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Funarte abre 26ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea com celebração dos 50 anos do evento e da Fundação
XXVI Bienal de Música Contemporânea Brasileira - Foto: Marcella Saraceni
A Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), deu início, no último sábado (22), à 26ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea, em uma edição histórica que celebra os 50 anos do evento e os 50 anos da própria Fundação. Reconhecida como um dos mais longevos e importantes programas de criação e difusão da música de concerto do país, a Bienal reúne, nesta edição comemorativa, 50 obras de compositoras e compositores que marcaram sua trajetória desde 1975. A agenda segue até 28 de novembro.
A abertura aconteceu na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro (RJ), com um concerto especial reunindo o Quinteto Villa-Lobos, o Quinteto de Metais Bahia Brass e o Quarteto de Cordas da Filarmônica de Minas Gerais. O público acompanhou interpretações de obras de Willi Corrêa de Oliveira, Maurício Dottori, Fernando Cerqueira, Caio Senna, Mário Ferraro, Ricardo Tacuchian e Marcos Lucas, marcando o começo de uma programação que atravessa gerações, linguagens e territórios da música de invenção brasileira.
Celebração de uma política pública que completou cinco décadas
Na abertura, a presidenta da Funarte, Maria Marighella, ressaltou a singularidade da Bienal e sua importância no campo da criação musical brasileira: “A música brasileira segue produzindo sínteses, rupturas e novos significados no mundo. Celebrar os 50 anos da Bienal, junto aos 50 anos da Funarte, é celebrar uma história de invenção, experimentação e políticas públicas que garantiram às artes brasileiras a possibilidade de criar e circular. Neste ano, em que avançamos na construção da Política Nacional das Artes, a Bienal reafirma o compromisso com a música de concerto contemporânea”.
Estiveram presentes também a diretora do Centro de Música da Funarte, Eulícia Esteves; o coordenador setorial de Ópera e Música de Concerto da Funarte, Deivison Branco; e o diretor da Escola de Música da UFRJ, Ronal Silveira, representando a universidade, parceira institucional na realização da Bienal pela terceira vez.
Homenagens e reconhecimentos
A abertura também prestou homenagem aos criadores do evento, Edino Krieger e Myrian Dauelsberg, responsáveis pela criação da Bienal e por sua consolidação. Foram lembrados ainda nomes que contribuíram para sua continuidade, em especial o ex-servidor da Funarte Flávio Silva, cuja atuação foi decisiva na organização de diversas edições.
Ao lembrar esses nomes, a Funarte reforçou a importância de reconhecer o legado das pessoas que tornaram possível a trajetória da Bienal ao longo de cinco décadas – compositores(as), intérpretes, técnicos, pesquisadores(as), gestores(as) e agentes culturais que ajudaram a construir um dos mais consistentes programas públicos voltados à música no país.
Concertos e primeiras atividades
No domingo (23), a Bienal apresentou o Concerto de Música de Câmara II, com obras de Pauxy Gentil-Nunes, Marcos Nogueira, Rodolfo Coelho de Souza, Agnaldo Ribeiro, Luigi Antônio Irlandini, Maria Helena Rosas Fernandes e Eli-Eri Moura. O programa foi interpretado por Marina Spoladore (piano), Pauxy Gentil-Nunes (flauta), Cristiano Vogas (piano), Kátia Balloussier (piano) e Gabriela Pace (canto).
Também no domingo, no Espaço Guiomar Novaes, ocorreu a roda de conversa “Intérpretes e a Música Brasileira Contemporânea: repertórios”, com a presença de integrantes do Quinteto de Metais Bahia Brass (Raphael Elias, Ronald Zaira, Michele Girardi e Jamberê Cerqueira) e do Quarteto de Cordas da Filarmônica de Minas Gerais (Rommel Fernandes, Hyu-Kyung Jung, Mikhail Bugaev e Lucas Barros), sob mediação do maestro André Cardoso. O encontro inaugurou a programação do seminário, voltado à reflexão sobre repertórios, processos criativos, desafios e perspectivas da música contemporânea, abordando os desafios e potenciais do estudo, da interpretação e da criação de obras contemporâneas.
Uma edição para pensar o futuro
A edição comemorativa reafirma o papel da Bienal como espaço de invenção e reflexão crítica. Além da mostra de obras, o evento promove um seminário dedicado à memória do programa e aos caminhos para suas próximas décadas.
Todos os concertos têm ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), e todas as apresentações são transmitidas ao vivo pelo canal da Funarte no YouTube. Até o dia 28 de novembro, o público pode acompanhar uma mostra que atravessa estilos, gerações e escolas, reafirmando a pluralidade e a força da criação musical brasileira.
A Bienal é realizada pela Funarte em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj).
SERVIÇO
26ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea
CONCERTOS
Onde: Sala Cecília Meireles
Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
22/11, 17h
Concerto 1 – Música de Câmara I
Obras de: Willi Corrêa de Oliveira, Maurício Dottori, Fernando Cerqueira, Caio Senna, Mário Ferraro, Ricardo Tacuchian, Marcos Lucas
Com: Quinteto Villa-Lobos, Quinteto de Metais Bahia Brass, Quarteto de Cordas da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
23/11, 17h
Concerto 2 – Música de Câmara II
Obras de: Pauxy Gentil-Nunes, Marcos Nogueira, Rodolfo Coelho de Souza, Agnaldo Ribeiro, Luigi Antônio Irlandini, Maria Helena Rosas Fernandes, Eli-Eri Moura
Com: Marina Spoladore (piano), Pauxy Gentil-Nunes (flauta), Cristiano Vogas (piano), Kátia Balloussier (piano), Gabriela Pace (canto)
24/11, 19h
Concerto 3 – Música orquestral I
Obras de: Guilherme Bauer, João Guilherme Ripper, Liduíno Pitombeira, Rodrigo Cicchelli, Edson Zampronha
Com: Orquestra Sinfônica da UFRJ, regência de Thiago Santos
25/11, 16h
Concerto 4 – Música Eletroacústica (Espaço Guiomar Novaes)
Obras de: Luiz Carlos Csekö, Jocy de Oliveira, Jorge Antunes, José Augusto Mannis, Vânia Dantas Leite, Rodolfo Caesar, Silvio Ferraz, Fernando Iazzetta
Difusão: Brian Holmes e Cláudio Bezz
25/11, 19h
Concerto 5 – Música de Câmara III
Obras de: Tato Taborda, José Orlando Alves, Roseane Yampolschi, Carlos Almada, Harry Crowl, Sérgio Vasconcellos-Corrêa
Com: Mariana Salles (violino), Pablo Sá (violoncelo), Tato Taborda (piano), Hugo Pilger (violoncelo), Lúcia Barrenechea (piano), Dâmaris dos Santos (violino), Cindy Folly (viola), José Batista Júnior (clarineta), Daniel Guedes (violino), Tamara Ujakova (piano), Thais Ferreira (violino)
26/11, 19h
Concerto 6 – Música orquestral II
Obras de: Alfredo Barros, Raul do Valle, Nestor de Hollanda, Ernani Aguiar, Alexandre Schubert
Com: Orquestra de Cordas de Volta Redonda, regência de Sarah Higino
27/11, 19h
Concerto 7 – Música orquestral III
Obras de: Wellington Gomes, Cirlei de Hollanda, Edmundo Villani-Côrtes, Marisa Rezende, Paulo Costa Lima, Ronaldo Miranda
Com: Orquestra de Sinfônica de Barra Mansa, regência de Anderson Alves
28/11, 19h
Concerto 8 – Música orquestral IV
Obras de: Alda Oliveira, Roberto Victório, Ernst Mahle, Marlos Nobre, Tim Rescala, Edino Krieger
Com: Orquestra de Sinfônica Nacional da UFF, regência de Ricardo Bologna
SEMINÁRIO
Onde: Sala Cecília Meireles e Sala Funarte Sidney Miller
Quanto: Gratuito
23/11, 11h, na Sala Cecília Meireles (Espaço Guiomar Novaes)
Mesa 1: “Intérpretes e a música brasileira contemporânea: repertórios”
Com: músicos intérpretes da edição
27/11, 10h, na Sala Funarte Sidney Miller
Mesa 2 - “As mulheres na música brasileira contemporânea”
Com: Cibelle Donza (PA), Ilza Nogueira (PB) e Lourdes Saraiva (RS)
27/11, 14h, na Sala Funarte Sidney Miller
Mesa 3 - “Criação e difusão da música contemporânea no Brasil”
Com: Alba Bomfim (PI), Ricardo Bologna (SP) e Tim Rescala (RJ)
28/11, 10h, na Sala Funarte Sidney Miller
Mesa 4 - “Bienal de Música Brasileira Contemporânea - história e resultados”
Com: André Cardoso (RJ), Deivison Branco (RJ), Eli-Eri Moura (PB) e Paulo Costa Lima (BA)
28/11, 14h, na Sala Funarte Sidney Miller
Mesa 5 - “Bienal de Música Brasileira Contemporânea - desafios e perspectivas”
Com: Eulícia Esteves (RJ), Marcílio Onofre (PB), Sylvia Leticia (RJ) e Thiago Cury (SP)
ACESSE PROGRAMA DOS CONCERTOS DA 26ª BIENAL DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA