Pesquisadora do IEC é homenageada por contribuição no desenvolvimento de kit diagnóstico nacional

A pesquisadora do Instituto Evandro Chagas (IEC), Joana Favacho, foi homenageada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) por sua contribuição científica no desenvolvimento do Kit NAT Tracoma — primeiro teste molecular brasileiro validado para detecção de Chlamydia trachomatis ocular - bactéria causadora do tracoma, uma conjuntivite que pode levar à cegueira. 

A homenagem, entregue em forma de placa comemorativa acompanhada de um exemplar do teste, também reconhece o trabalho do Laboratório de IST/Tracoma da Seção de Bacteriologia e Micologia (LBIST/SEBAC/IEC), que teve papel central no processo de validação do produto. Já registrado pela Anvisa, o kit está pronto para ampliar o diagnóstico precoce da doença no país.

O Kit NAT Tracoma tem alta sensibilidade, permitindo diagnósticos menos invasivos e mais precisos

“O desenvolvimento e a validação do Kit NAT Tracoma brasileiro representaram um avanço na tecnologia diagnóstica para Chlamydiatrachomatis, substituindo com eficácia a imunofluorescência direta (IFD) e elevando a sensibilidade e especificidade dos inquéritos nacionais”, afirma Joana. Para ela, o reconhecimento simboliza a capacidade da ciência brasileira em oferecer respostas éticas e centradas no paciente aos desafios da saúde pública.

A pesquisadora destaca ainda que a colaboração entre IEC e IBMP reforça o papel estratégico das parcerias entre instituições públicas e centros tecnológicos. “No caso do Pará, onde desafios estruturais são imensos — como baixa cobertura de saneamento básico, grandes distâncias geográficas, elevada vulnerabilidade socioambiental — tais colaborações são essenciais. A interação entre o IEC, LBIST/Tracoma e IBMP permitiu que se unisse a expertise acadêmica ao domínio tecnológico, otimizando soluções aplicáveis à realidade amazônica”, pontua.

O Kit NAT Tracoma tem alta sensibilidade, permitindo diagnósticos menos invasivos e mais precisos, especialmente em comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Além disso, a iniciativa se alinha às metas da OMS para eliminação de doenças tropicais negligenciadas.

Além de Joana Favacho, outros cinco pesquisadores de instituições como o Laboratório Central do Estado do Paraná (LACEN-PR), o Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (CEPEM) e o Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT), no Paráná, foram homenageados pelo IBMP por contribuições em kits voltados a doenças como Zika, Covid-19, Malária e Hanseníase.