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CONVÊNIO
INMA assina convênio com a Finep para investimento de mais de 12 milhões de reais em pesquisa
Valor vai financiar projetos que visam o estudo da biodiversidade da Mata Atlântica com uso de tecnologias de ponta
O Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) assinou nesta semana um convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que irá liberar R$ 12.832.466,55 para o Instituto. O valor foi obtido por meio da participação do INMA em edital que selecionou propostas para expansão e desenvolvimento da infraestrutura de pesquisa em unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Dois projetos serão desenvolvidos com esses recursos. O projeto “Laboratório Multiusuário de Campo para Estudos da Mata Atlântica” vai ampliar a estrutura atual de pesquisa da Estação Biológica Santa Lúcia, área de 440 hectares de Mata Atlântica preservada. O projeto vai proporcionar a aquisição de equipamentos fotográficos e bioacústicos para monitoramento da fauna, sensores remotos e drones para mapeamento da vegetação; torres meteorológicas e hidrológicas para coleta de dados climáticos em tempo real; dentre outros.
Com a implantação desse projeto, o INMA vai estabelecer o primeiro sistema integrado de monitoramento de longo prazo da Mata Atlântica, gerando dados contínuos sobre biodiversidade, clima e recursos hídricos. Essa infraestrutura pioneira permitirá identificar tendências ecológicas, avaliar impactos das mudanças climáticas e subsidiar políticas públicas de conservação com base científica. A integração com redes nacionais e internacionais ampliará o impacto das pesquisas, enquanto a formação de pesquisadores em tecnologias de ponta qualificará a próxima geração de especialistas em conservação.
O segundo projeto aprovado foi o “Centro de Medicina e Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica”, que abrange a reforma e ampliação de um prédio existente no Museu de Biologia Professor Mello Leitão para abrigar um centro interdisciplinar equipado com laboratórios especializados em genética, microbiologia e taxidermia; salas de processamento de amostras com microscópios, centrífugas, autoclaves e freezers; espaços para experimentação e áreas de apoio à pesquisa em medicina da conservação. O objetivo é melhorar a qualidade e a segurança das pesquisas, proporcionar maior autonomia científica para os estudos do INMA em doenças emergentes e genética da conservação, e possibilitar maior integração com universidades e instituições parceiras, além de produzir subsídios a políticas públicas.
O diretor do INMA, Sérgio Lucena, comemora a conquista. “O INMA é uma instituição recente, criada por Lei em 2014, embora sua história remonte ao Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, que tem 76 anos. Estamos estruturando o INMA. Este ano foi bastante impactante para a consolidação do instituto. Recebemos os primeiros servidores concursados especificamente para o INMA, conseguimos uma equipe de alta qualificação para conduzir as pesquisas da instituição, e esse financiamento da Finep permitirá a construção de uma infraestrutura condizente com a nossa nobre e grande missão institucional, que é atuar nas pesquisas para a conservação da Mata Atlântica.”
Pedro Viana, pesquisador do INMA e coordenador da proposta, destaca o impacto que esse financiamento trará à instituição. “Os dois projetos colocam o INMA na vanguarda dos estudos relacionados à Mata Atlântica, em áreas desafiadoras como mudanças climáticas e medicina da conservação, com o emprego de tecnologias de última geração.”