Brasil soma mais seis ouros em Santiago. Ginástica rítmica já garante duas conquistas

Um dia dourado para o Brasil! O país conquistou nada menos do que seis medalhas de ouro e três bronzes nesta quinta (2/11) nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Com isso, o país chegou a 145 medalhas no total, com 46 ouros, 53 pratas e 46 bronzes, em segundo lugar no quadro geral, atrás apenas dos Estados Unidos.

Quadro de medalhas do Pan no fim do dia 2 de novembro. Competição segue até o dia 5, no Chile

Pode-se dizer que a ginástica rítmica brasileira conquistou Santiago. A seleção só perdeu em aplausos para o time chileno. Com gingado e samba no pé, as ginastas do Brasil conseguiram, nesta quinta (02/11), três importantes medalhas para a história do país na modalidade. Ao som de Garota de Ipanema, Bárbara Domingos levantou o público na apresentação de maças e conquistou o feito histórico para o Brasil, o inédito primeiro lugar no individual geral. Maria Eduarda Alexandre ficou com o bronze e, para terminar o dia, veio o segundo ouro, tornando o país hexacampeão das Américas no conjunto.

"Consegui meu objetivo de ser campeã. É gratificante porque a gente trabalhou muito bem este ano, porque a gente tinha competições importantes, e os nossos objetivos foram concluídos até agora", disse Bárbara Domingos, integrante do Bolsa Atleta na categoria Internacional. "É muito importante para a carreira dos atletas, não só para as meninas da ginástica rítmica, mas para todos os esportes. Nosso esporte é muito caro, então a gente poder ter esse incentivo não só para comprar aparelhos, mas para fazer intercâmbios, é muito importante também".

Ela vem de um período de superação. Há dois anos, passou por cirurgia no quadril e não conseguiu ir aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Após recuperação no Mundial deste ano, em Valência, na Bélgica, ela se tornou a primeira brasileira a ir a uma final individual geral e de aparelho em Mundiais. Bárbara teve o melhor resultado do Brasil no individual geral da história, o 11° lugar, posição que a fez conseguir a vaga olímpica.

Além do ouro no individual geral do Pan de Santiago, Babi diz que quer mais. "Meu objetivo é ir em busca de cinco medalhas que são possíveis, e conseguir também o melhor resultado para o Brasil, mostrar as minhas séries da melhor forma possível e acredito que o resultado vai ser consequência de tudo isso".

Maria Eduarda Alexandre, a promessa da seleção, com apenas 16 anos, levou sua primeira medalha pan-americana: o bronze no individual. Após receber a premiação, ela estava emocionada e quase não acreditava na conquista. "É um sonho desde 2021 vir para esse Pan, me sinto num sonho com essa medalha, é um privilégio estar nesse campeonato tão grande, conseguir meu primeiro bronze nos jogos adulto", afirmou. A prata ficou com a norte-americana Evita Griskenas.

BOLSA ATLETA - Todas as medalhas da terça tiveram a digital do Bolsa Atleta. Em todas elas pelo menos um atleta bolsista participou. Das 145 medalhas que o Brasil conquistou até agora, 133 têm a digital do programa de patrocínio individual a esportistas de alto desempenho do Governo Federal, ou 91,72%. 

CONJUNTO DE OURO - Nicole Pircio, Bárbara Galvão, Victoria Borges, Geovanna Oliveira e Gabriela Coradine, todas integrantes do Bolsa Atleta, retomaram a hegemonia na prova de conjunto. "É muita alegria. Esse ouro estava engasgado desde 2019. A gente queria voltar a nossa hegemonia e a gente conseguiu, somos hexacampeãs. Temos um grande time, uma equipe extraordinária que veio fazendo um trabalho lindo este ano, conseguimos a nossa vaga olímpica no Mundial, e estamos aí de novo campeãs das Américas", disse Nicole. 

NOVA ESTRELA NO ATLETISMO - O paranaense Renan Gallina mostrou todo o seu talento nesta quinta-feira (2/11), ao ganhar, aos 19 anos, duas medalhas de ouro. Semifinalista dos 200 m no Mundial de Budapeste, na Hungria, em agosto, ele venceu a distância em Santiago com 20s37 e depois ajudou o Brasil a ser campeão com o revezamento 4x100 m, com 38s68, fechando a prova. Os outros brasileiros no time foram Rodrigo Nascimento, Felipe Bardi e Erik Barbosa.  

"Muito feliz por essas conquistas. Dei três tiros hoje, um nos 200 m e dois no 4x100 m (semifinal e final) e conseguiu me sair bem", comentou Renan. Renan, que fazia também salto em altura, nas categorias de base - foi campeão brasileiro sub-16 -, mostrou toda a felicidade depois de suas atuações. “Gosto muito de correr. Essa temporada foi longa e competi entre adultos e na Sub-20. Vou descansar um pouco de olho em Paris-2024.”

O país ainda teve um bronze nas pistas com Ana Carolina de Jesus nos 200m, com o tempo de 23s52. A dominicana Marileidy Paulino, que era a grande favorita, foi a vencedora, com 22s74, seguida da cubana Yunisleidy Garcia, com 23s33.

Equipe brasileira do 4 x 100m conquistou o ouro. Renan Gallina (E) foi ouro também nos 200m. Foto: Wagner Carmo / CBAt

WRESTLING CAMPEÃO - O Brasil conquistou a primeira medalha do wrestling nestes Jogos Pan-americanos. E ela foi de ouro, com Giullia Penalber na categoria até 57 kg do estilo livre. Uma medalha histórica, já que foi o segundo ouro brasileiro na história da modalidade em Jogos Pan-americanos. O ouro de Giullia veio numa decisão acirrada diante da canadense Hanna Taylor. A brasileira venceu no detalhe, com o placar final de 7 a 6. Esta foi a segunda medalha em Jogos Pan-americanos de Giullia, que havia conquistado o bronze em Lima 2019. “Foi uma honra conquistar essa medalha de ouro. Ainda está caindo a ficha de que conquistei esse ouro, o segundo do wrestling brasileiro em Pans, ainda mais porque o primeiro veio de uma amiga muito querida, a Joice, que é uma grande referência para mim dentro do wrestling”, ressaltou Giullia, referindo-se ao primeiro ouro em Jogos Pan-americanos na modalidade, conquistado por Joice Silva, também na categoria até 57 kg, em Toronto 2015.

Giullia Penalber foi a campeã na categoria até 57 kg do estilo livre do wrestling. Foto: Alexandre Loureiro/COB

TRIATLO NO TOPO - Foi no suor e na superação. Nos metros finais da prova de triatlo, Miguel Hidalgo conquistou a medalha de ouro para o Brasil na prova disputada em Viña Del Mar. O brasileiro terminou a prova com 1h46min08s, seguido de perto pelo americano Matthew McElroy, um segundo atrás, e o mexicano Crisanto Grajales, três segundos atrás. Com a vitória, Hidalgo aumenta o currículo de grandes conquistas, que conta inclusive com o ouro no Pan Júnior de Cali, em 2021, que o classificou para o Pan de Santiago.

Miguel Hidaldo celebra o título no triatlo conquistado nos últimos metros da corrida. Foto: Gaspar Nóbrega / COB

BRONZE NO NADO ARTÍSTICO - O nado artístico voltou ao pódio dos Jogos Pan-americanos. Laura Miccuci e Gabi Regly conquistaram o bronze no dueto depois de um jejum que já durava duas edições dos Jogos, desde Guadalajara 2011. Apesar de se conhecerem desde a infância, as duas passaram a treinar juntas, como dueto, especialmente para Santiago 2023. Deu certo. “A gente treinou muito e não deixou de acreditar nunca. Deixamos tudo dentro da água. É importante botar o Brasil no pódio novamente. Esse era o nosso objetivo”, disse Gabi. O México conquistou a medalha de ouro e os Estados Unidos ficaram com a prata.

POLO AQUÁTICO NAS SEMIS - O Brasil está nas duas semifinais do polo aquático. Após duas vitórias sobre Cuba, nesta quinta-feira, dia 2, as seleções masculina e feminina garantiram a vaga entre os quatro melhores. No feminino, vitória brasileira por 12 x 10, em jogo disputado. Pelo masculino, a partida trouxe menos dificuldade e o placar de 16 x 6. Pelas semifinais, as duas seleções enfrentam o Canadá. As meninas, a partir das 12h30. Os homens, a partir das 18h. Nos dois naipes, a outra semifinal será entre Estados Unidos x Argentina.

VELA - O Brasil garantiu mais quatro vagas olímpicas na vela na raia de Algarrobo, em Valparaíso. Martine Grael e Kahena Kunze, na 49erFX, e Samuel Albrecht e Gabi Nicolino, na Nacra 17, avançaram para a regata medalha e garantiram, antecipadamente, a classificação para Paris 2024. Com a classificação olímpica antecipada, a dupla campeã olímpica Martine e Kahena foca agora na conquista do bicampeonato dos Jogos Pan-Americanos numa disputa apertada com as norte-americanas Stephanie Roble e Margareth Shea e as canadenses Alexandra Ten Hove e Mariah Alice Millen. A medal race será nesta sexta-feira (3/11) e terá pontuação dobrada e sem descarte. As brasileiras precisam chegar na frente das adversárias para conquistar o primeiro lugar.