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IEC participa do desenvolvimento do primeiro kit para diagnóstico molecular de rotavírus e norovírus do Brasil
O Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), por meio do Laboratório de Vírus Gastroentéricos da Seção de Virologia (SEVIR), participou do desenvolvimento do primeiro kit para diagnóstico molecular de rotavírus e norovírus do Brasil. A inovação, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), permitirá um diagnóstico mais ágil e preciso das infecções virais associadas à diarreia aguda causadas por esses agentes, com impacto principalmente na saúde de crianças menores de cinco anos e idosos, considerados mais vulneráveis à doença.
Produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), a partir de uma demanda da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (CGLAB/MS), o novo kit é capaz de detectar simultaneamente o rotavírus e dois genogrupos de norovírus. Com isso, o diagnóstico torna-se mais rápido, contribuindo para a adoção de medidas de controle mais eficazes, principalmente em surtos de diarreia.
Segundo a chefe da SEVIR/IEC, Luana Soares, o processo de desenvolvimento do kit levou cerca de dois anos, desde às etapas iniciais até a aprovação pela Anvisa. Ela destacou a importância da iniciativa para a vigilância epidemiológica no Brasil: “O desenvolvimento deste kit possibilitará o diagnóstico mais célere desses agentes virais, fortalecendo a vigilância dos dois principais vírus associados a esse agravo. Além disso, ao padronizar a metodologia, poderemos ampliar sua aplicação para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs), tornando o diagnóstico ainda mais acessível e confiável”, ressaltou.
O IEC participou do desenvolvimento do teste por meio do Laboratório de Vírus Gastroentéricos, que atua como referência nacional para rotaviroses. Também participaram outros dois laboratórios de referência regional do país: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e o Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo. As equipes dos três laboratórios de referência prestaram assessoria científica para o desenvolvimento do kit que passou por duas rodadas de testes de validação, sendo a primeira no IBMP, que fabricou o produto, e a segunda nos laboratórios de referência.
A padronização proposta pelo kit permitirá que laboratórios em todo o país realizem o diagnóstico de maneira uniforme, reduzindo diferenças entre os métodos anteriormente utilizados. A expectativa é que ele seja incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que ainda irá depender de avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e de decisão do Ministério da Saúde.
Sobre as Doenças Diarreicas Agudas (DDA)
As Doenças Diarreicas Agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais, que possuem como principal sintoma a diarreia, que é caracterizada pela ocorrência de no mínimo três episódios de evacuação de fezes líquidas ou pouco consistentes durante um período de 24 horas. Além da diarreia; náusea, vômito, febre e dor abdominal podem acompanhar esse quadro. Por ser de origem infecciosa, diversos agentes podem estar associados a quadros de DDA. Dentre os vírus, os principais são os rotavírus e os norovírus.
Os casos individuais de DDA são de monitoramento por meio da Estratégia de Vigilância em Unidades Sentinelas. O principal objetivo da Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas Agudas (VE-DDA) é monitorar o perfil epidemiológico dos casos, visando detectar precocemente surtos, especialmente aqueles com acometimento entre menores de cinco anos; agentes etiológicos virulentos e epidêmicos, como é o caso da cólera; situações de vulnerabilidade social; seca, inundações e desastres.
Com informações do Ministério da Saúde