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COP 30
Pesquisador do INMA palestra na COP-30 em Belém do Pará
Em mesa sobre os biomas brasileiros, Pedro Lage Viana abordou a resiliência da Mata Atlântica
“Mudanças climáticas e a resiliência da Mata Atlântica”. Esse foi o tema da palestra proferida pelo botânico Pedro Lage Viana na última quarta-feira (12/11), em Belém (PA), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, COP 30.
Em sua apresentação, Viana destacou os principais serviços ecossistêmicos de regulação prestados pela Mata Atlântica - como sequestro de carbono, regulação hídrica e climática, manutenção de reservatórios naturais e controle da erosão e de enchentes. O pesquisador também ressaltou a relevância do bioma para serviços de provisão e culturais, como o fornecimento de água e alimentos, o incentivo ao turismo e a contribuição para a identidade cultural e o bem-estar das populações.
Viana lembrou que a Mata Atlântica - bioma que se estende por 17 estados brasileiros e onde vivem cerca de 120 milhões de pessoas - é um dos mais biodiversos do planeta e está entre os mais ameaçados. “Hoje restam entre 12% e 16% da sua cobertura original. Considerando áreas em estágio inicial de regeneração, chegamos a 25%. É uma área historicamente muito devastada durante o processo de colonização do Brasil”, contextualizou.
Além do histórico de desmatamento e destruição, o bioma enfrenta agora novas pressões associadas às mudanças climáticas, como alterações no regime hídrico, chuvas intensas, secas prolongadas e emergência de zoonoses.
O pesquisador fez um alerta: “Como a Mata Atlântica está distribuída num gradiente altitudinal, os topos de vegetação, que abrigam grande parte da nossa diversidade biológica e endêmica, tendem a ficar mais quentes e essas espécies podem desaparecer com o tempo. A projeção de aumento de até 4 graus até o final deste século pode trazer consequências drásticas para a biodiversidade, considerando a migração altitudinal decorrente da mudança de temperatura. Isso pode ocasionar a perda de biodiversidade com consequências que ainda não conseguimos prever”.
Durante a mesa, Pedro Viana apresentou alguns dos principais projetos desenvolvidos pelo INMA para contribuir para a preservação da Mata Atlântica como produção de conhecimento e monitoramento da biodiversidade, inventários biológicos e atividades de Ciência Cidadã.
“É crucial conservar os remanescentes florestais e áreas abertas da Mata Atlântica. Precisamos partir da premissa de desmatamento zero se quisermos avançar na restauração e fortalecer a resiliência do bioma. E essa restauração é, em si, uma ação climática”.
A palestra completa você encontra no link https://www.youtube.com/watch?v=QJiBq8JgyqQ