Amazonia - 1

Plataforma Multimissão (PMM)

A Plataforma Multimissão (PMM) representa um conceito moderno de arquitetura de satélites, que tem o propósito de reunir em uma única plataforma todos os equipamentos que desempenham funções necessárias à sobrevivência de um satélite, independentemente do tipo de órbita: apontamento, geração de energia, controle térmico, gerenciamento de dados e telecomunicação de serviço. Ou seja, é capaz de atender os requisitos da missão e se adaptar a diferentes cargas úteis.

A Plataforma Multimissão (PMM) é uma plataforma genérica (Módulo de Serviço) para satélites na classe de 500 kg. Com massa de 250 kg, ela provê todos os recursos necessários para suportar o funcionamento, em órbita, de diferentes cargas úteis por volta 280 kg.

As principais vantagens de uma plataforma multimissão são a redução de custos e de prazos no desenvolvimento de novas missões que a utilizem como base, uma vez que, após o desenvolvimento e qualificação da primeira plataforma, sua reprodução dispensaria as longas e dispendiosas etapas de desenvolvimento e qualificação característicos de projetos espaciais. Outro ponto importante a ser notado se refere aos aspectos de confiabilidade, visto que as missões futuras são beneficiadas com a maturidade do projeto.


Vista aberta da Plataforma Multimissão (PMM)


Subsistemas da Plataforma Multimissão (PMM)

A Plataforma Multimissão é composta por seus subsistemas, cada um deles encarregado de desempenhar uma função específica para garantir a operacionalidade do satélite em órbita. Os subsistemas da PMM são: Estrutura Mecânica do Módulo de Serviço; Subsistema de Controle de Atitude e Órbita e Supervisão de Bordo; Propulsão; Telemetria e Telecomando; Controle Térmico; Suprimento de Energia, que inclui o Gerador Solar (parte elétrica e estrutura do painel).


É o conjunto de componentes estruturais e suas conexões que servem de apoio para a instalação de painéis porta-equipamentos e painéis de fechamento ou paredes.

A Estrutura da PMM é responsável por acondicionar os equipamentos dos subsistemas que proveem as funções vitais de controle, de energia e de telecomunicações, servindo de proteção tanto ao agressivo ambiente de lançamento (no qual os equipamentos experimentam acelerações extremas) como ao ambiente espacial, quando em órbita. Além destes equipamentos, sensores, antenas, massas de balanceamento são também acondicionadas na estrutura, que inclui adaptadores para os painéis solares e para o veículo lançador.

Este subsistema foi completamente desenvolvido e fabricado no Brasil.


Subsistema Estrutura Mecânica do Satélite

É o subsistema responsável pelo controle de atitude e órbita e pelo processamento e armazenamento de dados a bordo. O ACDH apresenta-se dividido em duas partes: uma relativa ao controle de atitude e órbita (AOCS - "Attitude and Orbit Control System") e outra relativa ao processamento dos dados a bordo e supervisão do satélite (OBDH - "On Board Data Handling").

O subsistema ACDH é um dos mais complexos subsistemas do satélite, pois além do grande número de equipamentos (sensores, atuadores e computadores) que o compõem, é necessário um software embarcado de alta complexidade para o gerenciamento do satélite e tomadas de decisões de bordo.

Fazem parte deste subsistema: o computador do OBDH, o computador do AOCS, eletrônica para controle da propulsão, magnetômetros, sensores solar, sensor de estrelas, giroscópios, rodas de reação, barras magnéticas, receptor GPS e os softwares dos sistemas de supervisão de bordo e de controle, embarcados nos respectivos computadores.

Este subsistema foi desenvolvido em parceria com a Argentina.


Subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo - ACDH

É responsável por alterar a velocidade do satélite para a aquisição e manutenção de sua órbita nominal. No caso dos satélites da série Amazonia, o combustível utilizado é a hidrazina. O subsistema de propulsão não tem autonomia para operação, é supervisionado e comandado pelo subsistema ACDH.

Fazem parte do subsistema propulsão os propulsores, válvulas, filtros, tanque de propelente, transdutor de pressão e conjunto de tubos.

Esse subsistema foi completamente desenvolvido e fabricado no Brasil.


Subsistema Propulsão

É responsável por converter a energia solar incidente nos painéis solares em energia elétrica. São utilizados dois painéis solares, posicionados em lados opostos na estrutura do satélite.

Fazem parte deste subsistema a estrutura do gerador solar (SAG), as partes elétricas do gerador solar (EPSA) e mecanismos necessários para abertura e fechamento dos painéis (HDRD).

Similarmente ao subsistema de propulsão, o subsistema gerador solar é comandado pelo subsistema ACDH via subsistema suprimento de energia (PSS).

Esse subsistema foi completamente desenvolvido e fabricado no Brasil.


Subsistema Painel Solar

O subsistema de suprimento de energia consiste em equipamentos responsáveis pelo armazenamento, acondicionamento e distribuição de toda a energia elétrica necessária para o satélite. O subsistema recebe a energia elétrica do subsistema Gerador Solar, acondiciona em baterias, provê controle de energia e distribuição para os diversos equipamentos tanto do Módulo de Serviço quanto do Módulo de Carga Útil, utilizando uma arquitetura de fornecimento de energia não regulada. A supervisão geral do subsistema PSS é realizada pelo subsistema ACDH.

Fazem parte deste subsistema o conjunto acionador do gerador solar (SADE e SADA), baterias e a unidade de condicionamento e distribuição de energia (PCDU).

Este subsistema foi projetado no Brasil, usando equipamentos "off the shelf" disponíveis no mercado internacional.


PCDU do Subsistema Suprimento de Energia (PSS)

Provê a distribuição de calor no satélite para que todos os equipamentos operem dentro de seu limite de temperatura projetado. O controle de temperatura do satélite é mantido em todos os modos de operação do satélite e durante todas as fases da missão.

Fazem parte deste subsistema os termistores, aquecedores, mantas, radiadores e isoladores internos e externos. O comando para o acionamento dos aquecedores é gerenciado pelo subsistema ACDH.

Este subsistema foi projetado e fabricado no Brasil, usando insumos disponíveis no mercado internacional.

O subsistema de telemetria e telecomando (TT&C) provê a comunicação entre a plataforma e a estação terrena TT&C de modo a garantir o monitoramento e controle do satélite em todos seus modos de operação e durante todas as fases da missão.

Fazem parte deste subsistema os transponders TT&C, antenas Banda S, Diplexador, híbridas, guias de ondas e cabos de interligação.

Este subsistema foi adquirido no mercado internacional.


Subsistema de Telemetria e Telecomando (TT&C)
INPE
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
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