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Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 09/12/2025 17h19

Confira o resultado final dos candidatos habilitados e inabilitados do Concurso Prêmio Palmares de Arte

Publicado em 29/09/2023 16h32 Atualizado em 29/09/2023 16h42

Saiu nesta sexta-feira (29), o resultado final de habilitados e inabilitados da 3° Edição Palmares de Arte.

O concurso visa incentivar iniciativas culturais de artistas autodeclarados negros (pretos ou pardos), praticantes das diversas expressões culturais afro-brasileiras, preferencialmente de áreas de vulnerabilidade social, bem como de artistas residentes em Comunidades Quilombolas devidamente certificadas pela instituição.

As iniciativas apresentadas foram vinculadas às seguintes categorias: Artesanato, Música, Dança e Leitura, Escrita e Oralidade: mitos, narrativas folclóricas e culinária tradicional.

O objetivo do prêmio, que já está em sua terceira edição, é continuar proporcionando o fortalecimento do imaginário positivo relacionado às questões afro-brasileiras perante à sociedade; o fomento às manifestações culturais afro-brasileiras principalmente em tempos de crise e o auxílio à manutenção das expressões culturais nos quilombos.

 Resultado final de habilitação e inabilitação – categoria artesanato

Resultado final de habilitação e inabilitação – demais categorias

FCP divulga lista preliminar da fase de habilitação do Prêmio Conceição Evaristo

Publicado em 29/09/2023 16h32 Atualizado em 29/09/2023 17h26

Saiu nesta sexta-feira (29), a lista preliminar da fase de habilitação do Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista.

A iniciativa, visa incentivar a produção literária e valorizar a diversidade cultural do Brasil, especialmente a cultura negra. O valor da premiação para os vencedores será de 30 mil reais bruto.

O concurso vai selecionar as melhores obras literárias inéditas, que abordem o gênero afrofuturismo, além de incentivar a produção de novos talentos e valorizar a carreira de escritores já consagrados.

Serão premiadas três obras literárias, redigidas em português do Brasil e segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que valorizem os aspectos da cultura Afro-Brasileira no gênero afro-brasileiro.

O objetivo é estimular e valorizar a produção artística literária Afro-Brasileira e a formação de público.

Confira: lista preliminar de habilitados e inabilitados

Cidade do Rio de Janeiro recebe a Oficina de Teatro Musical Negro

Publicado em 29/10/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h26

Nos últimos meses, o Museu do Samba na cidade do Rio de Janeiro recebeu a Oficina de Teatro Musical Negro. Realizado pela Fundação Cultural Palmares e produzido pela Fato Produções Artísticas e Correria Cultural Produtoras Associadas.

Palestras e aulas com artistas e profissionais negros compôs a oficina que teve aulas de canto, interpretação e dança, que foram direcionadas a 50 alunos que foram selecionados em meio a 750 inscritos. Em paralelo a oficina foram ministradas também aulas de direção artística, com 15 alunos e aulas de dramaturgia com 20 alunos.

No próximo dia 15 de novembro às 19:00 horas acontece o Encerramento da Oficina de Teatro Musical Negro com a apresentação dos trabalhos realizados. A apresentação será no Teatro Carlos Gomes no Centro do Rio de Janeiro.

Local: Teatro Carlos Gomes, Praça Tiradentes, s/n – Centro, Rio de Janeiro – RJ

Data/hora: 15 de novembro às 19H

Quilombolas vão aos Estados Unidos para dialogar sobre questões raciais

Publicado em 18/10/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h29

Lideranças quilombolas brasileiras estão nos Estados Unidos até sábado (20) para um intercâmbio sociocultural, promovido pelo governo norte-americano a profissionais brasileiros que atuem na área de educação, democracia, diversidade, jornalismo, empreendedorismo, defensores dos direitos humanos, entre outros.

Embarcaram nessa viagem, representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Sandra Braga do quilombo Mesquita – GO, Célia Pinto do quilombo Cururucu – MA e José Carlos Galiza do quilombo Guajará Mirim – PA.

A viagem foi mediada pela Equipe de Conservação da Amazônia (ECAM) e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que atualmente realizam trabalhos importantes de empoderamento dos povos tradicionais da floresta.

Na agenda, uma visita à Washington, onde se encontrarão com representantes que defendem pautas de ativismo racial. Em tempos de tantos embates envolvendo as questões raciais na política brasileira, vão discutir assuntos como regularização fundiária, conflitos e ameaças (homicídios contra quilombolas) e proteção do meio ambiente.

Ainda em Washington, visitarão a Howard University, uma das universidades que mais formam profissionais negros nos Estados Unidos, nas mais diversas áreas de formação e tem como compromisso tácito oferecer oportunidades às minorias. Lá, devem ocorrer discussões de perspectivas acadêmicas da discriminação racial nas Américas. A comitiva ainda passará pelo Congresso Nacional dos Índios Americanos e pelo Museu Nacional de História e Cultura Afro-americana, onde se encontrarão com estudiosos e lideranças de movimentos étnicos.

Aniversário de 110 anos do mestre Cartola

Publicado em 11/10/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h33

Hoje (11) comemora-se o aniversário de Agenor de Oliveira, o Cartola. Famoso cantor e compositor negro e maior representante da Música Popular Brasileira.

Cartola nasceu no Rio de Janeiro em 1908, passou a infância no bairro de Laranjeiras e não completou os estudos; trabalhou como tipógrafo e pedreiro. Mudou-se para o Morro da Mangueira onde o gosto pela música aflorou nas rodas de samba e batuques. O apelido de “Cartola” surgiu na época que trabalhava de pedreiro e usava um chapéu para impedir que o cimento caísse e sujasse sua cabeça.

Em sua brilhante trajetória musical o mestre cartola deixou alguns legados sendo ele um dos fundadores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, e o primeiro samba da escola foi composto por ele intitulado como  “Chega de Demanda. ”   Em 1925 com seu amigo e parceiro musical Carlos Cachaça foi um dos fundadores do Bloco Arengueiros.

No ano de 1954 o poeta casou-se com dona Zica e abriu um restaurante na zona sul do rio de janeiro chamado Zicartola, que se tornou o ponto de encontro do samba e reuniu grandes nomes como Tom Jobim, Nelson Cavaquinho e Clementina de Jesus. 

O cantor foi autor de grandes sucessos, é impossível falar de samba e não mencionar os seus clássicos como: “As rosas não falam”, “O mundo é um moinho” “O sol nascente” e “rugas”, e teve parte de suas  composições gravadas por Nara Leão e Elizeth Cardoso.

Em 1970 recebeu uma homenagem em forma de espetáculo chamada “Canta Cartola” que mostrava a importância do sambista no cenário musical brasileiro.

Cartola, morreu aos 72 anos no Rio de Janeiro em 30 de novembro de 1980, deixando uma enorme contribuição para a Música Popular Brasileira.

Nota de pesar: Mestre Moa do Katendê

Publicado em 09/10/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h36

Nascido em Salvador em 1954, faleceu aos 63 anos, Romualdo Rosário da Costa, o Mestre Moa do Katendê conhecido por ser um dos maiores mestres de capoeira do país e ativista na luta dos direitos do povo negro, sempre lutou contra intolerância, o preconceito, o racismo, além de tentar criar  formas mais diversas para unir os povos.

Ele era referência na defesa das tradições africanas e percorria o mundo divulgando a arte, além de  mestre de capoeira era: compositor, dançarino, percussionista, educador e artesão. Fundou o bloco Afoxé Badauê em 1978, que desfilou pela primeira vez no ano seguinte e se tornou campeão do carnaval na categoria do Afoxé. Em 1995 criou o afoxé “Amigos do Katendê” com o qual viajava o mundo.

Caetano homenageou a obra do artista gravando a música “Badauê” no disco “Cinema Transcendental”. 

Mestre Moa do Katendê, iniciou-se na arte da capoeira aos oito anos de idade, na Academia Capoeira de Angola; participou de inúmeros grupos de teatro, música afro e dança. Acreditava que a cultura e as manifestações artísticas eram capazes de promover a paz.

Com muito pesar a Fundação Cultural Palmares (FCP), lamenta a morte dessa figura importante na cultura e na história afro-brasileira  e repudia qualquer ato de radicalismo e intolerância.

Adesão ao Projeto “Conhecendo nossa história: da África ao Brasil”

Publicado em 03/10/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h38

No período de 01 a 05 de outubro, representantes da Fundação Cultural Palmares estarão em diversos municípios do estado de Alagoas. As servidoras Conceição Barbosa e Valéria Monteiro estão articulando a pactuação do Termo de Adesão entre a Fundação Cultural Palmares (FCP) e as prefeituras alagoanas do projeto “Conhecendo nossa história: da África ao Brasil”. Até a presente data, as servidoras já estiveram nos municípios Arapiraca,  Palmeira dos Índios, Santa Luzia do Norte, Traipu, Penedo e Boca da Mata e foram recebidas pelos gestores municipais com grande interesse em efetivar a parceria.”

Fundação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAFRO)

Publicado em 01/10/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h45

Comemora-se hoje (1) a Fundação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neafro) Grupo de Pesquisa Relações Raciais, ele foi criado em meados dos anos 80 para debater ações a favor da população negra da Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e para a sociedade de um modo geral.

Na mesma época que foi fundando o Neafro aconteceu também o 1º Congresso Africano das Américas que teve repercussão internacional, a universidade virou um grande palco de discussão sobre questões raciais.


Deste modo o Grupo de Pesquisa Relações Sociais (Neafro) –  Memoria, Identidade e Imaginário, contribuiu para que a população negra ganhasse visibilidade e pudesse ter espaço dentro da academia. Ainda hoje, grupos como o Neafro são importantes para a construção social e a representatividade dos negros dentro e fora das universidades.

Lei dos Sexagenários

Publicado em 28/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h48

Em 1884 a Lei dos Sexagenários foi manifesta por intermédio do Senador e Ministro Manuel Pinto de Sousa Dantas (1831-1894). Nesse período ocorreu um grande conflito de interesses entre os abolicionistas que entreviam o findar a escravidão sem indenizar os senhores de escravos, e os proprietários das terras e dos escravos que exigiam uma indenização financeira por conta dos danos na baixa de suas propriedades.

A Lei dos Sexagenários ou Lei Sararaiva-Cotegipe, foi promulgada em 28 de setembro de 1885.  Essa lei concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade e beneficiou apenas alguns escravos, pois eram raros os que atingiam esta idade devido o sofrimento que a escravidão oferecia por conta do trabalho árduo, agressões e péssimas condições de vida.

Apesar de a lei não ter quase utilidade na prática, além de também ter favorecido o lado dos senhores de terra, essa lei teve grande importância no processo da abolição, pois serviu de base na campanha abolicionista que anos depois conseguiu a sanção da lei Áurea, responsável pelo fim da escravidão.

147 anos da Lei do Ventre Livre

Publicado em 28/09/2018 10h00 Atualizado em 02/10/2023 16h50

Hoje (28) comemora-se o Dia da Lei do Ventre Livre, uma data muito importante para o contexto histórico e social do Brasil. Assinada e aprovada pela Princesa Isabel a lei garantia liberdade aos filhos das escravas que nasceram a partir de 1871, porém essas crianças viviam sob autoridade dos senhores até os 21 anos de idade.

A lei nº 2.040 foi aprovada, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, e sancionada, em 28 de setembro de 1871, pela princesa imperial regente, o ‘Projeto Rio Branco’, que se transformou na lei de nº 2.040, representou um pequeno passo para acabar com a escravidão no Brasil que aconteceu 17 anos depois.



“Declara de condição livre os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, libertos os escravos da Nação e outros e providencia sobre a criação e tratamento daqueles filhos menores e, sobre a libertação anual de escravos.”

O dia é lembrado como uma data transformadora para os negros, embora a lei do ventre livre não garantisse a liberdade de todos aqueles que sofriam de escravidão, ela evitava a continuidade desta prática oportunista e exploração do trabalho humano.

Quilombolas que inspiram: Helena Rosa

Publicado em 27/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h52

Hoje (27), os representantes da Fundação Cultural Palmares (FCP) visitaram a proprietária do Crioula Café, Helena Rosa, quilombola da comunidade Kalunga.

Ela saiu de Cavalcante (GO) para tentar melhores oportunidades em Brasília com apenas 13 anos. Quarta filha de onze irmãos trabalhou como doméstica, cursou Ciências Contábeis e com estudo, força e dedicação conseguiu realizar o sonho de abrir o Crioula Café, estabelecimento que está conquistando o coração dos guaraenses.

A proprietária é um exemplo de resistência; enfrentou dificuldades, porém não desistiu, traçou estratégias, se planejou durante dois anos até inaugurar o Crioula Café acerca de dois meses. Helena afirma ainda a importância do estudo para atingir os objetivos e vencer qualquer obstáculo. “jovens, quilombolas e mulheres negras que querem empreender o conhecimento é a fonte de poder, faça das dificuldades um degrau para alcançar seus objetivos.” Diz Helena.

Helena traz consigo um pedacinho do quilombo onde cresceu, com elementos da cultura afro-brasileira. A decoração remete a sua infância, tornando o ambiente singelo e rústico retratado através dos quadros de locais conhecidos no quilombo tais como, lamparinas, moedor de café antigo e chão de cimento queimado.

O cardápio é um resgate da sua vivência adaptado para agradar todos os paladares com receitas simples e típicas da cultura quilombola; a pamonha com lombo é uma ótima pedida e o bolo de chocolate com castanha de baru é campeão de vendas, entre outras delicias do local. Estas são características marcantes do Crioula Café para quem quiser vivenciar um pouquinho do quilombo em Brasília.

Criola Café (QI 31, Bl. A, Edifício Flórida Center, Guará 2; 99164-3920), aberto de segunda a sexta, das 8h às 19h; e sábado, das 9h às 19h.

Caravana de Direitos Humanos visita o Quilombo Mesquita

Publicado em 25/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h55

Na ultima sexta feira (21) a sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH, entidade de utilidade pública, promoção, defesa e proteção de Direitos Humanos, em parceria com a comunidade Quilombola de Mesquita e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), realizaram a Caravana de Direitos Humanos na comunidade quilombola, o evento iniciou no dia 21 e se estendeu até o dia 24.

O intuito do evento foi capacitar  um grupo de quilombolas para estar levando aos demais da comunidade, informações sobre os problemas que o território de mesquita vem passando como a redução territorial em 82%. Na sexta- feira (21) e no sábado (22) a sociedade Maranhense capacitou mais de 30 quilombolas de Mesquita com oficinas e atividades para realização da caravana na comunidade. No fim da oficina o grupo de lideranças e da juventude de Mesquita apresentou uma carta de reivindicação de direitos para ser entregue na audiência publica.

Ainda no sábado (22) com todas as atividades concluídas, os caravaneiros começaram os trabalhos pelo território de Mesquita, levando um abaixo assinado para que todos da comunidade assinassem outorgando o de acordo com a não redução do território e convidando-os para audiência publica que ocorreu na segunda feira (24). 

Já na segunda feira (24), ocorreu a Audiência Pública  onde varias autoridades governamentais estiveram presentes, o Instituto Nacional de Colonização (INCRA), Fundação Cultural Palmares (FCP), Coordenação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) dentre outros. O intuito dessa audiência foi de fortalecer o território de Mesquita que constantemente vem sofrendo ameaças, levar oportunidade de conhecimento  para os remanescentes quilombolas e suprir suas duvidas sobre o processo de demarcação das terras.

“Nosso quilombo é um lugar maravilhoso, onde vivemos em família, um lugar cheio de cultura e pessoas brilhantes, temos agua em abundancia, temos reservas ecológicas naturais, moramos em um paraíso, e precisamos de respeito, necessitamos que as autoridades olhem pelo nosso povo” diz a liderança da comunidade Sandra Braga.

A Fundação Cultural Palmares certificou 28 comunidades Quilombolas no Estado do Maranhão

Publicado em 24/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 16h57

Como parte do projeto #NENHUMQUILOMBOAMENOS, o Representante Regional da FCP no Maranhão, Alan Ramalho, entregou a Certidão de Autodefinição as comunidades nos municípios de São Bento, Cajapió e São Vicente de Ferrer, onde foram agraciadas com o certificado, 28 comunidades, que a partir dessa certificação poderão participar e pleitear o acesso das políticas públicas específicas em 11 ministérios. Matinha (Comunidade Cajá) , Mirinzal (Comunidade Mondêngo) e Vargem Grande (Comunidade Pontal de Areia) irão receber suas certidões durante essa semana, totalizando 31 certificações.

“Nosso propósito, em conjunto com a Acoreuq, Uniquita e Uniquituba, é certificar até o fim de 2018, cerca de 300 comunidades, uma ação que trará benefícios incontáveis para essa população.” afirmou Ramalho.

A Fundação Cultural Palmares, regional Maranhão , contando com o apoio do presidente Erivaldo Oliveira, que estará em outubro visitando o estado, está desenvolvendo regularmente atividades junto ás comunidades mais distantes, visitando, levando palestras e atendendo as mais diversas demandas.

No sentido de encurtar essa enorme distância entre comunidade e representação regional, e melhorar a comunicação e interação, a Palmares implementou e inaugurou o Polo Palmares da Baixada Ocidental, com sede na cidade de Serrano onde 13 municípios terão regularmente atendimento itinerante, visando celeridade nas demandas.

“ Foi uma conquista maravilhosa e muito importante para o povo da baixada ocidental.” Declarou Valdirene Chagas, coordenadora do Polo e presidente da Associação da comunidade Soledade em Serrano.

Nota de apoio ao professor Thiago dos Santos Conceição

Publicado em 24/09/2018 15h00 Atualizado em 02/10/2023 16h59

A Fundação Cultural Palmares (FCP), manifesta apoio ao professor Thiago dos Santos Conceição, ameaçado e humilhado no exercício de sua profissão, no Ciep Mestre Marçal, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

As agressões ocorreram em 18 de setembro e foram filmadas e compartilhadas pelos próprios alunos em redes sociais, e mostram o professor de português de 31 anos sofrendo com o desrespeito de alguns estudantes; um dos alunos chegou a arremessar um objeto em direção ao professor.

De acordo com a Secretaria de Educação de Rio das Ostras, o professor contou que sofria agressões verbais de cunho racista. A instituição avaliará e tomará medidas para dar suporte ao professor.

A Fundação Cultural Palmares acredita na importância da escola e da educação como construtores da identidade, desenvolvimento social e cultural da sociedade brasileira, por isso, repudia o ato arbitrário cometido contra o professor Thiago dos Santos Conceição. Enfatizamos o compromisso voltado para promoção e preservação da história e cultura afro-brasileira, valorização dos povos negros e a proteção dos direitos humanos, por isso não toleramos discriminação racial e demais formas de intolerância.

Lamentamos o ocorrido e o constrangimento sofrido pelo professor Thiago, que pediu demissão da Ciep Mestre Marçal, e declaramos nosso total apoio ao profissional.

Plantio tradicional de quilombolas recebe título de patrimônio do país

Publicado em 24/09/2018 16h00 Atualizado em 02/10/2023 17h06

O sistema agrícola tradicional das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, no sudeste paulista, foi reconhecido hoje (20) como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os quilombolas desenvolveram há mais de 300 anos um cultivo de alimentos na Mata Atlântica que não usa adubo nem agrotóxico, chamada roça de coivara.

No entanto, o modo de vida das comunidades quilombolas está ameaçado devido à demora no processo de autorização, por parte do governo de São Paulo, para o plantio das roças tradicionais, reclamam as representações dos quilombos e entidades que defendem o direito de comunidades tradicionais. Eles precisam de autorização para o corte de pequena área de vegetação nativa de Mata Atlântica para fazer a roça.

“Esse reconhecimento [do Iphan] também é um apoio político para [mostrar] a importância da roça. Não foi à toa que o Iphan reconheceu isso, foi construído um dossiê, as comunidades fizeram um inventário cultural. Além disso, tem os artigos científicos e tem subsídios legais. Tudo isso mostra a importância ambiental, social e cultural que levou ao reconhecimento do sistema agrícola como patrimônio”, disse Ivy Wies, assessora técnica do Instituto Socioambiental (ISA), uma das entidades que apoiam os quilombolas.

Dados do ISA mostram que o Vale do Ribeira abriga, ao todo, 88 comunidades quilombolas em variados graus de reconhecimento pelo estado. Dos 7% que restaram do bioma de Mata Atlântica em território nacional, 21% estão localizados no Vale do Ribeira.

Prejuízos

Segundo o instituto, os documentos apresentados ao Iphan servem de subsídios para dar segurança aos órgãos governamentais em relação à autorização para o plantio da roça. Ivy destacou que o atraso na emissão da licença pelo governo estadual tem consequências graves às comunidades tradicionais.

“Dois pontos que estão ameaçados pela falta de licença: a segurança alimentar e a manutenção das variedades agrícolas, que são um patrimônio da humanidade – as variedades de milho, batata, cará, arroz, feijão, mandioca. Hoje em dia, estamos nesse processo da transgenia, dos organismos geneticamente modificados. Imagina você ter 15 variedades de milho diferentes [que não foram geneticamente modificados], isso é uma riqueza para a humanidade”, disse.

A maior parte da produção serve para a subsistência das comunidades, mas há também impacto na renda já que os quilombolas vendem parte dos produtos da roça para custear suas necessidades básicas. Ivy destaca que há comunidades esperando há dois anos por uma licença.

Atraso

As comunidades apresentam o pedido de autorização de 12 a 15 meses antes do início do preparo da roça para garantir que o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) faça os laudos baseados em vistorias e que a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) possa emitir a licença a tempo do plantio. Em 2013, foi o último ano em que as licenças saíram a tempo do plantio, informou o ISA, afirmando que a estrutura que o estado colocou para realizar o processo não dá conta da demanda.

“O estado alega falta de pessoal para os trabalhos de campo. Mas a avaliação mais certeira é que há um excesso de exigências para o processo e as várias etapas são morosas demais, o que gera um volume de papel e burocracias desnecessárias”, segundo texto da Campanha “Tá na Hora da Roça”, lançada no mês passado pelas comunidades quilombolas e entidades parceiras, chamando a atenção do governo estadual para que autorize, com a emissão de licenças no tempo adequado, a abertura das roças.

Das 19 comunidades localizadas em cinco municípios do Vale do Ribeira que pediram autorização para início da roça, apenas duas conseguiram: São Pedro e André Lopes. De acordo com representantes das comunidades, o atraso na licença faz com que o agricultor perca o ciclo do plantio.

Ciclo da roça

O ciclo quilombola começa a partir dos meses de junho e julho, com o preparo da área e derrubada da vegetação, que geralmente não passa de um hectare. Depois de 15 dias, é feita a queima controlada da área e as cinzas fertilizam o solo. Depois disso, já feito o plantio, que geralmente começa em agosto e setembro. Até o momento, no entanto, o governo estadual não deu a autorização para o início da derrubada.

O manejo dessa área aberta na floresta ocorre no período de dois a três anos, ou até que aquele solo não esteja mais tão fértil. Depois disso, o produtor abandona esse trecho e a floresta se regenera.

Outro lado

A Cetesb disse, em nota, que “para atender às comunidades é feito todo um trabalho envolvendo o Itesp, a Fundação Florestal e a Cetesb. E a produção dessa documentação pode tomar bastante tempo. Assim, é fundamental o planejamento no pedido dessas autorizações”. A companhia disse que está sendo feito um trabalho conjunto para aprimorar os procedimentos.

Texto : Camila Boehm – Empresa Brasil de Comunicação

Técnicos da Fundação Cultural Palmares visitaram a Comunidade Mocambo

Publicado em 20/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 17h08

No último dia 14, técnicos da Fundação Cultural Palmares visitaram a Comunidade Mocambo, localizada no município de Santa Cruz de Goiás, com o objetivo de colher informações detalhadas sobre aquela comunidade que requereu a emissão da Certidão de Auto Reconhecimento. No local foram entrevistados diversos membros da comunidade, inclusive um dos seus patriarcas,  o sr. Pedro Miguel Arcanjo, conhecido como Pedro Papiri, que completou 100 anos de idade no último dia 15 de setembro.

Ainda lucido e perspicaz, seu Pedro passeia pela praça e ruas vizinhas, sempre sorridente, cativando a todos.  Na entrevista contou que seus pais foram escravizados e que vieram para a região para trabalhar na roça e nas minas de ouro, também contou que  sempre participava das festas dos negros tocando caixa. O município de Santa Cruz de Goiás, formado a partir de 1729, com as entradas em busca do minério de ouro, tem na arquitetura de seus casarões e nos inúmeros festejos (Cavalhadas, Mascarados, Folias,  e tantas outras), a marca expressiva da identidade do negro na formação da cultura santa cruzense. Que viva ainda muitos anos seu Pedro Papiri!

Frente Negra Brasileira: Uma historia de luta e resistência

Publicado em 17/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 17h20

O movimento Frente Negra Brasileira, que comemorou 87 anos nesse último domingo (16), foi um forte grupo de homens e mulheres negras que se uniram para reivindicar melhores condições de vida para a população negra, combater o racismo e a segregação racial.

Foi um movimento à frente do seu tempo, onde as discussões eram feitas em praças públicas e os protestos pediam por igualdade e reconhecimento do povo negro. Aproximadamente cem mil pessoas de todo país integravam o movimento.

A organização possuía um modelo exemplar e desenvolvia diversas atividades de caráter politico, educacional e cultural. O departamento feminino era destaque, pois incluiu a mulher negra nos debates político-sociais, além disso, a Frente Negra oferecia diversos cursos para a formação e construção do conhecimento.

A entidade era respeitada e o objetivo principal era que o negro progredisse e conquistasse um lugar na sociedade. Essa resistência e luta foram importantes para a transformação social brasileira por incentivar a população negra a valorizar sua cultura, em um contexto de pós-abolição da escravatura.

A Frente Negra Brasileira esteve em atividade até 1937, mas ainda hoje é possível ver nos movimentos sociais existentes, traços semelhantes ao primeiro movimento, o aprendizado deixado pelos que antecederam e o discurso sempre pautado na luta pelos direitos da população negra, bem como o constante combate ao racismo.

Morre líder quilombola Dona Dijé

Publicado em 14/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 17h23

Texto : CONAQ

Uma mãe palmeira se despede

A notícia que não queríamos dar. Esta noite perdemos uma grande mulher, mãe, avó e liderança que faleceu de infarto fulminante, a dona Maria de Jesus Bringelo, dona Dijé. Mulher negra, quilombola, quebradeira de coco babaçu, um referencial como ser humano, de sabedoria e para a luta dos povos e comunidades tradicionais.

Uma profunda tristeza invade os nossos corações e custamos a acreditar que não mais compartilharemos de seu sorriso, de sua adorável companhia do seu jeito firme e suave de se posicionar.

Ficam a história, o aprendizado e o exemplo quem sempre lutou pelos direitos das mulheres, dos quilombolas, dos indígenas, dos pct´s e de quem sempre lutou pelo acesso livre ao território.

Como ela mesma falava “Nós queremos o território para nascer, viver, germinar e morrer”. E foi assim, no quilombo Monte Alegre que ela se despediu. Nós e as florestas de babaçuais sentimos a sua falta. Segue Mãe Palmeira teu caminho. Tua trajetória foi vitoriosa e teus ensinamentos já fizeram e reforçaram a luta pela liberdade e dignidade dos povos.

Dijé presente!

Com pesar, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu

Intercâmbio África do Sul Brasil

Publicado em 14/09/2018 09h00 Atualizado em 02/10/2023 17h25

Na manhã desta sexta feira (14) o  Presidente da Fundação Palmares (FCP) Erivaldo Oliveira da Silva recebeu em seu gabinete  o Ministro da Cultura da África do Sul  Nathi Nthethwa para discutir ações referentes ao intercâmbio Brasil-África do Sul que abrange as  áreas da educação, cultura, turismo, ciência e tecnologia.

O intuito desse encontro é ampliar a discussão para recontar a história da África para que através de iniciativas governamentais sejam criados projetos, em prol da valorização da cultura africana. Durante a reunião foram apresentados dois planos como a criação do espaço Casa África do Sul no Brasil para contar a historia do país e a semana para conhecer a historia do Brasil na África e da África no Brasil.

Tanto o presidente da FCP quanto o Ministro da África do Sul pontuam a importância de recontar a historia da África para que a cultura e o poder de pensamento do homem negro sejam reconhecidos, ”Chega de entender os negros apenas como danças e batuques, é preciso entender os negros como grandes pensadores da humanidade” disse Erivaldo Oliveira.

Contudo, para mostrar o poder de conteúdo a fim de preservar a cultura é preciso recontar a verdadeira história da África, aquela que não foi contada nas escolas e que antecede as guerras de descolonização para que todos os negros do mundo possam se orgulhar dos nossos antepassados. Ao término da reunião o Ministro da Cultura da Africa do Sul recebeu das mãos do presidente da FCP os livros do prêmio Oliveira Silveira, Conhecendo Nossa História da Africa ao Brasil e o Mapeamento dos terreiros do Distrito Federal.

Há 185 era fundado o jornal Home de Cor

Publicado em 14/09/2018 15h00 Atualizado em 02/10/2023 17h29

Comemora-se nesta sexta- feira (14) 185 anos do primeiro jornal brasileiro dedicado á luta contra o preconceito racial, intitulado como, O Homem de Cor, criado pelo jornalista poeta e tipógrafo Francisco de Paula Brito, que fundou também á Tipografia Fluminense de Brito e Cia, responsável pela publicação “Mulher do Simplício” primeiro jornal dedicado à mulher brasileira.

O lançamento do jornal ocorreu no antigo Largo do Rócio, atual Praça Tiradentes no centro do Rio de Janeiro, seu surgimento foi marcado por criticas e sátiras, mudou o nome para “O Mulato” ou “Homem de Cor” e apesar de durar apenas cinco edições, foi um importante instrumento para divulgação da informação naquele período.

A imprensa negra até os dias de hoje tem um papel fundamental no debate da questão racial e no reconhecimento do negro na sociedade, sendo assim o primeiro jornal produzido por um homem negro combatia muito mais que o preconceito racial, mas abria espaço para que outros jornais produzissem um conteúdo semelhante.

Após 185 anos da criação do jornal que revolucionou a trajetória do movimento editorial brasileiro a imprensa negra vem ganhando cada vez mais espaço e os frutos que produz devem ser difundidos.

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