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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Diálogo Articulador: conselheiros discutem os eixos da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Representantes da sociedade civil e conselheiros do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) se reúnem nesta terça (12) e quarta (13) para debater os eixos que nortearão a 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN). O objetivo é analisar aspectos relacionados à soberania e segurança alimentar e nutricional, direito humano à alimentação adequada, democracia e participação social.
A Conferência Nacional conta com 1.742 delegados (as) de todos os estados e do Distrito Federal, entre representantes da sociedade civil e dos governos. Para intensificar o debate em torno da soberania alimentar e nutricional, o evento contou com o Diálogo Articulador na manhã desta terça-feira. Os eixos foram elaborados com o intuito de discutir, inclusive, os determinantes estruturais e macrodesafios relacionados à segurança alimentar e nutricional.
Segundo Larissa Parker, mestre em Filosofia do Direito pela Universidade Federal do Paraná, doutoranda no Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais e Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade e pertencente à Organização internacional GRAIN no programa América Latina, as desigualdades motivam crises globais. Em seu discurso, Parker destacou os impactos do sistema agroalimentar industrial.
“A crise é o próprio sistema industrial global. Vários relatórios identificam a cadeia industrial global alimentar como parte relevante dessa crise, que não é só climática. É social, ecológica e alimentar, e que são sobrepostas, interconectadas e inseparáveis. Se trata de uma crise de modelo. No nosso caso, se trata de um modelo de produção e de consumo dos alimentos”, declara Parker.
Um novo modelo de desenvolvimento possível
No Diálogo Articulador também foi tratado os impactos na saúde pública e da necessidade de integrar sistemas de saúde para aproximar instituições e serviços no âmbito local, visando, além da atenção integral, a assistência alimentar e nutricional para populações que vivem contextos territoriais específicos.
“A gente tem obesidade, deficiência de micronutrientes, desnutrição e insegurança alimentar simultaneamente presentes em diferentes realidades”, explica a nutricionista sanitarista, doutora em saúde pública, professora do Instituto de Nutrição da UERJ-Universidade do Estado do Rio de Janeiro e representante a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, no Consea nacional, Inês Rugani.
A participação ativa de representantes eleitos pelos estados e pelo Distrito Federal é fundamental para o desenvolvimento de soluções efetivas. Os delegados e delegadas, eleitos para representar a população, são responsáveis por votar os eixos que serão adotados como bases de discussão durante o evento.
Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), também compôs a mesa do Diálogo Articulador e ressaltou o papel da Economia Solidária para a construção de um país mais igualitário, solidário e participativo.
“Economia Solidária, como vocês sabem, tem tudo a ver com o combate à fome. Ela é uma proposta para que as pessoas, homens, mulheres, jovens, idosos possam viver, obtendo sua renda, tendo seu emprego, vivendo uma nova filosofia de vida, onde você possa produzir de um modo alternativo, com respeito à terra. Daí o nosso cruzamento com a agroecologia, com agricultura orgânica, onde você possa distribuir, comercializar de forma justa, e onde você possa consumir, também de outro modo, porque o consumismo está destruindo o nosso planeta”, ressalta o secretário.
Construindo um futuro mais justo
A discussão dos temas propostos pelos eixos é um passo importante no fortalecimento da segurança alimentar e nutricional no Brasil. Através do diálogo e da representatividade, a avaliação dos processos de implementação de políticas e programas e as propostas apresentadas com diferentes saberes e práticas irão compor o conjunto de medidas para a elaboração do 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
A 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional promete ser um marco na luta por uma sociedade mais justa e igualitária e com a garantia dos direitos humanos relacionados à alimentação e na consolidação da democracia.
6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil Participativo