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PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Núcleos de Cooperação Socioambiental mostram avanços em encontro no Paraná
“Quando a gente vê um salão desse cheio, não para falar de política partidária, mas para falar da política da vida real, das pessoas que estão lá no território lutando para melhorar a vida, se organizando coletivamente, enfrentando a ideia do cada um por si. Quando vocês criam esses núcleos, o que vocês estão dizendo é o seguinte: é importante se organizar coletivamente”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, ao discursar na abertura do Encontro Anual dos Núcleos de Cooperação Socioambiental.
Os núcleos integram o programa Governança Participativa para a Sustentabilidade criado por Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec em 2024 para fortalecer a gestão territorial sustentável, além de promover a colaboração entre representantes do poder público, de instituições da sociedade civil, do setor produtivo e das universidades. Mais de mil entidades já participam da iniciativa.
Os 21 Núcleos são responsáveis por concretizar as ações do Programa de Governança Participativa no território formado por 434 municípios do Paraná e do Sul do Mato Grosso do Sul, área de atuação prioritária de Itaipu. É nos Núcleos que os representantes de diversas instituições podem propor estratégias coletivas para enfrentar problemas complexos que vão além das fronteiras ou gestões municipais. Cada Núcleo atua como um fórum permanente de diálogo e pactuação de iniciativas que integram o território.
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Ênio Verri, a participação da população é um diferencial no planejamento da empresa. Segundo ele, no passado as decisões passavam por um grupo de economistas e sociólogos que projetavam o que eles achavam que era o melhor para o povo. “Desde 2003, o PPA, a LDO, todo o processo de planejamento público do governo federal foi consultando o povo. E Itaipu reflete exatamente isso. O que nós fazemos com esses núcleos de cooperação é ouvir todo o nosso território, debater com o nosso território. A partir das ideias, a partir do amadurecimento do debate político é que sairão os investimentos” explicou Verri.
No encontro que reuniu representantes de todos os núcleos, Itaipu assinou convênios com cada um dos Núcleos, envolvendo recursos que chegam a cerca de R$ 50 milhões. Com o dinheiro os Núcleos vão implementar os projetos que construíram de forma coletiva.
Presidentes de Associações de catadores, cortadores de cana, agricultores familiares, mulheres, indígenas, quilombolas, juventudes, cooperativas, universidades, representantes de instituições que realizam projetos sociais e ambientais e representantes das prefeituras trocaram experiências durante o encontro, ampliando a integração do território.
Gabriela Guidotti ficou sabendo da oportunidade participando do projeto Paraná Mais Orgânico que, segundo ela, atende toda a região da cidade de Maringá. Ela e outros colegas do programa passaram por uma capacitação voltada para a produção de vídeos para redes sociais. “A gente se juntou, acabou fazendo o vídeo e aí hoje a gente está aqui sendo contemplado. O que Itaipu está fazendo hoje junto com os núcleos é algo muito incrível e que tem um reflexo hoje e para o futuro também”, disse Gabriella.
Já Adrian Silva de Paula, de Dourados, no Mato Grosso do Sul, destacou a formação em Educomunicação no Núcleo de Cooperação da região e que proporcionou que ele e mais quatro jovens da cidade estivessem participando do Encontro Anual em Foz do Iguaçu. “Foi a partir daí que a gente fez toda a formação, entendemos como agir de fato, na prática, e nos inscrevemos nesse concurso para poder chegar aqui hoje. Esse concurso tinha o objetivo de selecionar vídeos, de até um minuto, produzidos por jovens. Fizemos um vídeo dedicado ao TikTok para expandir a educomunicação no combate à desinformação climática a nível de rede”, contou Adrian.
Os projetos contemplados pelos convênios terão atuação nas áreas de gestão integrada e comunitária de resíduos sólidos, fortalecimento das organizações, agricultura familiar e práticas agroecológicas, educação ambiental, saneamento básico comunitário, iniciativas de inclusão produtiva e desenvolvimento local, iniciativas de cuidado com idosos, rede de apoio para imigrantes e cuidadores de vulneráveis.