Glossário
Autonomia progressiva da criança: ter sua capacidade decisória construída ao longo da vida, não sendo o critério etário o único aspecto indicador sobre as capacidades desenvolvidas, já que esses processos não ocorrem da mesma forma entre todos os indivíduos desse grupo.
Câmaras de eco: espaço de consumo e produção de mídia limitado e fechado, que tem o potencial de ampliar as mensagens transmitidas dentro dele e isolá-las de visões diferentes ou discordantes.
Cidadania digital: entendimento e aplicação de princípios relacionados a responsabilidades e comportamentos éticos ao utilizar tecnologias digitais e conviver em ambientes digitais, bem como conscientizar-se dos impactos do uso excessivo na saúde mental e no bem-estar.
Conectividade significativa: nível de conectividade que permite aos usuários ter uma experiência online segura, de qualidade, a um custo acessível, e mediante o domínio de habilidades digitais.
Cyberbullying: intimidação sistemática, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de humilhação, de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais, na internet, redes sociais, aplicativos ou jogos online.
Design manipulativo: prática de desenhar softwares ou aplicações que intencionalmente influenciam o comportamento dos usuários de modo a beneficiar o designer ou a empresa, frequentemente desconsiderando os interesses do usuário.
Deepfake: conteúdo sintético, de imagem ou audiovisual, gerado por sistemas de inteligência artificial, que pode ser usado com a intenção de prejudicar ou causar danos. Economia da atenção: abordagem que trata a atenção humana como um bem escasso e com valor econômico, motivo pelo qual modelos de negócio do ecossistema digital tendem a estimular ao máximo a captura da atenção dos usuários.
Educação digital e midiática: enquanto a educação digital escolar compreende o conjunto de competências, habilidades e conhecimentos necessários ao pleno exercício da cidadania digital na contemporaneidade, estruturando-se a partir dos eixos de cultura digital, mundo digital e pensamento computacional, englobando os desafios e potencialidades da era digital, as dinâmicas sociais mediadas e impactadas pela tecnologia e as transformações no mundo do trabalho; a educação midiática é o conjunto de habilidades para compreensão crítica e reflexiva dos indivíduos em relação ao uso e à interpretação de diferentes informações e conteúdos de mídia nos ambientes digitais.
Etiqueta digital: regras e comportamentos próprios do ambiente digital, que servem de parâmetro para relações respeitosas em tal contexto.
FoMo (Fear of Missing out): o termo descreve um fenômeno observado em sites de redes sociais, que pode ser traduzido como “o medo de ficar de fora”, e é caracterizado pelo desejo que alguém tem de permanecer continuamente conectado com o que os outros estão fazendo.
Gordofobia: termo usado para descrever preconceito, aversão, desvalorização ou hostilização de pessoas gordas.
Lgbtfobia: termo usado para descrever o preconceito, aversão, desvalorização e hostilização de pessoas LGBTQIA+ com foco em sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Misoginia: termo usado para descrever preconceito, aversão, desvalorização ou hostilização de meninas e mulheres.
Monetização de conteúdos: o processo de transformar conteúdo digital em uma fonte de receita.
Neonazismo: práticas de intolerância social pautadas na ideologia nazista de superioridade e pureza de uma determinada raça ou povo sobre outros, que aciona recursos de agressão, humilhação e discriminação aos que não correspondem ao padrão.
Nomofobia: medo ou sensação de angústia ocasionada pela impossibilidade de acesso a aparelhos celulares ou outras tecnologias digitais.
Padrões ocultos: práticas comerciais que empregam elementos de arquitetura de escolha digital para, de forma enganosa, subverter ou prejudicar a autonomia de tomada de decisões do consumidor.
Parentalidade distraída: uso constante de dispositivos digitais no momento de cuidado das crianças e adolescentes, que resulta numa relação familiar de menor qualidade e maior risco de exposição a acidentes domésticos.
Perfilamento: tratamento de dados pessoais voltado para classificar os usuários em perfis que permitem fazer inferências sobre seu comportamento, situação socioeconômica, saúde, preferências pessoais, interesses, desejos de consumo, entre outras características.
Plataformas digitais: ambientes online onde fornecedores e consumidores se conectam para relações de troca, que podem ser de trabalho, ensino, lazer ou entretenimento, baseados em modelos de negócios intermediados por tecnologias e na economia de dados.
Proteção integral da criança e do adolescente: gozar dos direitos fundamentais que se estendem às pessoas adultas, mas também daqueles que atentam para as suas especificidades, com precedência no atendimento de serviços públicos, formulação de políticas e destinação de recursos no que toca aspectos de sua proteção.
Racismo: termo usado para descrever preconceito, aversão, desvalorização ou hostilização de pessoas com foco na cor de sua pele, seu grupo racial ou étnico.
Segurança por design (“Safety by design”): prática de incorporar intencionalmente recursos, salvaguardas e princípios que priorizem a segurança, a privacidade, os direitos e o bem-estar dos usuários, desde a concepção das aplicações ou softwares.
Sexting: prática de enviar mensagens de conteúdo sexual ou erótico, por meio de aplicativos, redes sociais ou celulares, através de texto, fotos ou vídeos.
Sextorsão: quando alguém ameaça divulgar imagens íntimas, em fotos ou vídeos, para obrigar alguém a fazer algo que a pessoa não quer.
Sharenting: ação de adultos de compartilhar conteúdos, especialmente fotos e vídeos, sobre crianças e adolescentes, em ambiente digital como redes sociais, o que pode ampliar riscos ou comprometer a privacidade e a segurança.
Trolada: gíria própria do ambiente digital, que faz menção a piadas ou brincadeiras de mau gosto, em que algum usuário se torna o centro de uma chacota.