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Satélites apontaram o local da soltura dos animais em condições favoráveis para sua migração natural
INPE participa da devolução ao mar de pinguins e lobo-marinho
Dezessete pinguins-de-magalhães e um lobo-marinho-subantártico foram devolvidos ao oceano com o apoio técnico e científico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Realizada no dia 10 de outubro, a soltura ocorreu em alto-mar, a 140 quilômetros nas águas da Corrente do Brasil, que flui para sudoeste no Atlântico Sul, favorecendo o deslocamento dos pinguins em direção às áreas de reprodução na Patagônia argentina e chilena.
A iniciativa, liderada pelo Instituto BW para a Conservação e Medicina da Fauna Marinha (IBW), contou com a parceria do Instituto Estadual do Ambiente, da Marinha do Brasil e do Ministério Público Federal. O INPE forneceu análises detalhadas da temperatura da superfície do mar e das correntes oceânicas.
“O acompanhamento oceanográfico da soltura, realizado com base em dados de satélites, permite identificar as condições favoráveis da Corrente do Brasil e compreender melhor os processos oceânicos que influenciam as rotas migratórias das espécies”, explica Milton Kampel, pesquisador do INPE. O oceanógrafo Vitor G. Paiva também participou da ação, como colaborador do Instituto.
Baseada em tecnologia, conhecimento científico e compromisso ambiental, a iniciativa está alinhada com o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2025: Planeta Água - Cultura Oceânica Para Enfrentar as Mudanças Climáticas no Meu Território.
Reabilitação
Os animais encalharam debilitados na Região dos Lagos e no Norte Fluminense durante o inverno deste ano e foram resgatados pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e Espírito Santo, da Petrobras. Os animais foram encaminhados ao Centro de Reabilitação e Despetrolização do Instituto BW, em Praia Seca - Araruama, onde receberam tratamento especializado.
A reabilitação e posterior reintrodução dos animais representam um avanço importante para a conservação da fauna marinha. Para o Instituto BW, cada indivíduo devolvido ao mar simboliza o sucesso de um trabalho conjunto entre ciência, manejo e compromisso ambiental. As ações não apenas garantem o bem-estar do animal, mas também contribuem para ampliar o conhecimento sobre as rotas migratórias e a ecologia das espécies que ocasionalmente chegam à costa brasileira.
Durante o processo de reabilitação, a equipe multidisciplinar do Instituto BW atuou em casos de hipotermia, desnutrição, presença de parasitas e patologias respiratórias. Após exames clínicos e de imagem, os animais recuperaram peso, saúde e energia, estando aptos a para retornar ao habitat natural.
O projeto também contou com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), por meio do Laboratório de Aves Aquáticas e Tartarugas Marinhas, na realização da telemetria satelital.
A integração entre observação por satélites e ações de conservação reforça o compromisso do INPE com a aplicação da ciência em benefício da sustentabilidade dos ecossistemas marinhos.