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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO AO ASSASSINATO DE EVERTON RODRIGUES
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) manifesta seu mais veemente repúdio ao brutal assassinato de Everton Rodrigues, de 21 anos, da etnia Avá-Guarani, encontrado decapitado junto a uma carta com ameaças às comunidades indígenas e às forças de segurança pública que atuam na região. O corpo do jovem indígena foi encontrado no dia 12 de julho em meio a um milharal, no município de Guaíra - PR.
Everton era filho do Sr. Bernardo Rodrigues Diegro, Cacique da Aldeia Yvyju Awary, localizada na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá. Infelizmente, a morte deste jovem indígena não é um caso isolado, há um terrível histórico de violência contra os povos indígenas do oeste paranaense. Há cinco meses, o corpo de Marcelo Ortiz, de 33 anos, foi encontrado também decapitado, demonstrando um padrão nesses assassinatos e a necessidade de atuação imediata do poder público.
Nos meses de dezembro e janeiro deste ano, pelo menos 17 (dezessete) Avá-Guarani foram baleados no estado do Paraná. Há um ano, fazendeiros da região perseguiram e deixaram 6 (seis) feridos do Tekoha Y'Hovy, novamente em Guaíra. Ou seja, os crimes praticados nessa área são recorrentes e merecem a atenção do Estado brasileiro tanto para investigar e punir os culpados como na implementação de medidas de prevenção de violência futura. Não podemos perder mais jovens indígenas que saem para caçar, pescar ou jogar seu futebol próximo à aldeia – como foi o caso do Everton. A violência contra os indígenas Avá-Guarani em Guaíra, no Paraná, está intrinsecamente ligada à disputa por terras e à morosidade no processo demarcatório dos territórios tradicionais.
O Consea vem a público se solidarizar com a família de Everton Rodrigues e com todo o Povo Avá-Guarani, de modo a se somar a outras vozes na cobrança por mais segurança e que os assassinos e os mandantes destes crimes sejam punidos com o rigor da lei. O Povo Avá-Guarani merece respeito e têm o direito de viver com tranquilidade, sem medo de perder seu futuro. Todos os povos indígenas do nosso país têm direito aos seus territórios originários e neles viverem em segurança.