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VISITA UFMG
INMA recebe pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais
Um grupo de estudantes da UFMG realizou uma pesquisa na Estação Biológica Santa Lúcia e no acervo do Herbário do Museu de Biologia Professor Mello Leitão. A atividade faz parte de uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da UFMG. Acompanhados do professor Alexandre Salino, o grupo de seis estudantes realizou coletas botânicas em campo e também analisou exsicatas de samambaias do acervo científico do Museu. As exsicatas são amostras de plantas secas preservadas no Herbário.
“A existência de várias áreas com uma riqueza significativa de espécies de samambaias da Mata Atlântica foi um dos motivos de escolhermos a região de Santa Teresa para o trabalho de campo. O estudo de plantas no ambiente natural e o estudo de amostras de herbário são de extrema importância para a formação de botânicos”, explica o professor Alexandre Salino.
“O trabalho de campo realizado na Estação Biológica Santa Lúcia e na Reserva Biológica Augusto Ruschi, aliado às atividades de identificação no Herbário MBML, foram experiências excelentes e muito enriquecedoras para nossa formação como pós-graduandos do Programa de Biologia Vegetal da UFMG. Trabalhar em campo na Mata Atlântica, que é um bioma superdiverso para samambaias no Brasil, nos permitiu observar a heterogeneidade de habitats dessas plantas”, disse o doutorando Pedro Castro Aguiar.
“No herbário, tivemos a oportunidade de entrar em contato com espécies da região que não vimos em campo, diversificando ainda mais o conhecimento adquirido durante a nossa visita a Santa Teresa. Além disso, observamos como as coletas realizadas em campo são identificadas, documentadas e incorporadas a uma coleção científica permanente, servindo como base para pesquisas diversas. Acreditamos que essa integração entre herbário e campo forma profissionais mais completos e conscientes do papel da ciência na preservação da biodiversidade”, completou a mestranda Maria Isabel Souza.
A Mata Atlântica abriga a maior diversidade de samambaias do Brasil, com mais de 900 espécies — muitas delas endêmicas. Essa riqueza contribui para a complexidade estrutural e funcional do ecossistema. As samambaias ajudam a manter a umidade do solo e do ar, contribuindo para microclimas mais estáveis — algo crucial em florestas úmidas como a Mata Atlântica. As samambaias também são muito sensíveis a mudanças de umidade, luminosidade e níveis de poluição. Por isso, ajudam os pesquisadores a avaliar a qualidade ambiental.
Além disso, as samambaias protegem o solo da erosão, servem de abrigo e de alimento para diversas espécies como formigas, borboletas, mariposas, besouros, abelhas, vespas, entre outros. No processo de regeneração florestal, as samambaias atuam como pioneiras, ocupando clareiras de forma rápida e criando condições para o desenvolvimento de outras espécies.