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Ruth Cardoso
Antropóloga faleceu ontem (24/6), em sua residência, na capital paulista
Comprometida com a democracia e a justiça social, Ruth Cardoso ocupou com brilhantismo o espaço das mulheres no mundo acadêmico, com intensa produção científica e reflexiva acerca dos fenômenos sociais e culturais do Brasil e da América Latina.
Dedicada à formação de pensadores e pensadoras da realidade social e os desafios para a cidadania, a antropóloga faleceu ontem à noite (24/6), em sua residência em São Paulo, de infarto em decorrência de doença cardíaca. Sua história de vida tem sido recordada pela atuação desbravadora caracterizada pela autonomia de pensamento.
Ruth Cardoso foi doutora em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e, como docente e pesquisadora, atuou na USP, Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L’Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova Iorque).
Era membro associado do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e membro da equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap - São Paulo). Publicou vários livros e trabalhos sobre imigração, movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho.
Nascida em Araraquara (SP), em 19 de setembro de 1930, Ruth Cardoso estava casada há 55 anos com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem teve três filhos. Em 1995, durante o mandato do ex-presidente, fundou o programa Comunidade Solidária, de combate à pobreza e à exclusão social.