Papa Francisco discursa na Conferência de Nutrição em Roma

O Papa Francisco participou na última quinta-feira (20/11) da programação da 2ª Conferência Internacional de Nutrição, realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma, na Itália.

Francisco disse que os destinos de cada nação estão mais do que nunca enlaçados entre si, "como os membros de uma mesma família, que dependem uns dos outros”.

Segundo ele, na formulação de compromissos no evento, espera-se que os Estados nacionais se inspirem na convicção de que o direito à alimentação só será garantido se as pessoas se preocuparem com o sujeito real, ou seja, “a pessoa que sofre os efeitos da fome e da desnutrição”.

"Dói constatar que a luta contra a fome e a desnutrição se vê obstaculizada pela ‘prioridade do mercado’ e pela ‘proeminência da ganância’, que reduzem os alimentos a uma mercadoria qualquer, sujeita a especulação, inclusive financeira”, disse ele.

“O faminto está aí, na esquina da rua, e pede carta de cidadania, [pede para] ser considerado em sua condição, receber uma alimentação de base saudável. [Ele] Nos pede dignidade, não esmola”, enfatizou o Papa.

Francisco propôs ademais que o interesse pela produção, pela disponibilidade de alimentos e pelo acesso a eles, pela mudança climática, pelo comércio agrícola, devem, certamente, inspirar as regras e as medidas técnicas, mas a primeira preocupação deve ser a pessoa, aqueles que carecem do alimento diário e deixaram de pensar na vida, nas relações familiares e sociais, e lutam apenas pela sobrevivência.

A 2ª Conferência, realizada 22 anos após a primeira edição, foi promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), entre os dias 19 e 21 de novembro, em Roma, sob o tema "Uma nutrição melhor, uma vida melhor" (Better nutrition, better lives).

A conselheira Elisabetta Recine, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), participou do encontro, que reuniu representantes de governos de mais de 90 países, além de centenas de integrantes da sociedade civil.

Fonte: Com informações de agências internacionais