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ENSINO SUPERIOR
Em visita à UFPE, ministro Márcio Macêdo defende ampliação do acesso ao ensino superior por assentados da Reforma Agrária
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo visitou o Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nesta terça-feira, 30, em Caruaru (PE). O objetivo da visita foi conhecer a unidade que oferece cursos superiores pelo Programa Nacional de Educação em Reforma Agrária (Pronera), ampliando a oferta de vagas a populações cadastradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em todo o Brasil, mais de 200 mil estudantes se formaram pelo Pronera, da alfabetização até a pós-graduação. O ministro Wolney Queiroz, da Previdência, também participou da agenda.
“A interiorização da universidade e dos institutos federais é muito mais do que levar a educação para o povo, que já é uma coisa extraordinária e já vale o governo. Possibilitar que os filhos do povo tenham acesso a uma formação profissional, a ter uma profissão e, na maioria das vezes, ascender socialmente e sustentar a sua família. Onde as universidades e institutos federais chegam, levam uma série de coisas ao seu redor. As cidades viram, não só polo educacional, mas polos de serviço”, defendeu o ministro Márcio Macêdo.
A UFPE enfrenta resistência à inclusão do curso de Medicina entre os oferecidos aos cadastrados no Incra. Em seu discurso, o ministro Márcio Macêdo defendeu a inclusão do curso. “O Pronera tem turmas de Agronomia, Direito… esses podem? E Medicina não? É porque Medicina é reserva de mercado para as elites, não é para o povo. Vamos virar essa página para que esse curso possa atender também aos filhos do povo”, disse Macêdo.
EDITAL - O edital aberto pela UFPE oferece 80 vagas pelo Pronera, sendo 40 de ampla concorrência, e outras 40 vagas destinadas a quem pode ser atendido por modalidades de ações afirmativas (cotas). Estão aptos a se candidatar assentados da reforma agrária e integrantes de famílias beneficiárias do Crédito Fundiário; educandos egressos de cursos de especialização promovidos pelo Incra; educadores que exerçam atividades voltadas às famílias beneficiárias; acampados cadastrados pelo instituto e quilombolas. A expectativa é de que os profissionais formados nestas vagas, optem por continuar nas comunidades rurais e ampliem o atendimento de saúde na região.
O diretor do Centro Acadêmico do Agreste da UFPE, Dilson Cavalcante, também destacou a importância da interiorização para o desenvolvimento dos estados. “A interiorização das universidades é a mais estratégica, a mais inteligente e a mais importante política pública das últimas décadas para o desenvolvimento dos Estados, porque não tem nenhum Estado, nem no Brasil, nem no mundo que se desenvolva tendo apenas oportunidade concentrada na região metropolitana”, afirmou.
O vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo, lembrou que a oligarquia sempre vai resistir à oferta de cursos superiores para trabalhadoras e trabalhadores. “Eu acho que sempre vai ter foco, de uma certa oligarquia que não consegue perceber que os tempos são outros, que a vida é outra, que a vida é bela e que nós precisamos, de fato, resgatar a nossa grande desigualdade social e trazer todo mundo a ter direito ao ensino público gratuito, de qualidade”, ressaltou.
Após a visita à universidade, o ministro Márcio Macêdo visitou ainda a Câmara Municipal de Caruaru, onde falou sobre o funcionamento da COP 30 e as maneiras de participação popular na Conferência do Clima que acontece em Belém no próximo mês.