Notícias
Ferramenta de luta contra a opressão escravista
Hoje, 05 de julho, é o “Dia Mundial da Capoeira”, quando se celebra a arte milenar desenvolvida por negros escravizados e reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC).
Sequestrados e traficados para o Brasil, negros de diferentes nações africanas foram submetidos a trabalhos forçados nos engenhos de cana-de-açúcar, nas fazendas de café, nas roças e nas casas-grandes, sofrendo toda sorte de violências.
E como forma de defesa e resistência, durante o período colonial, de domínio português, passaram a praticar essa mescla de movimentos e sons, camuflando arte marcial com movimentos de dança.
As lutas geralmente ocorriam em terreiros próximos às senzalas, servindo como forma de amenizar o estresse gerado pelo trabalho duro, além de contribuir para a manutenção da cultura africana.
Essa modalidade de arte e luta acabou se perpetuando como recurso de defesa física e resistência cultural dos afro-brasileiros.
Tipos de Capoeira:
Existem vários estilos de capoeira, sendo os principais:
- Capoeira Angola: O estilo mais antigo, caracterizado por golpes mais próximos ao solo, ritmo musical mais lento e ausência de palmas durante a roda.
- Capoeira Regional: Criada pelo mestre Bimba, apresenta um ritmo musical mais rápido e seco, com movimentos mais suaves. Durante a roda, alguns participantes jogam enquanto outros batem palmas em pé.
- Capoeira Contemporânea: Uma prática mais recente que surgiu na década de 70, combinando características da Capoeira Angola e Regional. O objetivo é realizar movimentos mais rápidos e energéticos.
Seminário debate papel da comunicação na estruturação de políticas públicas
A comunicação como parte estratégica do processo de construção e consolidação de políticas públicas.
Esse foi o norte das falas de abertura do seminário "Você na Comunicação", que contou com a participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes, hoje (09/07/24) pela manhã, no Sesi-Lab, em Brasília.
Da mesa que abriu o evento participaram também o secretário-executivo do MinC, MárcioTavares, e a chefe da Assessoria Especial do ministério, Gabriella Gualberto.
Ferramenta de gestão Seguindo a linha das falas de abertura do seminário "Você na comunicação", Thássia Alves proferiu palestra sobre o papel central da comunicação na formulação, implementação e sucesso das políticas públicas.
Em sua exposição, a jornalista ressaltou as potencialidades e os desafios dos profissionais do campo no uso da comunicação como ferramenta estratégica para a gestão da coisa pública.
Organizado pela Assessoria Especial de Comunicação do Ministério da Cultura (MinC), o evento reúne profissionais de todas as vinculadas do órgão, incluindo a Fundação Cultural Palmares (FCP), e segue até manhã, no Sesi-Lab, em Brasília.
Confira a programação:
Música premiada no concurso “Luiz Melodia” estará em todas as plataformas digitais no próximo dia 27
Aguardem! No próximo dia 27, a cantora Nayri ocupará todas as plataformas digitais com a bela canção “Mergulho”, vencedora do "Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-brasileiras", instituído pela Fundação Cultural Palmares (FCP). No Instagram da artista (nayribam), a partir de hoje (dia 10), tem uma pitada do que virá!
O “Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-brasileiras" é uma iniciativa do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC) da Fundação Cultural Palmares. Foi instituído em junho de 2023, com o objetivo de valorizar a cultura negra, destacando os talentos musicais dos afrodescendentes.
QUEM É
Nayri é uma multiartista baiana que encontra na arte das palavras uma maneira de dar sentido ao mundo. Além de cantora e compositora, ela é escritora, poeta, multi-instrumentista, modelo, atriz, curadora, pesquisadora das ciências sociais, arte educadora e produtora cultural.
Em 2023, gravou sua primeira composição, "Mergulho", que lhe rendeu o reconhecimento do “Prêmio Luiz Melodia de Canções Afro-Brasileiras” Desde então, Nayri vem consolidando sua identidade como artista, investindo cada vez mais na música.
O videoclip com a música premiada foi produzido em parceria da Fundação Cultural Palmares com o Black Monster Studio (@blackm.studio). Abaixo, a letra da canção, que promete ser um hit, pra dar uma noção do talento da artista que está despontando no cenário musical brasileiro!
Presidente da Palmares receberá Ordem 2 de julho
É com satisfação que anunciamos que João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares, será agraciado com a prestigiosa Ordem 2 de Julho - Libertadores da Bahia, no Grau de Cavaleiro! 🌟
Instituída para celebrar a Independência do Brasil na Bahia, a comenda homenageia aqueles que promovem a garantia das liberdades públicas e a afirmação da soberania nacional.
O Grau de Cavaleiro, em particular, reconhece indivíduos que demonstraram notável dedicação à causa da liberdade e da independência, refletindo os valores e a coragem dos heróis da independência na Bahia.
Curioso para saber mais sobre essa honraria? Prestigie a cerimônia de entrega das insígnias no dia 16 de julho de 2024, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia - MAC Bahia, localizado na Rua da Graça, 284, Graça, Salvador, Bahia.
Não perca esse momento histórico! 🎉👏
Parabéns, João Jorge Rodrigues!
Presidente da Fundação Cultural Palmares recebe hoje medalha 2 de Julho
Hoje, às 19h, o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Santos Rodrigues, será condecorado com a Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia, no Grau de Cavaleiro. Instituída para celebrar a Independência do Brasil na Bahia, a comenda homenageia aqueles que promovem a garantia das liberdades públicas e a afirmação da soberania nacional.
O presidente da Palmares integra um grupo de homens e mulheres que se destacaram nesse processo, e que receberão das mãos do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, as medalhas nos graus de Comendador, Comendadora, Cavaleiro e Cavaleira. A solenidade ocorre no Museu de Arte Contemporânea da Bahia.
QUEM É. João Jorge Santos Rodrigues é uma das mais destacadas figuras do combate ao racismo no Brasil, sendo internacionalmente reconhecido pelo trabalho de resistência e defesa da cultura negra. Atual presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), vinculada do Ministério da Cultura (MinC), carrega em sua bagagem significativas contribuições à luta por justiça social para a maioria do povo brasileiro.
Entre as ações desse advogado e mestre em Direito Público (UnB), podem ser destacadas a fundação do “SOS Racismo – Bahia”; a mobilização para a inserção de direitos da população negra na Constituição da Bahia de 1989; e a articulação da campanha “Reparação Já”, pela implementação de políticas de ações afirmativas para os afrodescendentes no âmbito municipal, onde atuou também como gestor (presidente da Fundação Cultural Gregório de Mattos).
LUTA. Importante frisar, ainda, o incansável esforço para tirar da invisibilidade os vultos negros que construíram parte significativa da história do Brasil, nos mais diferentes campos de luta, esferas de ação, âmbitos culturais e níveis de conhecimento humano. Representando o Movimento Negro Unificado (MNU), por exemplo, defendeu a inserção, na Câmara de Vereadores de Salvador, do herói Zumbi em sua galeria de personalidades.
Com a atenção voltada para o local, o nacional e o internacional, atuou, desde 1984, para disseminar as lutas dos negros por liberdade, como a Revolta dos Búzios, ocupando espaços estratégicos, como a Empresa Brasil de Comunicação/EBC (membro do Conselho Curador). Pan-africanista convicto, visitou, entre outros países/nações, Angola, África do Sul, Etiópia, Egito, Costa do Marfim, Ghana, Benin, Senegal e Estados Unidos da América.
Escritor, poeta, o baiano João Jorge Santos Rodrigues é referência, também, no campo da produção artístico-cultural, entre outros, pelo trabalho à frente do Olodum, grupo de percussão afro-brasileiro, eternizado em “Olodum - estrada da paixão”, um dos livros de sua autoria – o outro é o festejado “Fala, negão!”
João Jorge Santos Rodrigues, ao lado do governador Jerônimo e da família
Ativistas negros e indígenas são homenageados com a medalha 2 de Julho

- O presidente da Palmares, com a medalha Ordem 2 de Julho
O som de atabaques, maracás, a música de Tonho Matéria, do Afoxé Filhos de Gandhy e o samba de D. Dalva de Cachoeira predominaram na solenidade de entrega da medalha Ordem 2 de Julho - Libertadores da Bahia, na terça-feira (16), no Museu de Arte Contemporânea, em Salvador (BA).
A honraria foi concedida pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, a 22 personalidades e instituições que representam a luta por liberdades democráticas na Bahia e no Brasil – entre elas, João Jorge Santos Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP).
Resgate. Ato representativo do esforço para retirar o protagonismo de negros e indígenas da invisibilidade, a medalha foi concedida a personalidades e instituições como Afoxé Filhos de Gandhy, Vovô do Ilê, Cacique Babau (liderança tupinambá) e Maura Titihá (pataxó-hã-hã-hãe).
Numa noite plena de arte, emoções e significados, o líder tupinambá presenteou o governador Jerônimo Rodrigues com um cocar, e a indígena pataxó-hã-hã-hãe lembrou as lideranças que tombaram na luta em defesa de seus territórios no estado da Bahia.
Gênero. Com cânticos indígenas, a percussão dos Filhos de Gandhy e a performance do Balé Folclórico da Bahia, a sessão solene deu destaque à diversidade cultural do estado e exaltou a luta dos heróis da Independência do Brasil na Bahia, que completou 201 anos.
Além das citadas personalidades, a Ordem 2 de Julho, já concedida também à ministra da Cultura, Margareth Menezes, valorizou o recorte de gênero, contemplando mulheres como Maria da Penha, Mabel Velloso (poeta) e D. Dalva (sambista). Veja abaixo a lista dos(as) agraciados(as), em ordem alfabética:
Os(as) homenageados(as):
Adolfo Menezes (comendador), presidente da Alba;
Afoxé Filhos de Gandhy (comendador), bloco de Carnaval;
Alda Muniz Pêpe (cavaleira), professora;
Antônio Imbassahy (comendador), ex-governador;
Cacique Babau (comendador), ativista social;
Cynthia Resende (comendadora), presidente do TJ-BA;
Dona Dalva (cavaleira), sambista e integrante da Irmandade da Boa Morte;
Eliana Rollemberg (cavaleira), ativista social;
Firmiane Venâncio (comendadora), defensora pública geral;
Gilberto Leal (cavaleiro), ativista social;
Ivannide Santa Bárbara (cavaleira), ativista social;
João Jorge Rodrigues (cavaleiro), presidente da Fundação Cultural Palmares;
Mabel Velloso (cavaleira), educadora e poeta;
Maria da Penha (comendadora), ativista social;
Maria do Carmo Amorim (cavaleira), a Maria Rendeira, artesã;
Marilda de Souza Gonçalves (cavaleira), pesquisadora e cientista.
Maura Titiah (cavaleira), ativista social;
Naidison de Quintella Baptista (comendador), ativista social;
Nilo Coelho (comendador), ex-governador;
Pedro Maia (comendador), procurador-geral de Justiça;
Sociedade Protetora dos Desvalidos (comendadora), entidade social;
Vovô do Ilê (cavaleiro), presidente do bloco afro Ilê Aiyê
Nelson Mandela: ícone mundial da luta contra o racismo
Há exatos 106 anos nascia um dos maiores líderes da resistência contra a opressão do povo negro: Nelson Mandela, ícone do enfrentamento ao regime segregacionista do apartheid.
Desde seu nascimento, em 18 de julho de 1918, em Mvezo, uma pequena vila na África do Sul, até sua morte, em 2013, Mandela personificou a luta contra a opressão racial e a busca por liberdade e igualdade.
Trajetória. Nascido em um contexto de segregação racial institucionalizada, onde a supremacia branca era uma realidade brutal e inescapável, formou-se em Direito pela Universidade de Fort Hare e pela Universidade de Witwatersrand, onde começou a se envolver em atividades políticas.
A entrada no Congresso Nacional Africano (CNA), em 1944, marcou o início de sua trajetória política em defesa dos negros. Inicialmente pacífica, a resistência ao apartheid deu lugar à luta armada, nos anos 1950 e 1960, à medida que o regime do regime foi endurecendo.
Prisão. Junto a outros líderes do CNA, Mandela fundou a Umkhonto we Sizwe (A lança da nação), o braço armado do movimento. Em 1962, foi preso e condenado à prisão perpétua, por sua participação em atividades consideradas subversivas.
Durante os 27 anos de prisão, a maior parte deles passada na prisão de Robben Island, Mandela tornou-se um símbolo internacional da resistência contra o apartheid. Sua luta acabou galvanizando apoio global, resultando em campanhas internacionais que pressionaram o governo sul-africano a iniciar negociações para o fim do regime opressor.
Libertação. Em 1990, após intensas negociações e pressões internas e externas, Mandela foi libertado. Quatro anos depois, em 1994, se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, liderando o país em sua transição histórica de um regime de segregação racial para uma democracia multirracial.
Após deixar a presidência, em 1999, Mandela continuou a atuar em favor da população negra. Criou a Fundação Nelson Mandela, focada em promover os direitos humanos e a justiça social; mediou conflitos internacionais; e promoveu campanhas de conscientização sobre o HIV/AIDS, impactando positivamente a crise de saúde pública que se abateu sobre a África do Sul.
Outros dados sobre o ativista
- Celebração. O 18 de julho é celebrando anualmente como o Dia Internacional Nelson Mandela. Seu legado continua a ser uma força poderosa no mundo contemporâneo, inspirando movimentos por justiça social e direitos humanos.
- Prêmio Nobel. Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1993, é descrito pela Organização das Nações Unidas (ONU) como alguém que “dedicou sua vida a serviço da humanidade”.
- Morte. Nelson Mandela morreu em 5 de dezembro de 2013, aos 95, após dois anos de tratamento de infecções pulmonares, entre outros problemas de saúde.
Sua determinação atravessa gerações, e sua obra permanece como um farol de esperança e resistência, lembrando-nos que a luta pela justiça e igualdade é contínua.

- Nelson
Exposição "Memórias de Pompêo” celebra o legado de um baobá das artes negras
No coração de São Paulo, nesta quinta-feira (18), às 19hs, o museu Paulo Setúbal abre as portas para a exposição "Memórias de Pompêo: o olhar que me atravessa", que celebra o legado do ator, artista plástico e militante Antônio Pompêo, figura emblemática das artes negras no Brasil.
A mostra é testemunho vivo da vida multifacetada e do impacto duradouro de Pompêo no cenário cultural brasileiro, e reúne, entre outras coisas, pinturas, fotografias originais de seus trabalhos no cinema, teatro e televisão, documentos pessoais, poesias autorais, scripts e roteiros.
A exposição não é apenas um tributo, mas um ato de preservação da memória coletiva, como compreendem seus organizadores. "É uma lembrança poderosa de que, apesar dos desafios e das injustiças enfrentadas por Pompêo, seu legado continua vivo e relevante", disse a curadora Adriana Afonso.
Mergulho. Na exposição, os visitantes são convidados a mergulhar no universo artístico e pessoal de Pompêo, experimentando não apenas suas criações estéticas, mas também refletindo sobre as lutas e conquistas de um artista negro em uma sociedade marcada pela desigualdade racial.
A exposição permanecerá aberta ao público nas próximas semanas, oferecendo uma oportunidade única para aqueles que desejam não só admirar o trabalho de um dos grandes nomes das artes brasileiras, como se conectar com uma mensagem de amor, respeito e igualdade que ressoa ainda hoje.
Ao encerrar a visitação – promete a curadoria –, o público sentirá o impacto do legado deixado por Pompêo, cujo olhar continua a atravessar gerações, lembrando-nos da necessidade contínua de celebrar e preservar a diversidade e a riqueza cultural do Brasil.
Quem foi. Além de brilhar nos palcos e telas, Antônio Pompêo se destacou como ativista, poeta e gestor, tendo sido diretor de Promoção, Estudos, Pesquisas e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Cultural Palmares, vinculada do Ministério da Cultura do Brasil. A exposição celebra sua vida e reafirma sua importância como um ícone de resistência, inspirando artistas negros de todo o País.
Fundação Palmares sediará seminário de regulamentação do Sistema Nacional de Cultura
Representantes do Ministério da Cultura do Brasil (MinC) visitaram, nesta quinta-feira (18), a nova sede da Fundação Cultural Palmares (FCP), com o propósito de conhecer as instalações que irão abrigar, dias 26 e 27 de agosto próximo, o Iº Seminário Interno de Regulamentação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), o SUS do setor cultural.
Será um momento histórico, pois dará efetividade à lei 14.835, sancionada em 4 de abril último, instituindo o marco regulatório do SNC. Organizado em regime de colaboração entre os entes federativos (municípios, estados, União), o sistema assegura a gestão conjunta das políticas públicas de cultura.
CPF. Está prevista a participação de 50 representantes do MinC e suas vinculadas, para debater e desdobrar o disposto no marco regulatório geral em normas infralegais (decretos, portarias, etc.), traçando a base do Plano Nacional, vinculado ao Conselho e ao Fundo de Cultura – o CPF da cultura, como o tripé vem sendo chamado.
Estruturada a trilogia nacional, os esforços serão concentrados na adesão dos estados e municípios, para a construção dos CPFs locais. A escolha da sede para a realização do seminário faz parte do esforço de alinhamento do MinC com suas vinculadas, que inclui o desenvolvimento de uma política de comunicação integrada e o compartilhamento de espaços e ações.
Mário Gusmão. O encontro inaugura o espaço multicultural da FCP, que a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o presidente da Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, pretendem transformar em local permanente de produção, preservação, disseminação e aprendizado sobre a cultura negra.
O conjunto é composto por uma biblioteca e pelos espaços “Erê”, destinado a atividades infantis, e “Mário Gusmão”, que agrega palco para eventos e galeria de arte. Integra a nova sede da Palmares, que deixou o Setor de Habitações da Asa Norte e instalou-se no Setor de Autarquias Sul, com dependências mais amplas, arejadas e condizentes com sua missão.
Recepcionados pela chefe de gabinete da Fundação, Ângela Inácio, e por seu coordenador-geral de Gestão Interna, Carlos Eduardo Souza, os membros da coordenação-geral do SNC, Sandro Santos e Leila Calaça, consideraram as instalações “excelentes”, e manifestaram a intenção de futuras produções no local.
#SistemaNacionalDeCultura
#PalmaresPelaCultura
#SeminárioCultural2024
#PolíticasCulturais
#JoãoJorgePalmares
Dia de celebrar o protagonismo da mulher no processo de libertação do povo negro
25 de julho. Dia de tirar o véu da invisibilidade que encobre as mulheres negras latino-americanas e caribenhas. Guerreiras que lutaram contra a escravização, fundando e comandando núcleos de resistência, como Tereza de Benguela, que liderou o “Quilombo de Quariterê” (Mato Grosso) por mais de 20 anos, no século XVIII, até ser assassinada.
O reconhecimento do papel das mulheres negras no processo de libertação ganhou impulso em 1992, com a instituição do dia 25 de julho como o “Dia da mulher afro-latina-americana e caribenha”, quando da realização, na República Dominicana, do primeiro encontro internacional dedicado ao tema.
BRASIL. No Brasil, a estratégia foi reforçada, em 2014, com a sanção da lei nº 12.987, pela presidenta Dilma Rousseff, criando, na mesma data, o “Dia nacional de Tereza de Benguela e da mulher negra”, e emprestando um rosto e uma história de bravura ao protagonismo das afrodescendentes no País.
Rainha Tereza, como é também conhecida, passou a liderar o refúgio depois que o companheiro, José Piolho, foi morto por prepostos da segurança pública de então. Instalada no Vale Guaporé, a comunidade era composta pelos povos oprimidos – indígenas e negros, sobretudo.
Com estrutura socioeconômica, política e administrativa significativamente desenvolvida, o quilombo sobreviveu de 1730 a 1795, quando foi destroçado pelo aparato repressivo de Estado, 25 anos após a prisão e o assassinato de Tereza de Benguela pelas forças de Luís Pinto de Souza Coutinho, então governador da capitania.
LUTAS. Datas comemorativas têm o propósito, dentre outros, de estimular o avanço das lutas pela estruturação de uma sociedade pautada pelos ideais humanitários. É o caso do 25 de julho, simbolicamente de grande relevância no Brasil, pela situação de desigualdade em que ainda se encontra a população negra – notadamente, as mulheres.
Alguns dados: de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza, e 46% dessas mulheres ocupam a base da pirâmide econômica, enfrentando uma disparidade salarial significativa em comparação com todos os demais grupamentos.
Os indicadores apontam, dessa forma, para a necessidade de combate tanto ao racismo quanto ao machismo, sublinhando a importância do trabalho das organizações e movimentos de mulheres negras para a criação de espaços de resistência e empoderamento.
#DiaDeTerezaDeBenguela
#MulheresNegras
#EmpoderamentoNegro
Fundação visita Quilombo Mesquita
Comitiva da Fundação Cultural Palmares visitando, agora pela manhã, o Quilombo Mesquita, como parte das celebrações do projeto “Rota dos
escravizados: resistência, liberdade, patrimônio”, da Unesco, em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Na imagem, o presidente da Palmares, João Jorge Santos Rodrigues(E), com Flávia Costa, diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio; e Nelson Mendes, diretor de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira.
As rotas de resistência dos povos da diáspora africana
O tráfico de negros para fins de escravização deixou marcas de resistência por todo o Brasil. Uma delas é o Quilombo Mesquita, visitado nesta quinta (25) por autoridades da Unesco e dos ministérios da Educação e da Cultura – esse último, representado por uma comitiva de dirigentes da Fundação Palmares.
Nada mais significativo.
Instalado na Cidade Ocidental, em Goiás, o quilombo tem quase 300 anos, mas só foi reconhecido em 2006, quando a Palmares concluiu os estudos antropológicos para delimitar seu território. É o espaço de luta dos quilombolas dentro da esfera governamental.
E eles têm consciência disso.
ROTAS LIBERTÁRIAS. A afluência das autoridades ocorreu no âmbito do projeto “Rota dos escravizados: resistência, liberdade, patrimônio”, da Unesco, que esse ano completa 30 anos. E as celebrações foram pautadas pelas rotas da autonomia econômico-financeira e (principalmente) da educação.
Foi um dia de muitas emoções – falares, memórias, andanças, alertas, reivindicações, promessas. Líder quilombola, Sandra Braga sinalizou para um dos inúmeros, muitas vezes ordinários, mecanismos de apagamento da cultura negra: a inexistência de placas indicativas do quilombo, sinalizado com um genérico, nada inocente, “povoado”.
Não é fato isolado.
“A gente não pode sequer dizer que nossa escola é quilombola”, reclamou. “Estou brigando na UnB para falar do meu quilombo”, reforçou Danusa Lisboa, engenheira agrônoma e pesquisadora da Universidade de Brasília. Num depoimento emocionado, disse que a educação mudou sua vida, e proclamou:
– Nossa maior rebeldia é estudar!
HISTÓRIA. Foi dia também de resgate da história do quilombo, formado, como contou o mesquitense Pedro Garcez, por três libertas do regime escravocrata – o que deu maior significância ao evento, realizado no dia “Dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha” e no “Dia de Tereza de Benguela e da mulher negra”.
Uma trajetória riquíssima, que o embaixador Vusi Mavimbela, da África do Sul, quis conhecer de perto. “As pessoas que começaram essa história viveram na África”, pontuou, referindo-se aos sequestrados das cinco regiões do continente e seus descendentes.
Negros e negras da diáspora, “a sexta região da União Africana”, que continuam a lutar pelo direito de existir, como pontuou o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, com a consciência de quem sabe que “o sistema sempre vai fazer de tudo para esconder a nossa história”, e que a base da resistência “é a educação”.
Cléber Vieira, do Ministério da Educação (MEC), e Mariana Braga, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), foram ao território para firmar essa bandeira. “Queremos inserir a interculturalidade e saberes de vocês na educação”, resumiu Mariana.
LUTA. O Quilombo Mesquita é exemplo de resistência às ameaças de aniquilamento, por forças dominantes – suas sempre renovadas formas de opressão. Uma das mais recentes, a tentativa de redução de seu território em 80%, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em maio de 2018.
A investida não foi à toa.
Os mesquitenses são guardiões não apenas de tradições centenárias, mas do rico ecossistema da região, alvo de cobiça do setor imobiliário, que já fez estragos irreversíveis nesses 278 anos de existência. Como lembrou Sandra Braga, as terras do quilombo iam até a Esplanada dos Ministérios, e hoje se reduzem a 4.200 hectares.
Servido aos participantes do encontro, o doce do marmelo é uma das principais fontes de renda das 785 famílias quilombolas, que realizam, todo mês de janeiro, há mais de 100 anos, a tradicional “Festa do Marmelo”, atraindo para o local, na atualidade, entre cinco e seis mil pessoas por ano.
REVERÊNCIA. Fazendo uso de práticas sustentáveis, elas produzem ainda feijão, hortaliças, cana-de-açúcar, mandioca e milho, além de criarem gado, porcos, galinhas, patos e... gansos, como o que recepciona os visitantes do terreiro da mais antiga mãe de santo do quilombo, Joana Benedita.
Parteira da comunidade, é responsável pela vinda ao mundo de parte considerável dos mesquitenses, que a reverenciam, respeitosamente, chamando-a de “avó”. Aos 99 anos, lúcida, falante, conta que teve 11 filhos – de nove deles, ela mesma fez o parto. “Eu faço meus remédios, benzo, curo... Eu não, Deus”.
Ou Olorum.
Após o terreiro, os participantes visitaram a escola municipal, a igreja, as plantações da comunidade. A andança culminou em almoço de confraternização, e deixou saudades na comitiva da Palmares, composta, além do presidente João Jorge, pela chefe de seu gabinete, Angela Inácio, e pelos diretores Flávia Costa (Departamento de Proteção ao Patrimônio) e Nelson Mendes (Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira).
Nas palavras da quilombola Flávia Costa, o resumo do sentimento da comunidade:
– Sensação de estarmos menos abandonados.
Programação comemorativa
Organizadas pelo MEC, em colaboração com a Unesco, as atividades comemorativas dos 30 anos do projeto “Rotas dos escravizados” começaram na quarta (24), com a realização do “Seminário internacional Brasília na rota dos escravizados”, no Instituto Rio Branco, em Brasília.
Reforçando o papel da Fundação Cultural Palmares na preservação e promoção da cultura afro-brasileira, o presidente João Jorge e os ex-presidentes Carlos Moura e Dulce Pereira falaram aos presentes, destacando a importância de um Brasil mais inclusivo e consciente de sua diversidade cultural.
Durante os trabalhos, que incluíram uma homenagem a Joel Rufino Santos, foram relançados os livros “África e suas diásporas” (história geral da África, volume 10) e “Brasil-África: histórias cruzadas” (ensino fundamental), com depoimentos dos professores Valter Sivério e Nilma Lino Gomes.

- A roda de diálogo no Quilombo Mesquita

- Mãe Joana Benedita, 99 anos, líder espiritual do quilombo

- A comitiva da Palmares, observando o preparo da marmelada

- Oferendas
#Quilombos
#ResistênciaNegra
#HistoriaAfroBrasileira
#Educação
#PatrimônioCultural
#FundaçãoPalmares
Ministério da Cultura difunde ações da Fundação Palmares
Você sabe o que a Fundação Cultural Palmares faz? Por que é tão importante para o resgate, a manutenção e a preservação da memória do povo negro brasileiro? Se não sabe, ou sabe e quer entender melhor o assunto, acesse, a partir das 17hs de hoje (29/07/24), o Youtube do Ministério da Cultura (MinC).
Num bate-papo bem humorado, o presidente da Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, conta tudo sobre a instituição a Thais Maruoka, na segunda temporada do “Podcast do MinC”. Mariana Teixeira (na foto, à esquerda), assessora de Participação Social e Diversidade do ministério, complementa o quadro.
Dos desafios da missão ao desmonte que a Palmares sofreu no último governo, os entrevistados revelam detalhes da atuação do órgão nos cenários nacional e internacional. Desafios amplos, que passam pelo combate sistemático ao racismo e pelo processo de reconstrução do que foi destruído.
A participação das comunidades afrodescendentes na construção de políticas e programas culturais foi um dos temas abordados por Mariana Teixeira, que falou ainda sobre os planos do MinC para ampliar a parceria com a Fundação, com vistas à estruturação de uma sociedade mais humana, mais justa, mais igualitária.
Não perca!
Acesso o link https://www.youtube.com/@ministeriodacultura/videos
#FundacaoPalmares
#CulturaNegra
#CulturaAfroBrasileira
#Racismo
#PalmaresMinC
Sede da Fundação Palmares é elogiada por ministro
Recepcionado pelo presidente da Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, Tavares percorreu as instalações do antigo prédio da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), agora reformado e adequado às novas funções, com implantação de infraestrutura de dados, voz, sistema elétrico, hidráulico, conforto térmico e sistema de prevenção de incêndio, entre outros.
A Palmares funcionava em prédio disponibilizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na Asa Norte, mas em condições precárias. Próxima à Esplanada dos Ministérios, a nova sede tem melhores condições de atender à comunidade em geral e aos agentes públicos encarregados de preservar e promover os valores culturais e socioeconômicos da população afrodescendente.
Acompanhado pelo assessor Fabrício Antenor e pela subsecretária de Gestão Estratégica, Letícia Schwarz, o ministro interino percorreu as dependências do prédio, começando pelo espaço multicultural, composto por uma biblioteca e pelos espaços “Mário Gusmão” e “Erê”, ouvindo do presidente da Fundação as histórias que deles emanam – de luta, destruição, reconstrução.
— Mais de cinco mil livros estavam separados para serem queimados.
Nas palavras do presidente da Palmares, o indicativo dessa história de luta. Ele promete: “A biblioteca será referência internacional”. Após percorrerem os setores administrativos, os visitantes participaram de um bate-papo com diretores e coordenadores da Palmares. No final, a síntese de Letícia Schwarz:
— Emocionante!
Além do presidente, recepcionaram o ministro o chefe de gabinete interino, Carlos Eduardo Souza; o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira, Nelson Mendes; a diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Flávia Costa; o coordenador do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, Guilherme dos Santos, e Cida Santos, coordenadora de projetos.

- Ao final da visita, os representantes do MinC participaram de um bate-papo com diretores e coordenadores da Palmares
#SedeNovaPalmares
#MinCPalmares
#CulturaNegra
#FundacaoCulturalPalmares
#JoãoJorgeSantosRodrigues
Em entrevista, presidente da Palmares enaltece papel da instituição
Nesta terça-feira (30), o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Rodrigues, concedeu entrevista ao programa "Se Liga Bocão", da TV Aratu (Salvador/Ba), para falar sobre a instituição – sua missão de defesa da cultura negra.
O diálogo enfatizou a reconstrução do órgão, após anos de tentativa de destruição, e o papel que deve desempenhar, tanto no cenário nacional quanto no internacional – entre os quais, trabalhar para que seja reconhecido como parte da diáspora africana.
A entrevista também destacou a importância de fortalecer os laços com outras nações e organizações culturais, promovendo trocas que enriqueçam tanto a instituição quanto as comunidades remanescentes de quilombos e os afrodescendentes em geral.
#FundacaoCulturalPalmares
#JoaoJorgeSantosRodrigues
Comitiva angolana visita Fundação Palmares para estreitar laços
Estreitar laços, para melhor conhecer as conexões entre Brasil e Angola e a forte influência do país africano na formação do povo brasileiro. Esse foi/é um dos objetivos da visita do ex-vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa, à Fundação Cultural Palmares, ontem (30).
Titular da fundação que leva seu nome, Souza externou o interesse em estabelecer relações permanentes de cooperação entre as duas fundações, “que têm objetivos alinhados”, de promover a autodeterminação dos povos negros.
ACORDO. O presidente da Palmares, João Jorge Rodrigues, acatou e abriu possibilidades de concretização do intercâmbio, por meio de assinatura de acordo de intenção, aventando a possibilidade de início em 2025, quando Angola completa 50 anos de independência.
Na oportunidade, Rodrigues destacou os esforços do presidente Lula e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, para melhorar a acessibilidade entre o Brasil e os países africados, com o estabelecimento, por exemplo, de voos comerciais diretos.
PRENDAS. Bornito ressaltou a importância de estimular a edição de livros sobre a história da África (“mas não contada pelos caçadores”), sublinhando a escassez e inconsistência dos que contam a história de Angola.
As autoridades dos dois países percorreram as instalações da nova sede da Palmares, agora alçada à condição de “Casa da cultura afro-brasileira”, e trocaram prendas – da parte da Palmares, livros e bottons; da Fundação Bornito, uma bela estatueta africana.
EMOÇÃO. O diálogo perpassou questões sociais e artístico-culturais, sublinhando o impacto da música angolana no Brasil, marcadamente, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e na Bahia (“a pequena Angola brasileira”, para onde a delegação seguiu).
Influência cultural que se mostrou viva, pulsante, atual, como se depreende dos versos da canção “Havemos de voltar”, de Edson de Carvalho e Augusto Daltro, da organização afro-baiana Ilê Aiyê, entoados pelos presentes:
“Coanza, Congo, Matamba e Angola de Ilê / As batalhas foram travadas / Ao querer fundar sua cidade / Ver seu povo em liberdade / Amava o traje e a riqueza / Soberana sua beleza / Ginga Deusa de Angola”.
Participaram do encontro o chefe de gabinete interino, Carlos Eduardo Souza; o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira, Nelson Mendes; e a diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Flávia Costa.

- O presidente da Palmares (E) e Bornito de Souza: troca de presentes

- Bornito de Souza (E) entrega ao presidente da Palmares uma bela estatueta angolana
Seminriovocnacomunicaoprogramao3.pdf