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MÉXICO
Seminário Internacional Cultura Viva Comunitária começa com vozes potentes e perguntas que mobilizam
Foto: divulgação RedLab e Ilacvc
A cultura está viva atravessa fronteiras e está mobilizada por toda Ibero-América. Mais de 300 participantes de cerca de 10 países – entre pesquisadores, gestores, ativistas e representantes da sociedade civil – estiveram reunidos no Centro Cultural de España en México, durante o primeiro dia do Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária: Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais”.
A manhã começou com uma mesa de abertura formada por autoridades e representantes das instituições organizadoras. Em sua fala, Márcia Rollemberg, presidenta do Programa IberCultura Viva e secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil, destacou o espírito de cooperação que move o seminário – em sintonia com os valores que sustentam a cultura de base comunitária. “A cultura viva comunitária propõe um mundo mais amplo, mais inclusivo. Uma caminhada que nos une por propósitos, pela ética, pela estética e pela poética.”
Ela também celebrou os 10 anos do IberCultura Viva, completados em 2024, ressaltando os recordes recentes de participação nos editais e a expansão da rede, que hoje conta com 14 países membros. “Seguimos mirando mais 10 anos — mais 10 anos de muito compromisso”, afirmou.
Na ocasião, Márcia também falou sobre a Carta do IberCultura Viva ao VI Congresso Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias e à Caravana Quetzalcóatl, ressaltando a dedicação do Programa com a cultura de base comunitária.
Presidenta do IberCultura Viva, Márcia Rollemberg, ressaltou o caráter estratégico do Programa para conectar países
Vozes que se somam
Coube à socioantropóloga mexicana Paulina Ibarrarán abrir oficialmente o ato inaugural, dando as boas-vindas aos presentes e convidando as vozes a se somarem. A primeira delas foi a do historiador e gestor cultural brasileiro Célio Turino, que evocou a pluralidade latino-americana: “O principal aspecto da Cultura Viva não é dizer Pátria Grande, mas Pátrias Grandes, onde todas as culturas se unem.” Para ele, há um bordado entre culturas, mais do que uma costura – e é nesse gesto coletivo que se costura a revolução.

Em seguida, o pesquisador e gestor argentino Emiliano Fuentes Firmani agradeceu a calorosa recepção mexicana e resumiu com simplicidade: “Cultura Viva Comunitária é um exercício de cooperação horizontal.”
Já Eloisa Vaello Marco, da Espanha, enfatizou a importância dos espaços culturais como territórios abertos, plurais e sociais: “São lugares para pensar a história e construir o futuro. A cultura nos define — há uma visão do presente, mas o mais potente é o que ela nos provoca: que futuro queremos construir? Um mundo com mais igualdade.”
Diego Raúl Martínez García, da Direção Geral de Vinculação Cultural do México, celebrou a presença dos participantes e reafirmou o compromisso com os povos originários e os coletivos de base, destacando iniciativas como os semilleros creativos — voltados à infância e juventude como espaços seguros e férteis de criação e encontro.
Alexandre Santini, um dos principas articuladores do Seminário, falou sobre a construção coletiva do eventoAlexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (MinC), emocionou-se ao lembrar que o avanço da cultura comunitária é feito também de vínculos afetivos: “Se não fosse pelas amizades, não teríamos chegado até aqui.”
Ele agradeceu a Paulina Ibarrarán por sua trajetória entre território e gestão pública e afirmou que o Seminário foi concebido como um espaço de escuta, articulação e construção coletiva. “¡Alerta, alerta, alerta que camina, la cultura viva por América Latina!”, ecoou Santini, fazendo coro ao canto que simboliza a força do movimento.

A vida que triunfa
Após o ato inaugural, o público acompanhou a chegada simbólica da Caravana Quetzalcóatl à Cidade do México — um cortejo pelas ruas com corpos, bandeiras e cantos que celebraram a potência das culturas vivas nos territórios. Uma afirmação da vida que resiste, que pulsa e que insiste em caminhar.

Fonte: IberCultura Viva