Secretaria-Geral dialoga com Fórum das Centrais Sindicais sobre taxação dos EUA

O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, recebeu, nesta terça-feira, 5, representantes do Fórum das Centrais Sindicais e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para tratar dos impactos da nova política tarifária adotada pelo governo dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Macena, também participou do encontro. 

As centrais manifestaram preocupação com os possíveis efeitos da medida sobre a economia brasileira, em especial sobre os empregos, a renda dos trabalhadores e a capacidade produtiva nacional. O encontro também foi marcado pela defesa de um projeto de desenvolvimento que una inclusão social, fortalecimento da indústria e soberania econômica.

Entre as propostas apresentadas pelas centrais sindicais estão a ampliação dos investimentos na produção nacional e em tecnologia; proteção do emprego e valorização da renda do trabalho; fortalecimento da negociação coletiva e da representação sindical; criação de espaços permanentes de diálogo social entre governo, trabalhadores e setor produtivo; promoção de uma transição ecológica justa, e reestruturação da estratégia de comércio exterior para diversificar mercados e parcerias.

Adriana Marcolino, diretora técnica do Dieese, destacou que a atual conjuntura evidencia os limites da globalização econômica e a urgência de construir uma nova estratégia de desenvolvimento que reduza vulnerabilidades externas e promova um modelo produtivo inclusivo e sustentável. Ela apresentou números preliminares dos impactos da taxação dos EUA na vida dos trabalhadores brasileiros. Adriana informou que os estudos estão sendo ampliados e aprofundados para apresentar um diagnóstico mais preciso da situação.

O ministro Márcio Macêdo ressaltou que "o diálogo social é instrumento estratégico de construção de soluções". "O governo do presidente Lula seguirá priorizando medidas que protejam o emprego e a renda, com base em um desenvolvimento nacional voltado para a justiça social”, disse.

HISTÓRICO - Em julho de 2025, o governo dos Estados Unidos anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando práticas comerciais consideradas injustas. A medida também incluiu críticas à política interna do Brasil.

Apesar do anúncio inicial, uma ordem executiva publicada no final do mês excluiu cerca de 700 produtos da nova taxação, incluindo itens como suco de laranja, aeronaves e petróleo, que compõem parte relevante das exportações brasileiras. As tarifas passam a valer a partir de hoje, dia 6.

O governo brasileiro classificou a medida como injusta e prejudicial às economias de ambos os países e tem buscado, desde abril, soluções diplomáticas por meio do diálogo bilateral.