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MUTIRÃO DAS JUVENTUDES
Juventudes ibero-americanas entregam demandas à COP30
Jovens de países ibero-americanos (países da América Latina de língua espanhola e portuguesa, mais a Espanha, Portugal e Andorra) entregaram, nesta terça-feira, 14, em Brasília, a Declaração Política das Juventudes Ibero-Americanas rumo à COP30 ao ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e ao presidente da COP 30, embaixador André Correia do Lago.
O documento traz o compromisso das juventudes com a justiça climática, a transição justa e o desenvolvimento sustentável e destaca a Amazônia como símbolo global da implementação climática. A entrega foi parte do encontro, chamado “Pré-COP30: As Juventudes Falam ao Mundo”, em Brasília em 13 e 14 de outubro de 2025.
O texto reconhece, ainda, os impactos desiguais da crise ambiental sobre o Sul Global, e defende o protagonismo dos povos originários, afrodescendentes e comunidades locais nas decisões sobre o clima. A Declaração foi entregue pelo secretário-geral do Organismo Ibero-Americano de Juventude, Alexandre Pupo.
Ele destacou que 21 países integram a comunidade ibero-americana e desses, 17 países participaram da reunião de ministros e autoridades de juventudes durante a Pré-COP. “Nós defendemos acelerar a implementação dos compromissos climáticos internacionais garantindo ao menos 5% do financiamento climático destinada a projetos liderados por jovens, redes e mecanismos de participação juvenil”, resumiu Pupo, destacando a principal demanda apresentada.
Letícia Holanda, diretora de Relações Institucionais da UNE, apresentou a criação da Universidade de Integração Amazônica, a UniAmazônica, como principal demanda do movimento estudantil. “Essa proposta vem do intuito não só de reforçar o papel que a região norte tem, mas, sobretudo, o papel da Amazônia nesse sentido, assim como colocar as pessoas da região amazônica não como objeto de pesquisa, mas como transformadores que estão ali para contribuir com esse papel importante do debate climático e da valorização dos povos”, afirmou Holanda.
Nádia Garcia, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), lembrou a importância da requalificação e aperfeiçoamento para a transição para empregos verdes. “Precisamos de um empreendedorismo focado na sustentabilidade e isso depende, novamente, dos países desenvolvidos. Precisamos de uma transição centrada nas pessoas, garantindo os direitos das populações indígenas e das comunidades tradicionais e, principalmente, um diálogo aberto e direto com as juventudes nas suas mais diversas colocações de territórios e, principalmente, com a juventude que não só pensa o agora, pensa o futuro e que tem responsabilidade com o futuro do nosso país e do nosso mundo”, declarou Garcia.
Ao receber todos os documentos, o ministro Márcio Macêdo disse que o desafio é fazer com que a COP30 seja “a COP da verdade”, como tem dito o presidente Lula, “a COP da implementação”, como tem dito a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, “e que possamos dizer, a COP dos resultados”. “Porque a COP é algo que tem uma produção, um acúmulo muito profundo e muito forte. As COPs que nos trouxeram até aqui têm muita formulação, têm muito conteúdo. Então, a partir da COP 30 no Brasil, que seja uma COP de resultado para que os estados nacionais implementem nas suas políticas públicas”.
O presidente da COP30, embaixador André Correia do Lago, pediu que a juventude esteja sempre atenta aos rumos que estão sendo tomados na Conferência e reclame quando perceber que estão errados. “Eu quero pedir a vocês: reclamem! Reclamem da gente, reclamem que a gente não está fazendo a coisa na direção que deve ir. Nós temos que beber da sabedoria de vocês. Sabedoria que ainda tem sonho, que ainda tem várias coisas que estão faltando para que a gente possa ter o direito de pensar no futuro”.
Também participaram da encontro das juventudes, as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, Marcia Lopes, das Mulheres e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O representante do Unicef no Brasil, Joaquin Gonzalez-Aleman esteve no encontro.
MUTIRÃO
O Mutirão das Juventudes é uma iniciativa global ligada à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025. A proposta busca coletar e promover ideias e soluções de jovens do mundo todo para enfrentar a crise climática. O projeto prioriza ideias e soluções que se alinhem à Agenda de Ação da COP30, com ênfase em inovação, impacto social, replicabilidade e inclusão social.
A chamada para o Mutirão das Juventudes foi aberta, com prazo para cadastro de ideias até 31 de outubro de 2025. As propostas selecionadas podem ganhar visibilidade internacional e fazer parte da agenda oficial da COP30.
A Secretaria Nacional de Juventude e a Campeã de Juventudes da COP30, Marcele Oliveira, têm atuado na promoção do mutirão e na articulação de ações com o público jovem em parceria com o UNICEF e outros órgãos.
DECLARAÇÃO
A Declaração Política das Juventudes Ibero-Americanas rumo à COP30 tem entre as principais demandas a destinação de 5% do financiamento climático internacional a projetos liderados por jovens, a criação de empregos verdes e decentes, o fortalecimento da educação climática integral e a consolidação de uma ação climática ibero-americana articulada e permanente. O documento conclui que o Sul Global deve ser reconhecido como o coração das soluções climáticas do presente e do futuro.