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Alerta da Interpol: você pode tornar-se parte do crime de lavagem ao deixar estranhos usarem sua conta
Órgãos de inteligência que atuam no combate à lavagem de dinheiro, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), têm buscado atuar de forma preventiva contra esse tipo de crime, advertindo especialmente os setores obrigados, definidos por lei, a tomarem as medidas de precaução recomendadas. Agora, entidades como a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), querem alertar cidadãos comuns de que eles também estão sujeitos ao risco de participarem involuntariamente da lavagem e sofrerem punições legais.
Esse é o objetivo da campanha #SuaContaSeuCrime, lançada há duas semanas, pelo Centro de Crimes Financeiros e Anticorrupção da Interpol (IFCACC). A campanha, que reuniu 34 países, termina nesta sexta-feira (26) e visa conscientizar a população sobre o uso massivo de “mulas de dinheiro” para facilitar a movimentação dos rendimentos do crime. As mulas de dinheiro são pessoas recrutadas por criminosos, muitas vezes sem se darem conta disso, para transferir fundos em seu nome e lavar lucros ilícitos.
A hashtag da campanha da Interpol, #YourAccountYourCrime, lembra claramente ao público em geral que cada um é responsável por manter suas próprias contas seguras e que há consequências para movimentar dinheiro em nome de terceiros. A entidade acrescenta que, em maio, como resultado do apoio operacional e analítico prestado aos seus países membros, a Interpol publicou um Aviso Roxo alertando para o crescente uso de ‘aliciadores’ de mulas de dinheiro, que buscam autorizações gerais (abrangentes) para usar as contas pessoais das vítimas – geralmente pessoas comuns em busca de um emprego ou de renda para resolver sua situação financeira.
A campanha explica como se manter seguro - e fora do ciclo criminal - detalhando:
como funciona o dinheiro lavado via mulas;
como evitar ser vítima deste crime;
os riscos associados de tornar-se uma mula de dinheiro.
Modus Operandi
Na maioria dos casos, as mulas de dinheiro são recrutadas, como parte de golpes mais amplos, para escapar da trajetória da fiscalização, adicionando camadas de movimentações para afastar o dinheiro cada vez mais para longe do crime original.
Stephen Kavanagh, diretor executivo de Serviços Policiais da Interpol, enfatiza que: “Os criminosos farão um grande esforço para recrutar mulas de dinheiro, porque elas desempenham um papel essencial em distanciá-los das autoridades e escapar da detecção. Os esquemas de mulas de dinheiro podem ser disfarçados de emprego, relacionamentos românticos ou investimentos, ou simplesmente como ajuda a um amigo”.
“No final das contas, no entanto, transferir dinheiro para outra pessoa, especialmente além-fronteiras, é um negócio arriscado. As mulas de dinheiro, cúmplices ou não, ajudam a perpetuar o ciclo criminal e podem ser processadas”, avisa Kavanagh.
Esta campanha foi desenvolvida como parte do Projeto Toraid, da Interpol, que visa fortalecer a segurança e a proteção globais, aprimorando as capacidades de aplicação da lei para abordar um amplo espectro de crimes financeiros. O programa é financiado pelo governo do Japão.
Fonte: Interpol