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EMPREGO EM ALTA
Desemprego no trimestre de fevereiro a abril é de 6,6%, o menor da série histórica iniciada em 2012
Segundo a PNAD Contínua, o número de pessoas atuando com carteira assinada no país no trimestre entre fevereiro e abril de 2025 superou o patamar de 39 milhões. Foto: Secom / PR
A taxa de desemprego no trimestre de fevereiro a abril de 2025 fechou em 6,6%, a menor de toda a série histórica para o período, medida desde 2012. Os dados são da PNAD Contínua Mensal e foram divulgados nesta quinta-feira, 29 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual indica estabilidade em relação ao trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 (6,5%) e queda de quase um ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2024 (7,5%).
CARTEIRA ASSINADA - O estudo também registra que o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou ao patamar recorde de 39,6 milhões, crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados reforçam os números do Novo CAGED divulgados nesta quarta-feira, 28 de maio, que apontaram o melhor abril da série histórica desde 2020. O saldo do mês foi de 257 mil vagas formais. No ano, são 922 mil empregos com carteira assinada.
103 MILHÕES - A quantidade de pessoas trabalhando no trimestre encerrado em abril era de 103,3 milhões, estabilidade em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, quando havia no Brasil 100,8 milhões de pessoas ocupadas, ocorreu alta de 2,4% (mais 2,5 milhões de pessoas). “A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”, explica William Kratochwill, analista da pesquisa.

DESOCUPAÇÃO EM QUEDA - A taxa composta de subutilização da força de trabalho, ou seja, o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ficou em 15,4%, queda de dois pontos percentuais na comparação anual. Em números inteiros, cerca de 7,3 milhões de pessoas estavam desocupadas no país entre fevereiro e abril de 2025, número bem abaixo dos 8,2 milhões do mesmo período em 2024.
INFORMALIDADE CAI - A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 37,9%, equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores informais. Esse índice foi inferior ao verificado tanto no trimestre móvel anterior (38,3%), como no mesmo trimestre de 2024 (38,7%). “O mercado de trabalho com níveis baixos de subutilização da população em idade de trabalhar naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, observa William.
SETORES - Em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2024, cinco grupamentos aumentaram seu contingente de trabalhadores: Indústria Geral (3,6% ou mais 471 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,7% ou mais 696 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (4,5% ou mais 257 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,4% ou mais 435 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,0% ou mais 731 mil pessoas). Em sentido oposto, houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,3% ou menos 348 mil pessoas).
RENDIMENTO RECORDE - O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, crescimento de 3,2% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde, 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) no ano. Segundo William Kratochwill, “a massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”.