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Projeto “João Bethencourt – Um homem de teatro” homenageia autor e diretor, nome consagrado das artes cênicas brasileiras.
“João Bethencourt – Um homem de teatro” / Cedoc Funarte - Coleção Marcelo Del Cima
A Funarte recebe, de 12 de novembro a 10 de dezembro, o projeto “João Bethencourt – Um homem de teatro”, que celebra o centenário de nascimento desse autor, diretor, tradutor, produtor e professor teatral, um dos mais consagrados nomes das artes cênicas brasileiras. Várias atividades gratuitas ocorrerão, em três espaços do Teatro Glauce Rocha – espaço cultural da Funarte no centro do Rio de Janeiro.
Considerado um dos maiores comediógrafos da história do teatro nacional, Bethencourt será lembrado em uma exposição, em um ciclo de leituras dramatizadas de comédias do dramaturgo – duas delas inéditas – e em uma festa-homenagem. A iniciativa, que conta com apoio do Programa Funarte Aberta, foi concebida por Tania Brandão e Cristina Bethencourt – filha do artista e também diretora –, que, ao lado de Silvia Monte, coordenam e produzem o evento.
A exposição, no foyer do Teatro Glauce Rocha, dedicada à vida e à obra de João, reúne fotografias, posters, matérias de imprensa e maquetes de peças, entre outros itens. A realização é apoiada pelo PPGAC da UNIRIO. Bethencourt foi professor de Direção Teatral e Dramaturgia na Escola de Teatro da universidade.
As leituras dramatizadas, sob coordenação de Cristina Bethencourt, estão na pauta da Sala Murilo Miranda – no oitavo andar – até dia 3 de dezembro, toda quarta-feira, às 18h30. As quatro comédias são: dia 12/11 – O Colar da Rainha, com direção de Silvia Monte; 19/11 – Tem um psicanalista na nossa cama, dirigida por Paula Sandroni; 26/11 – Bonifácio Bilhões, com direção de Antonio Gilberto; e 3/12 – A ovelha rebelde direção de Cristina Bethencourt. Os elencos serão compostos por atores profissionais e estudantes de teatro.
Para finalizar a agenda, está programada a “Festa Teatral”, no dia 10 de dezembro, também na Sala Murilo Miranda. “É um marco de encerramento do ano do centenário, pois a data assinala os 101 anos do nascimento de João Bethencourt”, informa a produção. O microfone estará aberto para as manifestações de celebração.
As leituras dramatizadas
O ciclo de leituras apresenta quatro comédias, dentre as mais de cinquenta escritas pelo dramaturgo. Dois textos foram escolhidos por serem emblemáticos da carreira do artista: Bonifácio Bilhões e Tem um Psicanalista na Nossa Cama. Escritos nos anos 1970, ambos foram e seguem sendo encenados até hoje.
Bonifácio Bilhões (1975) traz a história de um casal em apuros financeiros, Walter e Alzira. Surge um desconhecido, informa que Walter ganhou na loteria e exige sua parte do prêmio, por causa de uma suposta promessa feita. A primeira montagem tinha no elenco Lima Duarte, Armando Bógus e Hildegard Angel e alcançou amplo sucesso. Já a peça Tem um Psicanalista na Nossa Cama (1978) apresenta uma mulher que, após anos de casada, resolve procurar ajuda psicológica para “encontrar sua verdadeira identidade”. Desconfiada de que o marido tem um caso extraconjugal, ela busca na psicanálise lidar com seus medos e inseguranças. A primeira versão da obra teve como atriz principal Sueli Franco – sempre muito aplaudida por seu desempenho de comediante.
As outras duas peças são inéditas: A Ovelha Rebelde (2005) traz a história de Neide, fiel de uma igreja evangélica que, depois de passar anos contribuindo para a instituição, decide pedir o dinheiro de volta ao pastor – já que as coisas não saíram exatamente como ela havia pedido a Deus.
Já O Colar da Rainha (2006) é fruto de uma intensa pesquisa do dramaturgo acerca de um fato histórico: o roubo de um colar de diamantes da rainha da França Maria Antonieta, em 1785. Bethencourt descreve a obra enquanto autor e encenador: “O comportamento e o gestual dos 17 atores em cena terá que persuadir o espectador de que ele se encontra ante a corte francesa de então. A ilusão assim criada é que permitirá ao público envolver-se com a ação da peça e acompanhar os destinos de todos aqueles personagens, que viveram uma trama fascinante e feroz, que ocorreu de fato há uns 230 anos atrás, e que não apenas abalou o prestígio da monarquia como também precipitou o desencadeamento de uma das revoluções mais cruéis e sanguinárias do Ocidente.”
As quatro comédias, escritas em fases diferentes da carreira do homenageado, formam um olhar de entendimento sobre sua vasta obra e, de acordo com a produção, permitem um passeio pelo estilo desse artista, “para o qual o riso era a forma de se comunicar com o mundo”.
Serviço
“João Bethencourt – Um homem de teatro”
Programação comemorativa do centenário do artista
Leituras dramatizadas – exposição – festa homenagem
De 12 de novembro a 10 de dezembro de 2025 (quarta-feira a domingo)
Início: 12/11, quarta, às 17h – Abertura da exposição
Horários de atividades: das 13h às 19h
Exposição
“João Bethencourt Vida e Obra”
Abertura: 12/11, às 17h
Visitação: de quarta-feira a domingo, das 13h às 19h
Espaço: Foyer do Teatro Glauce Rocha (térreo)
“Leituras Dramatizadas de Comédias de João Bethencourt”
12/11 a 3/12, quartas-feiras, das 18h30 às 20h30
Espaço: sala principal do Teatro Glauce Rocha – 2º andar
Agenda de leituras
12/11 - “O colar da rainha”, direção de Silvia Monte;
19/11 - “Tem um psicanalista na nossa cama”, direção de Paula Sandroni;
26/11- “Bonifácio Bilhões”, direção de Antonio Gilberto;
03/12 - “A ovelha rebelde”, direção Cristina Bethencourt
“Festa Teatral em Homenagem a João Bethencourt”
10/12/2025, às 18h30
Com microfone aberto para a comemoração teatral pelo centenário do artista
Espaço: Sala Murilo Miranda
Teatro Glauce Rocha – 8º. Andar
Classificações indicativas
Exposição e Festa teatral – Livre
Leituras – 14 anos
Ingressos: grátis, com retirada na bilheteria, na data de cada atividade