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Teatro Glauce Rocha recebe ensaio aberto de “Jardins de Andara”
Eli Emiliano Corrêa em "Jardins de Andara" / Daniela Dacorso
O Teatro Glauce Rocha - espaço cultural da Funarte no centro do Rio de Janeiro - recebe o ensaio aberto do espetáculo teatral solo inédito “Jardins de Andara”, nos dias 1 e 2 de novembro, sábado e domingo. A peça, que conta com apoio do Programa Funarte Aberta, tem como base o livro “Os Jardins e a Noite”, do escritor paraense Vicente Franz Cecim. Com texto adulto, a montagem é para público a partir de 12 anos. A entrada é gratuita.
Com idealização, produção e atuação de Eli Emiliano Corrêa, a obra traz à cena Jacinto, um idoso cego que relembra o passado e preenche com imaginação as lacunas da memória, morador de uma cidade amazônica, Santa Maria do Grão Pará, em um local entre a cidade e a mata. Ele espera, na janela, a volta de uma ave anunciada: o Curau. Como um profeta, o personagem guarda memórias dessa região, de um tempo em que ele “ainda não enxergava de fato” ... Jacinto ouve no vento histórias do local; conta, a quem chega, suas esperanças; e ouve e sente a presença de algo maior, que nos observa: o nome disso é ‘Andara’.
“As histórias e o desempenho do personagem são um convite para que se mergulhe nas belezas da Amazônia e nas complexidades da existência. Também abordam as questões atuais da região e os desafios climáticos mundiais. Por meio de uma prosa poética e de simbolismos, o texto nos faz refletir sobre a urgência de cuidar do planeta, com seus elementos naturais e todos os seres”, comenta Eli.
A “obra-mundo” de Vicente Franz Cecim - Vicente Franz Cecim nasceu em 1946, em Belém, onde também faleceu, em 2021. Seu estilo é considerado prosa poética – chamado até de “poesia em prosa”. Com linguagem mítica, épica e de realismo fantástico/mágico, aproveita mitos e até os cria. Nele, as imagens figurativas e a musicalidade são tão importantes quanto o enredo. O conjunto dos seus livros, pela vastidão e interligação dos enredos, pode ser definido como "obra-mundo" – a qual o autor chamou de Viagem a Andara.
Ambiente cênico de natureza e noite - Jardins de Andara tem a dramaturgia de And Romano e Eli Emiliano Corrêa e a direção de Mika Makino. Elas se propõem a criar um ambiente de cena que não apenas represente a natureza e as noites amazônicos, mas que também envolva a plateia público em uma experiência sensorial, combinando estética e mensagem. “A direção – com base na dança-teatro butô de Kazuo Ohno – cria uma atmosfera envolvente, que transporta o público para o cenário descrito”, diz a produção.
Jornada ao “mistério Andara” - “O espetáculo leva o público a uma jornada reflexiva e criativa sobre os relacionamentos entre civilização e natureza; visível e invisível; bichos e homens; memória e imaginação; e outros temas universais, como a vida e a morte; além da espera e da busca por sentidos. É um convite a todos que buscam outra forma de ver o mundo, num olhar de dentro da Floresta, do mistério Andara, que contorna a beleza da vida em harmonia com a natureza”, destaca a Nossa Criação, realizadora e produtora do projeto. Ela acrescenta que público de idade a partir dos 60 anos encontrará um forte apelo na obra.
Serviço
Ensaio aberto Jardins de Andara
1 e 2 de novembro
sábado às 19h e domingo às 18h
Classificação indicativa: 12 anos
Entrada gratuita | Convites disponíveis na bilheteria do teatro no dia da apresentação | Sujeito a lotação
Duração: 70 minutos.
Bate-papo no final da apresentação com o público interessado.
Local: Teatro Glauce Rocha
Av. Rio Branco, 179, Centro – Rio de Janeiro (RJ) | Em frente ao Metrô Carioca
Espaço cultural da Fundação Nacional de Artes – Funarte
Mais informações: Instagram @jardinsdeandarateatro