IEC promove curso sobre moluscos vetores de doenças em Bragança (PA)

Entre os dias 13 e 16 de maio, a cidade de Bragança, no nordeste paraense, sediou o “Curso de Capacitação em Moluscos com Importância em Saúde Pública”. O curso foi organizado pela pesquisadora responsável pelo Laboratório de Malacologia (LABMAL) do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), Christiane de Oliveira Goveia, e contou com a parceria do Instituto Federal do Pará (IFPA), campus Bragança.

Voltado a estudantes de graduação da área de Ciências Biológicas, o curso ofereceu conteúdos teóricos e práticos sobre moluscos de importância em saúde pública, com ênfase nas espécies do gênero Biomphalaria, que atuam como vetores de Schistosoma mansoni (agente causador da Esquistossomose), e no caracol Gigante Africano (Achatina fulica), associado à meningite eosinofílica.

Atividade de fixação de moluscos Biomphalaria, coletados durante atividade de campo, na cidade de Bragança/PA.

Atividade prática com moluscos Biomphalaria: exposição à luz para soltura de cercárias de Schistosoma mansoni - Bragança/PA.

A programação incluiu aulas presenciais e online, além de atividades práticas em campo e em laboratório. Os alunos participaram de atividades que incluíram o registro de pontos de coleta e georreferenciamento, triagem e identificação de amostras, análise de água e técnicas de diagnóstico dos moluscos, além de discussões sobre biossegurança e educação em saúde.

Participantes do curso no IFPA, em Bragança/PA.

Para Christiane Goveia, o diferencial desta edição foi a implantação de um laboratório temporário dentro do próprio IFPA, proporcionando uma experiência mais completa para os participantes. “A vivência prática aliada à discussão científica foi um marco. Os alunos puderam observar moluscos vivos, aplicar técnicas de diagnóstico e compreender, de forma integrada, o papel desses vetores na transmissão de doenças. Isso torna o aprendizado mais significativo e fortalece a atuação desses futuros profissionais”, destacou a pesquisadora.

Ao final da capacitação, alunos passaram a reconhecer e diferenciar os vetores, compreender os ciclos das doenças e aplicar medidas preventivas de forma eficaz em contextos de risco de transmissão.

O curso também teve como objetivo formar multiplicadores de conhecimento. Segundo a pesquisadora, muitos estudantes desconheciam os riscos associados principalmente ao caracol gigante africano, comum em diversas áreas da Amazônia. E ao final da capacitação, passaram a reconhecer e diferenciar os vetores, compreender os ciclos das doenças e aplicar medidas preventivas de forma eficaz em contextos de risco de transmissão, contribuindo para a disseminação de informações em saúde pública.

Considerando a cooperação já existente entre as instituições, a proposta é que novas turmas sejam atendidas em futuras edições do curso, garantindo que mais alunos tenham acesso ao conhecimento técnico-científico.