA LITERÁRIA?

Meu primeiro envolvimento com a leitura literária foi na escola, o livro didático trazia textos literários, que davam conta do meu desejo, naquele momento.  Lembro, também, que li no primário A bonequinha preta e também O bonequinho doce, ambos de Alaíde Lisboa de Oliveira.   O livro didático trazia muita poesia, eu gostava de decorar as poesias e recitar.  Havia muitos concursos de leitura, havia um momento durante o período de aula, em que todas as classes iam para o galpão da escola e era sorteada quem iria ler. Eu dava a sorte de algumas vezes ser sorteada. Eu ficava treinando a leitura em casa.  Então, foi uma sedução que começou no primário, no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Belo Horizonte.

E NESSA ESCOLA HAVIA UMA BIBLIOTECA?

Sim, tinha biblioteca. Não esqueço o nome da bibliotecária, era Luzia Machado Brandão. Na quarta série, houve um concurso de literatura e a melhor redação foi a minha, o título era “Por que me orgulho de ser brasileira”.  Houve um movimento das professoras para que eu não ganhasse o prêmio, porque eu fui uma aluna não muito disciplinada (risos). Eu questionava, eu brigava, eu queria participar de tudo. Lembro que esta professora de biblioteca contou para minha mãe que não queriam me dar o prêmio; como ela era professora de biblioteca, ela afirmou que, se o prêmio não fosse dado a mim, não teria o prêmio.  Então não teve jeito.  Primeiro, porque foi uma redação muito bonita para uma menina de onze anos.  No dia da formatura eu li essa redação, ganhei de prêmio um missal, escrevi neste livrinho, “lembrança do meu segundo passo para a glória”.  Acho que eu considerava o primeiro passo ter terminado o primário, e o segundo, este prêmio de literatura.

NESSE PERÍODO, A SENHORA JÁ SONHAVA EM SER ESCRITORA?

Não. Todo o meu período de infância e juventude, não sonhava em ser escritora. Eu sonhava em ser professora. Eu queria ser professora.  Mas sempre escrevi sem saber o que poderia acontecer. Até porque, oriunda de classes populares, nascida em uma favela, vinda de uma família negra, este ideal de ser escritora, não fazia parte do nosso objeto de desejo; eu lia os textos e nem refletia sobre quem estava atrás daquele texto, ou sobre quem escrevia aquelas histórias.  Este conceito de escritor e de escritora era uma coisa muito vaga.  Na minha juventude fui amadurecendo com outras leituras, conhecendo outros escritores e escritoras.  Mas me pensar como escritora aconteceu muito mais tarde, já no Rio de Janeiro.

A SENHORA FAZ PARTE DE UMA GERAÇÃO DE ESCRITORES, COMO CUTI, SEMOG, GENI GUIMARÃES, INALDETE PINHIERO, MIRIAM ALVES, JOEL RUFINO DOS SANTOS, OLIVEIRA SILVEIRA, JOSÉ LIMEIRA E VÁRIOS OUTROS E OUTRAS, QUE MODIFICARAM A PERCEPÇÃO SOBRE A LITERATURA DE AUTORIA NEGRA, ALÉM DE TEREM UMA RELAÇÃO DIRETA COM IDEIAS DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO, SURGIDO EM 1978.  A QUE PODEMOS CREDITAR O SURGIMENTO DESSA GERAÇÃO?

Eu acho que tem muito a ver com o contexto da época, eu acho que as pessoas precisam de canais para direcionar as suas sensibilidades.  A gente tem que pensar também que estávamos em um regime de ditadura. Os grupos vão encontrando táticas de sobrevivência. E a juventude é muito dinâmica.   Essa força iria extravasar de alguma forma; então, ela extravasa nestes grupos negros como uma questão de militância. Estes textos não nascem independentes da militância. Estes textos de autoria negra nascem ligados à afirmação de uma identidade negra, ao próprio questionamento das relações raciais e de um questionamento de uma democracia racial, questionamentos que acabam sendo extravasados na literatura.

Também acho que a gente sofre influências, lembro que nesse período o primeiro texto que ouvi de um escritor africano foi o texto de Agostinho Neto, Poemas da liberdade.  Estes textos circulavam pouco, mas mesmo de maneira alternativa acabavam chegando entre nós.  A luta pelos direitos civis dos negros americanos…  O que nos chegava era muito pouco, mas é um pouco que substancialmente teve influência sobre esta juventude.  Nos anos 70, estas lutas negras vão explodir e a literatura é sempre o meio de dizer as coisas, com muito mais veemência que o discurso político ou o discurso histórico.

QUANDO A SENHORA COMEÇOU A ESCREVER O ROMANCE Becos da memória, SEU PRIMEIRO ROMANCE, JÁ HAVIA UM PROJETO DE COMO SERIA O ROMANCE? COMO SURGIU O DESEJO DE ESCREVER O ROMANCE?

Quando eu comecei a escrever Becos da memória, eu tinha ido a Belo Horizonte, e, conversando com a minha mãe, que é uma memorialista, começamos a lembrar de uma pessoa que morou na favela em que morávamos. Essa pessoa adoeceu.  Ela cuidava de outra pessoa e adoeceu.  Então, minha mãe disse: “Vó Rita dormia embolada com ela”.  Embolada porque nem todos tinham cama, então todos dormiam emboladas naquela cama. Fiquei com esta frase na cabeça; voltei para o Rio e comecei o romance por esta frase.  Nada que está em Becos da memória é verdade, mas nada que está em Becos da memória é mentira.  Vários fatos me vieram à memória a partir desta frase da minha mãe, e fui ficcionalizando a partir destes fatos.

E COMO FOI, NESSE PERÍODO, A BUSCA POR UMA EDITORA PARA A PUBLICAÇÃO DO LIVRO?

Quando terminei o livro, era o momento em que se comemorava o centenário da Lei Áurea.  O Ministério da Cultura teve uma linha de publicação voltada para a temática negra, mas o livro acabou não sendo publicado por falta de verbas.  Tentei também uma editora feminista.  Mandei para outras, mas a impressão que eu tinha é que o envelope ia e voltava da mesma forma. O livro foi publicado vinte anos depois. O livro ficou guardado por vinte anos.

NESSE TEMPO EM QUE O Becos da memória NÃO FOI PUBLICADO, A SENHORA LANÇOU O ROMANCE Ponciá Vicêncio…

Comecei a escrever Ponciá Vicêncio no momento em que estava vivendo uma perda, que foi o falecimento do meu marido.  Hoje penso que é por isso que é um livro tão cheio de perdas. O livro ficou guardado por oito anos, e foi um livro, como vários outros, em que eu paguei pela publicação.

COMO A SENHORA VÊ SEU RECONHECIMENTO RECENTE? COMO É SER VISTA COMO UMA GRANDE REPRESENTANTE DE ESCRITORES NEGROS E DE ESCRITORAS NEGRAS?

Eu chego na mídia como culminância de uma movimentação desde os anos 90.  Eu acho que tenho que ter um certo cuidado. É um lugar sedutor em que você pode criar uma ilusão de que se é o suprassumo.  Nós vivemos nas relações raciais, nas relações sociais, um sistema em que pinçam alguns elementos, com isso criam-se situações de exceção, e temos que ter muito cuidado para que estas situações de exceção não saiam do coletivo.

Minha preocupação o tempo todo sempre é essa, não perder a perspectiva do coletivo e o coletivo não se afastar de mim, o coletivo continuar me segurando.  Eu só tenho essa firmeza porque eu sei que tem um coletivo atrás de mim, que me sustenta.  Então, pode ser um lugar prazeroso quando se pensa em vaidade pessoal, mas é um lugar perigoso, a gente não pode deixar se encantar com isso e ser essa exceção.

“O QUE EU TENHO INSISTIDO É QUE LEIAM O TEXTO, PORQUE SENÃO APONTA-SE A GRANDE ESCRITORA NEGRA. E O QUE SE LEU DELA?  PORQUE SE NÃO LEEM FICA SÓ ESSA IMAGEM, QUE É UMA IMAGEM QUE ESCAPOLE AO IMAGINÁRIO, NÃO QUERO QUE AS PESSOAS LEIAM A MINHA IMAGEM, EU QUERO QUE AS PESSOAS LEIAM O MEU TEXTO.” – CONCEIÇÃO EVARISTO

QUAIS SÃO OS RISCOS DESSA VISIBILIDADE?

Ao se criar a excepcionalidade, corre-se o risco de ela negar o coletivo.  O imaginário que se constrói sobre as mulheres negras é um imaginário em que a mulher negra não está encaixada no campo da escrita.  Então a minha imagem também chama muita atenção, mulher negra, que não está no padrão global, que tem uma certa idade…  Então, tem que se tomar muito cuidado para que eu não seja vista só por este aspecto e o texto fique por trás.  O que eu tenho insistido é que leiam o texto, porque senão aponta-se a grande escritora negra. E o que se leu dela?  Porque se não leem fica só essa imagem, que é uma imagem que escapole ao imaginário, não quero que as pessoas leiam a minha imagem, eu quero que as pessoas leiam o meu texto.

EM SEU ÚLTIMO LANÇAMENTO, Histórias de leves enganos e parecenças (EDITORA MALÊ), DE 2016, A SENHORA FAZ USO DO REALISMO MÁGICO, OU ANIMISTA. SE PENSARMOS EM UMA PERSPECTIVA AFRICANA, COMO SURGIU A IDEIA DE USAR ESTES ELEMENTOS NA SUA LITERATURA?

Escrevi muito contaminada pelas histórias com elementos mágicos que ouvi a vida inteira.  Em Ponciá Vicêncio, eu utilizei um pouco desta fantasia.  Em Histórias de leves enganos e parecenças, eu quis dar valor a estes elementos mágicos, a esta fantasia, ou até mesmo à fé, de que os povos subjugados têm necessidade, o que, por exemplo, em um dado momento a gente poderia chamar de alienação.  Uma história que marcou muito a minha infância é a do negrinho do pastoreio.  Eu quis aproveitar todas aquelas histórias que eu escutei na infância e todas as outras que me foi possível criar para trabalhar com estas ideias, o elemento mágico, o mistério, a fé.  Em determinados momentos, se os grupos subalternizados, os grupos oprimidos não contarem com isso, eles não contam com mais nada.  Então é reconhecer o valor destas histórias até como suporte emocional para as horas de sofrimento.

A SENHORA ACHA QUE A VIDA LHE DEU O RETORNO DA SUA LUTA? QUANDO A SENHORA PENSA NA SUA TRAJETÓRIA, ISSO CONSTITUI UMA VISÃO APAZIGUADA?

Eu sou grata à vida, acho que a literatura me escolheu. Mas acho também que nada que eu estou ganhando é prêmio.  Aos 71 anos, é que eu estou conseguindo esta visibilidade.  Em termos de organização social, será que se eu não fosse uma mulher negra eu não teria tido este reconhecimento mais cedo?  A vida me escolheu, mas o que eu estou conseguindo poderia ser, deveria ser e merece ser muito mais.  Não apenas para mim, mas como para várias outras escritoras, para vários cidadãos. Eu sou grata, mas eu quero mais.  Eu não estou tomando nada de ninguém.  A sociedade brasileira tem uma dívida com todos nós.  As exceções confirmam as regras.  Que regras são estas da sociedade brasileira que aos 71 anos é que uma mulher negra consegue uma visibilidade dentro da literatura?  Ainda bem que eu tive forças, mas muitas pessoas ficam pelo caminho, porque é preciso um esforço supra-humano.

Histórias de leves enganos e parecenças – O INUSITADO NA LITERATURA QUE DEMOCRATIZA O SER HUMANO

“Lá se foi ele, abismo abaixo, abismo abaixo… E quando voltou, ao ser indagado sobre o que vira lá no fundo, com olhar vazio e modo distanciado do mundo, ape­nas respondia: “Desça lá para ver… Desça lá para ver… Desça lá para ver…” (“Grota Funda”, conto  do livro Histórias de leves enganos e parecenças)

Conservadorismo, repressão, injustiça social, religiosidade e ancestralidade são alguns temas presentes no livro de contos Histórias de leves enganos e parecenças, de Conceição Evaristo, lançado em 2016 pela Editora Malê. O livro, já na capa, traz uma enigmática imagem criada por Ainá Evarsito, filha da autora, imagem que a mim sugere o olhar do absurdo sobre nós. Em contos e microcontos, Evaristo apresenta personagens abatidos pelos mais diversos tipos de opressões sociais, como nas narrativas das personagens Dolores Feliciana e Andina.  Dolores representa uma das tantas mães brasileiras em luto pelo assassinato dos seus filhos ̶ “Quando Dolores Feliciana falava dos filhos, os olhos dela vertiam sangue. Ela sempre falava deles com a voz entrecortada de sangue tam­bém.” (“Os guris de Dolores Feliciana”) ̶, o drama de Andina é o de tentar encontrar uma forma para saciar a fome dos seus filhos.  – “Um dia Andina pediu à patroa um dos pães para levar para casa e não recebeu uma resposta positiva. E, a partir desse dia, além de ter de se contentar com um único pedacito que a patroa cortava e lhe dava, tinha de comer diante dela, sem nada levar para casa.” (“O pão sagrado dos filhos”).  O livro sugestiona que, em determinadas situações, a fantasia, a fabulação e os elementos mágicos e religiosos servem como instrumentos possíveis para garantir a esperança e a resistência; como no conto “Nossa Senhora das Luminescências”: “Ela é assim. Carrega, nos modos de ser, uma esperança para o desamparo de todos. O jeito dela é de tal brandura e for­taleza, que qualquer um vivendo o doloroso sentimento de abandono, ao encontrar a Senhora das Luminescências, confor­to experimenta e se sente acolhido no coração do mundo.”

As soluções encontradas pela autora para garantir a resiliência dos seus personagens são as mais inusitadas e este é um sentido que dá força ao livro, pela surpresa e pelo prazer de acompanhar como Conceição Evaristo os alenta, e por ser perceptível que o recurso utilizado pela narradora para os personagens dialoga com a essência do fazer literário, que é a criação. No livro a criação e a inventividade surgem nos personagens para enfrentar situações adversas. E nada mais adverso que um dilúvio, mito que aparece no conto “Sabela”, que encerra o livro. Se “o escritor é como Deus”, e a arte vem instigando (telas, músicas, livros e filmes) que “Deus é uma mulher negra”, a autora faz uso do seu talento e divindade artística para determinar os que deste dilúvio merecem se salvar, reservando para os que se mantêm em “sonos injustos”, um interessante final: “Das águas quero saber não dos mortos, mas, dos vivos, dos mistérios, dos milagres de quem se salvou.”

LEIA UM TRECHO DO CONTO SABELA, DO LIVRO Histórias de leves enganos e parecenças

Sabela

Quando no céu retumbaram trovões, gritos rasgados da boca do tempo, as vozes do alto foram repetidas desde lá de dentro das entranhas da terra. Os buracos terres­tres, mesmos os bem-bem pequenos, como os minúsculos orifícios por onde penetram as menores formigas, até as crateras de onde jorram os vômitos dos vulcões, todos copiaram os gritos celestes. Todas as inima­gináveis frinchas do chão manifestaram-se com um longo e profundo som. Todas as fendas do solo bradaram violentamente, inclusive a maior, a guardadora das imensas águas, o mar. Repito. Todos os buracos terres­tres devolveram aos céus, em forma de eco, os brados roucos e lancinan­tes que se despendiam das nuvens. Tudo foi um só abalo, um transtorno só. Céu e terra como se tudo fosse uma única matéria em rebuliço. Eu lembro que, naquela tarde, os sons mais baixos provinham das vozes hu­manas em gritaria. Os cães ladravam em uníssono, misturando confusa­mente seus lamentos aos finos e irritadiços miados dos gatos. Os bichos de dois pés emitiam trinados, que de tão estridentes rachavam os bicos. Olhei Sabela, Mamãe tinha a expressão toda úmida. De sua roupa enso­pada a água escorria. Lá fora a chuva nem começara ainda. Era sempre assim. O corpo de minha Mãe dava sinal do tempo. Em épocas de seca, ele também emitia avisos. A saliva ia rareando em sua boca e sua língua ficava fina, finíssima como uma folha desidratada. Durante quase todo o estio ela guardava silêncio, tornava-se meio muda. E quando ensaiava proferir alguma palavra, um hálito quente, incandescente, por mais que ela guardasse distância do interlocutor, se fazia sentir por todos. E naque­le dia, apesar do tempo ser de seca, o corpo de Mamãe anunciava chuva.

Programa de televisão transmitirá a historia do Quilombo de Palmares

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Publicado em 24/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h21

Neste sábado (25), será transmitido no programa Como Será, da Rede Globo, uma matéria jornalística que conta a historia da comunidade de Muquém, localizado no município de União de Palmares –AL.

Em forma de um mini documentário, a historia da comunidade será retratada no quadro “Hoje é dia de quilombo”, que terá intuito de mostrar para o publico a única comunidade de remanescentes de Palmares, o maior e mais resistente quilombo das Américas que possui mais de 200 anos, formado ainda no Brasil escravocrata.

O programa será transmitido das 7:00h ás 9:00h, horário de Brasília na emissora da rede Globo.

Assista o trailer do vídeo acessando o link 

Peça de Teatro relembra os 136 anos da morte de Luiz Gama

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Publicado em 24/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h25

Em memoria dos 136 anos de da morte de Luiz Gama, será encenada nesta sexta-feira (24) a peça: Luiz Gama: Uma Voz Pela Liberdade, nas escadarias da Câmara Municipal, no centro do Rio de Janeiro, ás 17h.

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 21 de junho de 1830, era filho da africana livre Luiza Mahin, uma das principais figuras da Revolta do Malês, com um fidalgo branco de origem portuguesa, de uma rica família baiana.

Depois que sua mãe foi exilada por motivos políticos, Luís, com apenas 10 anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai e foi levado para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo. Foi comprado pelo alferes Antônio Pereira Cardoso, proprietário de uma fazenda no município de Lorena. Em 1847, o alferes recebeu a visita do jovem estudante Antônio Rodrigues do Prado Júnior que ensinou o jovem escravizado a ler e a escrever. Um ano depois, Luís Gama fugiu da fazenda, pois sabia que sua situação era ilegal por filho de mãe livre.

Autodidata, Luís Gama se tornou patrono da academia paulista de letras, poeta, jornalista e advogado, iniciou suas atividades contra a escravidão, conseguindo libertar mais de 500 escravos, mas em 24 de agosto de 1882, Luís morreu sem ver concretizada a Abolição.

A concepção do espetáculo baseia-se em uma visão histórica da vida de Luiz Gonzaga Pinto da Gama. Nas cenas, o ator Deo Garcez trabalha com diálogos que evocam a luta contra o racismo e a discriminação presente na sociedade brasileira de sua época.

Lugares de memória do tráfico transatlântico de escravizados: Ilha de Goreé

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Publicado em 23/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h26

O tráfico e o comércio de africanos escravizados deram origem a diversos lugares de memória, lugares estes cujas marcas evocam as difíceis condições da travessia e o duro cotidiano nos engenhos e senzalas. No entanto, evocam também que o povo negro, “povo que viu a crueldade bem de frente e chegou sobrevivente no navio, se ergueu além da dor e, ainda, produziu milagres de fé no extremo ocidente” como diz Caetano Veloso. Diante disso e para comemorar os 30 anos da Fundação Cultural Palmares e rememorar o dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravizados e sua Abolição, que se dá no dia 23 de agosto. A FCP publicará uma série com lugares de memória do tráfico transatlântico de escravizados no Brasil, na África e no Caribe e convida para o ciclo de palestras e para as demais atividades alusivas aos 30 anos da Fundação.

A Ilha de Gorée foi, até o século XIX, um entreposto para embarque de africanos escravizados trazidos da costa ocidental do continente, sobretudo da região da Senegâmbia, com destino à América. Por marcar parte dessa terrível história, foi classificada como patrimônio da humanidade pela UNESCO, em 1978. A ilha está situada a 3 km da costa de Dakar, capital do Senegal e mantém como símbolo e memória da escravidão na África a ‘‘Casa dos Escravos’’ e a ‘‘Porta do Não Retorno’’. Era na ‘‘Casa dos Escravos’’, construída por volta de 1776, que os cativos eram mantidos acorrentados até o embarque para as Américas. Os escravizados, além de enfrentarem longas jornadas do interior do continente (local da captura) até a costa (local de embarque), ainda esperavam, em minúsculas celas, meses para embarcarem na longa e sofrida jornada para as Américas.

A ‘‘porta do não retorno’’ era o local de embarque e, uma vez transposta, o escravizado não mais veria a sua terra natal. Em 1962, a Casa dos Escravos, foi reconstruída e inaugurada como museu.

Fundação Cultural Palmares incia comemorações do aniversario de 30 anos

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Publicado em 21/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h31

Nesta ultima segunda feira (20) a Fundação Cultural Palmares  (FCP) iniciou as comemorações do aniversario de 30 anos. O evento acontece ate sexta- feira (24) , com programações abertas para o publico.

 Na abertura do evento, aconteceu a inauguração da exposição Herança Viva do fotografo Januário Garcia, que retrata imagens de pessoas e comunidades negras rurais, a exposição ficará aberta para visitação do publico até o dia 24. No mesmo dia, houve uma sessão de cinema com alunos das escolas do Distrito Federal que tiveram a oportunidade de assistir o filme Menino 23: infância perdida no Espaço Cultural Renato Russo.

Já nesta terça feira (21),  funcionários da Fundação juntamente com a sociedade civil participaram das apresentações de capoeira dos grupos da Associação Lagoa Azul do mestre Olodun e do Espaço Cultural Filhos do Quilombo do mestre Lagartixa na sede da Fundação Cultural Palmares. Em seguida iniciou uma roda de samba composta por funcionários da FCP e grupos locais. Já em outro momento, alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB) e outras escolas assistiram ao filme “Os 12 Trabalhos”,seguido de debate.

A comemoração do aniversario da Palmares se estenderá até a próxima sexta feira, e contamos com a participação de todos. Confira a programação abaixo:

Programação
Programação

A Fundação Cultural Palmares completa 30 anos

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Publicado em 17/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h35

A Fundação Cultural Palmares-FCP estará completando 30 anos, no próximo dia 22 de agosto. A comemoração alusiva ao seu aniversário será aberta ao público e contará com programação cultural diversificada, com atividades realizadas na sede da FCP e no Espaço Cultural Renato Russo, em Brasília, no período de 20 (segunda- feira) a 24/08 (sexta-feira), conforme programação abaixo, com exposição de fotografias, mostras de cinema, ciclo de palestras, grupos culturais e outros.

Aos 30 anos a FCP atingiu a maturidade, com força e a dedicação de cada servidor, terceirizado, diretores e presidentes que por aqui passaram. Todos esses mantiveram seu foco e objetivos para os momentos vividos, a fim de atingir a missão institucional da Palmares, que é promover a mobilidade social do afro-brasileiro. Com o trabalho dessa equipe, a Palmares se tornou conhecida nacional e internacionalmente.

O combate aos problemas da sociedade que atingem o povo afro-brasileiro não é tarefa apenas dos negros ou da Fundação, mas de todos aqueles que não concordam com tantas atrocidades, seja qual for a sua pigmentação e sua origem étnica.

Vamos celebrar a vida juntos e irmanados no combate à toda violência que o racismo e a intolerância provocam em nossa sociedade.

Convidamos á todos para participarem da nossa festividade!

Programação
Programação

Aretha Franklin morre aos 72 anos

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Publicado em 16/08/2018 08h00 Atualizado em 03/10/2023 08h37

A Fundação Cultural Palmares lamenta a perda de uma grande cantora, Aretha Franklin, um símbolo de representação da causa negra. Sua voz estará viva no coração de todos.

Aretha Louise Franklin nasceu em Memphis, no estado americano do Tennessee, em 25 de março de 1942. Hoje conhecida mundialmente, Aretha começou a gravar seus primeiros discos aos 14 anos na igreja de seu pai, um pastor batista. A rainha do soul ficou famosa com a musica “Respect”, sua única canção a chegar ao topo da principal parada de sucessos dos Estados Unidos. Ao longo de sua carreira, Aretha Franklin recebeu 18 prêmios Grammy, incluindo um pelo conjunto da obra.

Em 1987, ela se tornou a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Rock and Roll. Mais tarde em 2005, Aretha recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade que é a maior condecoração para um civil americano.

Quando Barack Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos, em 2009, Aretha Franklin fez questão de cantar durante a cerimônia para celebrar que o país teria pela primeira vez um negro como chefe de estado. Diagnosticada com câncer em 2010, seu último show solo aconteceu na Filadélfia, em agosto de 2017.

Aretha Franklin morreu aos 76 anos, informou o empresário da cantora. A causa da morte foi câncer de pâncreas em estágio avançado

Projeto Escola sem Racismo

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Publicado em 13/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h40

A Fundação Cultural Palmares (FCP) coloca em prática o projeto escola sem racismo, que tem como a sua principal proposta combater o racismo na base e fomentar a cultura afro-brasileira entre os alunos e educadores.

O projeto piloto que está sendo desenvolvido no Distrito Federal teve inicio nesta  ultima sexta-feira (10) de agosto, onde a (FCP) recebeu as turmas do 5º ano matutino e vespertino  da escola 413 sul , a proposta da atividade foi uma visita guiada da escola na FCP.

Em ambos os turnos, a atividade foi iniciada com a visita ao acervo da FCP. Em uma sala no térreo foi montado um pequeno museu com peças do acervo interno, dentre as quais grilhões utilizados durante o período escravocrata para prender crianças e adultos escravizados, bem como quadros variados que retratam a cultura afro-brasileira e as culturas africanas; instrumentos musicais – macumba e berimbau; bonecas abayomi e peças de cerâmicas. Ademais, os representantes da Fundação, propuseram dinâmicas que motivaram as crianças a refletirem sobre a visão midiática do continente africano, apresentando fotografias de diversas metrópoles africanas e pontos turísticos, a exemplo da bela Baía de Luanda e imagens do Egito, no intuito de compreender a percepção dos estudantes acerca do continente africano.

Ademais, os coordenadores do projeto Lorena Marques e Matheus Santana, falaram sobre heróis e heroínas negras e representatividade negra nos diversos campos profissionais.

No segundo momento, iniciaram a visita guiada, percorrendo e explicando sobre os departamentos e as principais ações desenvolvidas pela FCP.

Para finalizar, os estudantes visitaram a ‘‘sala da presidência’’, onde a dinâmica realizada envolvia a seguinte reflexão: ‘‘O que você faria se fosse presidente da Fundação Cultural Palmares’’?

”Compreendo que a escola tem o importante papel de auxiliar no combate ao racismo, por meio de experiências que estimulem a reflexão nos estudantes, desde os anos iniciais. Os professores devem discutir com os estudantes o protagonismo negro na história e na produção do conhecimento, apresentar as civilizações africanas da mesma forma que apresenta as civilizações ocidentais. O estudante precisa compreender que o continente africano não é histórico e não é homogêneo. No mais, precisa fomentar um ambiente de respeito às religiões, de respeito ás diferenças. Observo que há certa evolução no ambiente escolar quando lembro que entre os anos de 1990 e 2000, quando estava em idade escolar, essas discussões eram praticamente inexistentes” afirmou Lorena Marques.

“O combate ao racismo é diário e é necessário estar presente nas escolas em todos os momentos, não só no mês da consciência negra e sendo abordada de maneira rasa. O racismo está presente na vida do aluno desde sua infância, muitas vezes sem a criança saber que é alvo de racismo, então ensinar sobre nossa história, ensinar o que é o racismo é extremamente necessário para que as crianças negras tenham orgulho de sua história, de sua origem, de seus personagens históricos e para que as crianças não negras não reproduzam esse tipo de comportamento” afirmou Matheus Santana.

STF inicia julgamento sobre sacrificio de animais

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Publicado em 10/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h42

A pauta de julgamentos do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta ultima quinta-feira (9) trouxe para julgamento o Recurso Extraordinário (RE) 494601. Datado de 29 de setembro de 2006 e com relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, o RE foi apresentado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul contra a decisão do Tribunal de Justiça do estado (TJ-RS), que validou por meio de uma lei o sacrifício de animais em rituais religiosos.

A norma acrescentou ao Código Estadual de Proteção de Animais gaúcho a possibilidade de sacrifícios de animais, destinados à alimentação humana, dentro dos cultos religiosos africanos. Para o MP-RS, a lei invade a competência da União para legislar sobre matéria penal, e privilegia os cultos das religiões de matriz africana para o sacrifício ritual de animais, ofendendo a isonomia e contrapondo-se ao caráter laico do país.

Dando início a sessão, em defesa da religião de Matriz Africana, O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, do Ministério Público Federal (MPF), se posicionou contra o Ministério Público gaúcho. “Para quem acredita em Deus o que há em comum é que essa crença é indissociável de sua própria entidade. A pessoa só é pessoa na permanência da crença de um deus consigo próprio. Sem a crença em Deus, a pessoa perde a sua própria substância e vira animal como outros. Essa matéria revela racismo institucional” relatou.


“Parece que a vida de galinha vale mais que a vida de jovens assassinados brutalmente nas periferias brasileiras, para isso não há comoção social. É assim que coisa de preto é tratada no Brasil. Vida de preto não tem valor nenhum. Mas a galinha da religião de preto, essa vida tem que ser radicalmente protegida na corte suprema” argumentou indignado Hédio Silva Junior, advogado da União de Tendas de Umbanda e Candomblé do Brasil.

Início do julgamento

O Relator Marco Aurélio votou pela constitucionalidade do sacrifício de animais em ritos religiosos “de qualquer natureza, é vedada à prática de maus-tratos no ritual e condicionado o abate ao consumo da carne” e ainda defendeu, “a laicidade do Estado não permite menosprezo ou a supressão de rituais religiosos, especialmente a religiões minoritárias, como ocorre com as de matriz africana”. Para ele a lei questionada deve ser interpretada conforme a Constituição, permitindo o sacrifício para todas as religiões, não apenas às de matriz africana.

O ministro Edson Fachin quis antecipar o voto mesmo com o julgamento suspenso e também votou a favor de permitir o sacrifício em todas as religiões. “Deve se proteger o caso da cultura afro-brasileira, pois sua recriminação é fruto de um preconceito estrutural e merece atenção do estado” disse.

O julgamento, no entanto, foi interrompido quando Alexandre de Moraes pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Não há data para a retomada.

A Fundação Cultural Palmares (FCP) se solidariza com os povos de terreiro em sua luta pelo reconhecimento legal de seus ritos sagrados. Os povos de terreiro apresentam um forte envolvimento com a natureza e com a preservação do meio ambiente. A proibição do sacrifício tem sim sido mais usada como manifestação de intolerância religiosa e racismo, perseguindo-se as crenças de matriz africana, do que como uma preocupação real com os animais.

Seminário da Ancestralidade e Sustentabilidade da Mulher Negra na América Latina

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Publicado em 10/08/2018 11h00 Atualizado em 03/10/2023 08h44

Entre terça – feira (7) e quinta- feira (9) ocorreram o Seminário da Ancestralidade e Sustentabilidade da Mulher Negra na América Latina no Hotel San Marco na área central de Brasília. O evento foi recheado de apresentações culturais e falas de pessoas governamentais e de mulheres.

A proposta deste Seminário foi desenvolver uma leitura da situação atual e apontar possíveis caminhos a diminuição dos processos históricos de discriminação de gênero feminino


e étnico-raciais, além de contribuir na construção de novas concepções que evolvem as relações humanas e institucionais.

No contexto da Década Internacional Afrodescendente, o Seminário teve a finalidade reforçar a ação e a cooperação nacional, regional e internacional, bem como garantir os direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos dos afrodescendentes em suas singularidades.

Na abertura do evento, aconteceu a apresentação inter-religiosa e acolhimento às Griots dos diversos estados da Federação. A Fundação Cultural Palmares (FCP) foi representada por Adna Santos de Araújo e na mediação da Roda de Conversa: “O saber ancestral como valor civilizatório e as Casas de religiosidade como lócus do apaziguamento social”.

O secretario Juvenal Araújo da Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) afirmou a importância de discutir o tema do seminário. “Discutir sobre esse tema, trará grandes transformações no espaço social, como na saúde e na educação” relata o secretario em sua apresentação.

Marcia Unchoa, diretora de fomento da cultura afro-brasileira da FCP, que cita a importância de um olhar diferenciado para a mulher negra. “A mulher negra é a que mais sofre com racismo, preconceito e violência, seja na rua ou dentro de casa, e precisamos fazer algo para combater isso”, afirma ela em sua participação no seminário.

Um público resistente que tem grande importância e participação no evento são as Griots, que são mulheres idosas, mães de santos e donas de terreiros de matriz africana, que resistem a todo preconceito e racismo na sociedade. Walquiria Duarte de Oliveira tem 75 anos de idade e 58 anos de candomblé, está presente no evento sendo símbolo de resistência. “Estou achando muito importante está acontecendo esse evento, pois e muito importante para as mulheres de matriz africana como eu, que resiste nesse país para manter minha cultura e meu corpo de pé”.

O Seminário da Ancestralidade e Sustentabilidade da Mulher Negra na América Latina pretende a participação plena e igual em todos os âmbitos da sociedade, a promoção do respeito à diversidade da herança cultural, a sua contribuição ao desenvolvimento das sociedades, a adoção e fortalecimento dos marcos jurídicos de acordo com a Declaração e Programa de Ação de Durban e da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, além de assegurar a sua plena e efetiva implementação.

Seminário com funcionários e moradores da Serra da Barriga no Parque Memorial Quilombo dos Palmares (AL)

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Publicado em 03/08/2018 14h00 Atualizado em 03/10/2023 08h49

Hoje (03) a equipe da Representação Regional de Alagoas (RR/AL) inicia a primeira etapa do Seminário com funcionários e moradores da Serra da Barriga no Parque memorial quilombo dos Palmares (AL).

Com intuito de qualificar os funcionários do parque e a comunidade, o seminário apresentará informações a respeito da historia do quilombo, para tornar o turismo local mais rico.  É uma iniciativa que atende as diretrizes do dossiê  de candidatura da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do Merco Sul.

O seminário além dessa edição terá mais duas datas que serão definidas em breve.

Dia do capoeirista, celebra uma das maiores expressões culturais brasileira

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Publicado em 03/08/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 08h52

Uma das manifestações mais fortes da cultura popular é lembrada nesta sexta-feira, dia 3 de agosto, quando se comemora o Dia do Capoeirista. Embora a data ainda não seja nacionalizada, há projetos de lei no Congresso Nacional propondo este reconhecimento.

A capoeira tem suas origens no século 17, quando ocorreram os primeiros movimentos de fuga e rebeldia dos negros escravizados. No século 19, estão os primeiros dados e registros confiáveis e com descrições detalhadas sobre a prática. Existia até a hipótese de que a capoeira havia surgido na África, porém hoje acredita-se que tenha nascido mesmo no Brasil.

Estudiosos crêem que a origem da palavra capoeira venha do tupi-guarani caá-puêra, que significa “mato que já foi”. Já na linguagem caipira, o termo viria de capuêra, que significa mato que nasceu no lugar de outro derrubado ou queimado. Este tipo de terreno seria a arena das primeiras rodas de capoeira.

A prática da capoeira representa a junção de diferentes manifestações como à dança, a música, a dramatização, a brincadeira, o jogo e a espiritualidade. Esta característica torna a expressão complexa, apaixonante, surpreendente e rica.

Mais de oito décadas depois, a capoeira venceu preconceitos e conquista adeptos em todas as classes sociais. Por iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), a capoeira foi reconhecida, em julho de 2008, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Em novembro de 2014, a Roda de Capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A capoeira ganhou o mundo e passou a ter destaque, importância e reconhecimento na agenda política, social e cultural no Brasil e em mais de 150 países. Assim, os ensinamentos deste patrimônio cultural e imaterial afro-brasileiro podem ser transmitidos de geração a geração.

Quilombolas reúnem em Brasília para um grande encontro sobre Gestão Territorial e Ambiental Quilombola

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Publicado em 31/07/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 09h06

Entre os dias 23 a 25 de julho, aconteceu a Oficina Nacional sobre Gestão Territorial e Ambiental Quilombola, no Centro Cultural de Brasília. A oficina Reuniu quilombolas de todo Brasil na capital federal, para discutir e planejar as realidades do território nacional pertencente a eles.

A Gestão Territorial e Ambiental Quilombola- GTAQ é um projeto conquistado pela CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) que vem desde o ano de 2013 pautando esta agenda e conquistando parceiros que contribuíssem para que o projeto fosse executado.

Durante a Oficina Nacional foram discutidos cinco eixos essenciais para a GTAQ, como a Integridade Territorial, uso e Conservação Ambiental, produção sustentável, alimentação e renda, educação e formação para a GTAQ, organização social para a GTAQ e ancestralidade, identidade e patrimônio cultural relacionado à GTAQ.

Veja a matéria completa no site da CONAQ.

Serra da Barriga: Aprender com o passado para construir o futuro

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Publicado em 25/07/2018 09h00 Atualizado em 03/10/2023 09h08

“A Serra da Barriga não pode ser encarada como peça folclórica, mas como polo da população negra”, afirmou o professor Zezito Araújo (Ufal), na mesa-redonda sobre o Dossiê de candidatura da Serra da Barriga – Quilombo dos Palmares – patrimônio cultural do Mercosul e as ações do comitê gestor, na tarde da segunda-feira (23).

Zezito defendeu que a gestão do bem cultural deve valorizar a cultura de libertação e promover a participação negra. Na mesa, ele teve companhia do professor da Universidade Estadual de Alagoas, Jairo Campos; da arquiteta e urbanista do Departamento de Articulação e Fomento da assessoria internacional do Iphan, Candice Ballester, dadiretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Carolina Nascimento; e do professor da Ufal Aruã Lima, que coordenou a mesa.

A arquiteta Candice Ballester recordou as etapas para a construção do dossiê, que foi apresentado na candidatura da Serra da Barriga como patrimônio cultural do Mercosul, em 2017. “O título internacional engloba o patrimônio material, imaterial e arqueológico. Além disso, reforça a ideia de intercâmbio com todos os âmbitos dos quilombos”, afirmou.

O professor Aruã Lima destacou a necessidade de pensar quais serão os próximos caminhos traçados para a gestão da Serra da Barriga, eque possibilitem a preservação da memória sem apagar o sentido de resistência de Zumbi dos Palmares como patrimônio histórico. “A grande vitória do reconhecimento é responsabilizar os entes governamentais pela manutenção desse patrimônio. Aumentar a memória de Zumbi dos Palmares e não retirar dele o caráter transgressor durante a história”, disse Aruã, mencionando a importância da participação da comunidade local em todo o processo.

“É necessário entender que a cultura Afrobrasileira pode ser um vetor de desenvolvimento do povo. Por isso falamos de patrimônio, especialmente, de pertencimento”, destacou Carolina Nascimento no início da sua fala. A contribuição dela esmiuçou conceitos de resistência, de modo que destacou o aspecto cultural como fortalecimento do movimento negro.

Local de Resistência

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1986, a Serra da Barriga abrigou o maior quilombo das Américas. O seu reconhecimento como Patrimônio Cultural do Mercosul, em 2017, contribui para o reconhecimento do local como símbolo de luta e resistência dos escravos no Brasil e da referência cultural dos povos afro descendentes.

O estudo realizado em parceria com o Iphan e a Fundação Palmares, responsável pela administração do Parque Memorial Quilombo do Palmares, representa, ainda, uma reparação às perseguições e à intolerância praticadas e reveladas por meio dos quilombos. A formulação do dossiê só foi possível com a ajuda fundamental do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Universidade Federal de Alagoas, hoje sob direção da professora Lígia Ferreira.

O comitê gestor da Serra da Barriga é formado por representantes de comunidades capoeiristas, religiões de matriz africana, quilombolas, eautoridades do Iphan, da Fundação Palmares e das universidades Federal e Estadual de Alagoas.

Fonte: UFAL- Universidade Federal da Bahia

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