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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Diretora do IEC participa de painel durante o evento Exame ESG Summit 2025
A diretora do Instituto Evandro Chagas (IEC), Lívia Caricio Martins, participou, no dia 10 de junho, do “Exame ESG Summit 2025”, evento promovido pela revista Exame em parceria com a Afya, no Espaço Afya, em Belém (PA). Com o tema “Saúde e clima na Amazônia: histórias reais, soluções urgentes”, o encontro contou com a presença de pesquisadores, gestores e profissionais da comunicação para discutir os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde da população amazônida.
Lívia integrou o painel de abertura intitulado “Ano de COP, atenções voltadas para o clima: Por que falar de mudanças climáticas é falar de saúde?”, ao lado de Luciana Sardinha, diretora adjunta de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Vital Strategies. A mediação ficou por conta do jornalista Rodrigo Cunha, especialista em comunicação para sustentabilidade e ESG.
Durante o debate, a diretora do IEC abordou como a crise climática tem alterado o comportamento de vetores de doenças tropicais, como os mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunya, exigindo respostas científicas cada vez mais rápidas para prevenir surtos e proteger as populações mais vulneráveis. Ela também destacou a importância da ciência na formulação de políticas públicas resilientes, por meio do monitoramento epidemiológico e de pesquisas em saúde ambiental.
Segundo Lívia, é fundamental que a saúde ganhe protagonismo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro. “A saúde está em tudo. Se eu tenho um planeta em que não há ar para respirar ou rios contaminados, estou falando de saúde. Precisamos parar de tratar saúde apenas como ausência de doença e começar a enxergá-la dentro do contexto ambiental”, afirmou.

- Pesquisadores, gestores e profissionais da comunicação discutiram os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde da população amazônida
Ela lembrou que o IEC, que completa 90 anos em 2026, acompanha historicamente os impactos das alterações ambientais na saúde da Amazônia. “A cada novo projeto de desenvolvimento na região — seja hidrelétrica, estrada ou área de mineração —, o IEC está presente, e com frequência identificamos novos vírus. Na época em que foi criada a hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, nós tínhamos uma densidade de mosquitos por conta do enchimento do lago e a nossa equipe capturava mais de cinco mil mosquitos por dia, sendo que vários vírus foram isolados a partir desses mosquitos. Hoje nós temos um dos maiores acervos de arbovírus do mundo, com mais de 190 vírus novos já isolados pela nossa equipe”, destacou.
O painel trouxe ainda reflexões sobre a necessidade de diálogo com as populações tradicionais e ribeirinhas, que enfrentam os efeitos mais diretos das emergências climáticas. Ao final, os participantes também reforçaram o papel da educação em saúde e da comunicação de risco como ferramentas para a prevenção dos impactos ambientais na saúde coletiva.
