Notícias
Fundação Cultural Palmares presente à inauguração do Campus II da Unipalmares
Um grande diferencial da Unipalmares é a fonte de garantia mínima de empregabilidade para os alunos, através de estágios com diversos convênios firmados com as principais instituições financeiras e empresas do País. Atualmente, 85% dos alunos da instituição estão no mercado de trabalho. Única universidade idealizada por negros, a Unipalmares tem como foco a cultura, a produção e a difusão dos valores da diversidade é a única com esse perfil na América do Sul e uma das poucas com o mesmo objetivo no mundo – trabalhar pela diversidade. A data foi escolhida especialmente em homenagem ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Mudança da “cara educacional do Brasil”
O projeto da Unipalmares tem como objetivo e missão mudar a cara da educação no País. Todos os alunos pagam menos de um salário mínimo, o que é possível em função do formato operacional – um pool de parcerias públicas e privadas. A universidade tem caráter comunitário e, por conseguinte, não tem fins lucrativos.
Presidente da Fundação Palmares expõe propostas na TV Senado
Em entrevista ao programa Cidadania, da TV Senado, o presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, teve a oportunidade de esclarecer alguns dos projetos e das futuras ações que pretende implementar à frente da instituição. Quem assistir ao programa – a entrevista com Zulu Araújo deve ser veiculada já no próximo final de semana ( dias 24 e 25), segundo informa a emissora – poderá entender um pouco mais da importância das ações da Fundação Palmares e da luta que tem em incentivar e difundir a cultura afro-brasileira, ao mesmo tempo em que se combate a discriminação racial dentro da nossa sociedade.
Juventude:
Na entrevista, Zulu reafirmou seu compromisso com a sociedade brasileira apresentando propostas para tentar modificar a cultura do jovem negro brasileiro, em sua maioria pobre. “É preciso tirar da juventude os vícios do racismo”, disse. Para isso, promete construir um permanente diálogo entre a Fundação, os órgãos federais, incluídos nestes os poderes Legislativo e Judiciário; e a sociedade.
Tendo como meta o jovem, impôs como obrigação produzir ações em conjunto com o Ministério da Educação para que possa através do ensino antidiscriminatório, atingir dentro das escolas os jovens brasileiros. Já que, segundo Zulu, a juventude negra sofre as conseqüências do problema de políticas excludentes, elitistas e concentradoras de renda. E sendo a manifestação cultural a identidade do negro como parte da sociedade, são indispensáveis programas que incentivem essa afirmação da negritude. Até mesmo deu exemplos de políticas de juventude a serem seguidas, como o Nós do Morro, o AfroReggae, o movimento Hip-Hop, o Ileyaê e outros projetos que estão no caminho certo.
Intolerância religiosa:
Outro ponto discutido no programa foi uma das formas de agressão à comunidade negra: a intolerância contra as religiões de matrizes africanas.
Zulu colocou como a mídia influencia a sociedade difamando, caluniando e deformando as tradições e cultos religiosos ao invés de esclarecerem e informarem corretamente sobre seus rituais. Ele também mostrou iniciativas para a área, “vamos encontrar mecanismos para dar incentivo e liberdade ao culto das religiões de matrizes africanas, além de pedir sempre a punição dos agressores”.
Comunicação:
O presidente da Fundação também anunciou uma das grandes novidades para esse ano que é a implementação de um programa de tv para tratar especificamente da cultura negra, dando dignidade e identidade aos negros com a difusão da produção afro-brasileira. Inicialmente, a Palmares está viabilizando com a TV Senado para que seja ela a difusora e apoiadora desse projeto.
Luta coletiva:
Pra finalizar, o presidente lembrou que a luta por uma sociedade mais justa e igualitária não é só de movimentos ou de segmentos da comunidade negra. Para ele, a discriminação faz com que “milhares de pessoas sejam impedidas de se desenvolver, se expressar e criarem um identidade, por isso, todos temos uma obrigação de resolver esse problema de 400 anos de escravidão”.
SAIBA MAIS:
Programa Cidadania é veiculado pela TV Senado ( transmitida via cabo e sinal aberto) diariamente, nos seguintes horários: de segunda à sexta feira em quatro edições: 1h, 6h, 13h e 19h30min. Aos sábados e domingos, o programa é apresentado também em quatro horários: 1h, 6h, 13h30min e 19h.
FCP participa de comemoração ao Dia Internacional contra Todas as formas de Discriminação
Brasília, 22/3/07 – A Fundação Cultural Palmares/MinC participou em peso da comemoração do “Dia o Internacional contra Todas as formas de Discriminação” ocorrido nesta quarta-feira (21) no Palácio do Planalto.
Este ano, o tema da comemoração foi: “Racismo e Discriminação – Obstáculos ao desenvolvimento”. E chama a atenção para a relação entre racismo, discriminação e desenvolvimento. Uma vez que as práticas racistas além de causarem danos às suas vítimas, também limitam as perspectivas de sociedades inteiras onde tais práticas são toleradas. Como diz a mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, “impedem que as pessoas realizem o seu potencial e não permitem que contribuam plenamente para o progresso nacional. Perpetuam desigualdades sociais e econômicas profundamente enraizadas quando não são enfrentadas, podem causar agitação social e conflito, comprometendo a estabilidade e o crescimento econômico”.
No mesmo evento foi comemorado também o aniversário de quatro anos da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Na ocasião, foram assinados alguns projetos que serão desenvolvidos pelo governo federal em favor da melhoria de condições das classes menos favorecidas da nossa sociedade, além de promover a valorização cultural, social e política dentro dessas comunidades. Dentre as diversas autoridades presentes, estiveram: o vice-presidente da República, representando o presidente Lula; o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luis Dulci; a ministra da SEPPIR, Matilde Ribeiro; o ministro dos Esportes, Orlando Silva. Fundação Cultural Palmares, participaram do evento o presidente da instituição, Zulu Araújo; o diretor do Departamento de Estudos, Pesquisas e Divulgação Cultural, Antônio Pompêo e a chefe de Gabinete Juscelina Nascimento.
PROJETOS ASSINADOS:
Resgatando e descobrindo os talentos esportivos nacionais: Tem por objetivo resgatar talentos esportivos que estão vivendo incógnitos na sociedade, para que compartilhem sua experiência transmitindo aos alunos das escolas públicas, integrantes do programa Segundo Tempo, seus conhecimentos dos benefícios da prática desportiva, bem como, da valorização do cidadão.
Ações afirmativas junto à população negra e comunidades quilombolas: elaboração do censo escolar nas comunidades rurais tradicionais (quilombos); implementação de cursos de educação básica e alfabetização de jovens a partir de quinze anos e adultos; implementação do programa – “Cozinha Brasil”.
Informe Palmares chega a 1.500 cadastros
O editor da publicação eletrônica, jornalista Oscar Henrique Cardoso, explica que o crescente número de leitores cadastrados se dá pelo fato de o INFORME PALMARES ser um espaço variado, com a produção de reportagens direcionadas a abordar não só a cultura afro-brasileira e as ações institucionais da Fundação Cultural Palmares, mas também visa levar aos leitores o cotidiano da sociedade negra brasileira. “No nosso informativo, tratamos de educação, de saúde, memória, pesquisa. Levamos uma visão plural para todos os internautas, afro-brasileiros ou não”, explica o jornalista Oscar Henrique.
A primeira edição de março do INFORME PALMARES convida os leitores a conhecerem quais as iniciativas que são produzidas pelos educadores para combater o racismo em sala de aula, as mobilizações que estão sendo articuladas no Congresso Nacional para aprovar o Estatuto da Igualdade Racial, além de uma homenagem a dois personagens importantes da luta pela igualdade no Brasil: Abdias do Nascimento, que completou 93 anos no último dia 14 e Carolina Maria de Jesus, escritora negra brasileira com uma obra literária reconhecida internacional, mas pouco lembrada pelos próprios brasileiros.
Para o próximo INFORME PALMARES, a ser lançado ainda no final de março, a pauta será a nova composição diretiva da Fundação Cultural Palmares, com um perfil dos novos dirigentes da gestão Zulu Araújo. O INFORME é uma publicação quinzenal da Assessoria de Comunicação Social da FCP e você, internauta, pode se cadastrar para receber. Basta acessar ao Portal da Palmares, no endereço www.palmares.gov.br e ir até o link Informe Palmares.
Concurso Memorial Zumbi dos Palmares recebe 22 projetos
Brasília, 15/3/07 – Termina nesta quinta (15) o prazo para o envio de projetos concorrentes ao Concurso Monumento Zumbi dos Palmares. De acordo com a Diretoria de Promoção, Estudos, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira da FCP, 22 projetos já chegaram à instituição. O período de inscrições foi aberto no dia 30 de janeiro último e a Palmares receberá até o próximo dia 20 de março (terça-feira) projetos que forem postados com data referente a 15 de março.
Instituído pelo Ministério da Cultura, Fundação Cultural Palmares, em parceria com a ONG A Mulherada, o concurso irá selecionar os anteprojetos de criação do Monumento Zumbi dos Palmares, a ser instalado na Praça da Sé, no centro histórico de Salvador. A divulgação dos projetos selecionados será realizada no próximo dia 30 de março, em Salvador. O primeiro lugar receberá premiação no valor de R$ 30 mil, o segundo lugar será agraciado com R$ 20 mil e o terceiro com R$ 10 mil.
Os 22 projetos que chegaram até o momento na FCP vem dos seguintes estados:
ESTADOS |
NÚMERO DE PROJETOS |
Rio Grande do Sul |
5 |
Santa Catarina |
1 |
Paraná |
4 |
São Paulo |
5 |
Rio de Janeiro |
2 |
Minas Gerais |
1 |
Goiás |
1 |
Bahia |
2 |
Pará |
1 |
FCP/MinC recebe a visita da Secretaria Estadual da Igualdade Racial do Maranhão
Brasília, 14/3/07 – A Fundação Cultural Palmares (FCP) e a Secretaria Estadual da Igualdade Racial do Maranhão (Seir) estreitaram laços em reunião nesta quarta-feira (14) na sede da FCP, em Brasília. Estavam na reunião o secretário da Seir do Maranhão, João Francisco dos Santos, o secretário adjunto, Sílvio Bembem, o presidente da FCP, Zulu Araújo, a diretora de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro, Maria Bernadete Lopes da Silva e a futura chefe de gabinete da FCP, Juscelina Nascimento.
No encontro, o secretário João Francisco pediu uma maior parceria com a Fundação Cultural Palmares e a presença de uma representação da FCP no Maranhão. Os secretários da Seir sugeriram também que o reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombos no estado seja sempre acompanhado in loco por um técnico da FCP. A sugestão foi acatada pelo presidente Zulu e pela diretora Bernadete.
Além disso, foi sugerido que acontecesse no Maranhão uma mesa de discussão sobre a questão dos quilombolas e das religiões de matrizes africanas. Ficou confirmada a presença de Zulu e Bernadete na mesa de discussão, que deve acontecer no início de maio. No final da reunião, foi disponibilizado para a Seir um kit da Fundação Cultural Palmares, com livros e publicações para aumentar o acervo da secretaria.
Fundação Palmares certifica quase 1.200 comunidades remanescentes de quilombos
Brasília, 14/3/07 – Dando continuidade à missão de preservação e manutenção das comunidades remanescentes de quilombos, a Fundação Cultural Palmares bate recorde a cada dia. Até esta terça-feira, 13 de março, 1.113 comunidades remanescentes de quilombos já foram oficialmente certificadas.
A certificação de comunidades teve início com a aprovação do decreto 4.887/2003, que visa garantir às comunidades quilombolas a posse da terra e o acesso a serviços de saúde, educação e saneamento. Para que isso aconteça, o grupo deve se auto-reconhecer como comunidade remanescente de quilombo. Assim, após receber a declaração de auto-reconhecimento por escrito, a Fundação Cultural Palmares inscreve a comunidade no Cadastro Geral expedindo a certidão de auto-reconhecimento.
A certificação é de extrema importância, uma vez que ela é o primeiro passo para a regularização fundiária das comunidades, além de viabilizarem a participação dos quilombolas em ações de políticas públicas do governo federal, como o bolsa família, os programas de habitação, saúde da família e cestas básicas.
Além do decreto 4.887/03, a Constituição Federal brasileira, nossa lei maior, também reconhece às comunidades remanescentes de quilombo o direito à propriedade de suas terras através do artigo 216; e dentro do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), pelo artigo 68.
ESTADO |
PUBLICADAS |
|
D.O.U |
ALAGOAS |
21 |
AMAPÁ |
11 |
AMAZONAS |
1 |
BAHIA |
206 |
CEARÁ |
14 |
ESPÍRITO SANTO |
26 |
GOIÁS |
16 |
MARANHÃO |
94 |
MATO GROSSO |
58 |
MATO GROSSO DO SUL |
15 |
MINAS GERAIS |
82 |
PARÁ |
76 |
PARANÁ |
32 |
PARAÍBA |
23 |
PERNAMBUCO |
66 |
PIAUÍ |
32 |
RIO DE JANEIRO |
14 |
RIO GRANDO DO NORTE |
15 |
RIO GRANDE DO SUL |
30 |
RONDÔNIA |
7 |
SANTA CATARINA |
6 |
SÃO PAULO |
39 |
SERGIPE |
16 |
TOCANTINS |
15 |
TOTAL |
915 (**) |
Comunidades Certificadas – 1.113
(*) Dados atualizados até 07/03/2007
(**) Apesar de 915 publicações, em algumas certidões
foram registradas mais de uma comunidade.
Por isso, o número de 1.113 comunidades.
Zulu Araújo participa da cerimônia de divulgação do vencedor do Prêmio Camões 2007
O Evento:
O Prémio Camões é o maior galardão literário dedicado à Literatura em Língua Portuguesa. Instituído em 1988, pelo Protocolo Adicional ao Acordo Cultural entre o Governo da República Portuguesa e o Governo da República Federativa do Brasil, visa consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum.
OS VENCEDORES:
1989 – Miguel Torga (Portugal, 1907–1994)
Fundação Cultural Palmares assina Termo de Cooperação Técnica com a Universidade Federal de Pelotas
Além da Lei 10.639, a pró-reitoria de Extensão e Cultura desenvolve o Programa Buscando as Origens, que reúne quatro projetos relativos à Semana Zumbi, que visa promover em novembro a união das datas dos dias 14, Dia dos Lanceiros Negros, e 20, Dia da Consciência Negra; ao projeto Núcleo da Memória e de Estudos Afrobrasileiros da UFPel, “Memoáfrica”; ao trabalho Escola dos Tambores, que deverá trazer o Olodum a Pelotas; e ao projeto Caravana Afro-Brasileira, que pretende propiciar a 40 ministros de religiões de matriz africana radicados na Zona Sul uma visita a Salvador, Bahia, para observar semelhanças e diferenças entre as culturas religiosas das duas regiões.
O vice-reitor da UFPel, Telmo Pagana Xavier, declarou que o convênio é positivo tanto para a Universidade quanto para a comunidade em geral e disse que o ato trará um grande incremento para a região e resultados significativos para todos, principalmente porque Pelotas tem um grande número de afro-descendentes.
Futuras ações:
Palestrando para 300 professores na sede da Secretaria Municipal de Educação sobre a Lei 10.639, o presidente da FCP firmou o apoio a atividades educativas e pedagógicas, com o repasse de material bibliográfico e audiovisual para a rede pública de ensino. Ainda sobre educação, a Palmares será parceria na implantação do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros junto ao Colégio Municipal Pelotense, maior unidade de ensino municipal com 3 mil alunos. Junto ao Movimento Negro local, Zulu Araújo firmou o compromisso da FCP em garantir a criação do Centro de Referência Negra de Pelotas. Junto aos representantes das religiões de matriz africana, além do intercâmbio, a FCP irá incentivar a formação de espaços de leitura e bibliotecas junto aos terreiros. “A contribuição do negro para a formação da sociedade de Pelotas foi fundamental não só na cultura, mas também na economia local, quando do trabalho junto as charqueadas. Em uma cidade que tem 48% de afrodescendentes em sua população total, devemos sim divulgar e levar ao conhecimento de todos a história dos negros e negras que aqui chegaram”, disse.
Outra visita também marcou a presença de Zulu Araújo em Pelotas. Ao conhecer as instalações e os dirigentes da Sociedade Fica Aí, clube negro mais antigo da região, Zulu também confirmou o apoio do Ministério da Cultura na promoção do Seminário Clube Social: Etnia Negra, Raízes e Visibilidade, a ocorrer em breve na sociedade Fica Aí.
Presidente da FCP ressalta acesso da juventude negra à cultura e parceria com Sistema Radiobras
O dirigente ressaltou ainda a necessidade de se ampliar os espaços de comunicação e divulgação da produção cultural afro-brasileira. Para isso, Zulu Araújo apontou como proposta ampliar a parceria da instituição (FCP) com o Sistema Radiobras, que inclui emissoras de rádio, televisão e internet. O presidente da FCP também defendeu a formação de parcerias com as TVs públicas federais (Tvs Câmara e Senado), TVs educativas e rádios educativas e comunitárias. “Nosso grande desafio é noticiar e garantir a acessibilidade do jovem negro aos meios culturais. Cabe a nós, do Ministério da Cultura dar visibilidade a expressiva manifestação cultural da comunidade negra”, frisou o dirigente Zulu Araújo, lembrando como exemplo a divulgação da obra e também da vida do poeta negro pernambucano Solano Trindade, que comemoraria 100 anos em 2007. Nascido em Recife, em 24 de julho de 1908, Trindade faleceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1974.
Fundação Cultural Palmares apóia Primeiro Fórum Cultural Negro em Cena
Brasília, 13/3/07 – A Fundação Cultural Palmares, em conjunto com a Petrobras também é uma das apoiadoras do Primeiro Fórum Cultural Negro em Cena. Promovido nos dias 24 e 25 de março próximos, na Marina da Glória, Rio de Janeiro, evento nasce com o objetivo de apresentar o negro como protagonista e contará com palestras, filmes, shows, oficinas e exposições. Haverá também o Prêmio Negro em Cena, para homenagear grandes nomes da cultura afro-descendente. Nesta primeira edição do Fórum, os destaques serão Abdias do Nascimento, Joel Zito Araújo e dona Ivone Lara.
Os debates terão a participação do público, como os temas “O que é ação afirmativa?” e “Conhecer a África para entender o Brasil“. Os convidados são o embaixador Alberto da Costa e Silva; o diretor de Ações Afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Joge Carneiro, a coordenadora do Programa de Gênero e Raça do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulheres, Maria Inês Barbosa e a titular da Seppir, ministra Matilde Ribeiro. Também integram a lista de convidados para o evento o cineasta Joel Zito Araújo, o diretor da Cia Black e Preto, Luiz Pillar, a diretora do Projeto A Cor da Cultura, Ana Paula Brandão, o diretor executivo do Instituto Palmares de Desenvolvimento Humano, Giovanni Harvey, a representante da Ouvidoria Petros, Vanda Ferreira entre outros.
No auditório da Marina da Glória serão exibidos os filmes do cineasta Joel Zito Araújo: “A Negação do Brasil”, “Vista Minha Pele”, “A Exceção e a Regra” e “Retrato em Preto e Branco”. As oficinas culturais serão ministradas no dia 24 pelo Grupo Makala, com dança e percussão e pelo Grupo Abayomi, com artesanato. No dia 25, o grupo Tambor de Criola dará atividades de dança e percussão e o Grupo Abayomi conclui as oficinas de artesanato.
A agenda de shows é composta pelos seguintes shows:
Presidente da FCP se reúne com comunidade negra em Pelotas, RS
Brasília, 8/3/07 – Articular ações futuras com a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e debater as demandas da comunidade negra integram a agenda que o presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, cumpre nesta sexta-feira (9), sábado (10), domingo (11) e segunda-feira (12), em Pelotas, Rio Grande do Sul. Nos próximos quatro dias, Zulu Araújo terá reuniões na UFPEL, onde discutirá propostas de projetos entre a universidade e a FCP. Também dará palestra sobre a implantação da Lei 10.639 nas escolas para professores na sede da Secretaria Municipal da Educação e se reunirá ainda com lideranças comunitárias afrodescendentes locais. Zulu Araújo visita ainda os centros religiosos de matriz africana e seu retorno a Brasília está previsto para o próximo dia 12.
Acadêmicos, artistas e quilombolas dizem “sim” a gestão Zulu Araújo
Brasília, 7/3/07 – Entre os diversos participantes da festa de posse, alguns dos presentes manifestaram abertamente grande apoio e a felicidade pela presidência de Zulu Araújo na Fundação Cultural Palmares.
O professor Vilson Caetano Júnior, representando o reitor da UNEB – Universidade do Estado da Bahia, parceiro constante dos projetos da Fundação Palmares, espera que seja mantida a pareceria que sempre teve entre a instituição e a universidade. “É importante também, que seja ampliado o diálogo com outras universidades, sobretudo, no que diz respeito ao trabalho que já está sendo desenvolvido através da Universidade do Estado da Bahia, que é o trabalho de reconhecimento de comunidades tradicionais como patrimônio material e imaterial afro-brasileiro. E nos próximos anos, esse trabalho deve estar sendo ampliado para os estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro”, explicou o professor.
Já o companheiro e amigo do presidente Zulu, o fotógrafo e escritor Januário Garcia, sempre afinado com os projetos da Fundação, reconhece a importância da continuidade de Zulu Araújo na Palmares. “Não havia melhor opção para a presidência, pois ele já estava aqui dentro”, diz o fotógrafo. “Há uma coisa muito importante a ser reconhecida, a experiência como produtor cultural que o Zulu tem acrescido da experiência política e institucional vai dar uma visão melhor do que vai ser esse trabalho com ele à frente da Palmares”, complementa. E continua, “pela experiência e pela lógica e por tudo o que ele representa, vai dar continuidade natural ao trabalho que já estava sendo feito. Além da possibilidade de capacitar e instrumentalizar setores da comunidade negra brasileira para que possam se autogerirem e auto-sustentarem”.
Maurício Pestana – o primeiro e mais conhecido chargista negro do Brasil – tem uma das melhores expectativas, `nunca a Fundação esteve em tão boas mãos nesses últimos quatro anos”, disse o chargista. “A Fundação deu um passo decisivo hoje com a posse do Zulu, que é pra continuação do trabalho que ela já vem desenvolvendo, sobretudo, com culturas populares, com os artistas populares negros, o respeito à cultura negro e com o intercâmbio com o movimento negro. Eu que além de artista, sou ativista árduo do movimento negro. E nesses últimos anos, eu percebi que com o trabalho do Zulu houve uma interlocução muito maior entre Fundação Cultural Palmares e diversos artistas e grupos do movimento negro, além de criar um maior intercâmbio com a África”, completa. Sobre o futuro, “acho que agora só melhora com Zulu assumindo a presidência, pois tem toda experiência adquirida nesses quatro anos, com o brilhante trabalho que ele fez como diretor, Não tenho dúvida que os próximos quatro anos serão excelentes”.
Lembrando das ações da FCP pela proteção, reconhecimento e manutenção da cultura e do patrimônio das comunidades quilombolas, Antônio Coelho Filho, o Toninho Forte, vereador e quilombola do município de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, nos conta que através da ajuda da Fundação, a comunidade de Vila Bela entrou com ação contra uma empresa de mineração que está fazendo extração dentro de área quilombola. “Inclusive, o repasse do dinheiro da União para os mineradores já foi bloqueado e isso se deve à atuação da Fundação Palmares”, explica Toninho Forte. Sobre as expectativas para o próximo mandato da FCP, Antônio também espera pela continuidade das ações já desenvolvidas e complementa, “o professor Zulu, na verdade, é um grande batalhador, e temos ainda, o alicerce da dr. Bernadete, que sempre está presente conosco, levando aquilo que é prioridade para nossa região, ajudando a fazer o que é de interesse para a coletividade”, finaliza.
O cineasta Celso Prudente acredita que Zulu Araújo irá fazer um valioso “casamento” entre a teoria e a militância, já que seu trabalho como ex-diretor de eventos da Fundação Cultural Palmares serviu para dinamizar a presença da Fundação no cenário cultural nacional. Para Prudente, a presença de Zulu Araújo também “servirá para organizar e dar mobilidade à Instituição dentro e fora da esfera governamental”.
Otimismo e parcerias são ressaltadas na posse de Zulu Araújo
Brasília, 7/3/07 – As autoridades e representantes de instituições do governo demonstraram boas expectativas quanto à nova gestão da Fundação Cultural Palmares (FCP). Representantes do Ministério da Cultura, embaixadores, professores de universidades e os novos diretores da FCP acompanharam, atentos, o discurso do novo presidente, Zulu Araújo.
No início do discurso, Zulu convidou à frente a nova diretoria que assumirá os trabalhos da gestão 2007-2011. Na nova equipe, está o ator Antônio Pompeo, que será nomeado o novo diretor de Promoção, Estudos, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira da FCP. Pompeo disse que não esperava o convite para a diretoria, mas que aceitou o novo desafio. “Pensei bastante, porque teria de abrir mão do meu trabalho como ator, mas aceitei”, revelou ele. Pompeo disse também que pretende trabalhar a cultura como uma parte da economia e, principalmente, estimular o auto-sustentável. “Para que as iniciativas e trabalhos culturais não dependam sempre da presença da Fundação`, explicou ele.
O fortalecimento das relações entre o Brasil e os países africanos também foi ressaltado no discurso de Zulu. Segundo o ministro da Cultura, Gilberto Gil Moreira, essas relações já se mostraram fortes na gestão passada. O embaixador de Camarões, Martin Mbarga-Nguelé, que está há 19 anos no Brasil, disse que sempre houve uma colaboração intensa entre a Palmares e Camarões, mas que existe um problema. “Há um déficit no conhecimento entre ambos os países e desejo que o novo presidente trabalhe no sentido de diminuir essas assimetrias”, afirmou ele. Na cerimônia estavam presentes também os embaixadores Senegal, Namíbia, África do Sul, Nigéria e Gana.
A decana de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Brasília (UnB), Dione Moura representou o reitor Timothy Mulholland na cerimônia. Dione disse que a UnB tem afinidade temática com a Fundação Palmares, devido à política de ações afirmativas e às pesquisas da cultura afro-brasileira. “Nós devemos continuar sendo parceiros no mapeamento das comunidades quilombolas”, disse ela.
Representação em São Paulo
Depois do discurso de Zulu Araújo, um dos iniciadores da Fundação Cultural Palmares, Alberto Vieira, quebrou o protocolo e pediu uma representação da FCP em São Paulo. Alberto Vieira coordena a velha guarda da Liga das Escolas de Samba de São Paulo. “Eu pedi para abrir uma representação em São Paulo, para que a gente possa encaminhar as reivindicações”, explicou ele. Atualmente a Fundação Cultural Palmares tem representações apenas em Salvador e no Rio de Janeiro.
Empossado, Zulu Araújo promete maior integração com países africanos
A importância do trabalho de Zulu Araújo a frente da promoção da cultura e do combate ao racismo na Bahia e também em outras partes do Brasil e do mundo foi lembrada pelo ministro Gilberto Gil. Segundo ele, a Fundação Cultural Palmares ganhou na atual gestão do presidente Lula o status de incrementar o intercâmbio entre o Brasil e os países africanos de língua portuguesa. Gilberto Gil reconheceu também as iniciativas de produção editorial e audiovisual e salientou a necessidade de se garantir a instituição recursos financeiros e humanos.
Em sua fala, o presidente Zulu Araújo também ressaltou o papel fundamental da FCP como um braço do governo brasileiro voltado a realizar políticas de produção cultural. Ressaltou também que em suas metas de trabalho estarão presentes o incremento do intercâmbio com o continente africano, valorização dos recursos humanos e o reforço em ações de Comunicação Social, para dar maior visibilidade a cultura afro na grande mídia ( rádio, TV e Internet).
Na gestão do Ministro Gilberto Gil, a Palmares reencontrou sua vocação natural, ou seja, fazer da cultura o principal instrumento de convencimento, sensibilização e difusão na sociedade brasileira da necessidade de superação da gritante desigualdade racial existente em nosso país. Para tanto, partimos de um olhar positivo sobre a contribuição africana para o Brasil. Sem negar ou esconder a dor e o sofrimento pelo qual passou e passa milhões de brasileiros de origem africana, fruto da tragédia histórica que foi a escravidão, fincamos o nosso ponto de partida no caráter civilizatório que a presença negra trouxe para o Brasil, bem como nas inúmeras experiências positivas do desenvolvimento humano que o continente africano legou para o mundo. E neste sentido, a cultura tem sido sua marca mais relevante. Cultura enquanto valor abrangente, que se expressa no modo de falar, cantar, dançar e trançar os cabelos, no ritmo dos seus tambores, no sabor e criatividade da sua culinária, no jeito de corpo para driblar os dissabores da vida, mas que caminha sem percalços pelos versos dos seus poetas e a prosa dos seus escritores. Cultura que está na sonoridade dos cantos – sagrados ou profanos – mas que também se manifesta na firme convicção de que a liberdade e a igualdade são valores universais e não propriedade de um pequeno grupo, etnia, nação ou região do mundo.
Foi, com este referencial, com esta guia de Xangô, que traçamos os nossos caminhos para o quadriênio que ora se encerra. Para tanto, o diálogo permanente com todos os segmentos da comunidade negra brasileira foi imprescindível.
A articulação com variados setores do Ministério da Cultura, e ministérios como o da Educação, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Justiça, Direitos Humanos, Seppir foi mais que uma opção, foi uma necessidade.
Neste particular, a parceria com o Ministério das Relações Exteriores foi das mais frutíferas. Percorremos inúmeros países com o apoio e a orientação fraterna e solidária do Departamento Cultural do MRE, culminando com a realização do maior evento da história das relações político/cultural entre o Brasil e o continente africano que foi a II Conferência dos Intelectuais da África e da Diáspora, na Bahia, em julho de 2006, presidida pelo Ministro Gil e que contou com a presença de 10 chefes de Estados, dentre eles o nosso Presidente da República Luiz Ignácio Lula da Silva.
A forte presença da Fundação Cultural Palmares, na área quilombola, articulada com o Ministério Público Federal, a Advocacia Geral da União e o Ministério do Desenvolvimento Social na defesa dos interesses dos remanescentes de quilombos, possibilitou o reconhecimento de mais 1.000 comunidades e o apoio a dezenas de demandas judiciais, oriundas da insensibilidade e conservadorismo que ainda permeia grande parte do campo brasileiro.
Também estivemos presentes na discussão e reflexão de temas abrangentes da sociedade brasileira, como a democratização do acesso ao ensino superior (cotas para negros nas universidades) e o combate à intolerância religiosa, que lamentavelmente ainda se faz presente em nosso país.
O Brasil, vive um momento particular na história do seu desenvolvimento. Poucas vezes, nestes 500 anos, tivemos uma chance tão poderosa para fincar raízes fortes e profundas na estrutura do nosso país rumo a um período sólido e duradouro de desenvolvimento sustentável. Por isto mesmo, temos que ter (todos) sensibilidade e clareza, para a um só tempo, afirmar os nossos interesses particulares, consolidar as nossas conquistas, mas também sermos parceiros e solidários dos demais segmentos sociais, na construção de um Brasil verdadeiramente democrático.
No seu Programa Cultural para o Desenvolvimento do Brasil, O Ministro Gil, afirma – “O fato é que a cultura brasileira impacta tanto o crescimento material de emprego e renda como a qualidade de vida”, deixando claro o valor inestimável que a cultura possui para a consecução dos nossos objetivos, enquanto nação. Se esta afirmação vale para o Brasil, para a comunidade negra, no particular é como um mantra, pois não houve, até hoje, instrumento mais eficaz para a nossa própria sobrevivência que não a nossa cultura. Mais adiante, no mesmo documento, o Secretário Executivo, Juca Ferreira, complementa – “Trata-se de uma compreensão da cultura como dimensão simbólica da vida social, como direito de cidadania, direito de todos os brasileiros e como uma economia poderosa, geradora de ocupação e renda”. Nada mais apropriado para a importância e a força da cultura no processo de inclusão racial do nosso país.
Integrar-se a este esforço que vem sendo desenvolvido pelo Ministério da Cultura será algo imprescindível para que a Palmares continue sendo a implementadora líder da política de fortalecimento da cultura afro-brasileira. Outro elemento importante, neste novo momento da Palmares, é a necessidade premente de ampliação do diálogo com os demais segmentos da sociedade brasileira, em particular com os poderes legislativo e judiciário, mas sobretudo, com as organizações, entidades e instituições que compõe o campo democrático da nossa sociedade e que possuem demandas assemelhadas às nossas, para que juntos possamos não apenas enfrentar as resistências aos avanços democráticos na área cultural, mas, para, primordialmente, ampliar os espaços de negociação, consolidar conquistas e garantir o tratamento digno e igualitário para a cultura afro-brasileira.
Neste sentido, embora tenhamos construído um bom trabalho, há muito por fazer. Para darmos continuidade a este processo de avanços e conquistas, será preciso ousar mais. E, para tanto, teremos em primeiro lugar que dar seqüência aos trabalhos que deram certo, ampliando-os de tal forma que os mesmos tornem-se irreversíveis. Um bom exemplo neste sentido, é o intercâmbio internacional. A Palmares precisa e deve ampliar o contato com os países africanos, particularmente os de língua portuguesa, bem como consolidar instrumentos e mecanismos que viabilizem a troca permanente de experiências culturais neste terreno.
A II Conferência dos Intelectuais da África e da Diáspora, realizada no Brasil, em 2006, foi uma semente e o sinal de que podemos ser a referência maior no processo de reflexão e elaboração de propostas para o fortalecimento da cultura negra nos países da diáspora. Mais que isto, podemos ser um elemento poderoso na articulação de políticas internacionais para o tão desejado “renascimento africano” desde que cumpramos com o nosso dever de casa, que é a implementação de políticas públicas abrangentes e inclusivas, e neste sentido, a Fundação Cultural Palmares é um “lócus” privilegiado para consecução destes objetivos. Há, evidentemente outras ações que podem e devem ser desenvolvidas neste campo, pois deram ótimos resultados, tais como:
a. Realização do II Festival África/Brasil.
b. Realização da II Mostra Pan Africana de Arte Contemporânea.
c. Realização da II CIAD Cultural.
d. Realização da I Conferência Mundial de Doadores para a viabilização do Portifolium de Projetos da CPLP.
No plano nacional, a carência existente no fomento as manifestações culturais afro-brasileira é um fato. Como também é um fato a escassez de recursos da Palmares para atender a demanda tão extensa. Portanto, construir parcerias deixa de ser uma opção e passa a ser uma obrigação. Articular-se interna e externamente será uma tarefa prioritária para a próxima gestão. Discutir e refletir com os demais organismos do MinC sobre as sugestões e contribuições que os mesmos podem aportar para o fortalecimento da cultura afro brasileira, será um imperativo. Do mesmo modo, a interlocução permanente com empresas estatais, agências de desenvolvimento e outros ministérios que tenham interface direta com o nosso trabalho, será uma ação permanente. Por isto mesmo, a criatividade aliada à determinação deverão ser instrumentos importantes para que as ações da Palmares ganhem escala e amplitude.
Um dos grandes desafios postos hoje à sociedade brasileira, é encontrar caminhos que estimulem a plena participação da juventude no processo de desenvolvimento do país e o reconhecimento dos mesmos enquanto cidadãos. No caso particular da juventude negra, este é um tema crucial. Habitando, em sua grande maioria, as periferias das grandes cidades, ela está sujeita a toda sorte de violência: física, emocional, social, racial, etc., além da exclusão dos direitos mais elementares como o de ir e vir. Elaborar e implementar uma política pública que amplie o acesso dos jovens afro-brasileiros aos bens culturais, que valorize e estimule sua organização através das atividades culturais e que seja um forte mecanismo de articulação com área educacional, concretizando assim o sonho da inclusão desta juventude na sociedade brasileira, deverá ser uma importante tarefa a ser também desenvolvida pela Palmares. Considerando que já existem inúmeras experiências em andamento e com relativo sucesso, como o Movimento Hip Hop, os Pontos de Cultura, Blocos Afros, etc., caberá a Palmares incentivar e apoiar estas experiências, articulando-as com as demais ações do MinC nesta área, bem como com as ações da Secretaria Nacional da Juventude do Governo Federal.
No campo da reflexão crítica sobre a produção cultural, qualificar a discussão sobre a cultura negra é uma das missões mais relevantes que a Palmares tem a seu alcance. Identificar e acolher sugestões de temas importantes para o debate, como o Estatuto da Igualdade Racial ou a avaliação do Sistema de Cotas nas Universidades Públicas brasileira, serão essenciais. Promover e estimular o estudo e a pesquisa, além de apoiar e lançar publicações sobre a temática afro-brasileira, será de grande importância.
No que diz respeito à comunicação, teremos que de um lado dar prosseguimento às ações que a Palmares vem desenvolvendo e de outro buscar espaço nos grandes meios de comunicação (Rádio, Internet e Televisão), tendo em vista sua enorme capilaridade, para que a imensa e criativa produção cultural de origem negra tenham a visibilidade que merece. Sensibilizar e convencer os dirigentes destes veículos será o grande desafio, mas não impossível de se realizar, haja vista o campo favorável existente hoje, na sociedade brasileira, para ações deste porte. Neste sentido, a articulação com as TVs Públicas e em especial com a Radiobrás servirá de grande estímulo para que tenhamos resultados positivos.
A proteção ao patrimônio afro-brasileiro tem sido um dos trabalhos mais difíceis que a Palmares tem enfrentado, por envolver a um só tempo a velha questão agrária brasileira, a discriminação racial e a intolerância no seu grau mais concentrado. Embora representem pouco mais de 3% da população afro-brasileira, a situação dos quilombolas no Brasil é tão dramática que transformou-se numa questão de honra para a superação do racismo em nosso país. Portanto, ampliar este atendimento, consolidar as vitórias alcançadas e em articulação com o INCRA e a SEPPIR intensificar a titulação das terras quilombolas deverá ser o passo adiante nesta caminhada.
Ainda neste terreno, outro patrimônio afro brasileiro precisa de cuidado todo especial: a religiosidade de matriz africana no Brasil. Vítima das mais odiosas e permanentes campanhas de difamação e discriminação, as religiões de matrizes africanas tem resistido bravamente aos seus detratores e dado ao nosso país grandes lições de compreensão, tolerância e generosidade. Proteger e apoiar ações que levem ao pleno reconhecimento da enorme contribuição que estas manifestações tem ofertado ao nosso povo e o direito inalienável que os seus adeptos possuem de professá-las, é uma obrigação não apenas da Fundação Cultural Palmares, mas de todo e qualquer cidadão brasileiro. Estabelecer uma política especial para o tratamento deste segmento, aliado a ações com outros ministérios, como o de Desenvolvimento Social e da Justiça, será fundamental.
Enfim, este será mais um desafio na minha vida pública, que espero poder enfrentá-lo com a mesma determinação com que conduzi minha vida até o momento, mas sobretudo com a parceria, compreensão e solidariedade dos servidores da Palmares e do Ministério da Cultura.
Toca a zabumba que a terra é nossa !
Zulu Araújo
Presidente da Fundação Cultural Palmares
Brasília ganha nova escola de arte afro-brasileira
Brasília, 1º/3/07 – A cultura afro-brasileira ganhará mais um espaço para ser difundida e vivenciada. É a escola Som de Tambores Arte e Cultura que será inaugurada no dia 17 de março em Brasília. Mais do que um espaço para os que querem aprender música, a escola foi idealizada para dar valor à arte brasileira e, especialmente, à afro-brasileira. Não apenas aulas de música serão oferecidas pela Som de Tambores, mas também aulas de teatro, dança e grafite.
A escola é um projeto do artista George Ângelo, que foi aprendiz e professor no Olodum, em Salvador. George veio a Brasília para realizar o projeto Fundação Cidadania Olodum em São Sebastião (DF), que atende crianças e adolescentes carentes. Percebendo que muitas outras pessoas não conheciam e tinham muito interesse em conhecer a cultura e a arte brasileira, ele resolveu abrir a escola. “Vai ser o primeiro movimento artístico cultural de Brasília voltado apenas para o que é brasileiro”, afirma George.
Cavaquinho, baixo, violão, teclado, guitarra, canto, percussão, dança afro-brasileira e afro-contemporânea, capoeira serão reunidos no mesmo espaço e as aulas, ministradas por professores daqui e de fora, trazidos da Bahia, do Maranhão e de Pernambuco. “Os cursos vão enfocar os valores culturais e os ritmos da nossa história, como maracatu, baião, côco, samba-reggae, MPB e ritmos dos cultos afro-brasileiros como tambor de criolo e as nações gêge, queto e angola”, explica George.
As turmas terão no máximo 25 alunos, com exceção para as de harmonia, que terão apenas cinco. A inauguração da Som de Tambores vai acontecer na 714 Norte, onde fica a escola, no dia 17 de março, às 15h e terá uma programação especial, com apresentações, aulas e palestras gratuitas. As matrículas estão abertas. “O objetivo da escola é antes de tudo transmitir e afirmar a cultura afro-brasileira”, conclui George.
SERVIÇO:
Evento: Som de Tambores Arte e Cultura
Data de inauguração: 17 de março
Local: SCRLN 714 Norte, Bloco F, Loja 10 (ao lado do restaurante Macambira), Brasília, DF
Contatos: 3033-1068 e 8451-2889 (Professor George)
Cartilha sobre a Revolta dos Búzios é lançada em São Paulo
Com mais de 40 cartilhas e 12 livros publicados, Maurício Pestana é autor dos seguintes trabalhos: cartilhas O Negro no Rio Grande do Sul, lançada em Porto Alegre com o apoio da Fundação Cultural Palmares/MinC e a Revolta dos Búzios. Seu último livro foi São Paulo Terra de Toda Gente, lançado durante as comemorações dos 450 anos de São Paulo, em 2004.
A Revolta dos Búzios: liberdade e igualdade
A Revolta de Búzios foi iniciada no dia 12 de agosto de 1798. Os panfletos dirigidos aos cidadãos da capital baiana na época anunciavam palavras de ordem como “liberdade”, “igualdade”, “salários dignos para os soldados” e “comércio livre com todos os povos”. De acordo com o historiador Clóvis Moura, “este movimento foi conduzido por elementos da plebe rebelde e visava a independência e o fim da escravidão. Seus líderes haviam assimilado os princípios da Revolução Francesa”. A Revolta dos Búzios reuniu artesãos, soldados, alfaiates, sapateiros, escravos e ex-escravos. Trinta e três homens foram processados por terem tentado articular em Salvador um levante contra Portugal no final do século XVIII. Mas, de acordo com a obra “Conjuração Baiana”, de Luís Henrique Dias Tavares, centenas de pessoas estavam envolvidas nesta conspiração.
Ministro Gilberto Gil empossa novo presidente da FCP no dia 7 de março
Saiba Mais
Edvaldo Mendes Araújo (Zulu Araújo) tem 54 anos e é baiano. Arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, tem larga experiência na gestão de políticas culturais voltadas à população negra, já tendo sido administrador e coordenador cultural da Praça Reggae, Assessor do Grupo Cultural Malê, Diretor de Cultura e Conselheiro do Olodum, Assessor Especial da Secretaria de Cultura da Bahia e assessor especial da Presidência da Fundação Cultural do Estado da Bahia, entre outros cargos. Zulu também foi o coordenador geral, elaborador e produtor executivo das atividades pela celebração dos 300 anos de Zumbi, evento que reuniu, nas cidades de Maceió e União dos Palmares (Alagoas), em 1.995, autoridades e artistas como Martinho da Vila, Sandra de Sá, Leci Brandão, Banda Olodum, Margareth Menezes, Luiz Melodia, Balé Foclórico da Bahia, Grupo Candombe (Uruguai), Kilandokilo (Angola) e Los Monequitos (Cuba), dentre outros.
Quilombolas da Região Norte participam de laboratório de capacitação em Porto Velho
Direitos e deveres
O presidente da Ecovale aponta como fundamental a realização do laboratório. Segundo José Soares Neto, das 12 comunidades quilombolas existentes em Rondônia, nove já receberam as certidões de auto-reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares/MinC. Três comunidades serão certificadas em breve. O dirigente avalia que não diferente do que se vê no restante das comunidades quilombolas brasileiras, muitos grupos são logrados pela ação de algumas instituições não-governamentais. Neto cita como exemplo o caso de uma ONG que apenas visitou uma área quilombola de Rondônia para colher assinaturas para encaminhar um projeto para o Governo Federal. “Nunca soubemos o montante de recursos que fora destinado a esta ação porque tais grupos apenas nos usam (quilombolas) para obter dinheiro para comprar aviões, carros e até imóveis”, indica. O representante quilombola declara que tais iniciativas, como a oficina realizada com o apoio da Fundação Cultural Palmares servem para esclarecer os remanescentes sobre os seus direitos e deveres.
Encaminhamentos
Ainda conforme Neto, 56% da população total de Rondônia é negra. As 12 comunidades quilombolas existentes no estado localizam-se na região do Vale do Rio Guaporé. O acesso a estas localidades é feita por meio de aviões de pequeno porte ou barcos. Tais localidades sequer possuem energia elétrica ou serviço de telefonia.
Após a oficina, a Ecovale promete preparar um conjunto de reinvindicações e iniciativas que serão encaminhadas ao Governo Federal. A oportunidade de entrega destas solicitações será feita em um encontro, previsto para o dia 10 de março, quando da visita da diretora de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da FCP, Maria Bernadete Lopes a Rondônia.
Ministro Gilberto Gil empossa nova diretoria da Palmares em 7 de março
Em reunião com os servidores da instituição, realizada nesta sexta-feira (16), Zulu Araújo destacou que ainda não foram escolhidos os representantes regionais da FCP/MinC no Rio de Janeiro e na Bahia. O presidente afirmou que a escolha dos novos dirigentes locais será feita mediante consulta junto ao Movimento Negro e também a classe cultural. Entre outras medidas administrativas anunciadas aos funcionários da instituição, Zulu Araújo confirmou que sua gestão estará empenhada em garantir a mudança da sede da fundação, hoje situada no Setor Bancário Norte, para um novo espaço no Plano Piloto (DF). A mesma iniciativa será também adotada junto a representação da FCP na Bahia. Hoje, o escritório da Palmares em Salvador é localizado em uma sala da superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional.