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Seminário discute registro de conhecimentos tradicionais
Brasília, 5/12/06 – Diz o ditado que nem tudo o que reluz é ouro. Mas, quando se trata de diversidade biológica e social, podemos fazer a inversão: nem tudo o que é ouro reluz. Mesmo que, aos nossos olhos, a natureza, a cultura e as tradições pareçam muito comuns nas diversas regiões do país, tudo isso vale hoje milhões de dólares. Até aí estaria tudo bem, se esse “ouro” não fosse roubado, todos os dias, das comunidades que o detêm.
São comunidades de povos quilombolas, indígenas e tradicionais, que adquiriram conhecimentos ligados não só à biodiversidade, mas à cultura e a tradições que receberam de seus antepassados. Para defender seus direitos, representantes dessas comunidades se reuniram, no último final de semana de novembro, no Seminário Sobre Registro de Conhecimentos Tradicionais, na cidade de Jardim Ingá, GO.
A necessidade de realizar o seminário surgiu nas discussões do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) sobre registros, cadastros e criação de bancos de dados que envolvem os conhecimentos tradicionais. Foram convidados para participar do seminário 30 representantes de comunidades de várias regiões do Brasil.
“É fundamental escutar o que as comunidades pensam sobre como deve ser feito esse registro, inclusive se elas querem ou não que seja feito”, explica o coordenador das Câmaras Temáticas do CGEN, Inácio de Loiola. Para alcançar esse objetivo, também foram temas de discussão no seminário a implementação da legislação sobre o assunto no Brasil e experiências de registro de conhecimentos tradicionais já realizadas.
Depois de palestras e discussões em grupo, os participantes decidiram fazer várias oficinas nas comunidades, seminários regionais e um fórum nacional para discutir mais sobre o registro dos conhecimentos tradicionais. Uma carta foi escrita à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pedindo a ampliação da participação dos representantes de comunidades tradicionais no CGEN e a participação nas próximas Convenções sobre Diversidade Biológica (CDB) e sobre Diversidade Cultural (CDC).
Organizaram o evento a Articulação Pacari – Plantas Medicinais do Cerrado; o Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (INBRAPI); a Cooperativa Ecológica das Mulheres Extrativistas do Marajó (CEMEM); a Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU); e a Fundação Estadual dos Povos Indígenas (FEPI).
A Fundação Cultural Palmares faz parte do CGEN e esteve presente no seminário, para esclarecer sobre o decreto 4.887 de 2003, que trata do auto-reconhecimento de comunidades remanescentes de quilombo. Também participaram do seminário o Instituto do Patrimônio Histórico (IPHAN) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
O que diz a Lei
Atualmente, as bases legais mais importantes que regem o assunto são a Medida Provisória 2.186-16/01 e a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), ratificada em 1994 no Brasil. A CDB é um tratado internacional assinado por muitos países, inclusive o Brasil, que tem como objetivos a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e a repartição de benefícios proveniente da exploração dos recursos genéticos.
De acordo com esse tratado, os países devem respeitar, preservar e manter o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais e populações indígenas; incentivar a ampla aplicação destes conhecimentos, inovações e práticas com a aprovação e a participação dos detentores destes conhecimentos; e encorajar a repartição eqüitativa dos benefícios provenientes da utilização desses conhecimentos, inovações e práticas dos povos indígenas e comunidades locais.
A MP 2.186-16/01 criou o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), constituído por órgãos do governo federal e vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Desde 2003, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, solicitou que representantes da sociedade fossem incluídos no CGEN.
Pela MP, apenas com a anuência prévia da comunidade, alguém pode obter conhecimentos tradicionais associados para fazer pesquisa, bioprospecção (pesquisa que pretende identificar algo com potencial econômico) ou desenvolvimento tecnológico. Além disso, é necessária ainda a autorização do CGEN. Um questionamento que é feito à MP é sobre o conceito de conhecimentos tradicionais associados. A dúvida é se esse conceito abrange também aqueles conhecimentos tradicionais de ordem cultural, não necessariamente ligados à biodiversidade ou ao patrimônio genético. A MP também estabelece que o conhecimento tradicional associado poderá ser objeto de cadastro, conforme dispuser o CGEN. E daí vem o motivo para a realização do seminário.
O Povo Quilombola
Um livro escrito por um quilombola da comunidade de Curiaú, em Macapá, AP, quase foi publicado, sem autorização, por um pesquisador, se não fosse a postura firme do líder da comunidade, José Araújo da Paixão. “Ele entregou o original do livro para o pesquisador, e só conseguimos de volta porque ameaçamos entrar na Justiça”, contou Paixão, como é conhecido.
Esse é um entre tantos exemplos de ameaças que as comunidades remanescentes de quilombos sofrem em relação aos seus conhecimentos tradicionais. Paixão era um dos três quilombolas presentes no seminário e explicou que ninguém estava informado sobre a legislação. “Se algum quilombola teve acesso, não repassou para os outros”, disse ele.
Maria Márcia de Almeida da comunidade Angico, em Bom Conselho, PE, diz que ninguém de sua comunidade sabe que tem direito sobre os conhecimentos tradicionais. “Temos mais de 20 benzedeiras e parteiras e esse conhecimento está passando de geração em geração”, contou Márcia. Angico possui 200 famílias e foi reconhecida como comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares em 2004.
Na avaliação de Márcia, deveria haver mais representantes do povo quilombola no seminário. “Só ter três quilombolas aqui torna a nossa responsabilidade muito grande”, disse ela. Além da pequena representatividade, também foi questionado por que a os quilombolas não eram considerados como povo, assim como os indígenas, na legislação nacional e internacional.
“Pra nós, quilombolas, foi uma surpresa descobrir que não somos reconhecidos como um povo no texto da lei, pois temos nossas culturas, nossas línguas, religiões, costumes e tradições”, disse Valmir dos Santos, da comunidade Tijuaçú, localizada no município de Senhor do Bonfim, BA.
A partir do questionamento de Valmir, os participantes passaram a denominar os quilombolas de povo. Para Valmir, Paixão e Márcia, o seminário foi importante por ter esclarecido sobre a legislação e sobre a necessidade de registrar os conhecimentos tradicionais. “É importante para que possamos ter melhor segurança daquilo que foi deixado por nossos ancestrais desde que esses registros sejam melhor discutidos pelas comunidades e que elas digam como deve ser feito”, concluiu Valmir.
Clubes e Sociedades Negras Reivindicam Apoio do Poder Público para Revitalização e Valorização Cultural Negra
Brasília, 4/12/06 – De 24 a 26 de novembro, aconteceu o 1º Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras, em Santa Maria (RS). Nos três dias mais de 300 pessoas discutiram a situação dos clubes e sociedades negras, fizeram um diagnóstico, aprimoraram o conceito e apontaram caminhos para revitalização desses espaços compreendidos como fundamentais para a resistência cultural afro-brasileira.
O evento, realizado pela Seppir em parceria com a Prefeitura de Santa Maria e o Museu Treze de Maio, contou com a presença da ministra Matilde Ribeiro no domingo (26), quando destacou a importância sociopolítica dos espaços de convivência negros por serem ícones da manutenção da identidade cultural afro-brasileira que necessitam de ações do Estado e da sociedade civil para sua continuidade.
No encontro, estiveram representados 53 clubes negros do Rio Grande do Sul e 14 sociedades negras de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro orientados pelos eixos temáticos: clubes e sociedades negras; centros de cultura afro e ecomuseus e museus comunitários.
Compondo a comissão organizadora do 1º Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras, o integrante do CNPIR (Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial), Oliveira Silveira, considera os clubes e sociedades negras uma realidade nacional. “São espaços físicos, sociais e culturais muito preciosos. Um exame rápido da situação desses organismos revela sintomas de debilidade, desestruturação, perigo de desaparecimento, a exemplo de tantos que sucumbiram”, destaca um dos líderes da exaltação de Zumbi dos Palmares como herói nacional e afirmação do 20 de Novembro como data de referência para o povo negro.
O grupo construiu a “Carta de Santa Maria” para discussão e articulação com o governo federal, destacando nove pontos: o reconhecimento desses clubes ,como patrimônio cultural do Brasil através de encaminhamentos para o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Fundação Cultural Palmares; formação de gestores ns áreas de preparação de projetos e intervenção no orçamento inclusive no PPA (Plano Plurianual); desenvolvimento de ações afirmativas nos clubes e sociedades negras, como inclusão digital, esporte, cursos preparatórios e de qualificação para a comunidade negra; formação dos gestores dos clubes em museologia comunitária; criação de edital específico para mapeamento do patrimônio material e imaterial dos clubes e sociedades negras em âmbito nacional e para participação do Programa Cultura Viva – Pontos de Cultura; revitalização dos espaços físicos; elaboração de cadastro nacional dos clubes negros por meio do Iphan e criação de secretarias, coordenadorias e/ou diretorias para públicas públicas para a comunidade negra em municípios e estados.
Segundo a museóloga Giane Vargas Escobar, integrante da Comissão Organizadora, o encontro possibilitou uma melhor organização do setor, compreensão das presidências e diretorias da representatividade dos clubes e sociedades negras, a partir da abertura desses espaços para serem pólos de geração de trabalho e renda, educação, cultura e organização política da sociedade negra. “No encontro, percebeu-se que as demandas são coletivas como ausência da juventude, desmonte das entidades, endividamento e distanciamento da comunidade negra. Foi possível o entendimento que não basta a obtenção de recursos para revitalização física desses espaços, e sim o reconhecimento da potencialidade dos clubes negros para organização política do povo negro. Há compreensão da autonomia da sociedade civil e da necessidade de parceria com o Poder Público, em todas as suas esferas, como uma política de reparação”, afirma Giane Vargas Escobar.
Histórico
Surgidas no final do século XIX, os clubes e sociedades negras são associações constituídas como alternativa de sociabilidade dos negros impedidos de freqüentar as demais sociedades em decorrência do racismo e da discriminação racial. Um dos casos ilustrativos é a Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora – clube negro mais antigo em atividade no Brasil, criada em Porto Alegre, no ano de 1872, por negros forros para arrecadar donativos e custear as despesas funerais, e adquirir a liberdade de outros negros ainda na condição de escravizados.
Em visita a Santa Maria pela passagem do centenário da Sociedade Cultural Ferroviária 13 de Maio, no ano de 2003, a ministra Matilde Ribeiro conheceu a história da entidade e o projeto de criação do Museu Treze de Maio por motivação da comunidade e de pesquisadores negros.
Em abril de 2005, no processo preparatório da 1ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Rio Grande do Sul o conselheiro do CNPIR Oliveira Silveira levou ao plenário a questão dos clubes e sociedades negras, a qual foi incorporada pela Seppir e incluída nas resoluções da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial no eixo Diversidade Cultural e no eixo Fortalecimento das Organizações Anti-racismo, assumindo a realização do 1º Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras.
Quilombola recebe certidão de autoreconhecimento de área em cerimônia no Palácio do Planalto
A Comunidade de Coqueiros é composta por inúmeras famílias de remanescentes de quilombos. Possui hoje 400 moradores e sua subsistência vem basicamente da atividade agrícola. Oliveira levará para casa não somente a certidão de autoreconhecimento, mas levará também o reconhecimento de um governo que tem levado cidadania a todos os quilombolas. “Somos atendidos pelos programas de governo e a Fundação Cultural Palmares realiza uma iniciativa importante conosco, que passa pelo cadastramento e organização de nossa associação”, disse Oliveira. Tímido, lembra que esta foi a primeira vez que viajou de avião e que veio a Brasília. “Estou muito emocionado, nem sei como vou me sentir amanhã”, destacou.
Mas o momento será também de uma prestação de contas das ações promovidas pela FCP para a área dos quilombos. Até o final do ano a FCP/MinC estima certificar, em conjunto com outros órgãos governamentais, 1.200 comunidades. O presidente da FCP/MinC, professor-doutor Ubiratan Castro de Araújo estará presente à cerimônia, que acontece nesta terça-feira (28).
Presidente da FCP/MinC recebe Medalha Zumbi dos Palmares em Salvador
Brasília, 21/11/06 – O presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, professor-doutor Ubiratan Castro de Araújo, recebe nesta quarta-feira, 22 de novembro, às 19h, a Medalha Zumbi dos Palmares. A solenidade será realizada no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal de Salvador. A proposta de conceder a medalha ao presidente da FCP/MinC foi requerida pela vereadora Aladice Souza, do PCdoB e representa a mais importante condecoração ofertada pelo legislativo soteropolitano à personalidades que trabalham pela trajetória de luta em defesa da população negra baiana.
Ubiratan Castro de Araújo é doutor em história pela Université Paris IV-Sorbonne, mestre em história pela Université Paris X-Nanterre, licenciado em história pela Universidade Católica do Salvador e bacharel em direito pela Universidade Federal da Bahia. É professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humans da UFBA e, atualmente, Diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA e Presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador. Entre os prêmios e títulos que recebeu, destacam-se a Medalha do Bicentenário da Restauração Portuguesa, Academia Portuguesa de História e o Troféu Clementina de Jesus, UNEGRO – União dos Negros pela Igualdade. Representando a FCP/MinC, Ubiratan Castro de Araújo recebeu a Ordem do Rio Branco, mais alta congratulação diplomática pelo trabalho desenvolvido pela FCP como órgão governamental atuante nas relações entre o Brasil e os países da África.
Ubiratan Castro de Araújo já publicou os livro A Guerra da Bahia e Salvador era assim. Memórias da cidade.1 , através do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, tendo publicados diversos artigos em periódicos, tais como A política dos homens de cor no tempo da independência, Reparação moral, responsabilidade pública e direito a igualdade do cidadão negro no Brasil. Anais de Seminários Preparatórios para a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, A baía de Todos os Santos: um sistema geo-histórico resistente e Sans gloire:L e soldat noir sous le drapeau bréslien. Pour l`Histoire du Brésil, publicado em Paris.
Documentários do Prêmio Palmares de Comunicação integram Mostra da Consciência Negra da Radiobrás
PROGRAMAÇÃO OFICIAL:
19h: Iyalodê: Damas da Sociedade, de José Pedro da Silva Neto e Maria Emília Coelho – os relatos das mais antigas mães de santo da cidade de São Paulo revelam o papel da mulher nos terreiros de Candomblé. Iyalodê em iorubá significa “altas damas da sociedade”. É vencedor do Prêmio Palmares de Comunicação 2005.
19:20h: Alma no Olho, de Zózimo Bulbul. Um estudo sobre a transposição do africano para as Américas.
20h30min: Missa dos Quilombos, produzido pela Tv Senado. O documentário resgata a importância histórica desta missa, que aconteceu há 25 anos, regida por Dom Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra.
TERÇA-FEIRA, 21/11
20h30min: Sob o Signo da Justiça, de Carlos Henrique Romão da Siqueira e Ernesto de Carvalho. Acompanha a intensa campanha pela criação de Ações Afirmativas na Universidade de Brasília. É vencedor do Prêmio Palmares de Comunicação 2005.
QUARTA-FEIRA, 22/11
20h30min: Aristocrata Clube, de Jasmin Pinho & Aza Pinho. O glamoroso clube recreativo fundado em São Paulo por um grupo de negros na década de 60. Baseado em entrevistas com as três gerações que freqüentaram o Aristocrata e em acervo de fotos e filmes, o documentário traça um panorama da resistência negra olhando para um passado não muito distante, que guarda uma lição de dignidade.
QUINTA-FEIRA, 23/11
20h30min: Rosário do Seridó, de Edson Soares do Nascimento. Do interior do Rio Grande do Norte, revela-se a vida de duas comunidades do Sertão do Seridó: Currais Novos e Caicó. É vencedor do Prêmio Palmares de Comunicação 2005.
20h50min: Pequena África, de Zózimo Bulbul. Locais habitados por escravos alforriados no período imperial, revela o cotidiano hoje da Praça XV, Central do Brasil, Gamboa, Saúde e Santo Cristo.
SEXTA-FEIRA, 24/11
20h30min: VinteDez, de Francisco César Filho e Tata Amaral. Break + Grafite + DJ+ MC+ Posse. Os elementos da cultura hip-hop são a base deste documentário sobre adolescentes moradores em Santo André , na periferia industrial de São Paulo.
SÁBADO, 25/11
18h30min: Aqui Favela, de Júnia Torres e Rodrigo Siqueira. “Aqui Favela” apresenta jovens desconhecidos que integram o movimento hip-hop em São Paulo e Belo Horizonte, além de contar com depoimentos de Thaíde, Mano Brown, Africa Bambaataa, Nelson Triunfo, Lady Rap, Shyrlane e outros.
Meia-noite: Abolição, de Zózimo Bulbul. O resgate de 100 anos de abolição no país.
19h: Salve Maria. Memória da religiosidade afro-brasileira em Belo Horizonte: Reinados Negros e Irmandade do Rosário.
FCP faz terceira convocação de aprovados em concurso
A Fundação Cultural Palmares convocou hoje mais uma pessoa aprovada no concurso deste ano para nível superior. A convocação foi para o cargo de Comunicação e Divulgação Cultural em Brasília – DF. A candidata Bianca Andrade Tinoco deve comparecer até dia 06 de dezembro de 2006 para assinar o termo de aceitação. A convocação saiu hoje na seção 3 do Diário Oficial da União.
Ministério da Cultura
SECRETARIA EXECUTIVA
EDITAL Nº 9, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2006
TERCEIRA CONVOCAÇÃO DOS CANDIDATOS
APROVADOS E HOMOLOGADOS PARA PROVIMENTO DE
VAGAS EM CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR E NÍVEL MÉDIO
O SECRETÁRIO-EXECUTIVO do Ministério da Cultura – MinC e os presidentes da Fundação Biblioteca Nacional – BN, daFundação Nacional de Artes – FUNARTE e da Fundação Cultural Palmares – FCP no uso de suas atribuições legais, tornam pública, na forma do Anexo ao presente Edital, a segunda convocação, por ordem de classificação, dos candidatos aprovados e homologados no Concurso Público para provimento de cargos de nível superior e nível médio, os quais deverão comparecer de 14 de novembro a 06 de dezembro de 2006, no período de 08h às 12h e de 14h às 18h, nos seguintes locais:
a) Candidatos aprovados para o Ministério da Cultura – MinC: Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, no Setor Comercial Sul, Quadra 04, Ed. Vera Cruz – 1º andar Brasília-DF – CEP: 70.300-944 – Telefones: (61) 3901-3794 / 3901-3914 – Fax: (61) 3901-3806
b) Candidatos aprovados para a Fundação Biblioteca Nacional – BN: Divisão de Recursos Humanos, na Rua Debret, 23 – 9º andar – sala 903 – Centro Rio de Janeiro-RJ – CEP: 20.030-080 – Telefax: (21) 2240-9580
c) Candidatos aprovados para a Fundação Nacional de Artes – FUNARTE: Coordenação de Recursos Humanos, na Rua da Imprensa nº 16 – 5ºandar – sala 506 Rio de Janeiro-RJ – CEP: 20.030-120 – Telefones: (21) 2279- 8020/2279-8058 – Telefax: (21) 2279-8019
d) Fundação Cultural Palmares – FCP: Sede Brasília – Setor Bancário Norte, Quadra 02, Ed. Central
Brasília, 1º subsolo Brasília-DF – CEP 70.040-904 – Telefones: (61) 3424-0123 / 3424-0124
Os candidatos convocados deverão assinar o Termo de Aceitação e apresentar a documentação exigida nos itens 11.1.2 a 11.1.10 do Edital nº 1/2006 do Concurso Público. Esclarecimentos adicionais poderão ser obtidos acessando:
MinC: http://www.cultura.gov.br
BN : http://www.bn.br
FUNARTE: http://www.funarte.gov.br
FCP: http:www.palmares.gov.br
JOÃO LUIZ SILVA FERREIRA
UBIRATAN CASTRO DE ARAÚJO
ANTÔNIO CARLOS GRASSI
MUNIZ SODRÉ DE ARAÚJO CABRAL
ÓRGÃO: FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES – FCP
Cargo: Comunicação e Divulgação Cultural – A617/01
Local: Brasília-DF
Inscrição |
Nome |
Pontos |
Classificação |
014284-3 |
Bianca Andrade Tinoco |
67 |
12 |
FCP/MinC traz Bando de Teatro Olodum para comemorar a Consciência Negra em Brasília
Brasília, 16/11/06 – Integrando as comemorações da Semana Nacional da Consciência Negra, promovida pela Fundação Cultural Palmares/MinC, em Brasília, de 17 a 20 de novembro o Teatro da Caixa Cultural recebe Sonho de uma Noite de Verão, uma comédia de William Shakespeare, e Cabaré da RRRRRaça: Orgulho de ser negro e atitude contra o racismo, um musical que leva o público ao riso e também à reflexão. Duas montagens do Bando de Teatro Olodum, uma das mais importantes companhias de teatro do Brasil. E os espectadores brasilienses ganham um presente especial no dia 20 de novembro: o espectador que for até o Teatro da Caixa terá que apenas levar um texto ou um desenho com temática sobre a Consciência Negra. O desenho ou o texto será entregue na bilheteria e trocado por um ingresso. Só pra lembrar, a lotação do Teatro da Caixa é de 400 lugares. Portanto, não perca e não deixe para a última hora.
Com linguagem popular, própria do Grupo, Sonho de uma Noite de Verão, que tem direção de Marcio Meirelles e tradução de Bárbara Heliodora, a mais respeitada pesquisadora de Shakespeare do Brasil, trás elementos da estética afro-baiana com muita dança e diversos gêneros musicais da cultura popular. A montagem, que comemora os 16 anos de existência do Grupo com mais de 24 espetáculos apresentados, estreou dia 13 de outubro em Salvador e vem pela primeira vez a Brasília nos dias 17 e 18 de novembro, antes, o espetáculo seguiu para a Alemanha, onde foi apresentado dentro do Projeto Copa de Cultura, do Ministério da Cultura do Brasil.
Nos dias 19 e 20, Dia Nacional da Consciência Negra, o brasiliense terá a oportunidade de ver, mais uma vez, o Cabaré da RRRRRaça, uma combinação de discurso inflamado com tema forte – o preconceito racial -, bom humor e doses de ousadia. O Bando de Teatro Olodum e o diretor Marcio Meirelles criaram um espetáculo que expõe as mais diversas manifestações do racismo e da discriminação contra os negros no Brasil, desde as sutis até as mais ultrajantes. Em cena, os atores dão voz aos personagens para contar à platéia casos vividos por eles mesmos, assim como relatos de diversas pessoas que enfrentaram o preconceito racial. Ao pôr no palco variados tipos que refletem a postura adotada pelos negros diante a sociedade, a peça dá um panorama da situação da população afrodescendente brasileira na atualidade.
Em Sonho de uma Noite de Verão o Bando resolve celebrar o amor e suas contradições ao escolher essa comédia, escrita em 1595 e já montada pelo Grupo em 1999. Esta nova versão tem forte referência cultural baiana, como a dança e a música, incluindo ritmos Afros, Axé Music e até mesmo o Arrocha, tudo isso sem perder a fidelidade ao texto do dramaturgo inglês, com ênfase nos bem elaborados versos, ressaltados pela tradução cuidadosa de Bárbara Heliodora.
O elenco formado por 22 atores e atrizes negras (sendo seis convidados) enfrenta o desafio de reafirmar a identidade do Grupo em meio aos versos decassílabos utilizados pelo dramaturgo para narrar uma história que se passa em uma noite na floresta, com magia, seres encantados e o humano, através da vida de artesãos e casais apaixonados. A dinâmica da peça é garantida pela movimentação do elenco nas coreografias de Zebrinha; pelas cores e formas do figurino de Márcio Meirelles, que explora tecidos e texturas africanas; na música de Jarbas Bittencourt, sempre atento aos sons produzidos na Bahia; no cenário da Miniusina de Criação; e no trabalho do cenógrafo premiado Zuarte Júnior, responsável pelo figurino e adereços da peça A mui lamentável comédia e crudelíssima morte de Píramo e Tisbe, que acontece dentro do espetáculo.
O espetáculo Cabaré da RRRRRaça: Orgulho de ser negro e atitude contra o racismo se configura de maneira semelhante a um programa de auditório, em que os personagens atuam como apresentadores e também desfilam como se estivessem numa passarela. Além de falar diretamente para a platéia, o elenco chama o público para participar com relatos e opiniões, em trechos interativos conduzidos com muito bom humor, que muitas vezes tornam-se desabafos. Cabaré também é fortemente marcado pela música, que passeia por diversos estilos – RAP, Axé, Pop, Afro – e cujas letras reforçam o discurso que se quer difundir em cena.
SAIBA MAIS:
Sonho de uma Noite de Verão
Dias: 17 e 18 de novembro
Horário: 21h.
Local: Teatro do Caixa Cultural.SBS Qd. 4. Tel: 3414-6456
Bilheteria:R$ 16,00 a inteira e R$ 8,00 a meia (para estudantes, professores e pessoas com mais de 65 anos). A capacidade de lotação do teatro é de 400 lugares.
Cabaré da RRRRRaça: Orgulho de ser negro e atitude contra o racismo
Dias:19 e 20 de novembro
Horário: 20h.
Local: Teatro do Caixa Cultural.SBS Qd. 4.Tel: 3414-6456
Bilheteria:Dia 19, R$ 16,00 a inteira e R$ 8,00 a meia (para estudantes, professores e pessoas com mais de 65 anos). Dia 20, entrada franca mediante troca de ingresso por um texto ou desenho sobre a consciência negra. A Capacidade de lotocação do teatro é de 400 lugares.
Marcha Zumbi em Rondônia valoriza as religiões de matriz africana
Brasília, 16/11/06 – Terreiraço é o nome que foi escolhido para a Marcha Zumbi do Estado de Rondônia neste ano. O nome pretende colocar como centro das atividades as religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. A marcha, que está na segunda edição em Rondônia, começou dia 13 e vai até dia 20 de novembro, em comemoração ao Dia da Consciência Negra.
O evento é promovido por várias instituições públicas, pelo movimento negro de Rondônia e pelo Cine Amazônia, que vai levar a mostra aos terreiros. São três dias de debates e mesas redondas, culminando com a marcha, shows e manifestações culturais. “O objetivo é colocar em pauta as discussões do movimento negro e das comunidades de santo, programar pautas para 2007 e avaliar o ano de 2006”, diz Marcos Teixeira, diretor do GEPIAA/UNIR, uma das entidades do movimento negro do estado.
A Diretoria de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares estrá presente no evento para participar das discussões sobre os confrontos que as comunidades quilombolas da região têm enfrentado. “Está uma situação grave”, diz Marcos. O Terreiraço pretende ainda ampliar a discussão sobre o tombamento de sítios históricos e terrenos ligados à cultura religiosa afro e a regularização dos imóveis que abrigam terreiros urbanos.
PALMARES, 18 ANOS: Percussão e ritmos negros conquistam os brasilienses nos 18 anos da FCP/MinC
Brasília, 10/11/06 – Para comemorar seus 18 anos, a Fundação Cultural Palmares/MinC, ofereceu a 50 alunos uma semana de oficina de percussão com os regentes do bloco afro baiano Ilê Aiyê, Mario Pam e Patrício Santos. Os professores consideram o trabalho muito gratificante, pois se colocam como multiplicadores da cultura Afro-Brasileira. Durante a oficina, eles trabalharam 12 ritmos e 50 convenções – junções de sons que formam os ritmos. Os ritmos são variados, alguns eles escolheram e trouxeram de Salvador, outros foram escolhidos durante a oficina de acordo com a opinião dos alunos. Os professores estão usando ritmos, que são referências culturais da Bahia, como os Sambas de roda, samba de caboclo, samba duro, samba afro, samba reggae. “No primeiro dia de oficina, demos uma aula teórica sobre a história das músicas que os alunos iam aprender. Músicas que vieram da África, e de origem do candomblé”, contou o instrutor Mario Pam.
A oficina foi marcada pela diversidade. Entre os alunos, estavam presentes crianças, músicos de Brasília, ogans, e mulheres. O músico da banda Pegada Black, Walber Acioli Macaxeira, disse que a oficina foi muito proveitosa, mesmo pra ele que já é percussionista.
“A iniciativa da FCP/MinC, de fazer essa oficina de percussão e todas as outras atividades durante a festa de seu aniversário, é muito importante. Pois difunde a cultura negra, abafada por muitos”, afirma o músico.Walber, afirmou também que além, da alegria de participar da oficina junto aos outros integrantes da banda – Edgar e Guiga Brown – “o mais importante foi o intercambio de informações que puderam trocar com os professores, e os próprios alunos”.
Victor Neto, ogam – iniciante no candomblé, freqüentador do terreiro Gentil Guerreiro, diz que gostou muito da oficina de percussão, “Para mim, foi muito proveitosa, aprendi muita coisa em pouco tempo. E a diversidade de alunos só ajudou, pois, os músicos ajudavam os professores e nos auxiliavam quando tínhamos duvidas”, diz Victor. “Eu já conheço o trabalho da Palmares através da Federação de Candomblé. Por isso, só tenho a elogiar o trabalho que a Fundação tem feito em prol da cultura da negra”, conclui.
Os alunos enceraram a oficina ensaiando para a apresentação de encerramento da festa de aniversário da FCP. A apresentação dos alunos da oficina de percussão será hoje ao 12:00h, e promete contagiar o público. Quem assistia ao encerramento da oficina ontem não conseguiu ficar parado. Ao executarem a ultima música, o público presente já havia levantado para dançar e alguns até arriscaram a cantar junto aos professores.
PALMARES, 18 ANOS: VERA VERONIKA: Rap e Educação nos 18 anos da Fundação Cultural Palmares
Brasília, 10/11/06 – “Consegui multiplicar as experiências”, diz Vera Verônika, 28 anos, pedagoga e rapper. Verônika, comandou durante a semana de aniversário da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) o bate-papo com as crianças das várias escolas do entorno do Distrito Federal que compareceram a Fundação para assistir ao filme, “Vista minha Pele”, do cineasta Joel Zito Araújo.
No bate-papo diário com as crianças e professores, Verônika, sempre com muita descontração debatia temas como o racismo na escola, e a discriminação social. Durante a semana, várias histórias e relatos emocionantes, além dos de Verônika, foram surgindo, surpreendendo a rapper e somando suas experiências. Todos os dias a rapper incorporava em seu bate-papo uma das histórias que ouviu dos alunos ou professores no dia anterior.
Ano passado, Verônika também participou da festa de aniversário da Palmares. Porém, ao invés do bate-papo, os alunos após assistirem ao filme iam assistir um show da rapper. “O certo seria logo após assistirem ao filme irem assistir ao show. Mas em um dos dias não consegui ficar calada, tive que conversar à respeito do filme com as crianças. Acho que pó isso despertou a idéia de me colocarem para conversar com as crianças. E eu estou adorando”, afirmou Verônika. A rapper já faz esse trabalho de conscientização nas escola. Verônika acredita que dentro das escolas a corrida pelo vestibular é muito grande, impossibilitando o debate racial, que por isso sempre que tem a oportunidade visita escolas, procurando inserir questões raciais no debate escolar.
A pedagoga, cria 35 crianças em sua casa sem ajuda governamental. Para isso Verônika, que já possui 5 pós-graduações e está cursando um mestrado, trabalha em 5 lugares – escolas, faculdades e é feirante na torre. “Essas crianças para mim, são uma realização. Três que já chegaram a maior idade já estão cursando a faculdade. Isso sim é gratificante”, declara emocionada.
Vera Verônika, que sonha em ver o rap visto de forma positiva, sendo usado como ferramenta de discursão, denuncia e inclusão do jovem na sociedade, gosta de se apresentar descalço para debater com as crianças, a importância de não se preocuparem em carregar marcas, rótulos. Verônika, sempre ressalta que o importante não é ter a melhor roupa, o melhor tênis. O importante é estar confortável consigo mesmo e suas condições.
Verônika, está lançando o CD: MPB – Rap – Música para o Povo Brasileiro. Em seu CD, Verônika trabalha temas, como o preconceito racial, de gênero e outras questões sociais. O CD que custa R$ 15,00, pode ser encontrado nas lojas de hip hop do Conic, na Discoteca 2001 e na Music Store.
PALMARES, 18 ANOS: Professora Valdirene abre o coração e emociona alunos com sua luta e fé em um Brasil sem racismo
A educadora fez questão de frisar o quanto se deve investir em levar a discussão sobre Ações Afirmativas para a sala de aula. “Educar não é somente transmitir conteúdos e cobrar resultados, mas sim educar é formar valores humanos”, comentou ao parabenizar a pedagoga Vera Veronika por sua palestra. O cumprimento da educadora também teve um sentido tão especial, marcou a proximidade entre as duas professoras que se conheceram na sede da FCP, e um desejo Valdirene deixou bem claro no ar: quer que sua escola (Castro Alves) receba uma visita da Fundação Palmares. Neste encontro, Valdirene sonha com um amplo evento que divulge os valores da cultura negra e também destaque com o uso da arte o combate ao racismo. Discriminação já vivida com dor pela professora. “Me lembro com muita clareza de como era tratada pelos familiares de meu ex-marido. Não bastava apenas ser chamada de negra, mas sim eles diziam que eu era a preta universitária. Ou seja, não bastava ser negra, tinha também que ter este adjetivo ressaltado de forma tão pejorativa em minha convivência familiar”. Ao contar isso, de uma forma até bem humorada, a professora Valdirene disse que poderia ficar contando vários casos de discriminação racial pelo qual viveu. Mas que só se limitaria a contar a rejeição encontrada dentro da família.
Tais situações não fizeram com que Valdirene baixasse a cabeça. Pelo contrário, com a mesma voz forte, a professora se enche de força para dobrar a sua própria estatura física e reforçar a sua luta pela igualdade racial. Como ela faz isso? Conta que com muita leitura, muito estudo e também com muito diálogo para com os seus alunos.
Ao participar aos seus estudantes a sua determinação em construir junto aos jovens um sentimento de igualdade e cidadania, Valdirene assim consegue resultados além daqueles que podem ser escritos em um papel. ” Ela (a Valdirene) nos explica tudo sobre a sua religião. Ela nos diz que é do candomblé e diz que tem orgulho dos ensinamentos que teve de seus ancestrais. Nós não somos da mesma religião, mas ela nos ensinou a respeitarmos todos os tipos de crença”, sintetizou o estudante Júlio César Rodrigues, 14 anos. Aluno da 6ª série do Ensino Fundamental da Escola Castro Alves, Júlio Cesar conta que nunca tinha visto o filme Vista a Minha Pele e que tampouco tinha conversado sobre ações afirmativas e combate ao racismo. Com simplicidade, o jovem declarou que “gosta de ser negro”. Para ele “os colegas de escola, brancos, que vieram também assistir a palestra na sede da Fundação Cultural Palmares, vão passar a respeitar os demais alunos negros”.
Outra estudante do Castro Alves, Taiane Muniz, 12, aluna também do sexto ano do ensino fundamental, lembrou que já chorou inúmeras vezes por ter sido vítima de deboches e de discriminação por colegas. Contou que por várias vezes, alguns colegas seus de classe escreviam na parede a frase “Taiane negrinha” e que aquilo a trazia muita mágoa. “Eu nunca aceitei isso porque sempre me senti desrespeitada. Taiane comemorou a oportunidade de ter vindo acompanhar a programação de aniversário da FCP, onde lembrou que muitos dos colegas que a chamavam de “negrinha” também estavam no mesmo auditório assistindo a tudo. “Agora eles vão parar de me chamar de negrinha e vão passar a me respeitar”, comemorou a jovem.
Histórias de emoção, de desabafo e de reflexão estão podendo ser vistas até esta quinta-feira, no auditório da FCP/MinC. Nesta quarta-feira, os alunos e professores do Colégio Estadual Desembargador Dilermando Meireles, de Valparaíso de Goiás, também vão ter a mesma oportunidade de dialogar sobre o combate ao racismo e cidadania, a partir das 14h. A aula de vida e de pluralidade está aberta a todos.
PALMARES 18 ANOS: Orquestra de Berimbaus encanta público na abertura oficial
Brasília, 7/11/06 – A orquestra que abriria as comemorações dos 18 anos da Fundação Cultural Palmares só poderia ser a de berimbaus. Nada melhor do que o som que dá o gingado da capoeira para celebrar a cultura afro-brasileira no aniversário da FCP. Assim, após a cerimônia no auditório, todos os presentes puderam assistir à apresentação do grupo Nzinga de Capoeira Angola.
Eram 14 pessoas, tocando três tipos de berimbau. O grave, chamado de gunga, que tem a função de comandar a roda; o médio, que não tem nome específico; e o agudo, conhecido como viola ou violinha, que tem a liberdade para improvisar. Além dos berimbaus, compõem a orquestra outros instrumentos de percussão, como o atabaque, o agogô e o pandeiro. O grupo não apenas tocou berimbau, como jogou capoeira durante a apresentação, enchendo a Fundação Cultural Palmares de muito som e ginga.
Fundado em São Paulo, há 11 anos, o grupo Nzinga de Capoeira Angola começou apenas se dedicando à capoeira. Mas logo se tornou o Instituto Nzinga de Capoeira Angola e Tradições Educativas Banto no Brasil. O instituto está em Brasília há cinco anos e em Salvador há quatro. Também existem núcleos no México, na Alemanha e em Moçambique.
“O objetivo do instituto é de se engajar na luta contra o racismo, promover os direitos humanos e divulgar a cultura afro-brasileira, particularmente a cultura banto”, disse o treinel do grupo de Brasília, Haroldo Guimarães. Ele explica que quando o aluno já tem mais tempo no grupo e mais dedicação, ele se torna um professor, também chamado de treinel, e depois contra-mestre e mestre. “Isso pode ser um caminho de 20 a 30 anos”, disse.
PALMARES, 18 ANOS: Alunos da rede pública “vestem a pele” contra o Racismo
Brasília, 7/11/06 – No primeiro dia de programação oficial dos seus 18 anos, a Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC), recebeu os alunos da 7ª e 8ª série do Ensino Fundamental do Colégio Novo Gama, localizado no município de Novo Gama, GO. Os alunos foram recepcionados pelo diretor de Promoção, Estudos, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira (DEP) da FCP/MinC. Zulu Araújo fez uma breve apresentação da entidade federal e conversou com as crianças sobre a conscientização do racismo no Brasil. De acordo com Zulu “é preciso conscientizar as crianças para que não repitam os erros de nossos antepassados”, disse. Logo em seguida convidou as crianças a assistir o filme “Vista minha Pele“, um vídeo ficcional-educativo produzido pelo cineasta Joel Zito Araújo. Com 15 minutos de duração, o filme muito colabora para o debate sobre a discriminação racial no Brasil. “Espero que gostem do filme e principalmente de lutar contra o racismo, exercendo cidadania” concluiu Zulu Araújo.
Os alunos que vieram acompanhados pelas professoras Maria da Guia, Maria de Fátima, Joseli, e Amélia assistiram atentamente ao filme e debateram o assunto com a pedagoga e rapper Vera Verônica. Verônica contou um pouco da trajetória de sua vida, as dificuldades superadas e o preconceito que sofre por ser negra, mulher e rapper em um país machista e preconceituoso. Durante o debate os alunos ganharam kit’s da FCP/MinC e se colocaram contra o preconceito racial, se mostrando dispostos a conscientizar amigos e familiares.
As estudantes Fernanda e Jackeline (fotos ao lado), alunas da 8ª série do Colégio Novo Gama ficaram entusiasmadas com o filme. Falaram sobre a diversidade racial no Brasil e a importância de a sociedade aprender a aceitar a todos os cidadãos. “Com o filme a população branca, se coloca do outro lado da história. Isso é importante para percebermos o quanto é duro ser vítima de preconceito” afirmou Fernanda. Jackeline gostou muito do bate-papo com a rapper e educadora Vera Verônica. “A história de vida dela e a facilidade de se expressar me encantou. Ela é uma guerreira, um exemplo para todos nós”, explicou Jackeline.
PALMARES, 18 ANOS: Instituição tem valor ímpar na luta pela igualdade racial
Brasília, 7/11/06 – São inúmeras as dificuldades enfrentadas todos os dias para a valorização e difusão da cultura afro-brasileira. No entanto, nesses 18 anos, podemos afirmar que Fundação Cultural Palmares tem uma importância ímpar na luta pela valorização da cultura do negro.
Em todas as áreas, a Fundação se esforça ao máximo para atingir seus objetivos, mesmo com orçamento e pessoal limitado. Sempre lutando contra o racismo, a intolerância religiosa e pela valorização do negro, a Fundação Palmares se mostra neste aniversário de maioridade mais do que força, mas também, uma conquista do povo brasileiro.
Conversando com a presidente da Fundação Brasiliense e Entorno de Candomblé e Umbanda, Marinalva dos Santos, entendemos como são fundamentais as ações da Palmares. “Eu vejo a Fundação Palmares como um ponto-chave, em especial, para nossa Fundação. Um apoio para todas as nossas lutas. A Palmares há alguns anos colabora com recursos e incentivos à nossas festas para Iemanjá e isso é de extrema importância para nós. Acho importante também, a luta da Palmares contra a intolerância racial e religiosa”, explica Marinalva.
Já a professora Lídia Garcia, militante do movimento negro, vê que nesses 18 anos, a Fundação conseguiu abrir mais espaços para o negro, tornou conhecida nacionalmente a batalha contra o racismo congregando assim, mais pessoas em torno da luta racial. “A existência da Fundação Palmares fez com que a cultura negra fosse mais valorizada. Trouxe ajuda e reconheceu comunidades e quilombos”, afirma. Contudo, a professora observa que há muito mais pra se fazer, “há uma dificuldade muito grande, pois a Fundação tem que cuidar do país inteiro com uma pequena verba destinada pelo governo e com um pequeno quadro de pessoal. Temos que brigar pela valorização dos funcionários, assim como, por mais recursos”, disse a professora.
PALMARES 18 ANOS: Comemorações oficiais reforçam a luta pela valorização da cultura afro
Brasília, 7/11/06 – Com poesia, música e reflexões sobre as conquistas e dificuldades que enfrenta desde a sua criação, a Fundação Cultural Palmares começou, nesta segunda-feira, a comemoração de seus 18 anos. Funcionários, integrantes do movimento negro, políticos e autoridades religiosas compareceram à cerimônia de abertura da festa, chegando a quase 300 pessoas.
O diretor de promoção, estudos, pesquisa e divulgação da cultura Afro-brasileira da FCP, Zulu Araújo, foi o primeiro a discursar e ressaltou a importância de a Fundação Cultural Palmares chegar à maioridade, com a conquista de ter “saído das paredes burocráticas” e chegado à Mãe-África. “Apesar de tanto não e de tanta dor que nos invade, somos nós alegria da cidade”, terminou ele, com a poesia de Jorge Portugal Lazzo.
Integraram a mesa, representando o ministro Gilberto Gil, o presidente do IPHAN, Luis Fernando; o presidente da Fundação Cultural Palmares, Ubiratan Castro de Araújo; a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Igualdade Racial (SEPIR), Matilde Ribeiro; a embaixadora da África do Sul, Linduii Zulu; a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Neuza Maria Alves da Silva; o deputado federal do PT, Zezéu Ribeiro; e a presidente da Federação Brasiliense e Entorno de Umbanda e Candomblé, Marinalva dos Santos Moreira.
“Estamos em família, estamos felizes, porque nós viemos de uma grande vitória”, falou o professor Ubiratan em seu discurso, demonstrando a alegria pelo resultado das eleições. Dos 18 anos de existência da FCP, o professor ressaltou os últimos quatro anos, em que o Brasil teve uma política de solidariedade com a África. A promulgação do decreto 4.887, que possibilitou o reconhecimento de quase 900 comunidades remanescentes de quilombos até hoje e da lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da história da África nas escolas brasileiras, foi o principal exemplo dado pelo professor.
As dificuldades de se trabalhar com um número reduzido de funcionários e de verba não deixaram de ser mencionadas. Mas, acima de tudo, ficou a alegria das conquistas e a certeza de ter mais responsabilidades. “Os 18 anos tem um caráter simbólico. É um momento que se atinge a maioridade e por isso, você passa a ser mais respeitado e mais exigido”, observou Zulu.
Depois de seu discurso, o professor Ubiratan entoou a canção “Sorriso Negro” de Dona Ivone Lara, também tocada pelo DVD que contou a história da FCP com fotos do acervo. A noite terminou com o som da orquestra de berimbaus do grupo Nzinga de Capoeira Angola e com o sabor da culinária afro-brasileira.
Seminário discute segurança alimentar das populações negras
Brasília, 1º/11/06 – O II Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional das Populações Negras reunirá, de 23 a 25 de novembro, 250 pessoas em Salvador (BA) para discutir a relação de temas como religião, desenvolvimento, saúde e educação com o direito à alimentação adequada. Trabalho, cultura e direitos humanos também serão temas do debate.
Promovido pela Comissão Permanente de Segurança Alimentar das Populações Negras do Consea, o objetivo é que o evento contribua para a incorporação da questão étnico-racial nas políticas públicas de segurança alimentar e nutricional. O seminário terá a participação de representantes de comunidades negras, como quilombolas e de religiões de matriz africana, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), do governo federal, de especialistas em questão racial e de convidados.
A coordenadora da comissão, Ana Lúcia Pereira, destaca que o seminário é importante para a sociedade brasileira porque proporcionará uma reflexão sobre as ações das comunidades tradicionais negras e a contribuição delas para o desenvolvimento humano e soberania alimentar em nosso país. “O seminário pretende fortalecer as organizações das comunidades tradicionais negras no que tange à construção de uma política nacional de segurança alimentar e nutricional”, explica.
No Brasil, os negros são quase três vezes mais atingidos pela insegurança alimentar grave do que os brancos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004. “São inúmeros os indicadores sociais que constatam a desigualdade racial como fator preponderante de geração de insegurança alimentar e nutricional e contribui para a fragilidade da situação sócio-econômica da população negra”, afirma Jorge Carneiro, diretor de Programas de Ações Afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
As propostas elaboradas no seminário deverão ser incorporadas ao documento base da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que ocorrerá em maio de 2007. Para a assessora do Fome Zero Roseane Viana, o evento poderá contribuir para que os gestores públicos tenham maior conhecimento da realidade destas populações. “O esperado do seminário é um aprendizado ímpar do patrimônio afrodescendente sobre as estratégias de sobrevivência, superação das desigualdades e exclusões sociais, além de ter um apanhado significativo de proposições da população negra”, diz.
Paralelamente ao seminário, será realizado o Encontro Intermunicipal de Agentes de Controle Social do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Clique aqui para saber mais sobre este evento.
A Comissão Permanente de Segurança Alimentar das Populações Negras do Consea é composta pelas seguintes instituições governamentais: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e Fundação Cultural Palmares. E pelas seguintes instituições da sociedade civil: Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu), Talher Nacional e Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH).
Serviço:
Evento: II Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional das Populações Negras
Data: 23 a 25 de novembro
Local: Teatro Gregório de Mattos, Praça Castro Alves, s/nº (Centro) – Salvador/BA
PALMARES 18 ANOS: Celebração de 6 a 10 de novembro
Brasília, 31/10/06 – Celebrando 18 anos de criação, a Fundação Cultural Palmares prepara uma comemoração intensa. De 6 a 10 de novembro próximo a Fundação Cultural Palmares estará de portas abertas também para os estudantes da rede pública. Alunos de escolas municipais de Valparaíso de Goiás e Cidade Ocidental, localizadas em Goiás, no Entorno do Distrito Federal virão até a sede da Palmares para assistir a filmes e participar de conversas sobre questão racial, cultura negra, combate ao racismo e a intolerância religiosa, de uma forma informal e descontraída.
Outro destaque para a programação especial de 18 anos de fundação se dá para a Oficina de Percussão Afro Baiana, que será ministrada por Mário Pam, percussionista, compositor e Regente do Bloco Afro-Carnavalesco Ilê Aiyê. Pam virá especialmente de Salvador para ministrar a oficina nos dias 6, 7, 8 e 9 de novembro. No dia 10, último dia de festividade, toda comunidade negra de Brasília, com destaque para as lideranças religiosas do Distrito Federal participam da tradicional cerimônia de Lavagem da sede da Fundação Cultural Palmares, seguida de um delicioso Caruru. Outro destaque interessante vai para a exibição da Associação Candeias de Capoeira / DF, grupo coordenado pelo Mestre Suíno o qual é composto por alunos com necessidades especiais. Com certeza dará um toque bastante inclusivo e cidadão para uma festa que já faz parte do calendário de eventos para a população negra do Distrito Federal.Depois da cerimônia e do Caruru, é a vez de se animar com as apresentações musicais, já confirmadas, Grupo de Samba de Roda Suerdieck, vindo de Cachoeiro, na Bahia e o melhor pagode candango no estilo do Grupo Karamba.
Abaixo confira a programação oficial:
Segunda-feira, 6 de novembro de 2006
09 h – Abertura da Oficina de Percussão.
Coordenação: Mário Pam / Integrante do “Bloco Afro Ilê Aiyê / BA”.
Local: Teatro Mapati – SHCGN 707 Bl. K n. 05 – Asa Norte.
14h às 17h – Oficina de Percussão.
Coordenação: Mário Pam / Integrante do “Bloco Afro Ilê Aiyê / BA”.
Local: Teatro Mapati.
09h às 18h – Artesã Marlene Nascimento
Local: Fundação Cultural Palmares.
14h30min às 17h – Mostra do Filme “Vista Minha Pele” – Direção: Joel Zito Araújo – Produção: Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT.
Bate-papo com a Pedagoga Vera Veronika.
Público: Colégio Estadual Novo Gama – GO.
Local: Auditório da FCP.
19 h – Solenidade de Abertura do 18º Aniversário da FCP.
Local: Auditório da Fundação Cultural Palmares.
SBN Quadra 02 – Ed. Central Brasília Setor Bancário Norte.
Pronunciamento do Presidente da FCP/MinC
Professor Dr. Ubiratan Castro de Araújo.
Composição da mesa de abertura.
Local: Auditório da FCP.
19h20min – Mostra do DVD comemorativo aos 18 anos da FCP.
Local: Auditório da FCP.
19h30min – Lançamento do Livro
Água de Beber – Autora: Leni Vasconcelos
Nem para todos é a cidade / Segregação Urbana e Racial em São Paulo.
Autora: Maria Nilza da Silva.
Local: Fundação Cultural Palmares.
20h30min – Apresentação da Orquestra de Berimbau (Grupo Nzinga – Capoeira Angola).
Coordenação – Sr. Aroldo Guimarães (Paulista).
Local: Fundação Cultural Palmares.
Degustação da Culinária Afro-brasileira.
Local: Fundação Cultural Palmares
Terça-feira, 7 de Novembro
09h às 12h / 14 às 17h – Oficina de Percussão.
Coordenação: Mário Pam / Integrante do “Bloco Afro Ilê Aiyê / BA”.
Local: Teatro Mapati.
09h às 18 h – Artesã Marlene Nascimento
Local: Fundação Cultural Palmares.
14h30min às 17h – Mostra do DVD comemorativo aos 18 anos da FCP.
Mostra do Filme “Vista Minha Pele” – Direção: Joel Zito Araújo – Produção: CEERT.
Bate-papo com a Pedagoga Vera Veronika.
Público: Escola Municipal Monteiro Lobato – Valparaíso II /GO.
Escola Municipal Castro Alves – Valparaíso II / GO.
Quarta-feira, 8 de novembro
09h às 12h / 14 às 17h – Oficina de Percussão.
Coordenação: Mário Pam / Integrante do “Bloco Afro Ilê Aiyê / BA”.
Local: Teatro Mapati.
09h às 18 h – Artesã Marlene Nascimento
Local: Fundação Cultural Palmares
14h30min às 17h – Mostra do DVD comemorativo aos 18 anos da FCP.
Mostra do Filme “Vista Minha Pele” – Direção: Joel Zito Araújo – Produção: CEERT.
Bate-papo com a Pedagoga Vera Veronika.
Público: Colégio Estadual Desembargador Dilermando Meireles – Valparaíso I / GO.
Local: Auditório da FCP.
Quinta-feira, 9 de novembro
09 h às 12h / 14 às 17h – Oficina de Percussão.
Coordenação: Mário Pam / Integrante do “Bloco Afro Ilê Aiyê / BA”.
Local: Teatro Mapati.
09 h às 18 h – Artesã Marlene Nascimento
Local: Fundação Cultural Palmares
15 h às 17h – Mostra do DVD comemorativo aos 18 anos da FCP.
Mostra do Filme “Vista Minha Pele” – Direção: Joel Zito Araújo – Produção: CEERT.
Bate-papo com a Pedagoga Vera Veronika.
Público: Escola Municipal Parque Nápoles – Cidade Ocidental / GO.
Local: Auditório da FCP.
Sexta-feira, 10 de Novembro
10 h – Lavagem da Fundação Cultural Palmares.
Apresentação das Baianas e Alagbês.
Local: Fundação Cultural Palmares.
11h – Apresentação de Capoeira:
– Grupo Ladainha / DF – Mestre Gilvan.
– Associação Candeias de Capoeira / DF – Mestre Suíno.
Alunos com necessidades especiais.
Local: Fundação Cultural Palmares.
12h – Apresentação da Oficina de Percussão.
Local: Fundação Cultural Palmares.
12h30min – Tradicional Caruru – Degustação.
Local: Fundação Cultural Palmares.
14 h – Show: Grupo de Samba de Roda Suerdieck – Cachoeiro / BA.
Local: Fundação Cultural Palmares.
15 h – Show: Grupo Karamba – Samba / DF.
Local: Fundação Cultural Palmares.
PALMARES 18 ANOS: VERA VERONIKA, Educação e militância pela Igualdade Racial
Brasília, 31/1006 – Integrando e Militando no movimento cultural HIP-HOP desde o ano de 1992. Verônika Braga, 26 anos, atua como rapper, pedagoga , palestrante e produtora de eventos culturais, voltados as comunidades carentes, jovens em estado de risco e projetos sociais. Desenvolvendo 1º trabalho solo, intitulado “VERA VERONIKA CANTA-MPB-RAP Música p/ o Povo Brasileiro em Rítimo e Poesia” é um CD com 26 faixas entre musicas e interludes RAP´S, SAMBAS; REGGAE;CHARES e MPB. Com variadas participações como GOG , X-EX Cambio Negro ,DINO BLACK ,DJ RAFFA, R-DY, REY- Cirurgia Moral , entre outros nomes do rap nacional .
Juntamente com a música desenvolve um trabalho social com sua mãe Diana e sua irmã Angélica, coordenando um lar com 26 crianças, em idade de 0 a 16 anos intitulado RECANTO DA PAZ situado em Valparaíso de GO, a renda para desenvolver este projeto provém de artesanato fabricado por elas e comercializados na feira da torre de TV de Brasília, da ajuda de amigos e de shows da cantora, pois o lar não tem vínculos / auxílios governamentais.
Pedagoga, educadora, desenvolve o projeto Rap e Educação (O Rap como instrumento pedagógico no cotidiano do jovem de periferia).Desenvolve projetos de cidadania com palestras. A grande luta da rapper é pelo resgate da auto-valorização dos jovens evadidos das escolas, em estado de risco, envolvidos em gangues de pichação, prostituição infantil e menores infratores. Iniciando sempre suas apresentações enfocando debates sobre estes temas.
Conta com a presença do DJ CHOKOLATY atuante a 24 anos ,campeão de DJ´S do centro oeste, produtor musical a 18 anos ,divulgando a black music em rádios,shows e apresentações e com a presença do Percursionista SASSA , com tambores africanos e percussão nacional.
Com várias apresentações no Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados , participações em coletânea da cidade, shows beneficentes, projetos da secretária do GDF e administrações regiões, festivais culturais de Rap como Minas na Rima, Picasso não Pichava, 300 anos de Zumbi, Hip-Hop pela paz I, II, III, 24 horas de rap do I ao V, RAP Chrystimas, Festival HUTUS 2004,Fórum Nacional de HIO HOP em Goiânia,Festival Abril Pro Rap 2005, Fórum de Gênero eRaça no RJ , Organizadora do Fórum de HIP HOP do DF e Entorno , Projeto Minas da Rima 2005 edição RJ, entre outros com artigos em jornais e revistas, (em anexo), rádios, palestras e debates em escolas, orfanatos, reformatórios, núcleo de educação e centros sociais.
Em seus shows conta com a presença do RAPPER THE BRONX , do percursionista SASSA, do baixista ROBSON DE JESUS, de backig vocais, dançarinas de Breacks e do DJ CHOKOLATY com performances simultâneas as apresentações.
PALMARES 18 ANOS: VISTA A MINHA PELE faz uma paródia sobre o racismo
Brasília, 31/1006 – “VISTA A MINHA PELE” é uma divertida paródia da realidade brasileira, para servir de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados.
Maria, é uma menina branca pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade. Maria quer ser “Miss Festa Junina” da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a predominância da supremacia racial negra (a mídia só apresenta modelos negros como sinônimo de beleza), a resistência de seus pais, a aversão dos colegas e a dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos.
Vencer ou não o Concurso não é o principal foco do vídeo, mas sim a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais possibilidades ela tinha de convencer outros de sua chance de vencer.
“VISTA A MINHA PELE” pretende colaborar com a discussão sobre discriminação no Brasil através de um produto atraente, com linguagem ágil e atores conhecidos do público alvo – adolescentes na faixa de 12 a 16 anos. O vídeo foi distribuído para 2.000 escolas públicas do país, acompanhado de uma apostila de orientação ao professor para sua utilização em sala-de-aula, elaborada por educadores e psicólogos.
FICHA TÉCNICA
Vídeo: Vista a Minha Pele
Categoria: vídeo ficcional-educativo
Duração: 15 minutos
Roteiro: Joel Zito Araújo & Dandara
Ano de Produção: 2004
Entidade produtora: CEERT – Centro de Estudos e Relações de Trabalho e Desigualdades. www.cert.org.br
PALMARES 18 ANOS: MARIO PAM comanda oficina de Percussão em Brasília
Brasília, 31/10/06 – Brasileiro, nascido em Salvador, nome artístico MARIO PAM, iniciou suas atividades artísticas no Ilê Aiyê em 1992 como aluno fundador do curso de percussão da Escola Band’Erê (banda mirim) do Bloco Ilê Aiyê, tendo se tornado um dos regentes a partir de 2000 e desde então tem participado de vários eventos culturais do Ilê Aiyê, a nível nacional e internacional. Além destas atividades culturais, ministra aulas de percussão para diversos grupos na Europa e Estados Unidos, em Universidades e Escolas de Musica, participou do grupo de instrutores da Escola Banda Erê, dando aula de percussão para crianças e adolescentes e é alunos do curso de extensão em Percussão da EMUS – Escola de Musica da UFBA.
A percussão do Ilê se diferencia de outros grupos, especificamente aqui no Brasil, pois é fundamentada nos ritmos do terreiro de candomblé, onde é necessário o uso de instrumentos como o: repique, dimbhê, marcação, timbau, agogô, kowbel, taró, etc. A percussão fundamenta-se também em outros ritmos como: samba, salsa, reggae e o principal que é o Ijexá (candomblé).
Mario Pam desenvolve o trabalho de regência e percussionista da Banda Aiyê através de ensaios, em estúdio, onde é elaborado os arranjos percussivos em cima das músicas própria do Ilê e outras que tenha identificação. Além disso ajuda a comandar os 150 percussionistas que fazem parte da Banda que desfila durante o Carnaval de Salvador.
Atualmente participo da banda do cantor e produtor musical Arto Lindsay e tenho feito show e gravações por diversas partes do mundo. Como percussionista e arranjador musical já participou das gravações dos CDs: do Ilê Aiyê, do Teatro Villa Velha, da Igreja Rosário dos Pretos, da Banda Mel, de Virgínia Rodrigues, de Morais Moreira, de Simone Sampaio, de 100 Anos de Tropicália (promovido pela Bahiatursa), do Coral da Empresa Gerdal, do produtor e musico Arto Lindsay, da cantora Finlandesa Bjork, do Senegalês Cheikn Lô, da Cantora Laurinha, do cantor Gabriel.