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PREPARAÇÃO COP30
Encontro Vozes da Cultura pelo Clima: MinC participa de debate sobre o papel da cultura na crise climática
Foto: Viviane Borari - Apoena audiovisual
Durante três dias, o território Indígena Borari em Alter do Chão, no Pará, sediou o Encontro Vozes da Cultura pelo Clima: trilhando ações para a COP30. O evento terminou nesta quinta-feira (13) e reuniu artistas, fazedores de cultura, mestres e mestras das culturas tradicionais e populares, ativistas socioambientais e climáticos, pesquisadores, ambientalistas e comunicadores majoritariamente de organizações e povos da região amazônica, além de gestores públicos.
O Ministério da Cultura (MinC) foi representado pela diretora de Promoção da Diversidade Cultural, Karina Gama. Ela ressaltou que a pasta tem como foco estratégico a cultura pelo clima, destacando seu potencial para a justiça climática e o desenvolvimento socioeconômico.
“Apesar de avanços significativos na valorização dos saberes e práticas dos povos indígenas e comunidades tradicionais, é crucial intensificar os esforços para preservar, respeitar e reconhecer essas culturas como defensores da natureza e como pilares de uma nova consciência humana sobre sua relação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. São saberes e práticas que contribuem significativamente para o equilíbrio ecológico, para redução das emissões de CO2, além de contribuir para coesão social e cultural, oferecendo soluções inovadoras para os desafios da mudança do clima”, afirmou. Também participaram dos debates representantes de dois Pontões de Cultura fomentados pelo MinC: o temático/nacional de culturas indígenas e o territorial do Maranhão. A Associação Suraras dos Tapajós foi a anfitriã do evento.
Sobre o evento
O Encontro faz parte da preparação para a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que ocorrerá em Belém, no mês de novembro. Em Alter do Chão, os participantes tiveram a oportunidade de fortalecer os debates sobre a importância da arte, das manifestações culturais populares e dos saberes tradicionais na proteção da floresta e contra a crise climática.
“Até a COP28, a cultura ainda não havia sido mencionada nas decisões de capa das conferências pelo clima. Precisamos nos organizar para integrar a cultura, as artes, o patrimônio e as indústrias criativas como prioridade na agenda da COP30”, disse Thiago Jesus da People’s Palace Projects, que organizou o evento em parceria com o Movimento Amazônia de Pé. “A gente entendeu que cultura, arte e comunicação são instrumentos poderosos de mobilização pela Amazônia”, acrescentou Helena Ramos, da Amazônia de Pé.
A segunda etapa do projeto Clima é Cultura será de desenvolvimento e lançamento de uma campanha de conscientização da sociedade civil, com a distribuição de material em pelo menos 100 pontos culturais do Brasil, incluindo Belém. “O que a pauta climática mais precisa hoje é mobilizar pessoas para gritar o tamanho da crise que os territórios estão vivendo. Nesse encontro potencializamos ações do local ao global para que as práticas culturais estejam alinhadas ao pedido de justiça climática”, concluiu a ativista Marcele Oliveira.