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Funarte apresenta ‘A vida de Galileu’, no Rio de Janeiro
Espetáculo “A Vida de Galileu” - Escola de Artes Celso Lisboa / Mylena Maciel
A Funarte recebe a montagem teatral “A Vida de Galileu”, em um dos seus espaços no Centro do Rio de Janeiro (RJ), o Teatro Glauce Rocha, nos dias 18 e 19 de dezembro, quinta e sexta-feira, com apoio do Programa Funarte Aberta e ingressos a preços populares.
Com texto original de Bertold Brecht, a obra narra a trajetória do físico, matemático, astrônomo e engenheiro italiano Galileu Galilei (1564–1642), e sua defesa a favor da Teoria Heliocêntrica, do seu colega de ciências de séculos anteriores, o polonês Copérnico: nela, a Terra giraria em torno do Sol. Isso contrariou a visão geocêntrica, segundo a qual a Terra seria o centro do universo – então defendida pela Igreja Católica e pela população.
O enredo traz o cientista, nos momentos em que aprimorou uma luneta, criando o primeiro telescópio de astronomia com alto poder de ampliação – suficiente para revelar detalhes inéditos do céu e transformar a observação dos planetas e satélites em descoberta científica. Isso permitiu as famosas observações do astrofísico, que mudaram a história da ciência. A peça mostra momentos nos quais o astrofísico realizou essas descobertas e as considerou inquestionáveis, confirmando suas suspeitas científicas. O texto retrata, ainda, a circunstância em que a Inquisição investiga o personagem e o ameaça de tortura e condenação; e os momentos em que ele se vê obrigado a renunciar publicamente às suas teorias, para salvar sua vida e continuar trabalhando – mas em segredo.
A teoria heliocêntrica - O heliocentrismo surgiu na Grécia Antiga, por Aristarco de Samos (310-230 antes de Cristo). Mas Copérnico elaborou fórmulas matemática detalhadas sobre o Sistema Solar, com um modelo geométrico elaborado. Este inclui cálculos de distâncias entre corpos celestes, além do tempo que os seis planetas então conhecidos levam para girar em torno do sol – entre outros conhecimentos. Enfim: criou um sistema completo, que permite previsões matemáticas. Porém, Galileu foi o primeiro astrônomo a gerar provas científicas pela observação. Mas ambos produziram explicações importantes para fenômenos celestes significativos. Considera-se que os dois revolucionaram o modo que o universo é entendido e promoveram avanços fundamentais, os quais consolidaram a astronomia moderna, estabelecendo os alicerces desta ciência.
Para revitalizar o clássico brechtiano - Brecht escreveu o original de A Vida de Galileu, entre 1937/38. O texto foi encenado em 1943. “É ainda muito atual em seu tema. Nos convida a refletir sobre a responsabilidade ética de quem descobre, sobre o peso de quem ensina, sobre o risco de quem ousa pensar diferente”, afirmam Deisi Margarida e Marcelo Asth, diretores da montagem e professores da Escola de Artes Celso Lisboa, na Capital Fluminense. Eles acrescentam que o autor em seu “teatro épico”, não deseja que o público apenas se emocione com a história do personagem histórico, mas que se reconheça na luta que ele travou. O elenco é composto pelos alunos que se formam no Bacharelado em Artes Cênicas da Escola – integrante do Centro Universitário Celso Lisboa
“Hoje, ao montarmos a peça com nossos alunos, buscamos não apenas revisitar um clássico, mas atualizar sua ‘chama’. O corpo coletivo em cena, a música reinventada, os recursos performativos, teatrais e tecnológicos são nossa forma de dizer: Galileu continua vivo. Sua mensagem é como a chama persistente. Ele vive em cada ser curioso que insiste em investigar, em cada ato de educar, em cada artista que insiste em provocar”, dizem os encenadores. Eles acrescentam que alguns pontos marcam a obra – típicos de Brecht: o principal seria a técnica do distanciamento teatral – uma quebra dos efeitos da ilusão, do “encanto” do palco, na qual a plateia sempre é lembrada de que teatro não é realidade. Isso impede o público de “entrar” totalmente na história", mantendo-o atento e crítico, não apenas emocionado. “Faz as pessoas pensarem, estimular a reflexão”, resumem os artistas. “Nesta peça, o autor nos pede que percebamos: a defesa da ciência é também da liberdade, da dignidade e da vida; e que, diante do vírus do negacionismo, aprendamos a nos remediar”, concluem.
Serviço
Espetáculo teatral “A Vida de Galileu”
18 e 19 de dezembro (quinta e sexta-feira)
Horário: 19h
Classificação etária: 12 anos
Ingressos: R$ 50 | Meia-entrada e Lista Amiga: R$ 25
Vendas nos dias de apresentação na bilheteria (apenas em dinheiro ou pix) ou diretamente com a produção do espetáculo
Local: Teatro Glauce Rocha
Endereço: Av. Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro (RJ) | Em frente à Estação Carioca do Metrô e perto da Cinelândia
Mais informações: Rede social: @escoladeartes_celsolisboa | Site: https://escoladeartes.celsolisboa.edu.br/